Buscar

Apostila de imunobiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Imunobiologia
Medicina
Universidade Federal Fluminense
Felipe Chaiben Spanó et al.
Escrito e revisado por
Felipe Chaiben Spanó
(Turma 120)
Auxiliar de questões
Vinícius Rodrigues Garcia de Almeida
(Turma 120)
Apoio e incentivo
Luíza Magalhães
(Turma 219)
Referências bibliográ�cas
Aulas ministradas pela professora Luciana Paiva
Imunobiologia de Janeway; 8a ed.
Imunologia celular e molecular; Abbas; 8a ed.
Todas as imagens e os esquemas apresentam, somente, �ns acadêmicos, sendo proibido qualquer tipo de comercialização.
Para qualquer coisa, pode enviar mensagem no insta:
@felipechspano
Felipe Chaiben Spanó et al.
Sistema imunológico natural
Imunidade
○ Imunidade inata
➣ Receptores celulares oriundos da linhagem germinativa (herdados, porém não recombinados entre si - baixa
especi�cidade)
➣ As células não sofrem expansão clonal após a exposição ao antígeno.
➣ Resposta imune celular → inespecí�ca
○ Imunidade adquirida (também chamada de adaptativa)
➣ Receptores recombinados geneticamente (elevada especi�cidade ~ Envolve um processo de seleção do clone, seguido de
expansão clonal e da coordenação da resposta ao antígeno)
➣ As células são expandidas a partir da exposição ao antígeno (Há expansão clonal).
➣ Resposta imune humoral → especí�ca
Teoria da expansão clonal → Imunidade adaptativa / adquirida!
○ Definição: Aumento do número de clones de linfócitos relacionado à determinada codi�cação de uma sequência de
aminoácidos antigênicos, gerando uma proliferação exacerbada de linfócitos com receptores capazes de reconhecer essa
sequência. Isso se deve a grande variabilidade de conformações espaciais apresentada pelas fendas dos receptores dos linfócitos
(BCR e TCR → Recombinação VDJ)
○ Com isso, os linfócitos que sofreram expansão clonal vão ser capazes de reconhecer qualquer aminoácido presente na sequência
proteica do antígeno.
○ Para cada sequência de aminoácidos do epítopo do antígeno, haverá uma expansão clonal especí�ca!
Linhas de defesa
○ Microorganismos invasores →/→ Barreiras físico-químicas e biológicas →/→ células da imunidade inata →/→ células da
imunidade adquirida
Felipe Chaiben Spanó et al.
Barreiras
○ Físicas
● Pele
● Cílios do epitélio olfatório
● Muco do trato respiratório
○ Químicas
● Lágrimas (Lisozima e Fosfolipase A ~ precursora de eicosanóides ~ Prostaglandina, Leucotrieno e Tromboxanos)
● Alterações de pH
● Catelicidinas (classi�cadas como peptídeos antimicrobianos ~ resposta focada na membrana de bactérias)
● Defensinas (sintetizadas por Neutró�los em uma possível resposta de per�l Th17 ou a partir da ativação de TLRs)
● Secreções sebáceas
● Histatina 5 na saliva ~ ↑[histidina]
● Criptocidinas (α-defensinas)
Obs.: Defensinas (sintetizadas por Neutró�los)
○ α-defensina → peptídeo antimicrobiano presente no trato gastrointestinal (TGI).
○ β-defensina → peptídeo sintetizado pelos epitélios (pele, mucosa, trato respiratório e urogenital).
○ Biológicas
● Microbiota intestinal (Competição interespecí�ca)
Felipe Chaiben Spanó et al.
Citocinas
○ Definição: Proteínas solúveis produzidas por diversas células do sistema imunológico responsáveis por promover a sinalização
celular relacionada a resposta imune, podendo atuar na própria célula (autócrina) ou na outra célula (parácrina).
Receptores das células da imunidade inata
○ Não efetuam recombinação gênica, portanto são menos diversos.
PRR - receptor de reconhecimento de padrão: reconhecimento de padrões de moléculas presentes na superfície de
microorganismos.
○ Podem ser dos seguintes tipos:
PAMP´s - padrão molecular associado ao patógeno
DAMP´s - padrão molecular associado ao dano celular (Damage)
MAMP´s - padrão molecular associado ao microorganismo
○ Estão atrelados ao reconhecimento por:
I. Receptor de LPS: reconhecem lipopolissacarídeos em bactérias Gram negativas → TLR4 (Dímero de Toll like receptor 4)
II. Receptor de N-formil-metionil: reconhecem metionina formilada (tipo de GPCR)
III. Receptor de manose: reconhecem manose e fucose
IV. Receptor scavenger: reconhecem RNA viral, moléculas lipídicas, entre outras estruturas
Felipe Chaiben Spanó et al.
Receptores TLRs (Toll like receptors)
○ Ativam os fagócitos, porém não participam da fagocitose!
○ A cascata de sinalização ativa vias de fatores de transcrição que efetuam a transcrição de citocinas, como interferons (alfa e beta -
tipo 1) e pró-in�amatórias (IL-1 e IL-6, além do TNF-α). Com isso, há o início do processo in�amatório.
○ Os receptores Toll like (TLRs) são expressos tanto por células da imunidade inata, quanto por células da imunidade adquirida,
como linfócitos.
Receptores citosólicos
○ Ativam os fagócitos, porém não participam da fagocitose!
➣ RIG-1 (família CARD) → identi�ca, principalmente, RNA viral
➣ NOD2 (família NLR) → identi�ca peptidoglicanos bacterianos (Gram +)
Obs.: Epítopo → porção do antígeno que é reconhecida por determinado receptor
Felipe Chaiben Spanó et al.
Células da imunidade inata
○ Monócito
➣ Célula mononuclear presente no sangue;
➣ Realiza fagocitose (presença de fagossomo);
➣ Diferencia-se em macrófago* nos tecidos após ocorrência da diapedese;
○ Macrófago
➣ Célula mononuclear presente nos tecidos;
➣ Destruição do patógeno pela fagocitose (presença de fagolisossomo ~ ↑[NO2]);
➣ Liberação de citocinas (IL-1,IL-6 e TNF-α), quimiocinas (IL-8…) e fatores mediadores de in�amação;
➣ Apresentação do antígeno para os linfócitos T, corroborando a resposta imune - moléculas APC (MHC II).
➣ É classi�cado como células de kup�er no fígado, macrófagos alveolares no pulmão, microglias no SNC, osteoclastos na
matriz óssea.
➣ As citocinas produzidas pelos macrófagos desencadeiam uma resposta que leva à vasodilatação (TNF-α), que, por
conseguinte, propicia a ocorrência da diapedese.
➣ Podem ser ativados por duas vias quando ativados por linfócitos T helper, sendo M1 (per�l Th1) e M2 (per�l Th2).
Felipe Chaiben Spanó et al.
Obs.: Células apresentadoras de antígenos → macrófagos, células dendríticas e linfócitos B
Complexo principal de histocompatibilidade
➣ Codi�ca proteínas de superfície celular (I e II) que apresentam antígenos próprios ou externos ao sistema imune
adaptativo (especi�camente linfócitos TCD8 e TCD4).
MHC I
➣ Pode ser expressa por todas células nucleadas → embora seja capaz de mostrar o antígeno para o linfócito T CD8
(citotóxico ou citolítico)
MHC II
➣ Só podem ser expressos por macrófagos, células dendríticas e linfócitos B → células apresentadoras de antígenos
(APC) para o linfócito T CD4 (helper)
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ Células dendríticas
➣ Capacidade fagocítica;
➣ Apresenta MHC I e II ~ são APC;
➣Morfologia: São classi�cadas em mielóides (conformação estrelada) e em plasmocitóides (Estão em determinados órgãos
linfóides secundários e estão em menor proporção, possuindo uma conformação similar ao plasmócito;
➣ Responsáveis pela ativação de IFN-1;
➣ Origem na MOV.
○ Neutró�lo
➣ Granulócitos PMN (Polimorfonucleares) → núcleo trilobulado;
➣ Capacidade fagocítica;
➣ Migra “mais rapidamente” para sítios de infecção ~ ↑[sanguínea]
➣ Morfologia: Apresenta dois tipos de grânulos em sua estrutura:
● Grânulos especí�cos (apresentam lisozima, colagenase e elastase)
● Grânulos azuró�los (apresentam diversos lisossomos).
➣ Histologia: Pode ser encontrado em duas formas ~ segmentado (núcleos segmentados) e bastão (bastonete)
○ Eosinó�lo
➣ Granulócitos PMN → núcleo bilobulado;
➣ Cora-se em contato com o corante ácido eosina;
➣ Apresenta proteínas de característica básica;
➣ Medeiam processos alérgicos e infecções por verminoses (helmintos).
➣ Histologia: Ao realizar o “esfregaço sanguíneo”, é a célula mais rosada.
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ Basó�lo
➣ Granulócitos PMN;
➣ Apresenta proteínas de característica ácida;
➣ Cora-se em contato com o corante básico hematoxilina;
➣ Medeiam processos alérgicos sinalizando vasodilatação por histamina.
○ Mastócito
➣ Célula tecidual;
➣ Grânulos repletos de histamina (Molécula vasodilatadora que propicia a diapedese) e heparina (Anticoagulante-
impedir a microcoagulação a nível local para que as células de defesa consigam fazer a transmigração endotelial), além de
citocinas pró-in�amatórias.
○ Células NK
➣ Célula responsável por eliminar células que atuam como hospedeira dos vírus;
➣ Receptores KIR´s (inibitório) → receptores inibidores de células NK → reconhece o complexo MHC I
➣ Receptores AR´s (ativador) → receptores ativadores → molécula ativadora presente na superfície da célula alvo +
receptor AR da célula NK
➣ Grânulos: Perforina, granzima e serglicina
Obs.: A inativação do KIR necessita da inativação do AR, uma vez que caso haja inativação do KIR, seja possivelmente pela não interação com
a MHC de classe I, sem a inativação do AR, a célula entra em apoptose em virtude de tal.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Obs.: Hemácia → Como não apresenta MHC I, possui KIR e AR inativados para que não ocorra apoptose.
Obs.: As células NK liberam grânulos com perforina, serglicina e granzima → perforina (proteína com poro) induz a captação de
granzimas a serem endocitadas (formação de endossoma) por uma célula alvo com posterior liberação no citoplasma → a via corrobora a
ativação de caspases, as quais estão atreladas a vias correspondentes ao processo de apoptose.
