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Lígia Lavezo Ferreira SEMIOLOGIA PEDIATRICA O objetivo da consulta pediátrica é o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de um ser, que precisa ser assistido integralmente e de modo particular, uma vez que o ambiente emocional, físico e social vai interferir na constituição orgânica e psíquica deste, com repercussões para toda sua vida. ETAPAS DA INFÂNCIA: Divisão etária da pediatria • Recém-nascido: 0 a 28 dias • Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses • Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses • Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses • Adolescência: 10 anos a 20 anos ANAMNESE Anámnesis = relato dos padecimentos • “Perguntar bem é saber muito” saber a forma de realizar perguntas, deixando na maioria das vezes uma anamnese não orientada, mas passiva ( com os pais falando a vontade) • “Pressa: inimiga da competência” deve-se realizar sem pressa, e com cuidado • “Quem não sabe o que procura, não entende o que acha (Claude Bernardi)” • É causa usual de erro diagnóstico uma história clinica mal realizada. • Diagnóstico: História: 60% - anamnese já 60% do diagnóstico o Anamnese + Exame Físico 75-90% o Apenas com a história (anamnese) bem colhida e realizada chegamos ao diagnóstico em 60% das vezes, quando associamos a anamnese ao exame físico corresponde de 75 a 90% do diagnóstico, sem a necessidade da realização de exames complementares História clínica: • Completa incluir todos os dados, alimentação, rendimento escolar (em crianças em idade escolar) • Sequencial • Detalhada • Estabelecer um bom vínculo médico-paciente Na anamnese exploram-se as dúvidas e preocupações dos pais. A partir de 3-4 anos, deve-se estabelecer também um diálogo com a criança durante a consulta. Lígia Lavezo Ferreira O exame físico da criança deve ser sempre realizado com paciência e gentileza, desde a fala em tom e momentos adequados até o modo de manipular ou conter o paciente O desenvolvimento deve ter um enfoque especial na consulta da criança nessa faixa etária e pode ser abordado nos conteúdos afetivo e cognitivo ANAMNESE • Identificação • Queixa e duração • História clínica (HPMA) • Interrogatório sobre diversos aparelhos (ISDA) • Historia da gestação, parto e nascimento • Heredograma • Antecedentes mórbidos pessoais • História alimentar • Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor • Antecedentes vacinais • Antecedentes mórbidos familiares • Fatores socioeconômicos IDENTIFICAÇÃO • Nome completo • Idade e data de nascimento • Cor • Sexo • Naturalidade • Procedência, endereço, tipo de residência • Religião • Escolaridade • Profissão e ocupação dos pais QUEIXA E DURAÇÃO(QD) • QD: motivo que levou a procurar o médico e tempo de início • Coloca com as palavras do paciente Lígia Lavezo Ferreira HISTÓRIA PREGRESSA DA MOLÉSTIA ATUAL (HPMA) Regras da HPMA • Modo de interrogar sóbrio, afetivo, sério e atencioso. • Anamnese passiva não fazer dirigida, pois pode-se perder detalhes importantes ao interromper a história contada pelos pais • Nunca aceitar passivamente os diagnósticos fornecidos pelos familiares. • Todos os caracteres propedêuticos dos sintomas devem ser referidos na HPMA, afirmando ou negando. • Referir tratamentos já realizados e resultados. o Na história pregressa da doença atual deve-se colher informações de como começou, se antes de teve alguns sinais e sintomas o Não aceitar diagnóstico dado pelos pais de forma alguma INTERROGATÓRIO DOS DIVERSOS APARELHOS (ISDA)[ • GERAL: febre, adinamia, apetite, perda de peso • PELE: erupções cutâneas, prurido, palidez, descamações • CABEÇA E PESCOÇO: cefaléia, tonturas, trauma, tumorações • OLHOS: visão, secreção, prurido, lacrimejamento • OUVIDOS: audição, dor, secreção • NARIZ: coriza, secreção, obstrução, sangramentos, prurido • BOCA E OROFARINGE: dor, feridas, problemas dentários • RESPIRATÓRIO: tosse, dor, dispnéia, chiado, secreção • CARDIOVASCULAR: cianose, dispnéia, dor pré-cordial, palpitações • GASTRINTESTINAL: hábito intestinal, vômitos, regurgitação, dor abdominal, diarréia. • GENITO-URINÁRIO: disúria, dor lombar, frequência urinária, cheiro da urina, coloração urinária, corrimento vaginal, edema. • SISTEMA NERVOSO: convulsões, tremores, coordenação. • SISTEMA LOCOMOTOR: paresias, paralisias, dor em membros, marcha. Pesquisar todos os aparelhos, pq muitas vezes a mãe não se atenta, e não conta, por achar não ser importante HISTÓRIA DA GESTAÇÃO, PARTO E NASCIMENTO. Essa é a história do paciente (da criança) • PRÉ-NATAIS: infecções, medicamentos, sangramentos, hipertensão. • NATAIS: tipo de parto, intercorrências, APGAR (choro ao nascer), peso, comprimento. o Informações do nascimento, de como nasceu, se teve algum problema, se chorou, se ficou na UTI, se nasceu de baixo peso.... Lígia Lavezo Ferreira • PERÍODO NEONATAL: alojamento conjunto, aleitamento materno, UTI, medicamentos, icterícia (fototerapia). o Informações logo após o nascimento, se teve icterícia, se ficou em alojamento conjunto ou UTI, se mamou na mãe, por quanto tempo, se tomou algum medicamento qnd nasceu. ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS - DA CRIANÇA • Doenças próprias da infância. o Cachumba, sarampo, catapora • Outras doenças, alergias, internações, cirurgias Tudo que ocorreu com a criança até o momento, não na forma de história, apenas na forma de diagnóstico e tratamento ANTECEDENTES NUTRICIONAIS • Sumamente importante na pediatria • Tempo de aleitamento materno • Aleitamento materno complementado • Início de aleitamento artificial • Aleitamento artificial qlq outro leite que não seja o materno (em pó, de vaca....) • Qnt mais tempo a criança recebe o aleitamento materno, menor a chance de qnd adulto desenvolver doenças degenerativas (como diabetes, ateroesclerose, hipertensão....) • Crianças que começaram cedo a ser alimentadas com leite de vaca desenvolvem muito mais cedo essas doenças • Época de introdução de outros alimentos • Modo de preparo • Alimentação da família • Dia alimentar (recordatório de 24 horas) CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO neuropsicomotor • Peso e comprimento • Perímetro cefálico, abdominal, torácico • Início da dentição • Sustentação da cabeça, virar na cama, dentição, sentar, engatinhar, andar, primeiras palavras, controle de esfíncteres São os marcos do desenvolvimento infantil • Desempenho escolar • Sociabilidade Lígia Lavezo Ferreira ANTECEDENTES VACINAIS • Carteira vacinal (sempre solicitar) • Eventos adversos reações alérgica • É mais fácil de ser investigado, pq há as carteirinhas, e os programas no Brasil funcionam bem ANTECEDENTES FAMILIARES (ASCENDENTES E DESCENDENTES) • Hipertensão • Diabetes • Infecto-contagiosas • Mortes súbita • Dislipidemia familiares • Cardiopatias graves (óbito < 50 anos) • Doenças neuro-comportamentais • Atopias – tendência familiar à desenvolver IgE contra alérgenos ambientais o Asma, Rinite alérgica, dermatite atópica • Convulsões • Anemias hereditárias o falciforme • Consanguinidade • Essas em azul são patologias que qnd ocorrem na família tem alta tendência da criança tb ter FATORES SOCIOECONÔMICOS • Características do domicílio • Saneamento básico • Animais domésticos • Renda familiar • Escolaridade e profissão dos pais EXAME FÍSICO ROTEIRO: • ANTROPOMETRIA • EXAME FÍSICO GERAL • EXAME FÍSICO ESPECÍFICO O exame físico da criança deve sempre ser realizado com paciência e gentileza (fala em tom gentil, forma de manipular ou conter a criança). Lígia Lavezo Ferreira Procedimentos finais são os mais temidos e “dolorosos”, por isso devem sempre ser explicados e previamente informados. Em toda a consulta (inicial, retorno, emergência) o exame físico deve ser completo. EXAME FÍSICO GERAL Desnudo • Impressão geral• Pele e anexos • Mucosas • Ritmo respiratório • Nível de consciência • Estado nutricional Ex físico geral • Tem início no recebimento do paciente o Estado geral o Grau de consciência o Contato com familiares e com médicos o Irritado, chorando o Participativo o Mucosas o Cianose o Icterícia o Edema o Hidratação o FC, FR, Temp e PA o Linfonodos por inspeção e palpação INSPEÇÃO • Inspeção o Processo de observação o Ferramentas: olhos e nariz o A inspeção é feita pelos olhos e nariz (sentir odores)..... o Processo continuo durante a anamnese e o exame físico o Cuidados: iluminação básica e iluminação tangencial o Iluminação tem que ser natural (luz natural, não artificial), sem cores, para não atrapalhar. o Ela já começa na hora que o paciente adentra o consultório – observar fácies, estado de atenção, nutrição.... Lígia Lavezo Ferreira EXAME FÍSICO ESPECÍFICO CABEÇA • CRÂNIO: conformação, abaulamentos, fontanela, tumorações. • FACE: expressão. • OLHOS: formato, simetria, distância epicantal, coloração da esclerótica, conjuntiva, secreção, tamanho das pupilas, reação à luz, reflexo vermelho. • ORELHAS: implantação, forma, secreção, dor. Otoscopia. • NARIZ: formato, secreção, lesões. Rinoscopia anterior. • BOCA: mucosas, lesões labiais, dentes, orofaringe. PESCOÇO • Abaulamentos, tumorações, cistos, fístulas TÓRAX • Aparelho respiratório: frequência respiratória, rtimo, padrão, abaulamentos e retrações. Palpação, Percurssão e ausculta • INSPEÇÃO DO TÓRAX divisão anatômica o Tórax anterior – duas linhas verticais (linha esternal/hemiclaviculares). o Duas linhas horizontais (terceira articulação condro esternal/ sexta articulação condroesternal. o Região axilar – três linhas verticais (anterior, média, posterior – respeitando as pregas axilares anterior/posterior. Lígia Lavezo Ferreira • INSPEÇÃO ESTÁTICA cor do paciente (cianose/ palidez), cianose= sinal tardio de insuficiência resp (unha, lábios e mucosa oral) o Tipos de tórax – forma do tórax ▪ Normal ▪ Globoso (enfisematoso/tonel) ▪ Piriforme (peito pombo/pectus carinatum) ▪ Achatado (raquitismo) ▪ Infundibuliforme (tórax sapateiro/ pectus excavatum) ▪ Cifoescoliose torácica • INSPEÇÃO DINÂMICA presença de assimetria/ expansibilidade torácica o Ritmo respiratório (taquipnéia, bradipnéia, resp. de Cheyne- Stokes, Biot e Kussmaul). o Insuficiência respiratória (taquipnéia, uso mm acessória, tiragem intercostal e subcostal). Lígia Lavezo Ferreira • PALPAÇÃO DO TÓRAX o Expansão torácica: expansibilidade lobo superior, médio e inferior. o Frêmitos: o Frêmito tóracovocal (aumentado = condensação/cavidades). o Frêmito brônquico (secreções brônquicos). o Frêmito pleural (atrito pleural). • PERCUSSÃO DO TÓRAX o Bimanual digito manual o Claro pulmonar normal, pq tem ar o Maciço pulmão com liq inflamatório, ou colabado, está sem ar o Hipersonoro muito ar, ar residual maior que o normal, asmático crônico, enfisematoso • AUSCULTA PULMONAR o Aquele que se inicia na ausculta do aparelho resp deve, necessariamente, se submeter a um treinamento exaustivo, ouvindo inúmeras vezes um pulmão normal o 02 sons pulmonares normais: murmúrio vesicular ruído laringotraqueal (sopro