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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE FÍSICA Elementos não-ôhmicos Everton Macedo1 e Rodrigo Antônio2 Resumo. O presente trabalho tem como finalidade dissertar um experimento realizado na disciplina de Física Experimental II, ministrada pelo professor Dr. Antônio Romaguera. A atividade experimental foi realizada na plataforma Phet Colorado, no qual construímos um circuito apresentando em sua configuração uma lâmpada, correspondendo a um resistor e uma bateria. Nesse sentido, o experimento busca analisar o comportamento não linear da resistência elétrica em função da corrente no circuito citado, mediante a variação da temperatura. Além disso, utilizamos algumas funções na simulação, como o voltímetro e o amperímetro, afim de compreender as grandezas de tensão e corrente e assim elaborar um gráfico para determinar o valor da resistência R. Determinamos também 10 valores para a temperatura com o objetivo de encontrar o valor da resistência através da equação que se apresenta no corpo do relatório. I. INTRODUÇÃO O cientista alemão Georg Ohm (1789-1854), descobriu que a corrente elétrica que atravessa um determinado condutor é proporcional à diferença de potencial aplicada, à área da seção transversal do fio e inversamente proporcional ao comprimento. Essa relação por sua vez, presente em alguns tipos de materiais é denominada de lei de Ohm. Dessa forma, os componentes que obedecem a essa lei são chamados de elementos ôhmicos. A expressão da lei de Ohm, determina qual o valor de tensão deve ser aplicado a um dado circuito para circular um certo valor de corrente. Entretanto, há casos em que alguns materiais não obedecem à lei de Ohm, esses dispositivos são chamados de elementos não lineares, ou não-ôhmicos, apresentam uma resistência R variável. Nesse sentido, esse é objeto de estudo tratado no presente relatório. Utilizamos como dispositivo não-ôhmico, a lâmpada incandescente. As lâmpadas são bipolos ôhmicos não lineares. Isso significa que sua resistência depende da temperatura do filamento. A seguir temos a imagem de uma lâmpada de filamento de tungstênio. Como mostrado na figura 1, a lâmpada incandescente é formada pelos seguintes elementos: Bulbo de vidro; Filamento; Gás inerte; Suporte de filamento; Casquilho. A lâmpada incandescente básica, apresenta um bulbo de vidro de modo que o oxigênio é retirado afim de que não ocorra processo de combustão. Vale ressaltar que nas lâmpadas antigas, sua estrutura interna se apresentava no vácuo, porém isso torna a lâmpada sujeita a pressões intensas que podem causar sua implosão. Com isso, nas lâmpadas modernas o oxigênio é substituído por um gás inerte de tal forma que a pressão interna e externa se mantém iguais, evitando assim riscos de implosão. O experimento seguiu os procedimentos estabelecidos na aula de física experimental, utilizando como ferramenta para a atividade, a plataforma PhET Colorado para a simulação. Em função dos dados obtidos, plotamos alguns gráficos e fizemos algumas considerações. II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A lei de Ohm estabelece que existe uma proporção direta entre as grandezas de tensão (V), aplicada a um condutor metálico e a intensidade de corrente (I). Nesse sentido, essa relação é conhecida como lei de Ohm e apresenta a seguinte expressão matemática: 𝑅 = 𝑉 𝐼 (1) A lei de Ohm pode ser expressa também da seguinte forma: 𝑉 = 𝑅. 