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A10 - Anestesia Venosa (CarolG)

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Anestesia Venosa  
 
MEDICAÇÕES FREQUENTES: 
Anestésicos: propofol (hipnótico), 
fentanil (analgésico opióide), rocurônio 
(bloqueador neuromuscular), lidocaína 
(anestésico local, porém também utilizada por 
via venosa). 
 
Adjuvantes: cefazolina (antibiótico), 
dexametasona (antieméticos), dipirona 
(analgésico), tenoxicam (analgésico anti 
inflamatório), ondansetrona (antiemético). 
 
FARMACOCINÉTICA: 
Compartimentos: mono, bi ou 
tricompartimental 
 
 
 
Volume de distribuição (Vd): quantidade 
total da droga no organismo dividida pela 
concentração plasmática. 
Meias vidas: 
● T ½ alfa → distribuição; 
● T ½ beta (eliminação) 
● T ½ keo (plasma/local de ação) 
● T ½ contexto pertinente (50% da 
eliminação após a infusão contínua 
ser desligada). 
 
 
 
Características desejáveis para um 
anestésico venoso 
● Estabilidade em solução; 
● Ausência de dor a injeção ou dano 
tecidual por extravasamento. 
● Baixo potencial para liberar histamina; 
● Rápido início de ação; 
● Metabólitos inativos; 
● Mecanismo eficiente de clearence e/ou 
redistribuição; 
● Efeitos cardiovasculares e respiratórios 
mínimos; 
● Diminuição do metabolismo e fluxo 
sangüíneo cerebral; 
● Retorno rápido da consciência; 
● Ausência de efeitos pós operatórios 
adversos (náuseas, vômitos, delírios e 
cefaléias) 
 
Anestesia venosa: é composta por: 
● Não opióides: sedação e hipnose. 
Propofol 
● Opióides: Analgesia; 
● Bloqueadores neuromusculares: 
Paralisia da musculatura estriada 
esquelética 
 
 
 
MECANISMOS DE AÇÃO: 
Anestésicos venosos não opióides 
(tionembutal, etomidato, propofol, diazepam e 
midazolam): Decrescem a excitabilidade 
neuronal, aumentando a ligação do GABA 
(ácido gama aminobutírico) ao receptor, 
facilitando o efeito inibitório sobre a célula pós 
sináptica ou mesmo mimetizando as ações do 
GABA, na ausência deste. 
 
ANESTÉSICOS VENOSOS NÃO 
OPIÓIDES: 
● Isopropilfenóis: Propofol principal. 
● Barbitúricos: Tiopental → 
neurocirurgias 
● Imidazois carboxilados: Etomidato 
● Benzodiazepínicos: Diazepam e 
Midazolam 
● Agonista alfa-2: dexmetomidina 
 
 
 
 
 
PROPOFOL: 
é um fármaco de ultra curta duração da 
classedos anestésicos parenterais. A injeção 
endovenosa de uma dose terapêutica (1,5 2,5 
mg/kg para indução) de propofol induz a 
hipnose, usualmente em menos de 40 s (o 
tempo de uma circulação braço cérebro). 
O tempo de meia vida de equilíbrio 
circulação cérebro é aproximadamente de 1 a 3 
minutos, dependendo da velocidade da indução 
da anestesia. O mecanismo de ação proposto é 
atividade agonista de receptores do tipo GABA. 
Sua ligação provocaria a abertura de canais de 
íons cloreto levando à hiperpolarização 
neuronal. 
É usado para indução anestésica em 
pacientes adultos e pediátricos (com mais de 3 
anos de idade), manutenção da anestesia geral 
em pacientes adultos e pediátricos (com mais 
de 2 meses de idade) e sedação para 
procedimentos médicos. 
O propofol não produz analgesia. 
 
CETAMINA: 
O antagonismo ao NMDA (N metil D 
aspartato) parece ser o principal mecanismo 
para o seu efeito analgésico e anestésico. 
 