glótico). ▪ Ruídos adventícios (origem na árvore brônquica alveolares ou espaço pleural). o Formados nos brônquios e alveolares – estertores pleura (atrito). o Ruídos ▪ Secos (cornagem/roncos/sibilos) ▪ Úmidos (estertores crepitantes/bolhosos) o Cornagem (estenose nas porções superiores das vias aéreas faringe/laringe/traquéia e grandes brônquios). ▪ Geralmente de grande intensidade e podendo ser ouvida a certa distância. o Roncos – ruído tonalidade grave, predominantemente inspiratório, geralmente acompanhando a tosse (secreção espessa que adere as paredes brônquicas maiores, reduzindo suas luzes). o Sibilos – ruído tonalidade aguda expiratórios, mesma origem roncos (diminuição luz brônquica). Lígia Lavezo Ferreira o Estertores crepitantes – estertores umidos e descontínuos, exclusivamente inspiratório, ocorrem devido a presença de exsudato/transudato intra-alveolar e podem ser divididos: (fisiológicos/patológicos). o Estertores bolhosos - ruídos descontínuos, audíveis tanto na inspiração como na expiração e resultando mobilização de qualquer conteúdo líquido, presente na árvore brônquica ou em cavidades preexistentes. o Atrito pleural – ocorre devido a irregularidade (espessamento) superfície pleural e ao ocorrer o movimento respiratório origina o atrito (audível na inspiração/expiração e não se modifica pela tosse). o Ausculta da voz – atualmente sugere-se uma simplificação dos termos (broncofonia, pectorilóquia, egofonia). Diz apenas se a transmissão e a palpação voz estão normais, aumentadas ou diminuídas. • APARELHO CARDIOVASCULAR: o ictus, frêmitos, ritmo, intensidade das bulhas cardiacas, sopros, desdobramentos, extra-sístoles. Pulso. Pressão arterial ABDOME • Inspeção Forma, simetria, aspecto, movimentos peristálticos, circulação venosa anômala, cicatriz umbilical. • Ausculta: ruídos hidroaéreos. • Percussão • Palpação: sensibilidade, tensão, ascite, tumorações, visceromegalias: fígado e baço. • AUSCULTA o Divide o abdome em 4 quadrantes o Começa no quadrante inferior esquerdo e segue no sentindo anti- horario Lígia Lavezo Ferreira • PALPAÇÃO o Divisão em 9 regiões o Segue o sentindo horário começa em fossa ilica direita (reg inguinal direita) • Palpação Para determinar Usar Posição, textura, tamanho, consistência, liquido, crepitação, forma de uma massa ou estrutura Superfície palmar dos dedos e coxins dos dedos Vibração Superfície ulnares dos dedos e mãos Temperatura Superfície dorsal das mãos GENITAIS MENINOS: deformidade do pênis, exposição da glande, presença dos testículos. Lígia Lavezo Ferreira MENINAS: tamanho do clitóris, ninfas, orifício uretral, hímem. REGIÃO ANAL E SACROCOCCÍGEA Fissuras, fístulas, saNgramentos, plicomas. deformidades da coluna lombossacra. EXTREMIDADES Simetria, mobilidade, desvios, crepitação, dor. Deformidades: pé torto congênito, pés planos No recém-nascido: manobra de Ortolani e Barlow. Na criança maior: avaliar a coluna na posição ereta NEUROLÓGICO • Nível de consciência, orientação, atitude, marcha, equilíbrio, tônus, força muscular, sensibilidade cutânea. Escala de Glasgow. • Reflexos arcaicos: moro, sucção, prensão palmo-plantar, marcha reflexa, sinal do arqueiro. • Sinais de irritação meníngea: rigidez nucal, Kernig, Brudzinski • Tremores, clônus, movimentos tônicos ou mioclõnicos Lígia Lavezo Ferreira SEMIOLOGIA DO ADOLESCENTE • OMS: 10 aos 19ª - 20 anos incompletos. • Transformações, somáticas, psíquicas e sociais • Nessa faixa etária tem poucas patologias, mas grande “Vulnerabilidade” TIPOS DE ABORDAGEM 1ª CONSULTA • São 3 tipos de abordagem, sendo que o Cliente é o Adolescente Primeiro modelo o Família e adolescente juntos o Depois o Adolescente só • Vantagens: visão dinâmica familiar • Desvantagens: responsável pode polarizar o Atenção do médico – adolescente não se expressa. o Impede informações desconhecidas do adolescente – Adoção. Segundo modelo o Adolescente só o Família e adolescente • Vantagens: facilita vínculo médico – adolescente visão dinâmica familiar. • Desvantagens: preocupações familiares podem não ser abordadas adequadamente. o Impede informações desconhecidas - Adoção. Terceiro modelo o Família sem o adolescente primeiro o Depois o Adolescente só o Depois a Família e adolescente juntos • Vantagens: família e adolescente expressam problemas com diferentes perspectivas. o Família pode dar informaçõesdesconhecidas Adoção. • Desvantagens: pode dificultar vínculo do adolescente – médico “aliado” da família. ANAMNESE 1° momento: Família • HMA – História da Moléstia atual; • AP – Antecedentes Pessoais; • AF – Antecedentes Familiares; • Hábitos de Vida e Condições Ambientais. 2° momento: Adolescente - estabelecer adequado vínculo médico-paciente • HMA Lígia Lavezo Ferreira • ISDA • Condições habituais vida • Ex. físico • Discussão – Diagnóstico – Exames – Tratamento • Orientações educativas 3° momento: Adolescente + Família • Esclarecimentos: HD; Exames e Tratamento • Respeito – Sigilo médico • Retornos: maioria adolescente só Obs Garantir ao adolescente privacidade (direto de ser atendido sozinho), confidencialidade (princípio da benificiência e não maleficência) e sigilo (caso necessário pode ser quebrado, mas precisa avisar o adolescente antes dessa necessidade) DIVISÕES DA ADOLESCÊNCIA • Adolescência inicial- 10 – 13 anos o Mudanças corporais o Ainda dependência forte com a família • Adolescência média - 14-16 anos o Forte ligação com o “GRUPO” o Distanciamento dos pais o Abstração o Interesse nas práticas