Vídeos
- Histórias do Nosso Corpo 2/6 - Guerra Silenciosa (Infecção da gripe)
→ Imunidade inata
- Innate Recognition
(https://www.youtube.com/watch?v=-IXk4LNQtQg)
- The Innate Immune System (https://www.youtube.com/watch?v=Vm9T6QoDnck)
→ Teoria da seleção clonal
- Immune System - Fighting Infection by Clonal Selection
(https://www.youtube.com/watch?v=HUSDvSknIgI)
→ APC/MHC/TCD8+
(https://www.youtube.com/watch?v=rDEduT62Awc)
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=-IXk4LNQtQg
https://www.youtube.com/watch?v=Vm9T6QoDnck
https://www.youtube.com/watch?v=HUSDvSknIgI
https://www.youtube.com/watch?v=rDEduT62Awc
Questões (Imunidade inata)
01) A linhagem mielóide desencadeia a diferenciação de vários tipos de leucócitos, dentre eles os neutró�los. Os neutró�los
apresentam tanto uma perspectiva de combate a patógenos, quanto uma perspectiva de reparo tecidual. Como os neutró�los
conseguem reparar o tecido lesado?
A) Sinalização que desencadeia a liberação de grânulos repletos de lisossomos
B) Sinalização que desencadeia a liberação de grânulos especí�cos próximo ao local lesado
C) Sinalização que desencadeia a liberação de grânulos com proteína básica
D) Sinalização que desencadeia a liberação de grânulos com histamina e heparina
02) Perforina, granzima e serglicina são liberadas por determinado tipo de leucócito. Qual?
A) Células NK
B) Eosinó�los
C) Basó�los
D) Macrófagos
03) Quais são as células apresentadoras de antígenos e qual o mecanismo desencadeado após a apresentação?
A) Neutró�los, eosinó�los e mastócitos; Ativação de linfócitos e expansão clonal
B) Células NK, células dendríticas e macrófagos; Mecanismo de resposta celular
C) Células dendríticas, células de Kup�er e neutró�los; Mecanismo de resposta humoral
D) Células dendríticas, células B e macrófagos; Ativação de linfócitos e expansão clonal
04) O câncer é uma doença atrelada à proliferação desenfreada de células em virtude de problemas nos checkpoints do ciclo
celular. Acredita-se que essa doença possa desencadear a redução da expressão de MHC I na superfície celular. Com isso, um
leucócito é ativado em virtude de tal apresentar receptores do tipo AR em sua constituição. Qual a célula em questão?
A) Célula B
B) Célula NK
C) Neutró�lo
D) Linfócito TCD8
05) Por que não se encontram macrófagos em um esfregaço sanguíneo?
A) Uma vez que tais células são teciduais
B) Difícil detecção
C) Baixa quantidade no organismo
D) Incompatibilidade do método
Felipe Chaiben Spanó et al.
Hematopoese
○ Processo atrelado a síntese de células sanguíneas, o qual ocorre na medula óssea vermelha, principalmente na epí�se de ossos
longos e de ossos chatos
○ Célula tronco hematopoiética (HSC)
- É uma célula multipotente que atua sendo precursora das células sanguíneas.
- É in�uenciada por fatores de crescimento e por citocinas, para que tal se diferencie em células precursoras comuns
(Linfoides e mieloides).
● Fator de célula tronco (SCF)
● IL-6
► Linfopoese → É a geração da linhagem linfoide (precursor CLP)
● Linfócitos T e B
● Células NK
►Mielopoese → É a geração da linhagem mielóide (precursor CMP)
● Leucócitos
Obs.: Um microambiente com uma vasta sinalização por determinada citocina apresenta uma diferenciação celular conforme a via ativada.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Sistema Imunológico Adquirido
Células da imunidade adquirida
○ Células T
➣ Complexo CD3 (5 cadeias: gama, delta, epsilon, zeta e zeta)
➣ Receptor de célula T (TcR) → Maior especi�cidade em virtude da possibilidade de sofrer recombinação gênica
○ Células B
➣ Receptor de célula B (BcR) → é equivalente à imunoglobulina expressa na membrana do linfócito B
➣ Atua como uma célula apresentadora de antígeno (APC) → MHC II
○ Plasmócito
➣ Célula mais alongada resultante do processo de ativação do linfócito B
➣ Apresenta um grande número de mitocôndrias, gerando um vasto aporte energético necessário para a síntese de
anticorpos
Classes de linfócitos
○ Linfócito B
➣ Quando o linfócito B reconhece um antígeno, tal sofre o processo de diferenciação em plasmócito, célula responsável
pela síntese e pela liberação dos anticorpos. Os anticorpos atuam efetuando a neutralização do antígeno (capacidade do
anticorpo de se ligar ao epítopo do antígeno e, assim, impedir a ação deste na célula), a opsonização (capacidade de facilitar
a fagocitose por intermédio da marcação do microrganismo), a ativação do sistema complemento pela via clássica e
medeiam a citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC).
○ Linfócitos T helper (CD4+)
➣ O reconhecimento do antígeno pelo TCD4+ a partir da célula apresentadora de antígeno (APC) acarreta a liberação de
citocinas, proteínas sinalizadoras as quais atuam ativando macrófagos, promovendo, assim, a efetivação da in�amação e
os processos de proliferação e de diferenciação dos linfócitos T e B.
○ Linfócito T citolítico / citotóxico (CD8+)
➣ Atua atacando células infectadas com determinado antígeno, disparando mecanismos de apoptose.
➣ Atua, principalmente, em bactérias, vírus e protozoários no meio intracelular ~ Resposta MHC I
Obs.: Embora a célula NK e os linfócitos T citolíticos apresentem a “mesma” função, tais células são ativadas por vias diferentes. Enquanto a
célula NK é ativada por intermédio da ausência da ligação do receptor inibitório (KIR) com a MHC I por ação viral, os linfócitos T
citolíticos são ativados por meio da expressão de MHC I com resquícios do antígeno na membrana celular.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Estágio de diferenciação
○ Naive (virgens ~ 120 dias) → As células T e B, nessa fase, ainda não encontraram seu epítopo. Contudo, ao encontrá-los, há o
início da expansão clonal mediante a proliferação e do processo de diferenciação dessas células em células efetoras e em
células de memória.
○ As células B de memória apresentam um maior tempo de vida do que os plasmócitos (células efetoras diferenciadas a partir da
célula B), fator o qual é primordial para a memória imunológica. O mesmo ocorre com as células T.
○ No caso do linfócito B, a célula B virgem (Naive B cell) expressa IgM e IgD, enquanto a célula B de memória expressa IgG, IgE
ou IgA, dependendo de qual patógeno ativou esse linfócito.
Órgãos do sistema imunológico
➣ Podem ser divididos em órgãos primários (ou centrais) e órgãos secundários ( ou periféricos)
○ Órgãos primários / centrais
● Medula óssea vermelha:
➣ Localizada na epí�se de ossos longos (porção trabecular) e nos ossos chatos.
➣ Formação de toda linhagem mielóide e parte signi�cativa da linhagem linfóide.
● Timo:
➣ Órgão bilobulado localizado no mediastino anterior, responsável, primordialmente, pela maturação de
linfócitos T.
➣ Região do córtex: Células T imaturas
➣ Região da medula: Células T em processo de diferenciação e de especialização.
FelipeChaiben Spanó et al.
Obs.: A involução tímica pode ocorrer devido ao substancial aumento de determinados hormônios sexuais na puberdade, gerando,
consequentemente, uma redução da produção de linfócitos T no Timo e uma redução do tamanho de tal órgão.
○ Órgãos secundários / periféricos
● Linfonodos:
➣ Apresenta um formato de feijão.
➣ Possui folículos primários (Naive) e secundários repletos de linfócitos B.
➣ No folículo secundário há proliferação e diferenciação dos linfócitos B após identi�car o epítopo.
➣ A região paracortical é repleta de linfócitos T, permitindo uma resposta imunológica coordenada!
Felipe Chaiben Spanó et al.
● Baço:
➣ Órgão responsável pela �ltração do sangue, tendo uma região tida como polpa vermelha (Hemácias e Macrófagos -
Processo de Hemocaterese → destruição de hemácias por ação fagocitária de macrófagos) e a região tida como polpa branca, há
regiões circulares (folículos) ricas em linfócitos B e regiões periarteriolares ricas em linfócitos T.
● Agregados linfocitários (Agregados de Peyer´s):
➣ Agregados linfocitários encontrados abaixo da lâmina própria (basal) na região do íleo, repletos de linfócitos TCD8+ e
B.
Felipe Chaiben Spanó et al.
● Tecido linfóide associado à mucosa (MALT):
➣ É composto pelas células M na superfície epitelial, que podem atuar como APCs, embora não sejam consideradas
APCs pro�ssionais; Na região da lâmina própria há agregados linfóides, que lembram os folículos.
➣ Dentre essas células dos agregados, há plasmócitos, células produtoras de anticorpos. Nessa região de mucosa, a
principal classe de anticorpos que vai ser secretada é a IgA.
-
● Tecido linfóide associado à pele:
➣Na epiderme, são encontrados células de Langerhans, células dendríticas especí�cas da pele, e linfócitos T gama-delta. Já
na derme, são encontrados linfócitos e macrófagos.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Sistema linfático
○ Composto por vasos linfáticos, linfa e linfonodos. Os linfonodos são responsáveis pela drenagem da linfa, sendo, portanto,
pontos fundamentais no processo in�amatório.
Obs.: Caso haja um corte na região da mão do indivíduo, o processo in�amatório se instalará e haverá uma hiperatividade do linfonodo da
região axilar, uma vez que tal é um centro repleto de linfócitos!
Recirculação de linfócitos
➣ A recirculação é um processo essencial para a resposta imune, uma vez que maximiza as chances de linfócitos T naive
entrarem em contato com determinado antígeno, sendo fundamental para propiciar a expansão clonal.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Migração dos linfócitos efetores
Vídeos
- Innate lymphoid cells
(https://www.youtube.com/watch?v=CXz6FVqPqHw)
- Immunology in the Gut Mucosa
(https://www.youtube.com/watch?v=gnZEge78_78)
- Immunology in the skin
(https://www.youtube.com/watch?v=_VhcZTGv0CU)
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=CXz6FVqPqHw
https://www.youtube.com/watch?v=gnZEge78_78
https://www.youtube.com/watch?v=_VhcZTGv0CU
Questões (Hematopoese e Sistema imunológico adquirido)
01) Qual o objetivo da recirculação de linfócitos naive?
A) Propiciar que tais possam entrar em contato com antígenos e, assim, serem ativado e realizarem expansão clonal
B) Passear pelo sistema circulatório, dado que é belíssimo
C) Já que camarão que dorme a onda leva, eles �cam dando voltas
D) Aeróbico é importante para a saúde
02) O que desencadeia a diferenciação de células tronco em células progenitoras linfóides e em células progenitoras
mielóides?
A) Sinalização por citocinas e por fatores de crescimento
B) Fatores genéticos
C) Estar sob efeito do álcool
D) Sinalização semafórica
03) Marque a alternativa correta
A) Os leucócitos são originados pela linhagem linfóide
B) As células NK são originadas de CLP, a partir da linhagem linfóide
C) As células T são apresentadoras de antígeno
D) O baço apresenta duas regiões, conhecidas como polpa vermelha - na qual ocorre a hemocaterese - e a polpa branca
- na qual ocorre a maturação de células NK.
