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ÁGATA BEOLCHI Adenomegalia · Linfonodos são frequentemente palpáveis nas crianças; · Crescimento normal do tecido linfóide – 4 a 8 anos (pico); · Processo reativo de doenças benignas e autolimitadas Vias aéreas superiores e pele · Achado de exame em 55 – 57% entre 1 a 6 anos. · 90% cabeça e pescoço. Higroma cístico Cisto branquial Cisto de tireoglosso Relembrando a propedêutica... Linfonodos – achados normais · < 1 cm de diâmetro · Todas regiões (exceto supraclavicular) · Predomínio: cervical, submandibular, occipital · Fibroelásticos, móveis · Não aderidos aos planos profundos · Associação com hepato ou esplenomegalia Adenomegalias – indicação de investigação · 2 - 3 cm · Aderidos ou coalescentes · Crescimento rápido · Consistência aumentada · Doenças infecciosas · Neoplasias · Doenças inflamatórias · Doenças autoimunes · Erros Inatos do Metabolismo · Uso de medicamentos Abordagem diagnóstica – ANAMNESE · Tempo de aparecimento; · Forma de evolução; · Localização; · Febre; · Emagrecimento; · Comprometimento do estado geral; · Comprometimento de outros sistemas (odinofagia? tosse? Dor articular?); · Exantema, púrpura, petéquias; · História pregressa de eventos febris; · Animais domésticos; · Contato com outros casos; · Hábitos alimentares. Abordagem diagnóstica – EXAME FÍSICO · Localização; · Consistência; · Formato; · Sinais flogísticos; · Presença de dor; · Aderência a planos profundos; · Número de linfonodos; · Número de cadeias acometidas; · Comprometimento articular; · Lesões cutâneas; · HEPATOESPLENOMEGALIA. LOCALIZADA X GENERALIZADA LINFONODO INFLAMATÓRIO x NEOPLÁSICO DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS EXAMES COMPLEMENTARES Exame Físico Localizadas · Mais frequentemente em processos bacterianos agudos. Generalizadas · Processos virais (CMV, Toxoplasmose, rubéola, EBV, HIV); · Infecções bacterianas sistêmicas; · Doenças inflamatórias imunomediadas; · Erros inatos do metabolismo; · Uso crônico de medicamentos; · Doenças neoplásicas. Adenomegalias generalizadas – diagnóstico diferencial Investigação complementar – a depender da anamnese e exame físico · Hemograma completo: quadro infeccioso bacteriano x viral e citopenias; · Desidrogenase lática (DHL); · Ácido úrico; · Função hepática e renal. · Dependendo do quadro clínico: · Sorologia para toxoplasmose, mononucleose, citomegalovírus e HIV; · Intradermorreação ou teste de Matoux; · Radiografia de tórax posteroanterior (PA) e perfil; · Ultrassonografia abdominal e do linfonodo com Doppler. Sinais de alerta para indicação de biópsia · Presença persistente e inexplicável de febre e/ou perda de peso e/ou sudorese noturna; · Linfonodomegalia generalizada e hepato e/ou esplenomegalia; · Gânglios aderidos a planos profundos ou à pele, de crescimento rápido, coalescentes e endurecidos; · Localização supraclavicular ou de mediastino; · Aumento progressivo do gânglio ou sua não regressão em 4 semanas ou mais; · Gânglios de tamanho maior que o inicial, após 2 semanas de uso de antibióticos; gânglios que não diminuem de tamanho após 4 a 6 semanas ou que não retornam ao tamanho normal em 8 a 12 semanas, principalmente se associados a novos sinais e/ou sintomas; · Investigação laboratorial: negativa, e o gânglio se mantém por mais de 8 semanas. Outros recursos diagnósticos 1. Ultrassonografia: pode ser útil nos casos agudos para diferenciar lesões supurativas ou não supurativas, tecidos moles ou lesões císticas; 2. Punção aspirativa por agulha: punção e aspiração do conteúdo de um linfonodo com sinais flogísticos ou com suspeita de infecção pode ser realizada visando à coleta de material para cultura e pesquisa direta. Deve ser solicitada cultura para bactérias aeróbicas, anaeróbicas e micobactérias. Pesquisa e cultura para fungos devem ser incluídas nas lesões unilaterais crônicas. 