sexuais o Onipotência • Adolescente Final - 17-20 anos o Consolidação identidade pessoal o Preocupação profissional o Mais relações individuais em detrimento do “GRUPO” ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM: • Considerar: o Aspectos Psicossociais: ▪ Busca de Identidade e papel social ▪ Separação dos pais Vinculo com “GRUPO” ▪ Desenvolvimento intelecto = abstração, critica, questionamento ▪ Vivência temporal singular sem preocupação com o futuro ▪ Sexualidade e identidade sexual ▪ Experimentar o novo, senso de invulnerabilidade comportamento de risco Lígia Lavezo Ferreira Aspectos psicossociais: Quem atende adolescente tem que estar sempre atento à comportamentos de risco para um rápido diagnóstico e instituição de tratamento CONSIDERAÇÕES ▪ Apresentar-se 1° a ele, depois a família; ▪ Atenção as “pistas” não verbais: tom de voz, expressão facial, movimentos corporais; ▪ Demonstrar respeito e preocupação; ▪ Empatia – colocar-se no lugar dele; ▪ Resposta monossilábica, abrir gibi durante consulta = mecanismo de defesa; ▪ Falar de escola, amigos, alimentação mais fácil chegar a “queixa”; ▪ Sexualidade e drogas: conceitos gerais, opinião do “grupo” e depois a dele; ▪ Evitar anotar assuntos + delicados – inibe, altera confiança; ▪ Assegurar confidencialidade (dentro da ética médica) Lígia Lavezo Ferreira ANAMNESE HMA • Problemas saúde • Prevenção ou orientação • Divergências: motivo do adolescente e da família • Queixas vagas (ocultar): agressividade (drogas...?) o Dor baixo ventre (desen. Genital) ISDA • O que acha do seu corpo • Estética • Caract. Sexuais • Acnes • Óculos • Menarca • Corrimento/Ejaculação • Polução noturna (ejaculação involuntária que ocorre durante o sono) • Masturbação • Sexo • Tiques • Onicofagia Lígia Lavezo Ferreira ANTECEDENTES PESSOAIS (AP) • Nascimento • Crescimento e desenvolvimento – Escola • Doenças anteriores suicídios – emocionais • Nutrição passada • Vacinas ANTECEDENTES FAMILIARES (AF) • Doenças crônicas • Incapacitantes (irmão) • Cuidados e prioridades (econômicas e afetivas) o Desviadas afetam necessidades básicas CONDIÇÕES AMBIENTAIS • Renda familiar • Estrutura familiar: nuclear, migrante • Número filhos – agregados • Posição adolescente na família • Tabagismo. Alcoolismo... • Casa – cômodos - Saneamento HÁBITOS DE VIDA • Alimentares • Sono e repouso • Atividade física • Escola (atual) – sociabilidade colegas e professores, aspirações futuras • Trabalho – interf. com escola, lazer, alimentação VIDA SOCIAL: • Família – aceitação dos amigos • Amigos – grupos • Namoros – Experiências: boa ou não • Tentativas suicido – drogas – sexo – vitimização EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE • Privacidade evitar interrupções e exposição do cliente • Explicar todas as etapas e procedimentos • Exposição gradual – lençóis EXAME FÍSICO GERAL • Postura, sentar, falar, andar, humor • Vestes, higiene, hálito, odores corporais • Peso – Altura Lígia Lavezo Ferreira • FR (16 a 20 meninos / 18 a 24 meninas) • FC 60 a 100bpm • PA • Temperatura axilar • Pele e anexos • Acne vulgar – 85% • Seborréia • Verrugas • Pilificação: Tanner • Panículo Adiposo • Linfonodos: involui na puberdade Obs recém nascidos não tem linfonodos, o pico de linfonodos é entre 4 a 5 anos Aos 12 regridem EXAME FÍSICO ESPECIAL • Cabeça perímetro cefálico – 2mm/ano – na fase de velocidade máxima de crescimento • Pescoço tireóide • Torax mamas e presença de ginecomastia (homens) o Mamas: O exame das mamas deve ser realizado para se determinar o estágio de maturação sexual de Tanner, bem como para detectar possíveis patologias, além de ensinar e estimular o autoexame das mamas. ▪ Politelia (mamilos supranumerários) ▪ Hipomastia – Hipermastia – assimetria ▪ Palpação mamas e regiões axilares, supra e infraclaviculares – nódulos (fibroadenomas) ▪ Ginecomastia • 60% meninos uni ou bilateral III – IV Tanner o Pulmão: Inspeção, palpação, percussão, ausculta – igual do adulto Lígia Lavezo Ferreira o Coração: inspeção ▪ Palpação ▪ Ausculta: • Dorsal • Lateral e sentado • Em pé com ligeira flexão do tronco • Sopros inocentes o Abdome: ▪ Inspeção = plano ▪ Ausculta ▪ Palpação ▪ Percussão • Fígado até 1 cm RCD = hemiclavicular • Baço: não palpável o não percutível • Punho-percussão lojas renais • GENITÁLIA: o Masculina: ▪ Maturação sexual - Tanner ▪ Higiene ▪ Prepúcio ▪ Fimose ▪ Aderências balano-prepuciais ▪ Hipospádia – Epispádia ▪ “Micropenis” – Obesidade ▪ Criptorquidia ▪ Varicocele ▪ Corrimento uretral ▪ Ulcerações genitais o Feminina: ▪ Acompanhante durante o exame (médico, assistente, auxiliar, enfermeira) ▪ Decúbito dorsal – pernas fletidas ▪ Tanner ▪ Clitóris (2cm) ▪ Himen (1 cm) ▪ Vulvovaginites, úlceras ▪ Meato uretral MATURAÇÃO SEXUAL: TANNER • Classifica o Sexo feminino- mamas e pelos – estadiamento de 1 a 5 o Masculino – genitais e pelos – estadiamento de 1 a 5 o Muito importante pois permite avaliar as características sexuais secundárias, obtendo-se de forma indireta um retrato das modificações fisiológicas que estão ocorrendo o Relação direta entre estágio de maturação sexual e o crescimento físico e desenvolvimento físico. Lígia Lavezo Ferreira • Sexo masculino: avalia testículos, escroto e pênis o G1- testículos, escroto e pênis de tamanho e proporção infantis o G2- aumento do escroto e testículos, aumento pequeno ou ausente do tamanho do pênis – pele escrotal se torna avermelhada e muda sua estrutura o G3- aumento do pênis, principalmente em comprimento, continua