04) A puberdade é uma fase da vida do ser humano marcada por diversas alterações no corpo. Uma delas é a involução
do timo, isto é, redução tanto da atividade de maturação dos timócitos, quanto do tamanho do órgão. O timo é um
órgão com papel fundamental no desenvolvimento de linfócitos T. Com isso, qual órgão passa a ser o principal
responsável no processo de desenvolvimento de tais linfócitos?
05) A palpação de linfonodos é um processo comum na busca de sinais de infecções na prática clínica. Por que um
linfonodo encontra-se aumentado quando há um processo infeccioso ocorrendo?
Felipe Chaiben Spanó et al.
In�amação: componente celular da imunidade inata
➣ Reação dos tecidos vascularizados a estímulos especí�cos, como calor, trauma, lesão, …
➣ Há grande in�ltração leucocitária (Glóbulos brancos) e liberação de mediadores in�amatórios e de citocinas.
Citocinas
➣ Proteínas solúveis produzidas por células do sistema imunológico e liberadas em processos in�amatórios com o objetivo
de ampli�car o sinal e, assim, de estabelecer a homeostase .
➣ São:
● Interferons - atuam em infecções virais (IFN)
● Quimiocinas - citocinas quimioatrativas, as quais são fundamentais no processo de “guiar” determinadas
células do sistema imune.
// CC → Atrai monócitos, mastócitos, …
// CXC → Atrai neutró�los
● Interleucinas
Mediadores lipídicos da in�amação
➣ São produtos obtidos pela clivagem de fosfolipídeos pela ação da enzima Cicloxigenase (COX), como as
Prostaglandinas (PGE) e os Leucotrienos (LT).
➣ Esses produtos atuam na vasodilatação e no aumento da permeabilidade do endotélio, permitindo a ocorrência da
diapedese ~ ↓ (Pressão arterial sistólica)
Felipe Chaiben Spanó et al.
Obs.: Fármacos que apresentam Ácido Acetilsalicílico, como a Aspirina, inibem a COX, interrompendo a síntese de prostaglandinas e de
leucotrienos e, consequentemente, atenuando a resposta in�amatória.
Vasodilatação
➣ O aumenta o calibre do vaso, gerando uma redução da velocidade sanguínea local. Com isso, há um aumento da
permeabilidade vascular pelo afrouxamento de interações entre caderinas, possibilitando a ocorrência do processo de
diapedese.
Moléculas de adesão envolvidas na migração leucocitária
○ Selectina
● L (leucócitos)
● P (mediadores pró-in�amatórios)
● E (endotélio)
○ Integrinas (LFA-1 e VLA-4) → Expressas pelos leucócitos!
○ Moléculas da superfamília das imunoglobulinas (ICAM-1 e VCAM-1) → São expressas, fundamentalmente, no endotélio
vascular. Atuam como receptores de linfócitos B, possuindo um domínio estrutural similar a de um anticorpo.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Recrutamento de leucócitos para os locais da in�amação
1. Rolamento → Os leucócitos passam a interagir com Selectinas E expressas no endotélio vascular, constituindo
uma adesão fraca.
2. Adesão → Os leucócitos, além de interagirem com Selectinas E, passam a interagir com Integrinas, formando uma
adesão forte e, desse modo, possibilitando a estabilização dessa célula para propiciar a ocorrência da diapedese.
3. Diapedese (transmigração endotelial) → É o processo que con�gura a passagem do leucócito do vaso para o
tecido, sendo mediado, fundamentalmente, por quimiocinas (IL-8).
4. Migração → O leucócito apresenta um receptor de IL-8, sendo, essa quimiocina - a qual é sintetizada pelos
macrófagos no tecido lesado - fundamental para a migração de tal célula. Essa sinalização apresenta o nome de
Quimiotaxia.
Secreção de citocinas pelos macrófagos ativados
Obs.: Todo processo infeccioso desencadeia um processo in�amatório, mas não necessariamente todo processo in�amatório é gerado por um
processo infeccioso. O processo in�amatório existe independente de um processo infeccioso ou alérgico, dependendo somente de um
estímulo.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Proteínas circulantes da imunidade inata (Componente humoral) ~ Sistema complemento
○ Sistema complemento
➣ Definição: Complementa a resposta imunológica e permite o controle, para que se restabeleça a homeostase. Há a
formação de um poro da membrana do patógeno (CAM), gerandoo desequilíbrio osmótico e, assim, a morte desse.
➣ Ativam-se por intermédio de um efeito cascata relacionado à clivagem proteolítica.
● Via clássica: Inicia-se com a ligação antígeno-anticorpo ou com a PCR (Proteína C reativa). O componente C1q
se liga ao C1r que se liga ao C1s, ativando o complexo C1qrs. Esse atua clivando o C4 em C4a e C4b e o C2 em
C2a e C2b, sendo o C4b e C2a novos ligantes para o complexo C1qrs, formando o C3-convertase. Com isso, essa
enzima cliva C3 em C3a e C3b, sendo o C3b agregado ao complexo para formar a C5-convertase. Seguindo o
processo, o C5 é clivado em C5a e em C5b, sendo o C5b uma nova molécula para o complexo. Esse processo vai se
repetindo até o C9, o qual formará, em conjunto com os outros, o Complexo de Ataque à Membrana (CAM).
Obs.: Ácido Siálico: molécula presente nos mamíferos, ausente nas células de patógeno, que serve de molécula reguladora e impede a ativação
das vias, embora existam patógenos que apresentam ácido siálico e, assim, podem “driblar” o sistema complemento em virtude de tal ácido ser
responsável por regular uma fase anterior às vias.
● Via da Lectina: A MBL se liga a manose do patógeno forma a MASP e, a posteriori, a ativação do complexo
“C1-like”, ativando a clivagem de C4 em C4a e C4b, continuando a via conforme a clássica.
● Via Alternativa: O componente C3b se liga à superfície membranar microbiana, havendo a formação de C3bBb
(C3 convertase) a qual é modi�cada a C5 convertase e, dessa forma, há a formação gradual de CAM.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Funções do sistema complemento
○ Gerar a lise osmótica da célula do patógeno.
○ Pode promover a Opsonização, processo atrelado à facilitação da fagocitose pela marcação da superfície de um patógeno com
um receptor de complemento. → Molécula C3b.
○ Ativação da resposta in�amatória
➣ Ana�latoxinas → Componentes a do sistema complemento (exceto o C2a) que se ligam aos mastócitos e, assim,
promovem a degranulação, liberando histamina e heparina, os quais atuam na resposta in�amatória.
Obs.: C5a → ativa via lipoxigenase do metabolismo de aminoácidos em neutró�los e em monócitos (↑metabolismo celular); quimiotático para
neutró�los, para monócitos, para eosinó�los e para basó�los; aumenta avidez das integrinas pelo ligante no endotélio.
○ Retirada de complexos imunes
➣ Os complexos imunes não podem �car acumulados nos vasos sanguíneos, sendo fundamental a fagocitose de tais a
posteriori da resposta humoral.
➣ Deficiência: Autoimunidade (Ex.: LES, HPN, ...) e Hipersensibilidade do tipo III
Felipe Chaiben Spanó et al.
Reguladores do sistema complemento
➣ Os reguladores do sistema complemento estão atrelados a proteínas solúveis no citoplasma - fatores de decaimento
acelerado e fatores com atividade de cofator - e a receptores de membrana.
○ DAF/CR1 (CD55) → dissocia a C3 convertase e, desse modo, promove a inibição da clivagem proteolítica.
○ CD46 → atua inibindo a clivagem proteolítica e inibindo complementos presentes na membrana, como C3b e C4b.
○ CD59 → atua inibindo a via terminal (formação da CAM) ao ligar-se ao sítio de ligação da C5b.
Doenças associadas ao sistema complemento
○ Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) → Não há uma remoção concreta de anticorpos do sistema circulatório, o que gera uma
predisposição ao desenvolvimento dessa doença.
○ Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) → A HPN é um distúrbio clonal de células-tronco hematopoiéticas adquirido,
gerando uma atividade descontrolada do sistema complemento.
○ Síndrome urêmica hemolítica atípica (SHUa)
○ Artrite reumatoide (AR)
○ Síndrome de HELLP
○ Dermatomiosite (DM)
○ Angioedema hereditário (AEH)
Ações locais e sistêmicas na in�amação
Felipe Chaiben Spanó et al.
Juntando tudo
Vídeos
- Complement System – An Introduction
(https://www.youtube.com/watch?v=DPNnZE4OtCM)
- Acute In�ammation- Educational 3D Animation
(https://www.youtube.com/watch?v=1SvEdg94qUA)
- Extravasation of Neutrophils
(https://www.youtube.com/watch?v=B9Qi7we0Ynk)
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=DPNnZE4OtCM
https://www.youtube.com/watch?v=1SvEdg94qUA
https://www.youtube.com/watch?v=B9Qi7we0Ynk
Questões (In�amação)
01) A hipersensibilidade tipo III é um distúrbio imunológico desencadeado pela falha do sistema do complemento quanto a uma
função, desencadeando vasculite e, até, glomerulonefrite. Qual a função é falha?
A) Opsonização
B) Lise osmótica
C) Retirada de complexos imunes
D) Ativação da resposta in�amatória
02) A histamina é um mediador in�amatório fundamental para a ocorrência da diapedese, uma vez que tal realiza a vasodilatação,
permitindo, portanto, a passagem de leucócitos e de linfócitos para os locais da in�amação. Qual célula tecidual libera essa
molécula?
A) Eosinó�los
B) Mastócitos
C) Basó�los
D) Neutró�los
03) Como as células de defesa são guiadas no processo de diapedese?
A) Por meio de quimiocinas e de citocinas
B) Por meio das moléculas de adesão
C) Por meio da família de imunoglobulinas
D) Por meio da interação entre selectinas e integrinas
04) “A via clássica do sistema complemento pode ser tida unicamente como imunidade adquirida, uma vez que depende da
interação do anticorpo com o antígeno para ser ativada.” Essa frase está correta? Justi�que sua resposta.
05) Explique, de forma simpli�cada, por que a ingestão de aspirina atenua a cefaléia, a febre e a resposta in�amatória.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Anticorpos
Imunoglobulinas x Anticorpos
➣ Imunoglobulinas → Moléculas presentes na superfície dos linfócitos B, constituindo o receptor BcR.
➣ Anticorpos → Proteínas sintetizadas pelos plasmócitos que apresentam função de se ligar ao epítopo antigênico.
Estrutura do anticorpo
➣ Apresenta um formato de Y, que possui duas cadeias pesadas ligadas por meio de ligações dissulfeto (Interação de
aminoácidos cisteína) e cadeias leves ligadas a cada cadeia pesada por meio dessas mesmas interações.
○ Fração constante (Fc) → Importante para o recrutamento das células que vão eliminar a célula infectada, realizando marcação
para a ocorrência da opsonização. Reconhecimento de células fagocitárias, tendo diferentes funções biológicas.
➣ CH2 e CH3
○ Fração de ligação ao antígeno (Fab)
➣ Porções VH e VL → Porção variável do anticorpo possibilita o reconhecimento de uma gama diversa de antígenos.