3. Biópsia e aspirado de medula óssea: indicados em caso de suspeita de leucemia ou linfoma Conduta para linfonodos não associados a fatores de risco · Sempre que existir a presença de sinais flogísticos pode-se realizar o teste terapêutico com antibióticos, mas deve manter observação com controle seriado até o desaparecimento. · Sugere-se que o profissional meça com régua e marque todos os diâmetros e a localização do linfonodo, e biopsiar em caso de crescimento progressivo e não regressão em 8 semanas. Linfadenite bacteriana – Tratamento Tratamento farmacológico - Antibioticoterapia via oral: · Azitromicina: > 6 meses: 10 mg/kg dose inicial; após, 5 mg/ kg/dia por 3 a 4 dias; · Cefuroxima: 20 a 30 mg/kg, divididos a cada 12 horas; · Cefalexina: 25 a 50 mg/kg, divididos a cada 6 horas; · Claritromicina: 15 mg/kg, divididos a cada 12 horas; · Clindamicina: 10 a 20 mg/kg, divididos a cada 6 horas; · Eritromicina: 30 a 50 mg/kg, divididos a cada 6 horas. Tratamento farmacológico - Anti-inflamatórios não hormonais via oral: · Ibuprofeno: 5 a 10 mg/kg, divididos a cada 6 ou 8 horas (má- ximo 1.200 mg/dia); · Nimesulida: 50 a 100 mg, divididos a cada 12 horas (crianças maiores de 12 anos); · Naproxeno: 5 a 7 mg/kg, divididos a cada 8 ou 12 horas. HEPATOESPLENOMEGALIA · Fígado e baço palpáveis não é sinônimo de aumento do volume! · Rebaixamento do diafragma; · Pneumotórax; · Abscesso peri-hepático; · Massas retroperitoneais; · Cistos ou tumores renais. Mecanismos responsáveis Principais causas INFECCIOSAS Vírus: · Hepatites · Mononucleose · Citomegalovírus · Rubéola · Varicela · Febre amarela · HIV Riquétsias: Febre maculosa Espiroquetas: leptospirose, sífilis Bactérias: · Febre tifóide · Tuberculose miliar · Listeriose · Abscesso · Reacional Fungos: blastomicose Protozoários: Toxoplasmose, leishmaniose visceral. Helmintos NEOPLÁSICAS · Tumores hepáticos primários · Leucemias, linfomas · Metástases REACIONAL · Infecções · Medicamentos HIPERTENSÃO PORTAL Pré-sinusoidal: · Trombose de veia porta ou esplênica Pós-sinusoidal: · Pericardite constritiva, insuficiência cardíaca congestiva HEPATOPATIAS · Doença de Wilson · Cirrose · Hepatite crônica HEMATOLÓGICAS · Anemias hemolíticas · Anemia ferropriva METABÓLICAS · Depósito de gordura: desnutrição, obesidade, síndrome de Reye. · Depósito de lípideos: doença de Gaucher, Niemann-Pick, deficiência da lipase ácida lisossômica. · Depósito de glicogênio: Glicogenoses, RN filho de mãe diabética. Avaliação da criança com hepatoesplenomegalia - ANAMNESE · Idade: · Período neonatal – processos hemolíticos, infecções congênitas e atresia de vias biliares extra-hepáticas. · Tempo de evolução: · Agudo – infeccioso, tóxico ou congestivo; · Crônico – doenças auto-imunes, infiltrativas ou doenças metabólicas. · Sintomas associados: · Febre, icterícia (hiperbilirrubinemia direta ou indireta), adenomegalia, prurido, manifestações hemorrágicas, acometimento articular, ascite, desvios fenotípicos. · Dados epidemiológicos: hepatite A, HIV, tuberculose, esquistossomose, doença de Chagas, leishmaniose visceral, malária, leptospirose. · Exposição a drogas ou toxinas: · Acetaminofeno, salicilatos, vitamina