o crescimento do escroto e testículos o G4- aumento do pênis, principalmente em diâmetro e desenvolvimento da glande, continua o crescimento do escroto e testículos, com maior pigmentação da pele escrotal o G5 – genitais adultas, em tamanho e forma • Sexo feminino: mamas o M1 – mamas infantis, com elevação somente da papila o M2 – broto mamário visível, formando-se pequena saliência pela elevação da mama e papila; há aumento do diâmetro areolar; tecido mamário aumentado tem localização subareolar. o M3- maior aumento da mama e aréola, sem separação de seus contornos – tecido mamário ultrapassa limites da aréola o M4- projeção da aréola e da papila formando uma segunda saliência acima do nível da mama o M5- mamas com aspecto adulto, com retorno da aréola para o contorno da mama • Pilificação pelos púbicos – meninos e meninas o P1 – não há pelos púbicos o P2 - crescimento esparso de pelos longos, finos ou discretamente encaracolados – principalmente ao longodos grandes lábio (meninas) ou base do pênis (meninos) o P3 – pelos se tornam mais escuros, espessos e encaracolados, distribuídos pela região púbica o P4- pelos são do tipo adulto, mas a área de distribuição é menor (sem extensão para a superfície interna das coxas) o P5 – pelos do tipo e quantidade igual do adulto Lígia Lavezo Ferreira Relação com crescimento • Sexo feminino estirão do crescimento inicia em M2 e o pico do estirão do crescimento ocorre em M3 o Menarca – em M4, junto com a desaceleração do crescimento • Sexo masculino estirão em G3, com pico d evelocidade de crescimento em G4, e desacelera em G5 Lígia Lavezo Ferreira • ANOPERINEAL e RETO: o Posição SIMS o Nádegas o Fístulas o Lesões traumáticas (abuso...) o Condilomas o Períneo (esforço, pólipo, hemorroidas) o Toque retal??? • ARTERIAS e VEIAS Periféricas: o Pulsos o Sopros o Frêmitos o Coloração pele o Temperatura • Ortopédico: o Ao entrar no consultório o Marcha descalço claudicação sapatos o Postura inspeção estática o Comprimento e largura dos membros o Palpação o Mobilidade ativa e passiva o Força muscular (gravidade-resistência) o Ausculta: sopros = fístulas • NEUROLOGICO: o Motricidade o Sensibilidade o Reflexos tendíneos o Coordenação o Equilíbrio o Marcha • DIAGNÓSTICOS: o Além da queixa: ▪ Crescimento e maturação sexual ▪ Estado nutricional ▪ Alimentação ▪ Desenvolvimento Neuropsicomotor e/ou psicossocial ▪ Imunização ▪ Avaliação do perfil de risco Lígia Lavezo Ferreira SEMIO RECÉM NASCIDOS -RN • Gestantes de risco mais velhas (acima de 35) e menores de 16 anos ANAMNESE NO PERÍODO NEONATAL DADOS MATERNOS • Idade. Estado civil. • Data da última menstruação (regra de Naegele) – cálculo da IG e DPP o Calculo da idade gestacional data da última menstruação (DUM) ▪ Soma 7 dias e Subtrai 3 meses e soma 1 ano • Subtrai 3 meses de Abril a Dezembro, se não soma 9 meses • se o Dia ultrapassar 30 ou 31 dependendo do mês (ou 28/29 em fevereiro), considere o Mês seguinte. • Ex: DUM = 25 / 05 / 2010 +7 -3 +1 DPP = 32 / 02 / 2011 considerar: fevereiro é de 28 dias (32 – 28 = 4), o Mês seguinte a fevereiro é março (03), então DPP = 04 / 03 / 2011 • Na primigesta soma 10 ao invés de 7 ▪ Ex: 30/ 01/ 2016 +7 +9 37 / 10 /2017 37-31= 6 10+1=1106/11/201 • Total de 40 semanas • Número de gestações. Paridade. Abortos. o Gesta= todas as gestações, independente do período o Para número de gestações acima de 20º semanas prematura (entre 20 e 37 semanas), termo (37-41 semanas), gemelar o Abortos – menor de 20 semanas • Doenças maternas durante a gestação o Hipertensão a mãe já tinha ou desenvolveu na gestação – normalmente na 20ªsmn – principalmente em primigestas – geram parto prematuro, risco para a mãe e bebê- eclampsia o Diabetes bebês grandes (6 kg), pode desenvolver meningomielocele, cardiopatias, síndrome do pulmão úmido o Hipotiroidismo • Pré-natal se foi feito ou não • Número de consultas no pré-natal. • OMS- mínimo 6 consultas 1 no 1° trimestre, 2 no 2° trimestre e 3 no 3° trimestre • Exames sorológicos. Infecções congênitas. o Pré-natal é importante para evitar doenças sífilis, hepatite (transmissão vertical (mãe para o feto) 10% evoluem para cura e 90% evoluem para cirrose o Hepatite B é prevenível por vacinação Lígia Lavezo Ferreira • Incompatibilidade sanguínea. ABO; Rh o Incompatibilidade do fator Rh Doença hemolítica do recém-nascido ▪ Tem que saber a tipagem sanguínea da mãe e do feto, para prevenir na segunda gestação ▪ Sistema ABO está presentem em todas as céls orgânicas é um quadro de incompatibilidade que não traz tanta agressão ao bebe como trás o fator RH • Exames ultrassonográficos. o No mínimo 2 US – são 3 – uma por trimestre (Transluscência nucal – morfológica – obstétrica) • Uso de drogas e medicamentos. • PARTO o Tipo de parto natural, cesária pode trazer complicações ao bebê o Indicação de cesárea. ▪ Principal complicação da cesárea eletiva síndrome do pulmão úmido • A mulher precisa sentir as dores de parto para ocorrer essa maturação do pulmão, sem as contrações traz complicações ao bebe o Anestesia tomar cuidado pode causar depressão respiratória no bebe o Intercorrências. DIVISÃO ETÁRIA DA PEDIATRIA • Recém-nascido: 0 a 28 dias • Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses • Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses • Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses • Adolescência: 10 anos a 20 anos Dentro da faixa do RN temos o período perinatal e neonatal • Perinatal período compreendido entre 22 