➣ Porções CH1 e CL
Obs.: CDR´s (Regiões determinantes de complementaridade) → Estão localizados na porção hipervariável
Obs.: Neutralização → É a capacidade do anticorpo se ligar ao epítopo do antígeno, impedindo com que tal interaja com o receptor celular
que iria internalizar determinado patógeno.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Classes de anticorpos
○ Isotipos
➣ São diferenciadas conforme a porção constante da cadeia pesada
● IgA - FC Alfa
● IgG - FC Gama
● IgE - FC Epsilon
● IgM - FC Mi
● IgD - FC Delta
►Uma vez que apresentam diferentes Fc, tais possuem díspares funções biológicas
○ Alotipos
➣ Anticorpos diferem em seus aminoácidos nas porções constantes das cadeias leves e pesadas. Podem diferir de forma
interespecí�ca e intraespecí�ca.
○ Idiotipos
➣ Anticorpos diferem em seus aminoácidos em suas porções variáveis, reconhecendo, portanto, epítopos diferentes.
Possuem uma vasta variabilidade!
Isotipos de anticorpos
○ IgG (Anticorpo de memória em virtude do elevado tempo de meia vida)
● Mais abundante no plasma sanguíneo.
● Principal anticorpo produzido nas infecções virais e bacterianas (Resposta de per�l Th1).
● Atravessa a barreira placentária (Receptor FcRn) → Hipersensibilidade tipo II ~ Eritroblastose Fetal
○ IgD
● Capacidade de sinalização fundamental.
● Não é secretada! Estando presente na membrana do linfócito B maduro.
○ IgE
● Quadros alérgicos e verminoses, principalmente de manifestação de helmintos.
● Apresentam 4 porções constantes, indo até CH4.
○ IgA
● Secretada na forma dimérica, unidas por pontes dissulfeto.
● É muito encontrado em regiões de mucosa, sendo fundamental na neutralização de antígenos encontrados nessas
regiões, como uma invasão por SARS-COV2.
○ IgM
● Secretada de forma pentamérica
● Não atravessa a barreira placentária, sendo um anticorpo de fase aguda!
Obs.: Teste sorológico para uma verminose em sua fase inicial → IgE e IgM
Felipe Chaiben Spanó et al.
Secreção de IgA
Participação de IgE nas alergias
○ Os mastócitos, os basó�los e os eosinó�los apresentam um receptor (Fc𝛆 →Fc epsilon) que reconhece o IgE e, desse modo, a
partir de uma ligação do alérgeno com o IgE, há uma resposta pró-in�amatória.
Receptores Fc’s
○ Reconhecem os anticorpos!
Exemplo.:
IgA → FcR alfa
○ Receptor FcRn → Sua ligação ao IgG promove um mecanismo de endocitose de tais que, desse modo, passam a não estar mais
presentes na circulação sanguínea.
A�nidade x Avidez
○A�nidade → Força de ligação de um sítio ao antígeno
○Avidez → Força de múltiplos sítios ao antígeno
Exemplo.:
IgM (pentâmero) → ↓ A�nidade; ↑ Avidez
IgG → ↓ Avidez; ↑A�nidade
Felipe Chaiben Spanó et al.
Hipermutação somática
○ Melhora a a�nidade da molécula com o anticorpo frente à modi�cação estrutural na região variável.
Anticorpos monoclonais
○ Anticorpo monoclonal corresponde a anticorpos sintetizados a partir de somente um único clone de linfócito B parental.
○ Anticorpo monoclonal quimérico
➣ Definição: Anticorpos sintetizados a partir de um clone de linfócito B parental que apresenta determinados genes de
interesse de outro ser vivo, por meio da expressão gênica de uma característica intrínseca ao anticorpo, como uma porção
da cadeia leve.
○ Além do tratamento oncológico, os anticorpos monoclonais poderiam ser utilizados em tratamentos de doenças autoimunes,
com o objetivo de aumentar a e�cácia da resposta imunológica, além de doenças atreladas à in�amação crônica, como artrite
reumatoide.
Obs.: A principal vantagem do uso de anticorpos monoclonais no tratamento de tumores em relação à quimioterapia convencional é a maior
e�cácia de tais anticorpos no combate às células neoplásicas, atenuando o dano às células saudáveis do organismo e, portanto,
possibilitando uma melhor proposta terapêutica sob a perspectiva de bem-estar para o paciente. Essa e�cácia se dá pela maior expressão
de anticorpos com a mesma porção variável, uma vez que tais são oriundos do mesmo clone de linfócito B parental, sinalizando,
somente, as células alvo neoplásicas para a resposta imunológica, mediante vias de lise osmótica e de fagocitose atrelados a células desse
sistema.
Vídeos
- Antibodies Animation
(https://www.youtube.com/watch?v=68T-QUIEp_o)
- Monoclonal antibody Medical Animation
(https://www.youtube.com/watch?v=ACxmsMmo9hU)
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=68T-QUIEp_o
https://www.youtube.com/watch?v=ACxmsMmo9hU
Questões (Anticorpos)
01) Eis que você está no pronto-atendimento e uma mãe chega a ti e relata: “Estou descon�ando que meu �lho está com
lombriga, come assustadoramente e não engorda”. Você, sagaz, pede um exame de sangue com o intuito de detectar um anticorpo
atrelado a uma resposta de verminose. Qual anticorpo você busca detectar para con�rmar o diagnóstico e qual leucócito espera
apresentar um número maior em relação ao padrão?
A) IgE e Neutró�lo
B) IgM e Monócito
C) IgE e Eosinó�lo
D) IgA e Basó�lo
02) Marque a alternativa incorreta.
A) O IgA é secretado em sua forma dimérica
B) O IgG consegue atravessar a barreira placentária por meio de receptores FcRn
C) O IgE está presente em processos alérgicos
D) O IgM apresenta uma forma tetramérica
03) Marque a alternativa que está correta de acordo com o conceito.
A) Idiotipos são anticorpos que diferem em seus aminoácidos nas porções constantes das cadeias leves e pesadas
B) Alotipos são anticorpos que diferem em seus aminoácidos em suas porções variáveis
C) Imunoglobulinas são moléculas proteicas sintetizadas por plasmócitos
D) A IgD é uma imunoglobulina que pode estar presente na constituição de linfócitos B naive
04) Qual a vantagem terapêutica de se utilizar anticorpos monoclonais como abordagem?
05) Diferencie a�nidade de avidez, dando exemplos.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Ontogenia de linfócitos B
Desenvolvimento dos linfócitos B se dá
○ Fase embrionária → Saco vitelínico
○ Fase fetal → Fígado e baço fetal
○ Após o nascimento → Medula óssea vermelha e baço
Estágios de maturação dos linfócitos B (Ontogenia)
○ A HSC, mediante sinalização, origina a linhagem linfóide, a qual origina o CLP (precursor de células linfóides). O CLP é
convertido a Linfócito B mediante sinalização pela citocina IL-7, além de pelas moléculas de transcrição como EBF, E2A e Pax5.
○ A célula pré-B apresenta o receptor BcR não desenvolvido em virtude da falta de rearranjo das cadeias leves, as quais são
chamadas de substitutas neste estágio, embora já tenha realizado recombinação das cadeias pesadas (recombinação VDJ)
→ mRNAⲙ (IgM).
○ A célula B imatura expressa o BcR desenvolvido e de�nitivo, sendo expresso o marcador de superfície IgM. Gene da cadeia
pesada recombinado por VDJ e por genes da cadeia leve kappa e lambda recombinados por VJ. Nessa fase há a seleção
positiva e negativa a nível da medula óssea acerca da viabilidade da célula em relação ao organismo. A seleção negativa
(eliminação) se dá caso as imunoglobulinas de superfície do linfócito B tenham uma elevada avidez em relação a antígenos
próprios ou caso não reconheçam a sinalização no meio a qual estão presentes. A seleção positiva se dá caso o linfócito B
apresente uma baixa avidez aos antígenos próprios da medula.
○ A célula B imatura é convertida em célula B madura (naive) no baço por meio de sinais tônicos (BAFF) e de citocinas. A célula
B madura apresenta tanto IgM, quanto IgD na membrana em virtude do splicing alternativo dos mRNA`s!
Obs.: A região variável de diferentes receptores será a mesma dentro da mesma célula B, uma vez que os aminoácidos presentes em tal terão as
mesmas sequências!
Felipe Chaiben Spanó et al.
Loci da imunoglobulina humana na linhagem germinativa
Obs.: Segmento V → Variável; Segmento D → Diversidade; Segmento J → Junção
Recombinação VDJ
○Definição: segmentos de DNA genômico dentro dos genes de imunoglobulinas são rearranjados em células da linhagem de
linfócitos B
○ A junção de um segmento V com um segmento J desencadeia a formação de um éxon responsável pela codi�cação de toda
região V da cadeia leve. Tal processo é fundamental uma vez que aproxima os segmentos gênicos V da região C, os quais
apresentam uma distância considerável. O segmento J está separado do segmento V por um íntron. Após a remoção do
íntron pela ação da recombinase e da artemis, o éxon do segmento V é unido ao da região C pelo processamento de RNA.
○ As regiões V da cadeia pesada apresentam, além dos segmento V e J, o segmento D (Diversidade), o qual se encontra entre Vh e
Jh. Como há 3 segmentos, o processo ocorre em dois estágios: um ligando o segmento Dh ao segmento Jh e, com isso, o segmento
Vh rearranja com o DJh, produzindo um éxon completo.
○ As RAGs 1 e 2 são recombinases codi�cadas pelos genes RAG-1 e RAG-2 (Recombination activated genes). Esses genes são
expressos especi�camente nos linfócitos.
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ Três grupos de cadeias de imunoglobulinas:
● Cadeia pesada → Além de possuir os segmentos gênicos Vh, Jh e Dh, apresenta os segmentos Ch separados, sendo
dispostos um após o outro e, desse modo, possibilitando formar diferentes isotipos. As células B expressam
inicialmente isotipos de cadeia pesada mi e delta, levando a expressão de IgM e de IgD.
● Cadeia leve kappa
● Cadeia leve lambda
Obs.: Cada grupo desse é capaz de formar uma sequência completa da porção variável!
○ Os rearranjos de DNA são guiados por sequências tidas como sequências sinais de recombinação (RSSs) → Bloco de
heptâmero seguido de 12 ou 23 pares de bases até o bloco nonâmero.
Regra 12/23 → Um segmento gênico �anqueado por um espaçador de 12 pb somente poderá unir-se a um segmento gênico
�anqueado por um espaçador de 23 pb.
○ A cadeia pesada (H) poderá ligar o Dh ao Jh e o Dh ao Vh inicialmente, mas nunca o Vh ao Jh em virtudedo �anqueamento
dos pares de base serem os mesmos.
Obs.: Regiões hipervariáveis
○ Efetuam reconhecimento do antígeno
➣ CDR1 e CDR2 → São codi�cadas no próprio segmento gênico V
➣ CDR3 → É codi�cado por uma sequência adicional de DNA gerada pela junção de segmentos gênicos V e J para a cadeia leve e de
V, D e J para a cadeia pesada.
