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Semiologia Pediatrica

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Lígia Lavezo Ferreira 
SEMIOLOGIA PEDIATRICA 
O objetivo da consulta pediátrica é o acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento de um ser, que precisa ser assistido integralmente e de modo 
particular, uma vez que o ambiente emocional, físico e social vai interferir na 
constituição orgânica e psíquica deste, com repercussões para toda sua vida. 
ETAPAS DA INFÂNCIA: 
Divisão etária da pediatria 
• Recém-nascido: 0 a 28 dias 
• Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses 
• Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses 
• Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses 
• Adolescência: 10 anos a 20 anos 
ANAMNESE 
Anámnesis = relato dos padecimentos 
• “Perguntar bem é saber muito” saber a forma de realizar perguntas, 
deixando na maioria das vezes uma anamnese não orientada, mas 
passiva ( com os pais falando a vontade) 
• “Pressa: inimiga da competência” deve-se realizar sem pressa, e com 
cuidado 
• “Quem não sabe o que procura, não entende o que acha (Claude 
Bernardi)” 
• É causa usual de erro diagnóstico uma história clinica mal realizada. 
• Diagnóstico: História: 60% - anamnese já 60% do diagnóstico 
o Anamnese + Exame Físico 75-90% 
o Apenas com a história (anamnese) bem colhida e realizada 
chegamos ao diagnóstico em 60% das vezes, quando associamos 
a anamnese ao exame físico corresponde de 75 a 90% do 
diagnóstico, sem a necessidade da realização de exames 
complementares 
História clínica: 
• Completa incluir todos os dados, alimentação, rendimento escolar (em 
crianças em idade escolar) 
• Sequencial 
• Detalhada 
• Estabelecer um bom vínculo médico-paciente 
Na anamnese exploram-se as dúvidas e preocupações dos pais. A partir de 3-4 
anos, deve-se estabelecer também um diálogo com a criança durante a consulta. 
Lígia Lavezo Ferreira 
O exame físico da criança deve ser sempre realizado com paciência e gentileza, 
desde a fala em tom e momentos adequados até o modo de manipular ou conter 
o paciente 
O desenvolvimento deve ter um enfoque especial na consulta da criança nessa 
faixa etária e pode ser abordado nos conteúdos afetivo e cognitivo 
ANAMNESE 
• Identificação 
• Queixa e duração 
• História clínica (HPMA) 
• Interrogatório sobre diversos aparelhos (ISDA) 
• Historia da gestação, parto e nascimento 
• Heredograma 
• Antecedentes mórbidos pessoais 
• História alimentar 
• Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor 
• Antecedentes vacinais 
• Antecedentes mórbidos familiares 
• Fatores socioeconômicos 
 
IDENTIFICAÇÃO 
• Nome completo 
• Idade e data de nascimento 
• Cor 
• Sexo 
• Naturalidade 
• Procedência, endereço, tipo de residência 
• Religião 
• Escolaridade 
• Profissão e ocupação dos pais 
QUEIXA E DURAÇÃO(QD) 
• QD: motivo que levou a procurar o médico e tempo de início 
• Coloca com as palavras do paciente 
 
 
 
 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
HISTÓRIA PREGRESSA DA MOLÉSTIA ATUAL (HPMA) 
Regras da HPMA 
• Modo de interrogar sóbrio, afetivo, sério e atencioso. 
• Anamnese passiva não fazer dirigida, pois pode-se perder detalhes 
importantes ao interromper a história contada pelos pais 
• Nunca aceitar passivamente os diagnósticos fornecidos pelos familiares. 
• Todos os caracteres propedêuticos dos sintomas devem ser referidos na 
HPMA, afirmando ou negando. 
• Referir tratamentos já realizados e resultados. 
o Na história pregressa da doença atual deve-se colher informações 
de como começou, se antes de teve alguns sinais e sintomas 
o Não aceitar diagnóstico dado pelos pais de forma alguma 
INTERROGATÓRIO DOS DIVERSOS APARELHOS (ISDA)[ 
• GERAL: febre, adinamia, apetite, perda de peso 
• PELE: erupções cutâneas, prurido, palidez, descamações 
• CABEÇA E PESCOÇO: cefaléia, tonturas, trauma, tumorações 
• OLHOS: visão, secreção, prurido, lacrimejamento 
• OUVIDOS: audição, dor, secreção 
• NARIZ: coriza, secreção, obstrução, sangramentos, prurido 
• BOCA E OROFARINGE: dor, feridas, problemas dentários 
• RESPIRATÓRIO: tosse, dor, dispnéia, chiado, secreção 
• CARDIOVASCULAR: cianose, dispnéia, dor pré-cordial, palpitações 
• GASTRINTESTINAL: hábito intestinal, vômitos, regurgitação, dor 
abdominal, diarréia. 
• GENITO-URINÁRIO: disúria, dor lombar, frequência urinária, cheiro da 
urina, coloração urinária, corrimento vaginal, edema. 
• SISTEMA NERVOSO: convulsões, tremores, coordenação. 
• SISTEMA LOCOMOTOR: paresias, paralisias, dor em membros, marcha. 
Pesquisar todos os aparelhos, pq muitas vezes a mãe não se atenta, e não 
conta, por achar não ser importante 
HISTÓRIA DA GESTAÇÃO, PARTO E NASCIMENTO. 
Essa é a história do paciente (da criança) 
• PRÉ-NATAIS: infecções, medicamentos, sangramentos, hipertensão. 
• NATAIS: tipo de parto, intercorrências, APGAR (choro ao nascer), peso, 
comprimento. 
o Informações do nascimento, de como nasceu, se teve algum 
problema, se chorou, se ficou na UTI, se nasceu de baixo peso.... 
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• PERÍODO NEONATAL: alojamento conjunto, aleitamento materno, UTI, 
medicamentos, icterícia (fototerapia). 
o Informações logo após o nascimento, se teve icterícia, se ficou em 
alojamento conjunto ou UTI, se mamou na mãe, por quanto tempo, 
se tomou algum medicamento qnd nasceu. 
 
ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS - DA CRIANÇA 
• Doenças próprias da infância. 
o Cachumba, sarampo, catapora 
• Outras doenças, alergias, internações, cirurgias 
Tudo que ocorreu com a criança até o momento, não na forma de história, 
apenas na forma de diagnóstico e tratamento 
ANTECEDENTES NUTRICIONAIS 
• Sumamente importante na pediatria 
• Tempo de aleitamento materno 
• Aleitamento materno complementado 
• Início de aleitamento artificial 
• Aleitamento artificial qlq outro leite que não seja o materno (em pó, de 
vaca....) 
• Qnt mais tempo a criança recebe o aleitamento materno, menor a chance 
de qnd adulto desenvolver doenças degenerativas (como diabetes, 
ateroesclerose, hipertensão....) 
• Crianças que começaram cedo a ser alimentadas com leite de vaca 
desenvolvem muito mais cedo essas doenças 
• Época de introdução de outros alimentos 
• Modo de preparo 
• Alimentação da família 
• Dia alimentar (recordatório de 24 horas) 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO neuropsicomotor 
• Peso e comprimento 
• Perímetro cefálico, abdominal, torácico 
• Início da dentição 
• Sustentação da cabeça, virar na cama, dentição, sentar, engatinhar, 
andar, primeiras palavras, controle de esfíncteres São os marcos do 
desenvolvimento infantil 
• Desempenho escolar 
• Sociabilidade 
 
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ANTECEDENTES VACINAIS 
• Carteira vacinal (sempre solicitar) 
• Eventos adversos reações alérgica 
• É mais fácil de ser investigado, pq há as carteirinhas, e os programas no 
Brasil funcionam bem 
ANTECEDENTES FAMILIARES (ASCENDENTES E DESCENDENTES) 
• Hipertensão 
• Diabetes 
• Infecto-contagiosas 
• Mortes súbita 
• Dislipidemia familiares 
• Cardiopatias graves (óbito < 50 anos) 
• Doenças neuro-comportamentais 
 
• Atopias – tendência familiar à desenvolver IgE contra alérgenos ambientais 
o Asma, Rinite alérgica, dermatite atópica 
• Convulsões 
• Anemias hereditárias 
o falciforme 
• Consanguinidade 
• Essas em azul são patologias que qnd ocorrem na família tem alta 
tendência da criança tb ter 
FATORES SOCIOECONÔMICOS 
• Características do domicílio 
• Saneamento básico 
• Animais domésticos 
• Renda familiar 
• Escolaridade e profissão dos pais 
 
EXAME FÍSICO 
ROTEIRO: 
• ANTROPOMETRIA 
• EXAME FÍSICO GERAL 
• EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
O exame físico da criança deve sempre ser realizado com paciência e gentileza 
(fala em tom gentil, forma de manipular ou conter a criança). 
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Procedimentos finais são os mais temidos e “dolorosos”, por isso devem sempre 
ser explicados e previamente informados. 
Em toda a consulta (inicial, retorno, emergência) o exame físico deve ser 
completo. 
EXAME FÍSICO GERAL 
Desnudo 
• Impressão geral• Pele e anexos 
• Mucosas 
• Ritmo respiratório 
• Nível de consciência 
• Estado nutricional 
 
Ex físico geral 
• Tem início no recebimento do paciente 
o Estado geral 
o Grau de consciência 
o Contato com familiares e com médicos 
o Irritado, chorando 
o Participativo 
o Mucosas 
o Cianose 
o Icterícia 
o Edema 
o Hidratação 
o FC, FR, Temp e PA 
o Linfonodos por inspeção e palpação 
INSPEÇÃO 
• Inspeção 
o Processo de observação 
o Ferramentas: olhos e nariz 
o A inspeção é feita pelos olhos e nariz (sentir odores)..... 
o Processo continuo durante a anamnese e o exame físico 
o Cuidados: iluminação básica e iluminação tangencial 
o Iluminação tem que ser natural (luz natural, não artificial), sem 
cores, para não atrapalhar. 
o Ela já começa na hora que o paciente adentra o consultório – 
observar fácies, estado de atenção, nutrição.... 
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EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
CABEÇA 
• CRÂNIO: conformação, abaulamentos, fontanela, tumorações. 
• FACE: expressão. 
• OLHOS: formato, simetria, distância epicantal, coloração da esclerótica, 
conjuntiva, secreção, tamanho das pupilas, reação à luz, reflexo 
vermelho. 
• ORELHAS: implantação, forma, secreção, dor. Otoscopia. 
• NARIZ: formato, secreção, lesões. Rinoscopia anterior. 
• BOCA: mucosas, lesões labiais, dentes, orofaringe. 
 
PESCOÇO 
• Abaulamentos, tumorações, cistos, fístulas 
TÓRAX 
• Aparelho respiratório: frequência respiratória, rtimo, padrão, 
abaulamentos e retrações. Palpação, Percurssão e ausculta 
 
• INSPEÇÃO DO TÓRAX divisão anatômica 
o Tórax anterior – duas linhas verticais (linha 
esternal/hemiclaviculares). 
o Duas linhas horizontais (terceira articulação condro esternal/ sexta 
articulação condroesternal. 
o Região axilar – três linhas verticais (anterior, média, posterior – 
respeitando as pregas axilares anterior/posterior. 
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• INSPEÇÃO ESTÁTICA cor do paciente (cianose/ palidez), cianose= 
sinal tardio de insuficiência resp (unha, lábios e mucosa oral) 
o Tipos de tórax – forma do tórax 
▪ Normal 
▪ Globoso (enfisematoso/tonel) 
▪ Piriforme (peito pombo/pectus carinatum) 
▪ Achatado (raquitismo) 
▪ Infundibuliforme (tórax sapateiro/ pectus excavatum) 
▪ Cifoescoliose torácica 
 
• INSPEÇÃO DINÂMICA presença de assimetria/ expansibilidade 
torácica 
o Ritmo respiratório (taquipnéia, bradipnéia, resp. de Cheyne-
Stokes, Biot e Kussmaul). 
o Insuficiência respiratória (taquipnéia, uso mm acessória, tiragem 
intercostal e subcostal). 
 
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• PALPAÇÃO DO TÓRAX 
o Expansão torácica: expansibilidade lobo superior, médio e inferior. 
o Frêmitos: 
o Frêmito tóracovocal (aumentado = condensação/cavidades). 
o Frêmito brônquico (secreções brônquicos). 
o Frêmito pleural (atrito pleural). 
 