DEXMEDETOMIDINA: 
É um agonista adrenérgico de receptores 
alfa 2 potente e altamente seletivo, que não 
tem afinidade pelos receptores beta 
adrenérgicos, muscarínicos, dopaminérgicos ou 
serotoninérgicos. Promove sedação e 
analgesia sem depressão respiratória, 
diferentemente da maioria das outras drogas 
utilizadas em anestesia e terapia intensiva para 
este fim. 
Durante o estado de sedação os 
pacientes podem ser despertados e são 
cooperativos. 
 
ANESTESICOS VENOSOS OPIÓIDES: 
Morfina, fentanila, sufentanila, alfentanila 
e remifentanila. 
As ações dos opióides ocorre por 
ativação dos receptores opióides Mu (µ), Delta 
e Kappa ( κ ) mimetizando a ação de peptídeos 
opióides endógenos: endorfina, encefalina e o 
grupo dinorfina. 
Receptores opióides: 
Mu ( µ ): 
● Analgesia supra espinhal, analgesia 
espinhal, euforia, retenção urinária, 
miose. 
● Analgesia espinhal, depressão 
respiratória, bradicardia, sedação, 
constipação intestinal, dependência 
física e euforia. 
Delta: 
● Modulação da atividade dos 
receptores opióides. 
Kappa: 
● Analgesia, sedação, disforia efeitos 
psicomiméticos. 
 
EFEITOS COLATERAIS: prurido, 
náuseas e vômitos, retenção urinária, 
depressão da ventilação, sedação, 
alucinações, constipação intestinal 
 
Fatores que aumentam o risco de 
depressão ventilatória: altas doses, baixa 
solubilidade lipídica, administração 
concomitante de outros opióides ou outros 
sedativos, ausência de tolerância aos opióides, 
e idade avançada. 
 
AFINIDADE COM OS RECEPTORES: 
● Agonistas: Morfina, meperidina, 
fentanila, alfentanila, sufentanila e 
remifentanila 
● Agonistas/antagonistas: Nalbufina e 
nalorfina 
● Agonistas parciais: Buprenorfina 
● A ntagonistas parciais: Naloxona e 
naltrexona 
 
ANESTESIA VENOSA CONTÍNUA: 
Anestesia venosa total (só utiliza 
anestesia venosa): Dosagem/peso/tempo. 
Anestesia venosa alvo controlada: 
Concentração do anestésico no tecido alvo. 
Em ambas geralmente associa-se 
propofol à remifentanila. 
 
REMIFENTANIL: 
Tem depuração plasmática rápida e 
uniforme, o que confere a este agente 
previsibilidade acurada de início e término de 
ação. Além disso, possui meia-vida curta, 
independente do tempo de infusão, fazem do 
remifentanil opção interessante de analgésico 
para uso em anestesia geral balanceada, 
anestesia venosa total (TIVA: total intravenous 
anesthesia) ou sedação. 
É usado para sedação, anestesia 
regional, realizadas em hospital dia, incluindo 
até as operações de maior parte, destacando 
se a cirurgia cardíaca e a neurocirurgia. 
Não compromete a estabilidade 
hemodinâmica, previne picos de hipertensão 
intracraniana e também permite rápida 
emergência da sedação. 
 
FENTANIL: é o mais usado. 
É um opióide sendo um potente 
analgésico de início de ação rápido e curta 
duração de ação, que é usado no tratamento 
da dor. 
É um potente agonista dos receptores μ 
opioides, sendo mais potente que a morfina. 
O fentanil por via intravenosa é usado 
extensivamente para anestesia e como 
analgésico, sobretudo em procedimentos 
cirúrgicos e em unidades de cuidados 
intensivos. 
É administrado frequentemente em 
associação com propofol ou 
benzodiazepínicos. 
Pode ser utilizado por via transdérmica 
para tratamento de dor crônica 
 
ANESTESIA VENOSA TOTAL ALVO 
CONTROLADA: 
Consiste em anestesia em que se utiliza 
somente anestésicos venosos com doses alvo 
plasmáticas controladaspor infusão baseada 
em software instalado na bomba de infusão. 
Geralmente se utiliza propofol e 
remifentanil devido às suas excelente meias 
vidas contexto sensitivas ou contexto 
dependente. 
Para intubação traqueal e relaxamento 
cirúrgico associamos rocurônio em bolus. 
 