○ Quando a sequência codi�cadora de dois segmentos gênicos se encontram na mesma orientação, o rearranjo envolve a formação
de uma alça e uma deleção do DNA localizados entre eles. Contudo, caso se encontrem em orientações opostas, o DNA é
mantido com orientação invertida.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Proteína Ku (Ku70:Ku80) → forma um anel ao redor do DNA e se associa �rmemente à subunidade catalítica (DNA-PKcs),
constituindo a proteína quinase dependente de DNA (DNA-PK)
Proteína Artemis → Atividade de nuclease
Enzima DNA ligase IV → Une as extremidades do DNA perante a formação de um complexo com a proteína reparo de DNA:
XRCC4.
Etapas da Recombinação VDJ
1. Clivagem endonucleolítica coordenada pela RAG-1 e RAG-2. A RAG-1 reconhece o nonâmero da RSS. A
atividade de endonuclease do complexo de proteínas RA clivam as as duas �tas simples de DNA no �nal 5´ de
cada RSS, liberando o grupo 3 ́-OH de cada segmento codi�cador.
2. O grupamento 3´-OH ataca a ligação fosfodiéster da outra �ta, criando um “grampo” de DNA no �nal do
segmento gênico codi�cador e, desse modo, eliminando a quebra da dupla �ta no �nal das duas sequências do
heptâmero.
3. As extremidades 5´do DNA são unidas por um complexo de DNA ligase IV e XRCC4 para formar o sinal de
junção.
4. As extremidades de DNA contendo o grampo são unidas pela proteína Ku, recrutando DNA-PKcs.
5. A proteína Artemis é ativada pela fosforilação das PKcs e atua abrindo o grampo de DNA e cortando apenas uma
das �tas, promovendo, desse modo, certa variabilidade à sequência na junção �nal.
6. As enzimas de reparo do DNA do complexo recombinase VDJ atuam modi�cando os grampos abertos
removendo nucleotídeos ao mesmo tempo que a enzima TdT (Transferase deoxinucleotidil terminal) adiciona
nucleotídeos ao acaso nas extremidades de �ta simples.
7. A DNA ligase IV atua, desse modo, ligando as extremidades processadas, reconstituindo, assim, o cromossomo
com os genes arranjados.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Síndromes atreladas a falhas na recombinação VDJ
♦ Síndrome de Omenn → De�ciência na enzima Recombinase por mutações na RAG-1 ou na RAG-2. Gera uma de�ciência no sistema
imunológico adquirido. Não há linfócitos B circulantes, uma vez que pela ausência da síntese do sinalizador, tais células não recebem sinal,
entrando em apoptose.
♦ Imunode�ciência combinada severa (SCID) → Mutação na DNA-PKcs. (Em camundongos)
♦ RS-SCID → Defeitos na enzima Artemis produzem uma imunode�ciência combinada de células B e T associada ao aumento da
radiossensibilidade.
Diversidade do repertório de imunoglobulinas
1. Diversidade combinatória → Dif. combinações entre os segmentos.
2. Diversidade Juncional → Dif. junções entre os segmentos como resultado de adição e de deleção de nucleotídeos
pelo processo de recombinação.
3. Pareamento de regiões variáveis de cadeias leves e pesadas para formar o sítio de ligação ao antígeno na molécula de
imunoglobulina.
4. Hipermutação somática
Felipe Chaiben Spanó et al.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Adição e deleção de nucleotídeos nas junções
○Nucleotídeos P
➣ São nucleotídeos adicionados que constituem sequências palindrômicas → Ação da DNA polimerase
○Nucleotídeos N
➣ São nucleotídeos adicionados pela ação da enzima TdT às extremidades da �ta simples do DNA codi�cante após a
clivagem do grampo. Ocorre principalmente durante o período de desenvolvimento de células B quando os genes da cadeia
pesada estão sendo unidos e, desse modo, os nucleotídeos N são comuns nas junções Vh-Dh e Dh-Jh.
Destino das células B imaturas
○ O linfócito B passa a co-expressar IgM e IgD, por meio do splicing alternativo da região variável com diferentes éxons de
porção constante.
○ Somente há implementação da cauda poli A (poliadenilação) na Cadeia delta e na Cadeia mi. Por isso, só há possibilidade de
expressar, inicialmente, IgD e IgM na membrana do linfócito B.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Obs.: Após um clone de célula B sintetizar um mRNA recombinado, não há mais possibilidade de mudar sua especi�cidade em virtude da
exclusão alélica, sintetizando, quando diferenciado em plasmócito, anticorpos monoclonais. Contudo, como a resposta imunológica é
conjunta, a resposta imunológica dos anticorpos acaba sendo classi�cada como policlonal.
Hipermutação somática nas CDRs das Imunoglobulinas
○ É um mecanismo de mutações atreladas a região variável, possibilitando algumas variantes que se ligam mais fortemente ao
antígeno.
Tipos de modi�cações secundárias
○ Hipermutação somática
○ Conversão gênica
○ Troca de classe → Anticorpos com a mesma especi�cidade antigênica em virtude de apresentarem a mesma região variável,
entretanto com diferentes propriedades funcionais por apresentarem distintas porções constantes.
Seleção linfocitária
Felipe Chaiben Spanó et al.
Rearranjo da cadeia leve para edição do receptor
○ É um processo que o linfócito B imaturo selecionado negativamente pela medula óssea pode rearranjar suas cadeias leves, a �m
de que promova uma redução da avidez dessas com o epítopo e evite, desse modo, a eliminação decorrente da seleção negativa.
Obs.: Não há como a cadeia pesada do receptor ser editada na célula B imatura, uma vez que a cadeia pesada é rearranjada entre as fases pró-B e
pré-B, tendo seus genes selecionados e os que não foram selecionados, silenciados.
Obs.: Quando uma célula B naive é ativada, ela interrompe a co-expressão de IgM e de IgD, uma vez que as sequências mi e delta foram
removidas em decorrência da troca de classe das imunoglobulinas ou as células plasmáticas privilegiaram a expressão de IgM, devido à
transcrição a partir do promotor Vh não ser su�cientemente longa até o éxon da Cadeia delta
Obs.: Imaturo é diferente de Naive (virgem). Não se esqueça!
Felipe Chaiben Spanó et al.
Questões (Ontogenia de linfócitos B)
01) A partir de qual estágio celular a célula B pode expressar IgM?
A) Célula pró-B
B) Célula pré-B
C) Célula progenitora linfóide
D) Célula B imatura
02) A síndrome de Omenn é um distúrbio atrelado à de�ciência da ação de recombinases, como a RAG-1 e a RAG-2. Qual seria
o prejuízo para o organismo quanto a células B?
A) Como o indivíduo apresentaria um problema quanto ao processo de recombinação das células B, não conseguiria reconhecer
MHC II pelo BCR.
B) Como o indivíduo apresentaria um problema quanto ao processo de recombinação das células B, não conseguiria secretar
grânulos de perforina, de serglicina e de granzima.
C) Como o indivíduo apresentaria um problema quanto ao processo de recombinação das células B, não conseguiria
desencadear a diferenciação em células B efetoras e de memória, comprometendo tanto a resposta in�amatória atual, quanto
as respostas in�amatórias futuras.
D) Como o indivíduo apresentaria um problema quanto ao processo de recombinação das células B, não conseguiria secretar
imunoglobulinas para a corrente sanguínea durante respostas in�amatórias ao serem transformadas em plasmócitos.
03) A DNA desoxinucleotidil transferase terminal (TdT) é uma enzima atrelada à adição de nucleotídeos N às extremidades da
�ta simples do DNA codi�cante durante o processo de recombinação VDJ de células B. Durante quais tipos celulares de células B
a enzima TdT é expressa?
A) De célula progenitora linfóide a célula pró-B
B) De célula pró-B a célula pré-B
C) De célula pré-B a célula pró-B
D) De célula pré-B a célula B imatura
04) A autotolerância é um mecanismo de apresentação de determinadas proteínas do organismo a células de defesa, como
linfócitos B. A edição do receptor BCR de células B é tido como um processo de tolerância central, o qual é fundamental na
modulação da a�nidade desse receptor com tais proteínas. Com isso, cite onome do mecanismo de edição do receptor BCR e
explique a importância de tal para a promoção da autotolerância.
05) Explique o porquê da expressão de IgM e de IgD na membrana de linfócitos B naive, ao invés de IgG, de IgA e de IgE.
Felipe Chaiben Spanó et al.
MHC
Função do MHC
○ Expôr peptídeos “estranhos” ao organismo na superfície celular.
Restrição ao MHC
○ O complexo peptídeo-MHC somente é reconhecido por TcR somente quando há uma acentuada especi�cidade.
Estrutura das moléculas de MHC expressas na superfície das células
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ MHC classe I → O CD8+ liga-se às porções α3 e β2 microglobulina
○ MHC classe II → O CD4+ liga-se às porções α2 e β2. O peptídeo que se liga ao sítio α1 - β1 é maior do que na molécula de
MHC classe I entre os sítios α1 - α2.
Obs.: O MHC classe III não está expresso na membrana, estando atrelado a vias de sinalização intracelular, como síntese de citocinas (LTß,
Leucotrieno [LT], TNF-α) e de proteínas do complemento.
Obs.: Cerca de 1 a 10% das células T, apresentam capacidade aloreativa, conseguindo se adaptar ao sítio de ligação TcR ao complexo
peptídeo-MHC e, desse modo, gerar, por exemplo, rejeição do corpo a determinado órgão.
Obs.: Citocinas aumentam a expressão de MHC classe II em Macrófagos e em Células dendríticas, sendo possível efetivar a apresentação
do antígeno ao Linfócito T CD4+.
Distribuição dos genes no cromossomo
○ Caráter poligênico e polimór�co do MHC
○ Humano: HLA (Cromossomo 6)
Obs.: Tipagem de HLA → Ver se tal estrutura apresenta um complexo de histocompatibilidade “compatível”.
➣ 6 possibilidades de expressão de MHC de classe I
➣ 12 possibilidades de expressão de MHC de classe II em virtude de existirem 3 genes destinados a tais, cujos apresentam origem
tanto materna, quanto paterna, além de possuírem 2 cadeias, sendo uma alfa e uma beta.
Os genes do HLA possuem uma ampla diversidade alélica
Felipe Chaiben Spanó et al.