 
 
 
 
 
 
• PERCUSSÃO DO TÓRAX 
o Bimanual digito manual 
o Claro pulmonar normal, pq tem ar 
o Maciço pulmão com liq inflamatório, ou colabado, está sem ar 
o Hipersonoro muito ar, ar residual maior que o normal, asmático 
crônico, enfisematoso 
 
• AUSCULTA PULMONAR 
o Aquele que se inicia na ausculta do aparelho resp deve, 
necessariamente, se submeter a um treinamento exaustivo, 
ouvindo inúmeras vezes um pulmão normal 
o 02 sons pulmonares normais: murmúrio vesicular ruído 
laringotraqueal (sopro glótico). 
▪ Ruídos adventícios (origem na árvore brônquica 
alveolares ou espaço pleural). 
 
o Formados nos brônquios e alveolares – estertores pleura (atrito). 
o Ruídos 
▪ Secos (cornagem/roncos/sibilos) 
▪ Úmidos (estertores crepitantes/bolhosos) 
 
o Cornagem (estenose nas porções superiores das vias aéreas  
faringe/laringe/traquéia e grandes brônquios). 
▪ Geralmente de grande intensidade e podendo ser ouvida a 
certa distância. 
o Roncos – ruído tonalidade grave, predominantemente inspiratório, 
geralmente acompanhando a tosse (secreção espessa que adere 
as paredes brônquicas maiores, reduzindo suas luzes). 
o Sibilos – ruído tonalidade aguda expiratórios, mesma origem 
roncos (diminuição luz brônquica). 
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o Estertores crepitantes – estertores umidos e descontínuos, 
exclusivamente inspiratório, ocorrem devido a presença de 
exsudato/transudato intra-alveolar e podem ser divididos: 
(fisiológicos/patológicos). 
o Estertores bolhosos - ruídos descontínuos, audíveis tanto na 
inspiração como na expiração e resultando mobilização de 
qualquer conteúdo líquido, presente na árvore brônquica ou em 
cavidades preexistentes. 
o Atrito pleural – ocorre devido a irregularidade (espessamento) 
superfície pleural e ao ocorrer o movimento respiratório origina o 
atrito (audível na inspiração/expiração e não se modifica pela 
tosse). 
o Ausculta da voz – atualmente sugere-se uma simplificação dos 
termos (broncofonia, pectorilóquia, egofonia). Diz apenas se a 
transmissão e a palpação voz estão normais, aumentadas ou 
diminuídas. 
 
• APARELHO CARDIOVASCULAR: 
o ictus, frêmitos, ritmo, intensidade das bulhas cardiacas, sopros, 
desdobramentos, extra-sístoles. Pulso. Pressão arterial 
ABDOME 
• Inspeção Forma, simetria, aspecto, movimentos peristálticos, 
circulação venosa anômala, cicatriz umbilical. 
• Ausculta: ruídos hidroaéreos. 
• Percussão 
• Palpação: sensibilidade, tensão, ascite, tumorações, visceromegalias: 
fígado e baço. 
 
• AUSCULTA 
o Divide o abdome em 4 quadrantes 
o Começa no quadrante inferior esquerdo e segue no sentindo anti-
horario 
 
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• PALPAÇÃO 
o Divisão em 9 regiões 
o Segue o sentindo horário começa em fossa ilica direita (reg inguinal 
direita) 
 
• Palpação 
Para determinar Usar 
Posição, textura, tamanho, consistência, 
liquido, crepitação, forma de uma massa ou 
estrutura 
Superfície palmar dos dedos e coxins dos 
dedos 
Vibração Superfície ulnares dos dedos e mãos 
Temperatura Superfície dorsal das mãos 
 
 
 
GENITAIS 
 MENINOS: deformidade do pênis, exposição da glande, presença dos 
testículos. 
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 MENINAS: tamanho do clitóris, ninfas, orifício uretral, hímem. 
REGIÃO ANAL E SACROCOCCÍGEA 
 Fissuras, fístulas, saNgramentos, plicomas. deformidades da 
coluna lombossacra. 
 EXTREMIDADES 
 Simetria, mobilidade, desvios, crepitação, dor. 
 Deformidades: pé torto congênito, pés planos 
 No recém-nascido: manobra de Ortolani e Barlow. 
 Na criança maior: avaliar a coluna na posição ereta 
 NEUROLÓGICO 
• Nível de consciência, orientação, atitude, marcha, equilíbrio, tônus, força 
muscular, sensibilidade cutânea. Escala de Glasgow. 
• Reflexos arcaicos: moro, sucção, prensão palmo-plantar, marcha reflexa, 
sinal do arqueiro. 
• Sinais de irritação meníngea: rigidez nucal, Kernig, Brudzinski 
• Tremores, clônus, movimentos tônicos ou mioclõnicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEMIOLOGIA DO ADOLESCENTE 
• OMS: 10 aos 19ª - 20 anos incompletos. 
• Transformações, somáticas, psíquicas e sociais 
• Nessa faixa etária tem poucas patologias, mas grande “Vulnerabilidade” 
TIPOS DE ABORDAGEM 1ª CONSULTA 
• São 3 tipos de abordagem, sendo que o Cliente é o Adolescente 
Primeiro modelo 
o Família e adolescente juntos 
o Depois o Adolescente só 
• Vantagens: visão dinâmica familiar 
• Desvantagens: responsável pode polarizar 
o Atenção do médico – adolescente não se expressa. 
o Impede informações desconhecidas do adolescente – Adoção. 
Segundo modelo 
o Adolescente só 
o Família e adolescente 
• Vantagens: facilita vínculo médico – adolescente visão dinâmica familiar. 
• Desvantagens: preocupações familiares podem não ser abordadas 
adequadamente. 
o Impede informações desconhecidas - Adoção. 
Terceiro modelo 
o Família sem o adolescente primeiro 
o Depois o Adolescente só 
o Depois a Família e adolescente juntos 
• Vantagens: família e adolescente expressam problemas com diferentes 
perspectivas. 
o Família pode dar informaçõesdesconhecidas Adoção. 
• Desvantagens: pode dificultar vínculo do adolescente – médico “aliado” 
da família. 
ANAMNESE 
1° momento: Família 
• HMA – História da Moléstia atual; 
• AP – Antecedentes Pessoais; 
• AF – Antecedentes Familiares; 
• Hábitos de Vida e Condições Ambientais. 
2° momento: Adolescente - estabelecer adequado vínculo médico-paciente 
• HMA 
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• ISDA 
• Condições habituais vida 
• Ex. físico 
• Discussão – Diagnóstico – Exames – Tratamento 
• Orientações educativas 
3° momento: Adolescente + Família 
• Esclarecimentos: HD; Exames e Tratamento 
• Respeito – Sigilo médico 
• Retornos: maioria adolescente só 
 
Obs Garantir ao adolescente privacidade (direto de ser atendido sozinho), 
confidencialidade (princípio da benificiência e não maleficência) e sigilo (caso 
necessário pode ser quebrado, mas precisa avisar o adolescente antes dessa 
necessidade) 
 
DIVISÕES DA ADOLESCÊNCIA 
• Adolescência inicial- 10 – 13 anos 
o Mudanças corporais 
o Ainda dependência forte com a família 
• Adolescência média - 14-16 anos 
o Forte ligação com o “GRUPO” 
o Distanciamento dos pais 
o Abstração 
o Interesse nas práticas sexuais 
o Onipotência 
• Adolescente Final - 17-20 anos 
o Consolidação identidade pessoal 
o Preocupação profissional 
o Mais relações individuais em detrimento do “GRUPO” 
ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM: 
• Considerar: 
o Aspectos Psicossociais: 
▪ Busca de Identidade e papel social 
▪ Separação dos pais Vinculo com “GRUPO” 
▪ Desenvolvimento intelecto = abstração, critica, 
questionamento 
▪ Vivência temporal singular sem preocupação com o futuro 
▪ Sexualidade e identidade sexual 
▪ Experimentar o novo, senso de invulnerabilidade 
comportamento de risco 
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Aspectos psicossociais: Quem atende adolescente tem que estar sempre atento 
à comportamentos de risco para um rápido diagnóstico e instituição de 
tratamento 
 