semanas de gestação a 7 dias após nascimento o Antes da 22ª smn tem abortamento • Período neonatal 0-28 dias o Precoce 0-7 dias ▪ Maior taxa de mortalidade o Tardio 8-28 dias IDADE GESTACIONAL OMS: • Pré-termo: menor ou igual 36 semanas e 6 dias o 2006 – PRÉ TERMO tardio: nascimento entre 34s a 36s + 6 dias Prematuro – todo RN que nasce antes da 37ª semana Lígia Lavezo Ferreira • Termo 37ª semana a 41ª semana e 6 dias • Pós-termo maior ou igual 42 semanas CLASSIFICAÇÃO POR PESO AO NASCER • Peso insuficiente 2500g a 2999g • Baixo peso menor 2500g – desnutrida o Pode ser por ser prematura e nasceu antes do tempo, o Ou chegou na gestação completa de 40 semn com peso de 2500g, é por baixa perfusão plascentária o Tem hipoglicemia, hipocalcemia, distúrbios respiratórios. • Muito baixo peso menor que 1500g o Mais de 50% de mortalidade • Extremo baixo peso menor 1000g • GIG excesso de peso, filho de mãe diabética SEMIOLOGIA INICIAL CUIDADOS IMEDIATOS • Tirou o bebe deve esperar de 1 a 3 min para camplear o cordão- pq a placenta continua promovendo passagem de sangue para o bebê (transfusão placentária-fetal), previne a anemia fisiológica do lactente o Puxa a criança e ela deve ficar em nível de barriga da mãe (do útero) o Aumenta as concentrações iniciais de hemoglobina e os estoques de ferro nos bebês o Conduta de manter a criança mais tempo sem clampear é para aumentar fluxo sanguíneo vindo da placenta, e previne anemia depois do 3 mês • Manter o bebê aquecido perda e calor (fontanelas), causa falta de O2 • Criança nasce cianótica, devido a baixa saturação de O2 na barriga da mãe 1- Boletim de Apgar o Deve ser feito no primeiro minuto que o bebe nascer o Nota que varia de 0 a 10 - qnt mais alta maior as funções ao nascimento ▪ Acima de 7 a criança esta bem o No primeiro min (dá as condições de nascimento da criança) e no 5 min (dá o prognóstico - como essa criança vai evoluir) ▪ Serve para saber se a criança nasceu bem ou não o 5 itens que dá uma pontuação que reflete a condição da criança Lígia Lavezo Ferreira 5 ITENS – observados no 1 e 5 min • Frequência cardíaca (FC) no primeiro minuto pede ao obstetra e pegar a pulsação do cordão umbilical (da artéria umbilical), pq o bebe nesse primeiro min está ainda conectado ao cordão o Conta o batimento em 15 seg e multiplica por 4 ▪ É o parâmetro que vai determinar as diferentes manobras de reanimação neonatal o A freq. cardíaca deve ser avaliada por meio do cordão umbilical (tem 1 veia e 2 artérias – veia maior e artéria menor) o Depois só determina pelo estetoscópio por um minuto • Esforço respiratório pelo choro o Pelo choro sabe que a criança está respirando adequadamente, se nascer sem choro tem que reanimar. • Tônus muscular todo bebe nasce contraído com tônus aumentado o Nasceu flácido não nasceu bem o Todo bebe nasce com certo grau de tonicidade o Pernas e braços fletidos o Criança não pode nascer hipotônica, se nascer hipotônica tem que reanimar • Irritabilidade reflexa tosse e espirro o Durante a aspiração • Cor importante saber que todo bebe dentro dabarriga da mâe é cianótico - pq no útero vive em baixa tensão de O2 e alta de CO2 (saturação de 62% aproximadamente) o Sempre tem alguma cianose, por isso o Apgar não fica com 10 ao nascer, pq normalmente sempre tem um pouco de cianose de extremidades o Pq a saturação sanguínea da criança e em torno de 65 a 67% dentro da barriga da mãe o Mas até o 1 a 5 min o bebe está cianótico o Todo bebe nasce com cianose de extremidades, depois ele vai oxigenando e ficando rósea Lígia Lavezo Ferreira 1- Malformações congênitas o De forma grosseira fissura lábio palatina, melingocele, onfalocele, acefalia 2- Risco eminente de vida o A FC é o indicador crítico de risco da criança ▪ A FC é o principal indicador de mudança de conduta ▪ Tem que estar acima de 100 • Média 140bpm ROTEIRO DO EXAME FÍSICO Exame Físico Geral Observação cuidadosa da cor, FR, consciência ativa e reativa ao meio, tonicidade, movimentação ativa, deformações... • É mais importante observar o bebe do que tocar o bebe • Inspeção é muito importante • Mãe diabética tem muito defeito de má formação, principalmente do fechamento do tubo neural o Procedimento cirúrgico muito ruim Mensuração Peso, manutenção do calor e umidade, tamanho, perímetro cefálico e torácico • Em seguida a criança deve ser pesada, em ambiente quente e aquecido pra não perder calor e não faltar oxigenação • Preservação do calor do RN, e retirar umidade para evitar perda de temperatura (enxugar rapidamente) • Deve ser feita a antropometria (diâmetro da cabeça) Idade Gestacional X Peso ao Nascer • PIG abaixo do percentil 10 abaixo do peso • AIG entre os percentis 10 e 90 • GIG acima do percentil 90 criança acima do peso • Deve ser feita a avaliação da criança toda vez com base na idade gestacional Lígia Lavezo Ferreira Ausculta: Após a inspeção, auscultar pulmões, coração e abdome. Palpação: Posteriormente à ausculta palpar o abdome Exame Físico Específico 1- COTO UMBILICAL deve ser palpado (fino/ grosso; agenesia de artéria umbilicar; coloração - mecônio) • Observar se é fino ou grosso o Mais grosso tem mais geléia de Warton • Verificar se tem agenesia arterial no cordão umbilical o Tem 2 artérias e 1 veia o Falta de 1 artéria significa que pode ter má formação renal ou na região esplâncnica – problemas renais ou hepáticos • Quando campleia o cordão a veia umbilical fica sangrando, as artérias não ficam brancas • Coloração normalmente é clara, porém pode