Funções de diferentes APC`s
Apresentação de antígenos via MHC I
○ O vírus presente no citoplasma ou em uma vesícula presente no citoplasma induzem a tradução de seus genes, sintetizando
proteínas virais. A proteína viral é ubiquitinada por meio de vias de sinalização, gerando encaminhamento ao proteassoma. No
proteassoma, a proteína viral sofre clivagem proteolítica, formando peptídeos. Em seguida, os peptídeos são transportados para
dentro do Retículo Endoplasmático por um transporte ativo primário por meio de canais heterodimérico constituído por TAP-1
e TAP-2 (Transportadores associados com processamento de antígeno 1 e 2) atrelado à modulação por Tapasina. O peptídeo no
RE apresenta clivagem pela proteína ERAAP (Síntese aumentada por IFN-gama), reduzindo ainda mais o peptídeo a �m de
tornar mais especí�co a ligação da proteína com a cadeia alfa do MHC de classe I. A cadeia alfa de MHC I se liga à ß2m e ao
peptídeo clivado pela ERAAP, sendo transportado, por meio de uma vesícula, para o complexo de Golgi. No complexo de Golgi,
ela sofre as últimas alterações e é encaminhada à membrana plasmática da célula infectada por uma vesícula exocítica, sendo,
assim, capaz de ser reconhecida pela célula T citotóxica (correceptor CD8).
Felipe Chaiben Spanó et al.
○MHC I no RE
➣ As cadeias alfa de MHC I que entram no RE ligam-se a uma chaperona tida como Calnexina, retendo a molécula em
um estado parcialmente pregueado (Somente cadeia alfa). Quando a ß2m se liga à cadeia alfa de MHC I, há uma
dissociação desta com a Calnexina, embora se liguem a um complexo de carregamento. Esse complexo de carregamento é
composto por Calreticulina, Tapasina (Associa o complexo à TAP-1), a Erp57 (Corrige as pontes dissulfeto entre os
domínios do MHC I) e a própria TAP. Após haver ligação do peptídeo com o MHC I completamente dobrado, o
complexo Calreticulina-Tapasina-Erp57-TAP é liberado e o complexo MHC-peptídeo pode deixar o retículo em uma
vesícula a �m de ser transportado até a superfície celular.
Obs.: (Proteassoma)
A resposta imunológica aumenta a expressão de interferon, citocina a qual atua estimulando a tradução dos genes TAP-1 e TAP-2 para
serem expressos no retículo endoplasmático, além de sintetizar determinadas proteínas (LMP2, LMP7 e MECL-1) nas subunidades do
proteassoma, transformando-o em “imunoproteassoma” e, assim, aumentando a e�cácia da clivagem da proteína citoplasmática
ubiquitinada conforme a preferência do heterodímero TAP e do MHC. Esse aumento da e�cácia se dá pelo fato de tais subunidades
alterarem a especi�cidade do proteassoma e, assim, aumentar a clivagem de polipeptídeos após os resíduos hidrofóbicos e reduzir a
clivagem após os resíduos ácidos, aumentando, assim, a presença de peptídeos com resíduos carboxiterminais, os quais são tidos como
preferência pelos processos posteriores. A produção de peptídeos antigênicos é aumentada por uma modi�cação posterior no
proteassoma induzida pelo IFN-gama, gerando um acoplamento do complexo ativador do proteassoma PA28.
Obs.: (Via MHC I)
➣ Os genes TAP-1 e TAP-2 são induzidos por interferons produzidos em resposta à infecção viral.
➣ O complexo TAP possui preferência por peptídeos de 8 a 16 resíduos de aminoácidos, portadores de resíduos hidrofóbicos ou
básicos no terminal carboxila, os quais são características exatas dos peptídeos que se ligam ao MHC I.
Obs.: (Imunoevasinas)
É um mecanismo de determinados tipos virais responsável por impedir o aparecimento do complexo peptídeo-MHC I na membrana
plasmática da célula infectada. Algumas imunoevasinas bloqueiam a entrada dos peptídeos no RE por se ligarem ao transportador
heterodimérico TAP.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Apresentação de antígenos via MHC II
○ Várias classes de patógenos, como protozoários e micobactérias, são endocitados por macrófagos e realizam a replicação em
vesículas intracelulares, sintetizando antígeno proteico. Como estão presentes em endossomas primários, tais não conseguem
passar pela via ubiquitina-proteassoma.
○ Há o fusionamento de lisossomos com os endossomas, formando o endossoma secundário, tornando, cada vez mais, as
vesículas ácidas e, desse modo, possibilitando a ação de proteases responsáveis por clivar o antígeno proteico em peptídeos
menores. Paralelamente a isso, moléculas de MHC II estão sendo montadas no RE, envolvendo, principalmente, a cadeia li
(Cadeia invariável), a qual se liga ao MHC II e, assim, torna essa molécula capaz de migrar por meio de uma vesícula para o CG.
Após passar pelo CG, o MHC II com a cadeia li é encaminhado, por meio da vesícula exocítica, para o endossoma secundário,
havendo fusionamento de tais. Há formação do compartimento MIIC, ocorrendo a clivagem da cadeia li (primeiramente em sua
porção superior e posteriormente em sua porção inferior) pela Catepsina B, sobrando, somente, o fragmento CLIP, o qual está
Felipe Chaiben Spanó et al.
atrelado à fenda do MHC II (CLIP-MHC II).
○ O CLIP se liga ao HLA-DM (molécula de MHC II relacionado ao processamento) e, desse modo, permite que o peptídeo
derivado do antígeno proteico, oriundo do endossoma tardio, se ligue ao MHC II. O HLA-DM apresenta como função,
também, efetuar a ligação mais estável do peptídeo-MHC II (Epítopo imunodominante).
○ Assim, o complexo peptídeo-MHC II é direcionado para a membrana plasmática da célula infectada por meio de uma vesícula,
possibilitando que o linfócito T CD4 reconheça e efetue uma resposta imunológica.
Obs.: As pontes dissulfeto, principalmente intramoleculares, podem exigir redução antes que haja clivagem dos domínios proteicos, sendo
necessário a ação da enzima GILT, induzida por IFN-gama.
Obs.: Os agentes infecciosos adotam diferentes vias de acesso ao compartimento celular, sendo vírus, algumas bactérias e certos antígenos
exógenos derivados de patógenos extracelulares multiplicados no citosol e nos espaços contíguos ao núcleo, enquanto muitas bactérias
patogênicas e alguns parasitas eucariotos se replicam nos endossomas e nos lisossomas que fazem parte do sistema vesicular.
Obs.: (Células T CD4)
As células T CD4 apresentamdiferentes funções efetoras. As células Th1 (T CD4 subpopulação 1) ativam macrófagos para a eliminação de
patógenos intravesiculares e fornecem auxílio às células B na produção de anticorpos. As células Th2 atuam na resposta a parasitas e auxiliam
na produção de anticorpos. As células Th17 - respostas a fungos e a patógenos extracelulares - sintetizam citocina pró-in�amatória IL-17.
Obs.: (Via MHC II)
Certas bactérias, como micobactérias, são endocitadas por macrófagos e, assim, se multiplicam em vesículas intracelulares. Outras bactérias
proliferam no extracelular, sintetizando e secretando toxinas e proteínas no meio intracelular.
Obs.: (HLA)
Há uma modulação da ação de HLA-DM por HLA-DO, encontrada nas vesículas intracelulares das células epiteliais do timo e em células B,
molécula a qual apresenta efeito de inibição. Durante uma resposta in�amatória, o aumento de IFN-gama por células T e NK desencadeia
uma maior expressão de HLA-DM, sendo capaz de sobrepor-se ao efeito inibitório gerado pela HLA-DO.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Apresentação cruzada !!!
Imunodominância de peptídeos
Epítopo imunodominante → Peptídeo com maior avidez de ligação à fenda da molécula de MHC
Superantígenos
➣Os superantígenos se associam aos sítios de ligação proteico da região conservada da MHC II, não necessitando de prévio
processamento.
Felipe Chaiben Spanó et al.
♦ Síndrome do choque tóxico
➣ A bactéria Staphylococcus aureus (S. aureus) se liga à região conservada da MHC II, gerando uma vasta tempestade de
citocinas e, assim, uma resposta in�amatória sistêmica ampliada.
Doenças atreladas à HLA
Vídeos
- Antigen processing and presentation
https://www.youtube.com/watch?v=LwLYGTS_3EI
- Professional antigen presenting cells (APC) and MHC II complexes | NCLEX-RN | Khan Academy
https://www.youtube.com/watch?v=j_kSmmEpvQk
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=LwLYGTS_3EI
https://www.youtube.com/watch?v=j_kSmmEpvQk
Questões (MHC)
01) Qual patógeno desencadearia, diretamente, uma via MHC de classe II?
A) Mycobacterium tuberculosis
B) Candida vaginalis
C) Necator americanus
D) Ancylostoma duodenale
02) Quanto ao reconhecimento do MHC pelo TCR, assinale a alternativa correta:
A) TCR reconhece peptídeos ligados ao MHC, mas não somente esses.
B) Receptor TCR do linfócito TCD8 reconhece apenas MHC-II, enquanto o TCD4, apenas o MHC-I.
C) TCR reconhece apenas peptídeos ligados à fenda de MHC, junto a seus resíduos polimór�cos.
D) A fenda de ligação ao peptídeo do MHC-I é composta pelas regiões α1 e β2.
03) Qual porção do MHC II o linfócito TCD4 se acopla?
A) α2 - β2
B) α1 - β1
C) α3 - mβ2
D) α2 - β1
04) Sabe-se que as APCs são um grupo de células capazes de expressar MHC-II e, a partir desta molécula, apresentar epítopos aos
linfócitos T para ativar sua resposta imunológica. Entretanto, tal molécula é capaz, apenas, de se ligar ao linfócito TCD4.
Explique como ocorre a apresentação ao linfócito TCD8.
05) A Herpes simples 1 é um vírus que sintetiza uma proteína ICP47, responsável por se ligar ao transportador TAP e, assim,
impossibilitar a entrada do peptídeo viral no retículo endoplasmático para se ligar ao MHC I. Esse mecanismo é conhecido como
evasão ao MHC. O que esse mecanismo desencadeia na resposta imunológica?
Felipe Chaiben Spanó et al.
Ontogenia de linfócitos T
Fatores de transcrição especí�cos das linhagens B e T
○ A citocina IL-7 desencadeia a sinalização para a HSC a �m de formar a CLP.
○ A ação da proteína de superfície Notch-1 (ativada por engajamento dos seus ligantes) é essencial para a formação de célula
pró-T ao ligar-se à GATA-3.
Subtipos de linfócitos T
○ Cadeias α-β → Maioria! → São dif. em TCD4 e TCD8
○ Cadeias γ-δ
Complexo TcR e co-receptores CD4 e CD8
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ Motivos ITAM → Motivo de ativação à base de tirosina do imunorreceptor ~ fundamental na transdução de sinal
○ Co-receptores → Apresentam como função reconhecer porções do MHC próximas à base, sendo essencial para a transdução de
sinais.
Estágios da maturação dos linfócitos T
○ O IL-2 é uma citocina fundamental no processo de síntese de linfócitos T. O CD25+ é um receptor que apresenta cadeia alfa
do receptor de IL-2 (IL2Rα).
○ A cadeia β é a primeira a ser rearranjada, diferenciando os linfócitos em seu estágio pré-T. Nesse estágio, essa célula perde a
expressão de CD44, mas mantém a de CD25, sendo chamado de estágio DN3.