CONSIDERAÇÕES 
▪ Apresentar-se 1° a ele, depois a família; 
▪ Atenção as “pistas” não verbais: tom de voz, expressão facial, 
movimentos corporais; 
▪ Demonstrar respeito e preocupação; 
▪ Empatia – colocar-se no lugar dele; 
▪ Resposta monossilábica, abrir gibi durante consulta = mecanismo 
de defesa; 
▪ Falar de escola, amigos, alimentação mais fácil chegar a “queixa”; 
▪ Sexualidade e drogas: conceitos gerais, opinião do “grupo” e depois a 
dele; 
▪ Evitar anotar assuntos + delicados – inibe, altera confiança; 
▪ Assegurar confidencialidade (dentro da ética médica) 
 
 
 
 
 
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ANAMNESE 
HMA 
• Problemas saúde 
• Prevenção ou orientação 
• Divergências: motivo do adolescente e da família 
• Queixas vagas (ocultar): agressividade (drogas...?) 
o Dor baixo ventre (desen. Genital) 
ISDA 
• O que acha do seu corpo 
• Estética 
• Caract. Sexuais 
• Acnes 
• Óculos 
• Menarca 
• Corrimento/Ejaculação 
 
• Polução noturna (ejaculação 
involuntária que ocorre durante o 
sono) 
• Masturbação 
• Sexo 
• Tiques 
• Onicofagia 
 
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ANTECEDENTES PESSOAIS (AP) 
• Nascimento 
• Crescimento e desenvolvimento – Escola 
• Doenças anteriores suicídios – emocionais 
• Nutrição passada 
• Vacinas 
ANTECEDENTES FAMILIARES (AF) 
• Doenças crônicas 
• Incapacitantes (irmão) 
• Cuidados e prioridades (econômicas e afetivas) 
o Desviadas afetam necessidades básicas 
CONDIÇÕES AMBIENTAIS 
• Renda familiar 
• Estrutura familiar: nuclear, migrante 
• Número filhos – agregados 
• Posição adolescente na família 
• Tabagismo. Alcoolismo... 
• Casa – cômodos - Saneamento 
HÁBITOS DE VIDA 
• Alimentares 
• Sono e repouso 
• Atividade física 
• Escola (atual) – sociabilidade colegas e professores, aspirações futuras 
• Trabalho – interf. com escola, lazer, alimentação 
 
 VIDA SOCIAL: 
• Família – aceitação dos amigos 
• Amigos – grupos 
• Namoros – Experiências: boa ou não 
• Tentativas suicido – drogas – sexo – vitimização 
 
EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE 
 
• Privacidade  evitar interrupções e exposição do cliente 
• Explicar todas as etapas e procedimentos 
• Exposição gradual – lençóis 
 
EXAME FÍSICO GERAL 
• Postura, sentar, falar, andar, humor 
• Vestes, higiene, hálito, odores corporais 
• Peso – Altura 
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• FR (16 a 20 meninos / 18 a 24 meninas) 
• FC 60 a 100bpm 
• PA 
• Temperatura axilar 
 
• Pele e anexos 
• Acne vulgar – 85% 
• Seborréia 
• Verrugas 
• Pilificação: Tanner 
• Panículo Adiposo 
• Linfonodos: involui na puberdade 
Obs recém nascidos não tem linfonodos, o pico de linfonodos é entre 4 a 5 
anos Aos 12 regridem 
EXAME FÍSICO ESPECIAL 
 
• Cabeça perímetro cefálico – 2mm/ano – na fase de velocidade máxima 
de crescimento 
• Pescoço tireóide 
 
• Torax mamas e presença de ginecomastia (homens) 
o Mamas: O exame das mamas deve ser realizado para se 
determinar o estágio de maturação sexual de Tanner, bem como 
para detectar possíveis patologias, além de ensinar e estimular o 
autoexame das mamas. 
▪ Politelia (mamilos supranumerários) 
▪ Hipomastia – Hipermastia – assimetria 
▪ Palpação mamas e regiões axilares, supra e 
infraclaviculares – nódulos (fibroadenomas) 
 
▪ Ginecomastia 
• 60% meninos uni ou bilateral III – IV Tanner 
 
o Pulmão: Inspeção, palpação, percussão, ausculta – igual do adulto 
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o Coração: inspeção 
▪ Palpação 
▪ Ausculta: 
• Dorsal 
• Lateral e sentado 
• Em pé com ligeira flexão do tronco 
• Sopros inocentes 
o Abdome: 
▪ Inspeção = plano 
▪ Ausculta 
▪ Palpação 
▪ Percussão 
• Fígado até 1 cm RCD = hemiclavicular 
• Baço: não palpável 
o não percutível 
• Punho-percussão lojas renais 
• GENITÁLIA: 
o Masculina: 
▪ Maturação sexual - Tanner 
▪ Higiene 
▪ Prepúcio 
▪ Fimose 
▪ Aderências balano-prepuciais 
▪ Hipospádia – Epispádia 
▪ “Micropenis” – Obesidade 
▪ Criptorquidia 
▪ Varicocele 
▪ Corrimento uretral 
▪ Ulcerações genitais 
o Feminina: 
▪ Acompanhante durante o exame (médico, assistente, 
auxiliar, enfermeira) 
▪ Decúbito dorsal – pernas fletidas 
▪ Tanner 
▪ Clitóris (2cm) 
▪ Himen (1 cm) 
▪ Vulvovaginites, úlceras 
▪ Meato uretral 
 
MATURAÇÃO SEXUAL: TANNER 
• Classifica 
o Sexo feminino- mamas e pelos – estadiamento de 1 a 5 
o Masculino – genitais e pelos – estadiamento de 1 a 5 
o Muito importante pois permite avaliar as características sexuais 
secundárias, obtendo-se de forma indireta um retrato das 
modificações fisiológicas que estão ocorrendo 
o Relação direta entre estágio de maturação sexual e o crescimento 
físico e desenvolvimento físico. 
 