estar esverdeado por ter eliminado mecônio dentro do útero - por estar em sofrimento intra-uterino o MECÔNIO subst. presente no tubo intestinal que tem suco pancreático, intestinal, bile, resto de céls intestinais ▪ Formado a partir da 16ª a 18ª semana, presente no tubo intestinal até o período que a criança nasce, e após nascimento elimina mecônio. ▪ Eliminado após o nascimento Lígia Lavezo Ferreira ▪ Eliminação antes (intra-uterino) por supressão respiratória intrauterina (sofrimento do feto) ou por maturidade do feto • Mecônio dentro do liq aminiotico é complicado, pq o feto deglute e aspira liquido amniótico, que entra no pulmão, causando grandes problemas. • Crianças que passam do tempo de nascer pós datismo – pós-termo o Motilina (um peptídeo intestinal que estimula o peristaltismo) é eliminada na criança e aumenta as contrações intestinais e a criança elimina o mecônio no liquido amniótico. • Criança pode nascer toda manchada de verde, cordão umbilical verde, por estar impregnado com mecônio. o Em determinadas situações, nasceu com mecônio, e hipotônica tem que reanimar- insuficiência resp. o Se nasceu com mecônio e esta chorando bem, não precisa clampear imediatamente, pq não aspirou mecônio. 2- PAVILHÃO AURICULAR 3- PERMEABILIDADE DA NARINA pode ser observada pela passagem da sonda durante a aspiração 4- BOCA: fenda palatina, fissura labial, macroglossia 5- TÓRAX: clavículas, sinais de dificuldade respiratória 6- CABEÇA: bossa, cefalohematoma, fontanelas, suturas, craniotabes • Coisa importante na cabeça é que entre os ossos temos as suturas o Existem fontanelas anterior (pregmática = fecha com cerca de 1 ano) e posterior (lambidoide = fecha com 30 dias de vida) o Podem ter lesões nessa região Bossa serossanguinolenta extravasamento de liquido no subcutâneo decorrente da pressão exercida na hora do parto, cabeça protusa (por compressão da cabeça) • Edema mole indolor e desaparece em 2 a 3 dias até no máximo 1 semn o Está no subcutâneo Acúmulo de líquido no subcutâneo o Por compressão da cabeça durante o parto, e da edema e extravasa liquido para o subcutâneo o Não é ruptura de vasos, é edema Cefalo-hematoma Sangramento ocasionado por traumatismo, que ocorre entre periósteo e calota craniana (uso de fórceps) • Edema duro, elástico, dolorido, limitado ao osso • Grave pode levar a hiperbilirrubinemia, ocasionando quernicteros (acúmulo de bilirrubina no SNC – doença neurológica irreversível) o É hemorragia sub-periostal Lesão do periósteo causando sangramento entre o periósteo e a calota craniana ▪ É dentro do osso, não é no subcutâneo • Sangramento, que dá aspecto de edema, duro, elástico (não é depressivo como a bossa), e dolorido por estar na reg subperiostal • Decorrente da compressão no canal de parto, mais frequentemente por uso do fórceps no parto. Lígia Lavezo Ferreira • Muito grave pq pode pré-dispor ao quernicteros impreguinação amarelada no núcleo da base o Sangue acumulado pode ser degradado, produz bilirrubina, causando ICTERÍCIA, e pode ir ao SNC (principalmente núcleos da base) da criança e causar lesão neural irreversível. o Leva a um aumento de hemólise levando a icterícia o Pode levar a um quadro fatal e limita os ossos craniais. o Bilirrubina é neurotóxica e provoca retardo mental gravíssimo e irreversível. o Demora meses para reabsorção total e forma um calo ósseo (fibrose). 7- EXAME CUTÂNEO Manchas salmão atrás da nuca, pálpebra e nariz pequenos capilares imaturos dilatados, que ficaram presentes do desenvolvimento embrionário que somem após 1 ano e meio o Não é hemangioma Mancha mongólica encontrada em 100% dos negros, de origem racial, hiperpigmentação melânica 8- APARELHO RESPIRATÓRIO • Frequência respiratória média o RN: 40 a 50 rpm o 2 a 6 meses : 35 o 6 a 12 meses: 25 o 1 a 4 anos: 20 o 4 a 10 anos: 18 o 10 a 14 anos: 16 • Taquipneia: acima de 60 rpm (normal vai de 40 – 50 rpm). Boletim de Sirverman-Anderson em crianças com taquipneia Quanto maior a nota pior Lígia Lavezo Ferreira • Observar: • Gemido expiratório se há ou não gemido durante a expiração o Gemido resulta do fechamento parcial da glote durante a expiração para manter a capacidade residual funcional e prevenir o colapso alveolar, pode ser um sinal de síndrome da angustia respiratória. o Se estiver gemendo e ouve de longe ela está com mta dificuldade resp • Batimento da asa do nariz grau de abertura da aleta nasal mostra o grau de dificuldade respiratória o Pq não sabe resp pela boca, então abre mais a aleta do nariz o Abertura e fechamento clínico das narinas durante a respiração. o RN é um respirador nasal obrigatório, logo a dilatação diminui a resistência da via aérea superior, reduzindo o trabalho respiratório. o Pode ser + acentuado nos recém nascidos que necessitam de aumento na ventilação • Retração diafragmática decorrem do deslocamento da caixa torácica para dentro a cada respiração deve ser simétrico o As retrações aparecem quando há complacência pulmonar baixa, obstrução de vias aéreas superiores ou alteração estrutural do tórax. o Se a doença progride o RN aumenta a força contrátil do diafragma para tentar expandir o pulmão, consequência protrusão do abdome. ▪ Respiração do RN é diafragmática o Tiragem depressão intercostal,durante a inspiração, causada pela pressão negativa o Balancimprotrusão do abdome e retração de toda a porção anterior do tórax – movimento assimétrico 9- EXAME DO CORAÇÃO Inspeção: cianose, taquipnéia • Patologia cardíaca envolve dificuldade resp