○ O estágio DN4 é caracterizado pela célula T expressar uma apresentação conjunta de CD4 e de CD8, sendo chamada como
duplo positiva. Esse estágio encontra-se, predominantemente, no tecido epitelial tímico. Há seleção negativa!
○ O linfócito T (naive) apresenta somente CD4 ou CD8 (simples positivo) e sai maduro (e naive) do timo para a periferia.
Estágios do desenvolvimento de linfócitos T
Felipe Chaiben Spanó et al.
Organização dos loci dos TcR`s humanos na linhagem germinativa
○ A cadeia beta e delta apresentam a mesma forma de recombinação da cadeia pesada da imunoglobulina (Recombinação VDJ).
○ A cadeia gama e alfa apresentam a mesma forma de recombinação da cadeia leve da imunoglobulina (Recombinação VJ).
○ A TdT atua em todas as cadeias citadas, devido a todas apresentarem tal estágio de recombinação ao mesmo período de tempo.
Domínios do receptor das células T
Obs.: Em virtude das células T não apresentarem exclusão alélica quanto a cadeia alfa, há possibilidade de expressar díspares TcR´s na
superfície!
Obs.: Não há hipermutação somática quanto aos linfócitos T!
Felipe Chaiben Spanó et al.
Seleção tímica
○ Seleção positiva:
● Restrição ao MHC → Agem no córtex (cTEC)
● Antígeno próprio → Agem na medula (mTEC)
➣Avidez intermediária pelo próprio → Expressam Foxp3 → Linfócitos T reguladores (Expressam CD4+ em sua superfície).
Genes AIRE
○ Expressam proteínas responsáveis pela depleção de células T tecido-especí�cas.
○ Diferentes órgãos expressam antígenos tecido-especí�cos, os quais chegam ao Timo para serem reconhecidos por linfócitos T.
Caso os linfócitos T reconheçam com alta avidez os antígenos tecido-especí�cos, hão de sofrer apoptose.
Obs.: A expressão errônea de determinados genes AIRE pode ser responsável por desencadear doenças autoimunes.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Sítios anatômicos das células T gama-delta
Migração dos linfócitos T recém-maturados para os órgãos linfóides secundários
Imunode�ciências causadas por falhas no desenvolvimento dos linfócitos
♦ SCID (Síndrome da imunode�ciência combinada)
➣ Atrelada à de�ciência enzimática na recombinação das cadeias dos linfócitos tanto T, quanto B, entre os estágios pró e
pré-célula.
♦ Síndrome de Canale Smith (CSS) ou Síndrome proliferativa autoimune (ALPS)
➣ Aumento do número de linfócitos pela ausência de regulação via apoptose (receptor FAS - via extrínseca apoptótica).
➣ Aumento dos órgãos linfóides (Esplenomegalia e linfadenopatia).
♦ Síndrome de Di George
➣ O indivíduo é imunossuprimido em virtude da ausência de Linfócitos T, tendo diversos problemas sistêmicos, como
de�ciência na adrenal, cardíaca, …
Felipe Chaiben Spanó et al.
Questões (Ontogenia de linfócitos T)
01) Em um laboratório, um cientista resolveu diferenciar uma célula-tronco hematopoiética em uma célula Pró-T. Qual a
citocina, a proteína e o fator de transcrição necessários para tal feito?
A) IL-7, Notch-1 e GATA-3.
B) TNF- α, Notch-1 e STAT-1
C) IL-12, MHC-II e STAT-6
D) IL-8, Notch-1 e GATA-3
02) No processo de seleção tímica dos linfócitos T, qual tipo de linfócito T é originado perante uma avidez intermediária pelo
próprio?
A) Linfócito T regulatório
B) Linfócito Th2
C) Linfócito T CD8
D) Linfócito Th1
03) No timo, há um estágio de duplo positivo, ou seja, o linfócito T expressa ambos os co-receptores. Por que isso é possível?
A) Rearranjo dos genes da cadeia β do TCR
B) Rearranjo dos genes da cadeia α do TCR
C) Expressão dupla de MHC
D) Sinal da ligação de Notch-1
04) Como ocorre a apresentação de proteínas sintetizadas perante a expressão dos genes AIRE para os linfócitosT?
05) Cite 2 mecanismos geradores de diversidade no TCR.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Ativação de linfócitos B
Características gerais da resposta imunológica humoral
Obs.: Humoral → Associado aos líquidos corporais (linfócitos B na linfa)
Papel dos CR2 e Toll na ativação dos linfócitos B
○ CR2
● CR2 → Receptor da proteína do sistema complemento (C2)
● CD19 → Caracteriza a linhagem dos linfócitos B, portando resíduo de tirosina
● TAPA-1 (ITAM)
○ Toll-like receptors (TLR’s)
➣ Reconhecimento de PAMP`s conforme a natureza das moléculas de superfície do antígeno.
Ativação dos linfócitos B
○ Cross-linked das imunoglobulinas (dimerização) para ligação do epítopo do antígeno em cada imunoglobulina perante uma de
suas porções variáveis
Felipe Chaiben Spanó et al.
Processo:
1. Ativação das proteínas cinases adjacentes à molécula das imunoglobulinas → atuação como NRTK (Não-receptor
tirosina quinase)
2. Fosforilação dos resíduos ITAM, possibilitando o ancoramento de outras proteínas (domínio SH2 e SH3 do
receptor)
3. Cascatas de sinalização por fosforilação (via da Ras, PLC-gama, ...)
4. Ativação de fatores de expressão gênica, como NF-kB, NF-AT, CREB (fosforilada), MAPK (fosforilada)
Obs.: Nomenclatura
- NF-kB → Síntese de citocinas pró-in�amatórias, tal como IL-2 (atua na expansão clonal)
- NF-AT ou NFAT → Fator nuclear de células T ativadas
○ A calcineurina atua desfosforilando a NFAT para propiciar a ação desse fator de transcrição no núcleo
Felipe Chaiben Spanó et al.
Tipos de antígenos
● Respostas Timo dependentes x Timo independentes
○ Como a maioria dos epítopos são constituídos por proteínas, a ativação do linfócito B depende do linfócito T, ativando,
portanto, a via timo-dependente.
○ B7 que liga se ao CD28 (em linfócitos T) e CD40 são moléculas co-estimulatórias que atuam na ativação secundária do
linfócito B!
Obs.: Epítopos multivalentes → Diferentes moléculas que recrutam diferentes imunoglobulinas
○ Antígeno Timo dependente (TD)
● Natureza proteica;
● Há mudança de classe dos anticorpos;
● Maturação de a�nidade (hipermutação somática…)
○ Antígeno Timo independente (TI)
● Natureza polimérica (glicolipídios, ácidos nucleicos, …);
● Prioritariamente IgM e IgD;
● Pouca ou nenhuma maturação de a�nidade
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ O linfócito T consegue se “encontrar” com o linfócito B na borda do folículo perante quimiotaxia pautada na concentração das
quimiocinas e dos receptores proteicos a tais (↑CXCR5 e ↓CCR7 estimulação pelo linfócito T).
Ativação do linfócito B pela TCD4+
Obs.: Alguns autores consideram a liberação de citocinas pelos linfócitos B como o terceiro sinal.
1. MHC II + TcR
2. CD40 + CD40L
3. B7 + CD28 → Liberação de citocinas pelo linfócito T, como IL-2, IL-4 e IL-5. O linfócito B, nesse momento, expressa vários
receptores para citocina ➣ Síntese de DNA
Felipe Chaiben Spanó et al.
Hipermutação somática
➣ Ação da enzima AID (deaminase induzida pela ativação) → Insere na região variável dos clones em expansão determinadas
mutações genéticas, as quais são responsáveis por aumentar a a�nidade do anticorpo frente ao epítopo alvo.
Seleção de linfócitos B de alta a�nidade no centro germinativo
Obs.: As células B que continuam apresentando uma baixa a�nidade, recebem um sinal pró-apoptótico.
Obs.: O plasmócito não apresenta imunoglobulinas na membrana, enquanto o linfócito B de memória sim.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Diferenciação de células B após reconhecimento antigênico no centro germinativo
Obs.: O IRF-4 é um fator de transcrição que delimita a ocorrência de diferenciação em Plasmócito perante sinalização de Blimp-1.
➣ ↓ IRF-4 ~ ↑ BL6
➣ ↑ IRF-4 ~ ↑ Blimp-1
Troca de classe (Isotipos)
○ As citocinas que induzem a troca de isotipos são sintetizadas pelo linfócito T após ocorrer a interação entre B7- CD28!
Felipe Chaiben Spanó et al.
○ Após o splicing e a estabilização do mRNA com a cadeia poli A, há deleção dos mRNA que não possuem interesse para a célula
B em determinadas respostas.
Exemplo:
Infecção por helminto ➣ Seleção de mRNA épsilon (IgE) e mRNA gama 4 (IgG4) pelo aumento de IL-4, além da deleção dos
mRNA dos demais!
○ O que determina a classe da imunoglobulina é a citocina sintetizada pelo linfócito T (Per�l de resposta Th)
○ Após a infecção primária, há redução de IgM em virtude da deleção da região mi pelo processo de mudança de classe,
expressando, portanto, IgG ou IgA ou IgE.
Respostas infecciosas
○ Primária x secundária
Felipe Chaiben Spanó et al.
Transporte de IgA através do epitélio
Funções dos anticorpos
Citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC)
○ A célula NK pode reconhecer células com IgG presentes na superfície via receptor Fc-gama e, assim, liberar seus grânulos
apoptóticos.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Tipos de receptor Fc
Obs.: Mínimas concentrações de IgE são captadas pelo Fc-epsilon dos eosinó�los, mastócitos e basó�los em virtude da elevada
a�nidade.
Imunoevasinas da resposta humoral
○ Variação antigênica → variação de epítopos, reduzindo a possibilidade de neutralização efetuada pelos anticorpos.
○ Inibição do sistema complemento pela via clássica → expressão do ácido siálico na superfície do patógeno
○ Resistência à fagocitose
Felipe Chaiben Spanó et al.
Subtipos de linfócitos B
○ Linfócito B-1: Sintetizados pelo fígado em fase fetal, expressando IgM e CD5. São encontrados nas cavidades pleural e
peritoneal. Não realizam troca de classe, sendo, portanto, o IgM expresso continuamente.
○ Linfócito B-2: Sintetizados pela medula óssea, subdividindo-as, no Baço, em células B-2 foliculares e em células B-2 da zona
marginal.
➣ Linfócitos B-2 foliculares: Apresentam tanto IgM, quanto IgD em sua superfície, além de interagirem com os linfócitos
TCD4+. Somente esses linfócitos são capazes de realizar a troca de classe!!
➣ Linfócitos B-2 da zona marginal: Expressam IgM e a proteína CR2/CD21. Participam da resposta timo-independente
e não apresentam troca de classe!