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• Sexo masculino: avalia testículos, escroto e pênis 
o G1- testículos, escroto e pênis de tamanho e proporção infantis 
o G2- aumento do escroto e testículos, aumento pequeno ou ausente 
do tamanho do pênis – pele escrotal se torna avermelhada e muda 
sua estrutura 
o G3- aumento do pênis, principalmente em comprimento, continua 
o crescimento do escroto e testículos 
o G4- aumento do pênis, principalmente em diâmetro e 
desenvolvimento da glande, continua o crescimento do escroto e 
testículos, com maior pigmentação da pele escrotal 
o G5 – genitais adultas, em tamanho e forma 
 
 
• Sexo feminino: mamas 
o M1 – mamas infantis, com elevação somente da papila 
o M2 – broto mamário visível, formando-se pequena saliência pela 
elevação da mama e papila; há aumento do diâmetro areolar; 
tecido mamário aumentado tem localização subareolar. 
o M3- maior aumento da mama e aréola, sem separação de seus 
contornos – tecido mamário ultrapassa limites da aréola 
o M4- projeção da aréola e da papila formando uma segunda 
saliência acima do nível da mama 
o M5- mamas com aspecto adulto, com retorno da aréola para o 
contorno da mama 
 
• Pilificação pelos púbicos – meninos e meninas 
o P1 – não há pelos púbicos 
o P2 - crescimento esparso de pelos longos, finos ou discretamente 
encaracolados – principalmente ao longodos grandes lábio 
(meninas) ou base do pênis (meninos) 
o P3 – pelos se tornam mais escuros, espessos e encaracolados, 
distribuídos pela região púbica 
o P4- pelos são do tipo adulto, mas a área de distribuição é menor 
(sem extensão para a superfície interna das coxas) 
o P5 – pelos do tipo e quantidade igual do adulto 
 
 
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Relação com crescimento 
• Sexo feminino estirão do crescimento inicia em M2 e o pico do estirão do 
crescimento ocorre em M3 
o Menarca – em M4, junto com a desaceleração do crescimento 
• Sexo masculino estirão em G3, com pico d evelocidade de crescimento 
em G4, e desacelera em G5 
 
 
 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
• ANOPERINEAL e RETO: 
o Posição SIMS 
o Nádegas 
o Fístulas 
o Lesões traumáticas (abuso...) 
o Condilomas 
o Períneo (esforço, pólipo, hemorroidas) 
o Toque retal??? 
 
• ARTERIAS e VEIAS Periféricas: 
o Pulsos 
o Sopros 
o Frêmitos 
o Coloração pele 
o Temperatura 
 
• Ortopédico: 
o Ao entrar no consultório 
o Marcha descalço claudicação sapatos 
o Postura inspeção estática 
o Comprimento e largura dos membros 
o Palpação 
o Mobilidade ativa e passiva 
o Força muscular (gravidade-resistência) 
o Ausculta: sopros = fístulas 
 
• NEUROLOGICO: 
o Motricidade 
o Sensibilidade 
o Reflexos tendíneos 
o Coordenação 
o Equilíbrio 
o Marcha 
 
• DIAGNÓSTICOS: 
o Além da queixa: 
▪ Crescimento e maturação sexual 
▪ Estado nutricional 
▪ Alimentação 
▪ Desenvolvimento Neuropsicomotor e/ou psicossocial 
▪ Imunização 
▪ Avaliação do perfil de risco 
 
 
 
 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
SEMIO RECÉM NASCIDOS -RN 
• Gestantes de risco mais velhas (acima de 35) e menores de 16 anos 
ANAMNESE NO PERÍODO NEONATAL 
DADOS MATERNOS 
• Idade. Estado civil. 
• Data da última menstruação (regra de Naegele) – cálculo da IG e DPP 
o Calculo da idade gestacional data da última menstruação (DUM) 
▪ Soma 7 dias e Subtrai 3 meses e soma 1 ano 
• Subtrai 3 meses de Abril a Dezembro, se não soma 9 meses 
• se o Dia ultrapassar 30 ou 31 dependendo do mês (ou 28/29 em 
fevereiro), considere o Mês seguinte. 
• Ex: DUM = 25 / 05 / 2010 
 +7 -3 +1 
 DPP = 32 / 02 / 2011 considerar: fevereiro é de 28 dias 
(32 – 28 = 4), o Mês seguinte a fevereiro é março (03), então 
DPP = 04 / 03 / 2011 
• Na primigesta soma 10 ao invés de 7 
▪ Ex: 30/ 01/ 2016 
 +7 +9 
 37 / 10 /2017 
 37-31= 6 10+1=1106/11/201 
• Total de 40 semanas 
• Número de gestações. Paridade. Abortos. 
o Gesta= todas as gestações, independente do período 
o Para número de gestações acima de 20º semanas  prematura (entre 
20 e 37 semanas), termo (37-41 semanas), gemelar 
o Abortos – menor de 20 semanas 
• Doenças maternas durante a gestação 
o Hipertensão a mãe já tinha ou desenvolveu na gestação – 
normalmente na 20ªsmn – principalmente em primigestas – geram parto 
prematuro, risco para a mãe e bebê- eclampsia 
o Diabetes bebês grandes (6 kg), pode desenvolver meningomielocele, 
cardiopatias, síndrome do pulmão úmido 
o Hipotiroidismo 
• Pré-natal se foi feito ou não 
• Número de consultas no pré-natal. 
• OMS- mínimo 6 consultas 1 no 1° trimestre, 2 no 2° trimestre e 3 no 3° 
trimestre 
• Exames sorológicos. Infecções congênitas. 
o Pré-natal é importante para evitar doenças  sífilis, hepatite 
(transmissão vertical (mãe para o feto) 10% evoluem para cura e 90% 
evoluem para cirrose 
o Hepatite B é prevenível por vacinação 
Lígia Lavezo Ferreira 
• Incompatibilidade sanguínea. ABO; Rh 
o Incompatibilidade do fator Rh Doença hemolítica do recém-nascido 
▪ Tem que saber a tipagem sanguínea da mãe e do feto, para 
prevenir na segunda gestação 
▪ Sistema ABO está presentem em todas as céls orgânicas é um 
quadro de incompatibilidade que não traz tanta agressão ao bebe 
como trás o fator RH 
• Exames ultrassonográficos. 
o No mínimo 2 US – são 3 – uma por trimestre (Transluscência nucal – 
morfológica – obstétrica) 
• Uso de drogas e medicamentos. 
• PARTO 
o Tipo de parto natural, cesária pode trazer complicações ao bebê 
o Indicação de cesárea. 
▪ Principal complicação da cesárea eletiva síndrome do 
pulmão úmido 
• A mulher precisa sentir as dores de parto para ocorrer 
essa maturação do pulmão, sem as contrações traz 
complicações ao bebe 
o Anestesia tomar cuidado pode causar depressão respiratória no 
bebe 
o Intercorrências. 
DIVISÃO ETÁRIA DA PEDIATRIA 
• Recém-nascido: 0 a 28 dias 
• Lactente: 29 dias a 1 ano e 11 meses 
• Pré-escolar: 2 anos a 6 anos e 11 meses 
• Escolar: 7 anos a 9 anos e 11 meses 
• Adolescência: 10 anos a 20 anos 
Dentro da faixa do RN temos o período perinatal e neonatal 
• Perinatal período compreendido entre 22 semanas de gestação a 7 
dias após nascimento 
o Antes da 22ª smn tem abortamento 
• Período neonatal 0-28 dias 
o Precoce 0-7 dias 
▪ Maior taxa de mortalidade 
o Tardio 8-28 dias 
IDADE GESTACIONAL 
OMS: 
• Pré-termo: menor ou igual 36 semanas e 6 dias 
o 2006 – PRÉ TERMO tardio: nascimento entre 34s a 36s + 6 dias 
Prematuro – todo RN que nasce antes da 37ª semana 
Lígia Lavezo Ferreira 
• Termo 37ª semana a 41ª semana e 6 dias 
• Pós-termo maior ou igual 42 semanas 
 