BLOQUEADOR NEUROMUSCULARES 
NÃO DESPOLARIZANTES: atracúrio, 
cisatracúrio, pancurônio e rocurônio . 
Fazem antagonismo colinérgico nicotínico 
competitivo na placa motora (bloqueio o 
receptore, impedindo que a Ach aja). 
● Ação longa: Pancurônio 
● Ação intermediária: Vecurônio, 
Rocurônio, Atracúrio e Cisatracúrio 
● Ação curta: Mivaúrio. 
● Rápido início de ação e ação 
curta: Rapacurônio 
 
 
 
Despolarizantes: succinilcolina e 
decametônio. Ação similar à acetilcolina. 
Despolarização da fibra muscular. 
 
SUCCINILCOLINA: é um fármaco 
formado por duas moléculas de acetilcolina. 
A ligação no receptor nicotínico 
colinérgico resulta na abertura de canal de 
sódio. Este influxo de sódio dentro da célula 
causa a despolarização da membrana 
resultando num potencial de ação que irá 
desencadear a liberação de cálcio pelo 
retículo sarcoplasmático resultando em 
fasciculações. 
Normalmente no músculo, após a 
despolarização ocorrer, a acetilcolina é 
hidrolisada pela acetilcolinesterase e a célula 
muscular fica livre para receber uma nova 
sinalização. 
Como o cálcio retorna para o retículo 
sarcoplasmático, o músculo relaxa. Isso 
explica a flacidez muscular e a tetania seguida 
da fasciculação. 
O seu uso médico está limitado ao 
relaxamento muscular durante a anestesia e 
no tratamento intensivo, normalmente para 
facilitar a intubação traqueal. 
Apesar de apresentar perigosos efeitos 
colaterais como hipertermia maligna, 
hipercalemia e choque anafilático é bem 
popular em emergências médicas, porque 
possui ação rápida (20 segundos) após a 
absorção e seus efeitos duram pouco (4 
minutos) em relação aos outros relaxantes 
musculares. 
***Único anestésico venosos que pode 
desencadear hipertermia maligna. 
Efeitos adversos da succinilcolina: 
disritmias cardíacas, fasciculações, 
hipercalemia, mialgias, mioglobinúria, aumento 
da pressão intraocular, aumento da pressão 
intragástrica, trismo, reações alérgicas e 
hipertermia maligna. 
ROCURÔNIO: 
É um relaxante muscular não 
despolarizante de duração intermédia (40 
minutos) e rápido início de ação (40 segundos). 
Usado em cirurgias gerais e procedimentos de 
emergência. 
Bloqueio neuromuscular por uma ou duas 
horas, especialmente usado junto com 
Anestesia geral ou Cuidados intensivos. Pode 
ser usado no tratamento do tétano. 
Usado para a intubação traqueal. 
 
ANTAGONISMO DO BLOQUEIO 
NEUROMUSCULAR (anticolinesterásicos): 
Atuam inibindo a enzima 
acetilcolinesterase: antagonistas de 
bloqueadores neuromusculares: 
● Neostigmina; 
● Piridostigmina 
Estes dois são pouco usados, já que tem 
muito efeito colateral. 
 
SUGAMADEX: Ciclodextrina utilizada 
para reverter o rocurônio. Capta o rocurônio. 
Bem utilizado. 
 
Pacientes com miastenia gravis que vão 
fazer uma cirurgia não necessitam do uso de 
bloqueadores musculares.

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