Vídeos
- Activation of B lymphocytes T lymphocytes
https://www.youtube.com/watch?v=2gPkNCSsMHw
Questões (Ativação de linfócitos B)
Felipe Chaiben Spanó et al.
https://www.youtube.com/watch?v=2gPkNCSsMHw
01) Sobre a ativação do linfócito B, é correto a�rmar:
A) Necessita da apresentação por linfócitos TCD4 para todos os tipos de epítopos, para que assim haja a ligação cruzada das
imunoglobulinas, desencadeando uma cascata de sinalização capaz de promover a transcrição de genes, os quais codi�cam a
produção de citocinas importantes para a expansão clonal do linfócito B, como a IL-2.
B) Necessita da apresentação por linfócitos TCD4 apenas para epítopos proteicos, para que assim haja a ligação cruzada das
imunoglobulinas, desencadeando uma cascata de sinalização capaz de promover a transcrição de genes, os quais codi�cam a
produção de citocinas importantes para a expansão clonal do linfócito B, como a IL-2. Epítopos não proteicos são capazes de
ativar sozinhos a célula B.
C) Necessita da apresentação por linfócitos TCD4 apenas para epítopos proteicos, para que assim haja a ligação cruzada das
imunoglobulinas, desencadeando uma cascata de sinalização capaz de promover a transcrição de genes, os quais codi�cam a
produção de citocinas importantes para a expansão clonal do linfócito B, como a IL-21. Epítopos não proteicos não precisam
de linfócitos TCD4 para ativar a célula B.
D) Necessita da apresentação por linfócitos TCD4 para todos os tipos de epítopos, para que assim haja a ligação cruzada das
imunoglobulinas, desencadeando uma cascata de sinalização capaz de promover a transcrição de genes, os quais codi�cam a
produção de citocinas importantes para a expansão clonal do linfócito B, como a IL-21.
02) Uma resposta a helmintos e a processos alérgicos desencadeia a síntese e a secreção de IL-4, citocina a qual atua estimulando
determinados linfócitos B a apresentarem troca de classe dos anticorpos. Quais anticorpos são sintetizados pelos plasmócitos
diferenciados e qual subtipo de linfócito B sofre o processode troca de classe?
A) IgE e IgG2; linfócito B1
B) IgA e IgE; linfócito B2 da zona marginal
C) IgE e IgG4; linfócito B2 folicular
D) IgG1 e IgG3; linfócito B2 da zona marginal
03) O fenômeno da citotoxicidade celular dependente de anticorpo pode ser induzido por anticorpos da classe IgG. Como isso
ocorre?
A) Células NK reconhecem, pelos seus receptores Fc-ɣ, a célula infectada marcada com IgG na sua superfície e, assim, liberam
grânulos de Perforina e Granzima. Isso só é possível porque epítopos do microrganismo passam a ser expressos na membrana
desta célula. Processo independente dos receptores KIR e AR.
B) Células NK reconhecem, pelos seus receptores Fc-ɣ, a célula infectada marcada com IgG na sua superfície e, assim, liberam
grânulos de Perforina e Granzima. Isso só é possível porque epítopos do microrganismo passam a ser expressos na membrana
desta célula. Processo dependente dos receptores KIR e AR.
C) Células NK reconhecem, pelos seus receptores TOLL, a célula infectada marcada com IgG na sua superfície e, assim,
liberam grânulos de proteína básica. Isso só é possível porque epítopos do microrganismo passam a ser expressos na
membrana desta célula. Processo independente dos receptores KIR e AR.
D) Células NK reconhecem, pelos seus receptores Fc-ɣ, a célula infectada marcada com IgG na sua superfície e, assim,
liberam grânulos de citocinas. Isso só é possível porque epítopos do microrganismo passam a ser expressos na membrana
desta célula. Processo dependente dos receptores KIR e AR.
04) Explique o porquê se deve tomar a vacina contra o SARS-COV 2. Busque relacionar sua resposta com o papel da vacina na
resposta imunológica e com a ativação de linfócitos B.
05) Cite 2 mecanismos de evasão da resposta humoral por microrganismos e explique 1 deles
Felipe Chaiben Spanó et al.
Ativação de linfócitos T
Características da resposta imune celular
○ ↑ [IL-2] desencadeia o mecanismo de ativação, de expansão clonal e, a posteriori, de diferenciação, seja em célula efetora, seja em
célula de memória.
Complexo TcR
○ ITAM → Motivo de ativação à base de tirosina do imunorreceptor.
Após a ocorrência da fosforilação, há ligação de proteínas por meio do domínio SH2.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Sinapse imunológica
○ O CD4 atua como co-receptor do linfócito T, podendo reconhecer determinada porção do MHC II (𝛼2 - 𝛽2).
○ A ligação do TcR com o MHC II apresenta elevada especi�cidade.
○ A ITAM é um receptor que desencadeia a transdução do sinal.
○ O CD28 do linfócito T, ao se ligar a B7 da APC, regula positivamente a via de transdução de sinal. O CTLA-4 regula
negativamente a via de transdução de sinais!
○ A a�nidade do CTLA-4 pelo B7 é maior do que a do CD28.
○ A ligação da LFA-1 (presente no linfócito) com a ICAM-1 con�gura a adesão.
○ A expressão de PD-1 desencadeia uma regulação negativa na transdução de sinais, por intermédio da ligação com PD-L1 e
PD-L2 de APC`s e de células tumorais.
Obs.: Tanto a CTLA-4, quanto a PD-1 são moléculas com grande importância clínica, uma vez que, por regularem o linfócito T de forma
negativa, sua neutralização por anticorpos monoclonais pode desencadear uma ativação dos linfócitos T que, a priori, estariam
inibidos, reagindo, portanto, a devida doença.
Felipe Chaiben Spanó et al.
Transdução de sinais por meio da TcR
○ A CD45 atua defosforilando a Lck, a qual atua fosforilando tanto os receptores ITAM, quanto a proteína acopladora ZAP-70.
○A ZAP-70 atua fosforilando a LAT, a GADS e a SLP76. A fosforilação da Lat forma um sítio para a PLC-𝛾1, a qual ativa a via
da IP3.
○ Vias ativadas:
● Via da MAPK → AP-1 (Ativador de proteína-1)
● Via da Akt → Inibe a Bad por meio da fosforilação e, assim, aumenta a concentração de Bcl2 no meio, impedindo
a ocorrência de apoptose. (Sobrevivência)
● Via da IP3 .: ↑[Ca2+] intracelular
➣ PKC → NF-𝜅B ( Fator nuclear kappa B)
➣ Calmodulina → NFAT (Fator nuclear ativador de células T).
Felipe Chaiben Spanó et al.
Papel da CD28 na co-estimulação do linfócito T
○ Efeitos:
● ↑ Bcl2 → Sobrevivência (Via da PI3K- Akt)
● ↑ Ciclinas
● ↑ [IL-2] e IL-2R𝛼
● Diferenciação
Felipe Chaiben Spanó et al.
Papel da CD40 na ativação do Linfócito T
○ Aumento da expressão de B7 pela ligação de CD40 ao CD40L.
Alterações nas moléculas de Linfócitos T
○ A proliferação envolve um aumento de receptor de IL-2 (IL-2R𝛼), heterotrímero conhecido como CD25.
○ A a�nidade da IL-2 pelo receptor é maior em virtude da expressão da cadeia 𝛼 (menor constante de dissociação, apresentando,
portanto, uma maior a�nidade).
Felipe Chaiben Spanó et al.
Função da IL-2
○ A célula T reguladora pode inibir o mecanismo de proliferação e de ativação de linfócitos T a partir do consumo de IL-2 pelos
seus IL-2R𝛼, os quais apresentam expressão constitutiva de cadeias 𝛼.
Expansão clonal de linfócitos T
Felipe Chaiben Spanó et al.
A diferenciação em célula T de memória
Obs.: Diferenciação
Características de uma célula T de memória
○ Expressam proteínas anti-apoptóticas (Bcl-2 e Bcl-xl)
○ Alta concentração de células próprias a um antígeno, respondendo mais rapidamente
○ São capazes de migrar para os tecidos periféricos
○ A IL-7 (linfócito TCD4) e a IL-15 (linfócito TCD8 de memória) são importantes citocinas relacionadas à manutenção de tais
células.
○ Podem ser divididas em:
● Células T de memória efetora → Circ. sanguínea; (-) CCR7
● Células T de memória central → Linfonodo; (+) CCR7
Felipe Chaiben Spanó et al.
Obs.: A diferença entre as células T de memória é tanto pelo local de atuação, quanto pela presença de receptores super�ciais.
Obs.:
○CCR7 é um receptor das células T para “�carem” no linfonodo. Quando as células T deixam de expressar o CCR7, elas podem
“deixar” o linfonodo!
○ O CD62L apresenta variações em sua expressão devido ao fato de que a célula T de memória efetora necessita “deixar” o
linfonodo!
Felipe Chaiben Spanó et al.
Questões (Ativação de linfócitos T)
01) Por que os linfócitos T regulatórios atenuam a ativação de linfócitos T?
A) Os linfócitos T reg., pela expressão constitutiva da cadeia 𝛼 do receptor de IL-2, consomem IL-2, citocina necessária para a
ativação de linfócitos T
B) Os linfócitos T reg. realizam uma inibição da transdução de sinais por meio do receptor CD28
C) Os linfócitos T reg.,pela expressão constitutiva da cadeia 𝛼 do receptor de IL-7, consomem IL-7, citocina necessária para a
ativação dos linfócitos T
D) Os linfócitos T reg. realizam uma inibição, por meio da ação de ligantes PL-D1 e PL-D2, os quais possuem uma expressão
constitutiva nestas células.
02) As células T de memória podem ser subdivididas em centrais e em efetoras. Elas apresentam diferentes localidades, sendo a
primeira restrita ao linfonodo. Por que a primeira é restrita ao linfonodo e a segunda não?
A) A célula T de memória efetora apresenta receptores para quimiocinas presentes no linfonodo, como o receptor CCR7, o que
leva a sua restrição de mobilidade ao linfonodo.
B) A célula T de memória central não apresenta receptores para quimiocinas presentes no linfonodo, como o receptor CCR7,
enquanto a célula T de memória efetora sim, fator o qual desencadeia a restrição da segunda ao linfonodo.
C) A célula T de memória central apresenta receptores para quimiocinas presentes no linfonodo, como o receptor CCR7,
enquanto a célula T de memória efetora não, fator o qual desencadeia a restrição da primeira ao linfonodo.
D) A célula T de memória central apresenta receptores para quimiocinas presentes no linfonodo, como o receptor CCR7, fator o
qual permite sua localização em tecidos periféricos.
03) Um médico deseja realizar um tratamento com anticorpos monoclonais em um paciente com câncer de pele. Para isso, ele deve sugerir, em
um laboratório, a fabricação de quais tipos de anticorpos monoclonais?
A) Anti-CTLA-4 e Anti PD-L1
B) Anti CTLA-4 e Anti PD-L2
C) Anti PD-L1 e Anti-TCR
D) Anti-CTLA-4 e Anti-PD1
04) Explique de forma resumida o porquê da necessidade da APC realizar uma sinapse primeiro com o linfócito TCD4 antes

Outros materiais