CLASSIFICAÇÃO POR PESO AO NASCER 
• Peso insuficiente 2500g a 2999g 
• Baixo peso menor 2500g – desnutrida 
o Pode ser por ser prematura e nasceu antes do tempo, 
o Ou chegou na gestação completa de 40 semn com peso de 2500g, é por 
baixa perfusão plascentária 
o Tem hipoglicemia, hipocalcemia, distúrbios respiratórios. 
• Muito baixo peso menor que 1500g 
o Mais de 50% de mortalidade 
• Extremo baixo peso menor 1000g 
• GIG excesso de peso, filho de mãe diabética 
SEMIOLOGIA INICIAL 
CUIDADOS IMEDIATOS 
• Tirou o bebe deve esperar de 1 a 3 min para camplear o cordão- pq a 
placenta continua promovendo passagem de sangue para o bebê 
(transfusão placentária-fetal), previne a anemia fisiológica do lactente 
o Puxa a criança e ela deve ficar em nível de barriga da mãe (do 
útero) 
o Aumenta as concentrações iniciais de hemoglobina e os 
estoques de ferro nos bebês 
o Conduta de manter a criança mais tempo sem clampear é para 
aumentar fluxo sanguíneo vindo da placenta, e previne anemia 
depois do 3 mês 
• Manter o bebê aquecido perda e calor (fontanelas), causa falta de O2 
• Criança nasce cianótica, devido a baixa saturação de O2 na barriga da 
mãe 
 
1- Boletim de Apgar 
o Deve ser feito no primeiro minuto que o bebe nascer 
o Nota que varia de 0 a 10 - qnt mais alta maior as funções ao 
nascimento 
▪ Acima de 7 a criança esta bem 
o No primeiro min (dá as condições de nascimento da criança) e no 
5 min (dá o prognóstico - como essa criança vai evoluir) 
▪ Serve para saber se a criança nasceu bem ou não 
o 5 itens que dá uma pontuação que reflete a condição da criança 
Lígia Lavezo Ferreira 
 
5 ITENS – observados no 1 e 5 min 
• Frequência cardíaca (FC) no primeiro minuto pede ao obstetra e pegar 
a pulsação do cordão umbilical (da artéria umbilical), pq o bebe nesse 
primeiro min está ainda conectado ao cordão 
o Conta o batimento em 15 seg e multiplica por 4 
▪ É o parâmetro que vai determinar as diferentes manobras 
de reanimação neonatal 
o A freq. cardíaca deve ser avaliada por meio do cordão umbilical (tem 1 
veia e 2 artérias – veia maior e artéria menor) 
o Depois só determina pelo estetoscópio por um minuto 
• Esforço respiratório pelo choro 
o Pelo choro sabe que a criança está respirando adequadamente, se 
nascer sem choro tem que reanimar. 
• Tônus muscular todo bebe nasce contraído com tônus aumentado 
o Nasceu flácido não nasceu bem 
o Todo bebe nasce com certo grau de tonicidade 
o Pernas e braços fletidos 
o Criança não pode nascer hipotônica, se nascer hipotônica tem que 
reanimar 
• Irritabilidade reflexa tosse e espirro 
o Durante a aspiração 
• Cor importante saber que todo bebe dentro dabarriga da mâe é cianótico - 
pq no útero vive em baixa tensão de O2 e alta de CO2 (saturação de 62% 
aproximadamente) 
o Sempre tem alguma cianose, por isso o Apgar não fica com 10 ao 
nascer, pq normalmente sempre tem um pouco de cianose de 
extremidades 
o Pq a saturação sanguínea da criança e em torno de 65 a 67% 
dentro da barriga da mãe 
o Mas até o 1 a 5 min o bebe está cianótico 
o Todo bebe nasce com cianose de extremidades, depois ele vai 
oxigenando e ficando rósea 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
1- Malformações congênitas 
o De forma grosseira fissura lábio palatina, melingocele, 
onfalocele, acefalia 
2- Risco eminente de vida 
o A FC é o indicador crítico de risco da criança 
▪ A FC é o principal indicador de mudança de conduta 
▪ Tem que estar acima de 100 
• Média 140bpm 
ROTEIRO DO EXAME FÍSICO 
Exame Físico Geral 
Observação cuidadosa da cor, FR, consciência ativa e reativa ao meio, 
tonicidade, movimentação ativa, deformações... 
• É mais importante observar o bebe do que tocar o bebe 
• Inspeção é muito importante 
• Mãe diabética tem muito defeito de má formação, principalmente do 
fechamento do tubo neural 
o Procedimento cirúrgico muito ruim 
Mensuração 
Peso, manutenção do calor e umidade, tamanho, perímetro cefálico e 
torácico 
• Em seguida a criança deve ser pesada, em ambiente quente e aquecido 
pra não perder calor e não faltar oxigenação 
• Preservação do calor do RN, e retirar umidade para evitar perda de 
temperatura (enxugar rapidamente) 
• Deve ser feita a antropometria (diâmetro da cabeça) 
Idade Gestacional X Peso ao Nascer 
• PIG abaixo do percentil 10 abaixo do peso 
• AIG entre os percentis 10 e 90 
• GIG acima do percentil 90 criança acima do peso 
 
• Deve ser feita a avaliação da criança toda vez com base na idade 
gestacional 
Lígia Lavezo Ferreira 
 
Ausculta: 
 Após a inspeção, auscultar pulmões, coração e abdome. 
Palpação: 
 Posteriormente à ausculta palpar o abdome 
 