A e ferro - doses ELEVADAS intoxicação; · Sulfametoxazol-trimetoprim, difenilhidantoína – reação sistêmica de hiperssensibilidade; · Metotrexate, ácido valpróico, ciclosporina, azatiorpina – hepatotoxicidade · Antecedentes familiares: anemias hemolíticas, erros inatos do metabolismo Avaliação da criança com hepatoesplenomegalia – EXAME FÍSICO · Borda superior do fígado percutível entre o 4o e 6o espaços intercostais direitos (+-5o): · até 6 meses: 3,5 cm do rebordo costal direito (RCD), na linha hemiclavicular; · entre 6 meses e 2 anos: 2 – 3 cm RCD, na linha hemiclavicular; · entre 2 a 10 anos: até 2 cm do RCD, na linha hemiclavicular. · Hepatimetria aos 10 anos: · +- 6,1 cm nos meninos · +- 5,4 cm nas meninas · “Ponta de baço” – até 2 cm: 14% dos lactentes saudáveis no primeiro mês de vida, 7% das crianças até 10 anos, e 3% dos adultos. · Em ambos: superfície lisa, bordas regulares e ausência de dor à palpação. Relembrando a propedêutica... Exame Físico – Infecção Congênita Leishmaniose Visceral Doença metabólica Pensar em,mas “não somente”... ESPLENOMEGALIA ISOLADA: · Trombose de Veia porta; · Anemias hemolíticas; · Leucemia mielocítica crônica; · Lipidoses. HEPATOMEGALIA ISOLADA: · Processos congestivos; · Tumores; · Glicogenoses. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL – na dependência da anamnese e exame físico · Comprometimento importante do estado geral, sinais de insuficiência hepática (sangramentos, alterações da consciência, icterícia grave ou ascite → INTERNAÇÃO. · HEMOGRAMA (com contagem de reticulócitos) – para TODA criança com hepatoesplenomegalia · Leucopenia com linfocitose relativa – hepatites virais; · Linfocitose com atipia – hepatites virais e “síndrome da mononucleose infecciosa” (mononucleose, toxoplasmose, citomegalovírus); · Eosinofilia acentuada (acima de 20%) – ciclo larvário ds helmintíases ou fase aguda da esquistossomose; · Pancitopenia – Calazar, hiperesplenismo ou processos invasivos da medula óssea; · ATENÇÃO: · Atipia linfocitária – pode confundir com blastos; · TODA criança com pancitopenia deve ser encaminhada para fazer mielograma. · Urina tipo I – principalmente lactentes; · Transaminases (pensar em): · Elevadas até 300 U/L: ICC, IAM, icterícias obstrutivas, hepatopatias agudas ou crônicas, miopatias; · Acima de 300-400 U/L: Lesão hepática AGUDA (se for somente AST, descartar hemólise); · Acima de 1.000 U/L: Hepatites virais ou medicamentosa. · ” Síndrome da mononucleose infecciosa” – hepatoesplenomegalia febril + adenomegalia + quadro gripal precedente: · sorologia para mononucleose, citomegalovírus e toxoplasmose. · Sorologia para toxocaríase se eosinofilia acima de 20% · Sorologia para HIV – crianças sem boa evoluçnao clínica, mesmo SEM epidemiologia. · Fosfatase alcalina: elevada nos processos de colestase intra ou extra-hepáticos; · Gamaglutamiltransferase: elevada nos processos colestáticos; · Desidrogenase lática: elevada nos processos de lise celular; · Bilirrubinas: direta e indireta; · Coagulograma; · Eletroforese de proteínas: · Albumina: sintetizada no fígado e estará diminuída nas lesões hepáticas graves; · Alfa-globulina: elevadas em doenças inflamatórias agudas ou crônicas; · Gamaglobulinas: podem estar elevadas na desnutrião crônica, hepatite crônica, calazar, infecções fúngicas sistêmicas, esquistossomose, linfomas, endocardite bacteriana e HIV. · EXAMES DE IMAGEM. · BIÓPSIA HEPÁTICA: hepatomegalia > 3 meses, ou diagnóstico inconclusivo.
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