e cianose • Pulsos fracos: o DC diminuído, vasoconstricção periférica, hipoplasia de VE o Pulso fino debito cardíaco não está muito bom, coração não está conseguindo mandar sangue para periferia, então acompanha má perfusão das extremidades ▪ Pode ser Hipoplasia do ventrículo esquerdo • Pulsos amplos: PCA • FC: 120-160 bpm/min o Acima de 200 é taquicardia • Sopro adaptativo perinatal 1-10% tem sopro nas primeiras horas o Uma adaptação da circulação fetal o Pq não manda sangue pro pulmão o Tem abertura entre o átrio esquerdo e direto, qnd nasce a criança começa a chorar e se fecha essa comunicação, e começa a circulação normal do bebe, e uma canal arterial Lígia Lavezo Ferreira o São dois folhetos parietais que se fecham por colabamento, e o canal arterial é por fechamento ▪ Em algumas crianças essa comunicação não fecha, permanece ▪ Sopro funcional adaptativo- nas primeiras 24h depois desaparece, passou das 24 h esse sopro é patológico 10- EXAME DO ABDOMEM • Geralmente globoso, flácido. • Aspecto escavado hérnia diafragmática • Inspeção e ausculta sempre antes da palpação • Palpação com as mãos aquecidas • Fígado: 0,5 a 2 cm do rebordo costal direito • Baço: geralmente não palpável • Massa palpáveis: hidronefrose, rins policísticos 11- EXAMES DO ANUS, RETO E APARELHO GENITOURINARIO • Imperfuração anal exame inicial o Verificar perfuração anal sonda coloca no ânus e tem que entrar 3 cm ▪ Se entrar menos o canal não está completamente aberto • Hipospadia, epispadia o Hipospádia Saída do orifício uretral fora da glande o Epispádiauretra não central ▪ Não consegue procriar e infecções de repetição • Genitália ambígua o Genitália ambígua em crianças que tem hiperplasia da adrenal congênita (produção de hormônios) o Clitóris avantajados e genitália feminina, ou parte externa feminina e interna masculina • Testículos tópicos • Hidroceles • Hidroceles liquidos em volta do testículos 12- EXAME DAS EXTREMIDADES • Adactilia dedos grudados, comum em mãe diabético • Assimetria de membros • Deformidades de pés • DISPLASIA DO QUADRIL manobra de ortolani o Pra verificar se a cabeça do fêmur está bem adaptada ao acetábulo o Mais freq. nas meninas e quadril esquerdo o E nas crianças que tiverem apresentação pélvica • Displasia do quadril posicionamento da cabeça do fêmur para o acetábulo está fora de posição, e o fêmur não encaixa e da atrofia da cabeça do fêmur e acetábulo, se feito essas manobras detecta cedo, e tem como corrigir (mov de abertura e deixar a criança nessa posição por Lígia Lavezo Ferreira 6 meses até o osso se encaixar), agora se não detectar por essa manobra após 1 meses e já é tarde para tratar • Ortolani: coloca o fêmur luxado em posição no acetábulo -reduz a cabeça do fêmur • Cabeça do fêmur fora da posição ideal no acetábulo. o Recolocação da cabeça do fêmur no acetábulo – reduz a cabeça do fêmur o Positivo qnd ouve estalido – indica que a cabeça do fêmur entrou no acetábulo o Adução das perninhas, empurrando-as pra frente (dentro do acetábulo), então abre-se as perninhas (abdução) e ouve uma crepitação. Deve ser investigado. Esta é a melhor manobra. • O examinador segura as pernas dos lactentes de modo que seus polegares posicionem-se na parte medial das coxas e dos dedos na parte lateral das coxas do lactente. As coxas são abduzidas delicadamente, e o examinador aplica uma força leve nos trocanteres maiores com os dedos de cada mão. O examinador sentirá resistência a cerca de 30º de abdução e, se houver deslocamento, sentirá um estalido na redução do deslocamento. • Manobra de Barlow: (deslocamento) faz a luxação do quadril o Manobra é realizada ao se aduzir o quadril (trazendo em direção à linha média) enquanto se aplica uma pequena pressão sobre o joelho, direcionando a força posteriormente o Positiva qnd ouve o estalido indica que o fêmur saiu da articulação. o É mais chata de fazer e é menos utilizada • Manobras podem ser feita de 15 a 30 dias, pois não há correção apos esse período. • Displasia de quadril Mais comum em meninas, e normalmente quadril esquerda, parto pélvico. Lígia Lavezo Ferreira EXAME NEUROLÓGICO • Exame neurológico (Capurro; New Ballard) • Movimentação ativa, tonus • Tremores , clonus o Clonus puxa os dedos e a criança começa a tremer problema neurológico ou falta de cálcio no sangue • Reflexos primitivos: Moro, tônico-cervical (Magnus-Klein), preensão palmo-plantar, marcha reflexa, sucção • o Reflexo tônico cervical reflexo do arqueiro ▪ Viro a cabeça ela ergue a mão contra lateral ▪ Feito para avaliar problemas de origem neurológica. o Reflexo da preensão palmo-plantar pressiona a mão e o dedo inverte, flete em cima do nosso dedo ▪ Reflexo de preensão colocar o dedo na palma da mão do bebe o Reflexo de busca (procura o seio da mãe) ▪ Reflexo de extrusão da língua (eleva a língua) ▪ Obs.: sem esses movimentos deve-se procurar uma fono. o Reflexo da sucção ela suga tudo que coloca na boca, não é fome o Reflexo da marcha coloca em pé e empurra pra frente (como se andasse) o Reflexo de moro balança o neném e ele levanta as mãos em susto, importante para avaliar o neném ▪ Reflexo de descer e subir a criança e ela abre os braços Moro Maioria dos reflexos vão até a 7 meses de idade, dp desaparecem • Criança que consegue segurar bem a cabeça tem boa tonicidade, pq a cabeça do bebe é muito grande e pesada o Qnt mais prematuro menor a tonicidade, menor sustentação da cabeça Lígia Lavezo Ferreira
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