Exame Físico Específico 
1- COTO UMBILICAL deve ser palpado (fino/ grosso; agenesia de artéria 
umbilicar; coloração - mecônio) 
• Observar se é fino ou grosso 
o Mais grosso tem mais geléia de Warton 
• Verificar se tem agenesia arterial no cordão umbilical 
o Tem 2 artérias e 1 veia 
o Falta de 1 artéria significa que pode ter má formação renal ou na 
região esplâncnica – problemas renais ou hepáticos 
• Quando campleia o cordão a veia umbilical fica sangrando, as artérias não ficam 
brancas 
• Coloração normalmente é clara, porém pode estar esverdeado por ter 
eliminado mecônio dentro do útero - por estar em sofrimento intra-uterino 
o MECÔNIO subst. presente no tubo intestinal que tem suco 
pancreático, intestinal, bile, resto de céls intestinais 
▪ Formado a partir da 16ª a 18ª semana, presente no tubo intestinal 
até o período que a criança nasce, e após nascimento elimina 
mecônio. 
▪ Eliminado após o nascimento 
Lígia Lavezo Ferreira 
▪ Eliminação antes (intra-uterino) por supressão respiratória 
intrauterina (sofrimento do feto) ou por maturidade do feto 
• Mecônio dentro do liq aminiotico é complicado, pq o feto deglute e aspira liquido 
amniótico, que entra no pulmão, causando grandes problemas. 
• Crianças que passam do tempo de nascer pós datismo – pós-termo 
o Motilina (um peptídeo intestinal que estimula o peristaltismo) é eliminada 
na criança e aumenta as contrações intestinais e a criança elimina o 
mecônio no liquido amniótico. 
• Criança pode nascer toda manchada de verde, cordão umbilical verde, por estar 
impregnado com mecônio. 
o Em determinadas situações, nasceu com mecônio, e hipotônica tem que 
reanimar- insuficiência resp. 
o Se nasceu com mecônio e esta chorando bem, não precisa clampear 
imediatamente, pq não aspirou mecônio. 
2- PAVILHÃO AURICULAR 
3- PERMEABILIDADE DA NARINA pode ser observada pela passagem da 
sonda durante a aspiração 
4- BOCA: fenda palatina, fissura labial, macroglossia 
5- TÓRAX: clavículas, sinais de dificuldade respiratória 
6- CABEÇA: bossa, cefalohematoma, fontanelas, suturas, craniotabes 
• Coisa importante na cabeça é que entre os ossos temos as suturas 
o Existem fontanelas anterior (pregmática = fecha com cerca de 1 ano) e 
posterior (lambidoide = fecha com 30 dias de vida) 
o Podem ter lesões nessa região 
Bossa serossanguinolenta extravasamento de liquido no subcutâneo 
decorrente da pressão exercida na hora do parto, cabeça protusa (por 
compressão da cabeça) 
• Edema mole indolor e desaparece em 2 a 3 dias até no máximo 1 semn 
o Está no subcutâneo Acúmulo de líquido no subcutâneo 
o Por compressão da cabeça durante o parto, e da edema e extravasa 
liquido para o subcutâneo 
o Não é ruptura de vasos, é edema 
Cefalo-hematoma Sangramento ocasionado por traumatismo, que ocorre 
entre periósteo e calota craniana (uso de fórceps) 
• Edema duro, elástico, dolorido, limitado ao osso 
• Grave pode levar a hiperbilirrubinemia, ocasionando quernicteros 
(acúmulo de bilirrubina no SNC – doença neurológica irreversível) 
o É hemorragia sub-periostal Lesão do periósteo causando sangramento 
entre o periósteo e a calota craniana 
▪ É dentro do osso, não é no subcutâneo 
• Sangramento, que dá aspecto de edema, duro, elástico (não é depressivo como 
a bossa), e dolorido por estar na reg subperiostal 
• Decorrente da compressão no canal de parto, mais frequentemente por uso do 
fórceps no parto. 
Lígia Lavezo Ferreira 
• Muito grave pq pode pré-dispor ao quernicteros impreguinação amarelada no 
núcleo da base 
o Sangue acumulado pode ser degradado, produz bilirrubina, causando 
ICTERÍCIA, e pode ir ao SNC (principalmente núcleos da base) da 
criança e causar lesão neural irreversível. 
o Leva a um aumento de hemólise levando a icterícia 
o Pode levar a um quadro fatal e limita os ossos craniais. 
o Bilirrubina é neurotóxica e provoca retardo mental gravíssimo e 
irreversível. 
o Demora meses para reabsorção total e forma um calo ósseo (fibrose). 
7- EXAME CUTÂNEO 
Manchas salmão atrás da nuca, pálpebra e nariz pequenos capilares 
imaturos dilatados, que ficaram presentes do desenvolvimento embrionário que 
somem após 1 ano e meio 
o Não é hemangioma 
Mancha mongólica encontrada em 100% dos negros, de origem racial, 
hiperpigmentação melânica 
8- APARELHO RESPIRATÓRIO 
• Frequência respiratória média 
o RN: 40 a 50 rpm 
o 2 a 6 meses : 35 
o 6 a 12 meses: 25 
o 1 a 4 anos: 20 
o 4 a 10 anos: 18 
o 10 a 14 anos: 16 
• Taquipneia: acima de 60 rpm (normal vai de 40 – 50 rpm). 
Boletim de Sirverman-Anderson em crianças com taquipneia 
Quanto maior a nota pior 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
• Observar: 
• Gemido expiratório se há ou não gemido durante a expiração 
o Gemido resulta do fechamento parcial da glote durante a 
expiração para manter a capacidade residual funcional e prevenir 
o colapso alveolar, pode ser um sinal de síndrome da angustia 
respiratória. 
o Se estiver gemendo e ouve de longe ela está com mta dificuldade resp 
• Batimento da asa do nariz grau de abertura da aleta nasal mostra o 
grau de dificuldade respiratória 
o Pq não sabe resp pela boca, então abre mais a aleta do nariz 
o Abertura e fechamento clínico das narinas durante a respiração. 
o RN é um respirador nasal obrigatório, logo a dilatação diminui a 
resistência da via aérea superior, reduzindo o trabalho respiratório. 
o Pode ser + acentuado nos recém nascidos que necessitam de 
aumento na ventilação 
• Retração diafragmática decorrem do deslocamento da caixa torácica 
para dentro a cada respiração deve ser simétrico 
o As retrações aparecem quando há complacência pulmonar baixa, 
obstrução de vias aéreas superiores ou alteração estrutural do 
tórax. 
o Se a doença progride o RN aumenta a força contrátil do diafragma 
para tentar expandir o pulmão, consequência protrusão do 
abdome. 
▪ Respiração do RN é diafragmática 
o Tiragem depressão intercostal,durante a inspiração, causada pela 
pressão negativa 
o Balancimprotrusão do abdome e retração de toda a porção anterior 
do tórax – movimento assimétrico 
9- EXAME DO CORAÇÃO 
Inspeção: cianose, taquipnéia 
• Patologia cardíaca envolve dificuldade resp e cianose 
• Pulsos fracos: 
o DC diminuído, vasoconstricção periférica, hipoplasia de VE 
o Pulso fino debito cardíaco não está muito bom, coração não está 
conseguindo mandar sangue para periferia, então acompanha má 
perfusão das extremidades 
▪ Pode ser Hipoplasia do ventrículo esquerdo 
• Pulsos amplos: PCA 
• FC: 120-160 bpm/min 
o Acima de 200 é taquicardia 
• Sopro adaptativo perinatal 1-10% tem sopro nas primeiras horas 
o Uma adaptação da circulação fetal 
o Pq não manda sangue pro pulmão 
o Tem abertura entre o átrio esquerdo e direto, qnd nasce a criança 
começa a chorar e se fecha essa comunicação, e começa a circulação 
normal do bebe, e uma canal arterial 
Lígia Lavezo Ferreira 
o São dois folhetos parietais que se fecham por colabamento, e o canal 
arterial é por fechamento 
▪ Em algumas crianças essa comunicação não fecha, permanece 
▪ Sopro funcional adaptativo- nas primeiras 24h depois 
desaparece, passou das 24 h esse sopro é patológico 
10- EXAME DO ABDOMEM 
• Geralmente globoso, flácido. 
• Aspecto escavado hérnia diafragmática 
• Inspeção e ausculta sempre antes da palpação 
• Palpação com as mãos aquecidas 
• Fígado: 0,5 a 2 cm do rebordo costal direito 
• Baço: geralmente não palpável 
• Massa palpáveis: hidronefrose, rins policísticos 
11- EXAMES DO ANUS, RETO E APARELHO GENITOURINARIO 
• Imperfuração anal exame inicial 
o Verificar perfuração anal sonda coloca no ânus e tem que entrar 3 cm 
▪ Se entrar menos o canal não está completamente aberto 
• Hipospadia, epispadia 
o Hipospádia Saída do orifício uretral fora da glande 
o Epispádiauretra não central 
▪ Não consegue procriar e infecções de repetição 
• Genitália ambígua 
o Genitália ambígua em crianças que tem hiperplasia da adrenal 
congênita (produção de hormônios) 
o Clitóris avantajados e genitália feminina, ou parte externa feminina e 
interna masculina 
• Testículos tópicos 
• Hidroceles 
• Hidroceles liquidos em volta do testículos 
12- EXAME DAS EXTREMIDADES 
• Adactilia dedos grudados, comum em mãe diabético 
• Assimetria de membros 
• Deformidades de pés 
• DISPLASIA DO QUADRIL manobra de ortolani 
o Pra verificar se a cabeça do fêmur está bem adaptada ao acetábulo 
o Mais freq. nas meninas e quadril esquerdo 
o E nas crianças que tiverem apresentação pélvica 
 
• Displasia do quadril posicionamento da cabeça do fêmur para o 
acetábulo está fora de posição, e o fêmur não encaixa e da atrofia da 
cabeça do fêmur e acetábulo, se feito essas manobras detecta cedo, e 
tem como corrigir (mov de abertura e deixar a criança nessa posição por 
Lígia Lavezo Ferreira 
6 meses até o osso se encaixar), agora se não detectar por essa manobra 
após 1 meses e já é tarde para tratar 
 
• Ortolani:  coloca o fêmur luxado em posição no acetábulo -reduz a 
cabeça do fêmur 
• Cabeça do fêmur fora da posição ideal no acetábulo. 
o Recolocação da cabeça do fêmur no acetábulo – reduz a cabeça 
do fêmur 
o Positivo qnd ouve estalido – indica que a cabeça do fêmur entrou 
no acetábulo 
o Adução das perninhas, empurrando-as pra frente (dentro do 
acetábulo), então abre-se as perninhas (abdução) e ouve uma 
crepitação. Deve ser investigado. Esta é a melhor manobra. 
• O examinador segura as pernas dos lactentes de modo que seus 
polegares posicionem-se na parte medial das coxas e dos dedos na parte 
lateral das coxas do lactente. As coxas são abduzidas delicadamente, e 
o examinador aplica uma força leve nos trocanteres maiores com os 
dedos de cada mão. O examinador sentirá resistência a cerca de 30º de 
abdução e, se houver deslocamento, sentirá um estalido na redução do 
deslocamento. 
 
• Manobra de Barlow: (deslocamento) faz a luxação do quadril 
o Manobra é realizada ao se aduzir o quadril (trazendo em direção à 
linha média) enquanto se aplica uma pequena pressão sobre o 
joelho, direcionando a força posteriormente 
o Positiva qnd ouve o estalido indica que o fêmur saiu da 
articulação. 
o É mais chata de fazer e é menos utilizada 
• Manobras podem ser feita de 15 a 30 dias, pois não há correção apos 
esse período. 
• Displasia de quadril Mais comum em meninas, e normalmente quadril 
esquerda, parto pélvico. 
 
 
 
 
 
 
 
Lígia Lavezo Ferreira 
EXAME NEUROLÓGICO 
• Exame neurológico (Capurro; New Ballard) 
• Movimentação ativa, tonus 
• Tremores , clonus 
o Clonus puxa os dedos e a criança começa a tremer problema 
neurológico ou falta de cálcio no sangue 
• Reflexos primitivos: Moro, tônico-cervical (Magnus-Klein), preensão 
palmo-plantar, marcha reflexa, sucção 
• 
o Reflexo tônico cervical reflexo do arqueiro 
▪ Viro a cabeça ela ergue a mão contra lateral 
▪ Feito para avaliar problemas de origem neurológica. 
o Reflexo da preensão palmo-plantar pressiona a mão e o dedo 
inverte, flete em cima do nosso dedo 
▪ Reflexo de preensão  colocar o dedo na palma da mão do 
bebe 
 
o Reflexo de busca (procura o seio da mãe) 
▪ Reflexo de extrusão da língua (eleva a língua) 
▪ Obs.: sem esses movimentos deve-se procurar uma fono. 
o Reflexo da sucção ela suga tudo que coloca na boca, não é 
fome 
o Reflexo da marcha coloca em pé e empurra pra frente (como se 
andasse) 
o Reflexo de moro balança o neném e ele levanta as mãos em 
susto, importante para avaliar o neném 
▪ Reflexo de descer e subir a criança e ela abre os braços 
Moro 
Maioria dos reflexos vão até a 7 meses de idade, dp 
desaparecem 
• Criança que consegue segurar bem a cabeça tem boa tonicidade, pq a 
cabeça do bebe é muito grande e pesada 
o Qnt mais prematuro menor a tonicidade, menor sustentação da 
cabeça 
Lígia Lavezo Ferreira

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