𝐼 (2) Figura 1. Lâmpada incandescente. A que se apresenta constante é denominada de resistência (R) elétrica do condutor. A unidade no SI de R é denominada Ohm e é equivalente a volt/ampére. Apresenta como símbolo para unidade da resistência, a letra grega ômega (Ω) e como símbolo do componente, temos a seguinte figura: A resistência elétrica de um condutor depende do material, do comprimento e da área da seção reta. Na realidade, a resistência varia diretamente com o comprimento L (𝑚) e inversamente com a área da seção reta A (𝑚2). A partir disso, temos a seguinte equação para o cálculo da resistência a partir da resistividade: 𝑅 = 𝜌 𝐿 𝐴 (3) Um fator importante acerca da resistividade elétrica dos materiais condutores e semimetais é que esta varia com a temperatura. No caso dos metais como o (Cu, Fe, Ag, Au, entre outros), essa variação ocorre em função do aumento da probabilidade de colisões dos portadores de carga com os íons da rede, ocasionando dessa forma a elevação da resistividade elétrica com o aumento da temperatura. Já nos semicondutores (Si, Ge, grafite) há um aumento da probabilidade de ocorrência dos portadores de carga em saltarem da banda de valência para a banda de condução. Dessa forma, isto acarreta em um decréscimo na resistividade com o aumento na temperatura, pois há um aumento de portadores de carga na banda de condução. Note abaixo um gráfico da resistência em função da temperatura para alguns materiais: Afim de determinarmos o valor da resistência em função da temperatura, como no caso das curvas presentes na figura 2, chegamos a partir de análises experimentais na seguinte expressão matemática: 𝑅(𝑇) = 𝜌0𝑇0 𝐿 𝐴 [1 + 𝛼. (𝑇 − 𝑇0)] (4) Assim como, podemos também escrever da seguinte forma: 𝑅(𝑇) = 𝑅0[1 + 𝛼. (𝑇 − 𝑇0)] (5) III. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL No que diz respeito ao procedimento experimental, seguimos o roteiro abordado na aula. Dessa forma, construímos o circuito na plataforma PhET Colorado com os seguintes parâmetros iniciais: Estabelecemos uma ddp de 10 V; Consideramos o resistor de 2 Ω para temperatura de 20 °C; Denotamos o valor da temperatura de uma lâmpada incandescente doméstica em 3000°C, de acordo com uma pesquisa prévia; Estabelecemos 10 valores para a temperatura, variando 300°C. Esse valor foi determinado a partir do quociente da temperatura máxima da lâmpada, por 10 medidas efetuadas, da seguinte forma: 𝑇 = 3000° 𝐶 10 = 300°𝐶; A partir da equação 5, determinamos o valor da resistência dada a variação de temperatura do sistema; Fomos alterando o valor da resistência na plataforma dada a variação da temperatura e anotando o valor da corrente elétrica presente no circuito; Esboçamos 2 gráficos a partir do software Labplot. Utilizamos o valor do coeficiente de dilatação térmica dada no roteiro da atividade experimental. 𝛼 = 4,5𝑥10−3 𝐾−1 . Segue abaixo o circuito construído na plataforma PhET: Figura 2. Símbolo de um resisto fixo. Figura 2. Gráifco da resistência em função da temperatura. IV. RESULTADOS Para melhor manipulação dos dados, construímos duas tabelas com os valores obtidos em cada etapa do experimento. Segue abaixo as tabelas: Temperatura (°C) Resistência (Ω) 20 2±0,1 300 4,52±0,1 600 7,22±0,1 900 9,92±0,1 1200 12,62±0,1 1500 15,32±0,1 1800 18,02±0,1 2100 20,72±0,1 2400 23,42±0,1 2700 26,12±0,1 3000 28,82±0,1 Tabela 1. Na tabela 1, temos os valores da temperatura e resistência. Os valores da resistência foram determinados a partir da equação 5. O termo ±0,1, está relacionado com o valor da da medida dada no plataforma PhET. Na tabela 2, estão presentes o valor da temperatura, resistência e corrente; T (°C) R (Ω) I (A) 20 2±0,1 5 300 4,52±0,1 2,22 600 7,22±0,1 1,39 900 9,92±0,1 1,01 1200 12,62±0,1 0,79 1500 15,32±0,1 0,65 1800 18,02±0,1 0,56 2100 20,72±0,1 0,48 2400 23,42±0,1 0,43 2700 26,12±0,1 0,38 3000 28,82±0,1 0,35 Tabela 2. A partir dos dados obtidos e presentes na tabela 1 e 2, plotamos os seguintes gráficos no software Labplot. O gráfico 1 apresenta a resistência em função da corrente. Note que temosum comportamento de uma curva linear no gráfico o que está de acordo com os conceitos inerentes ao estudo da variação da resistência em termos da temperatura. Como podemos notar na equação 5. O gráfico 2 por sua vez, apresenta um comportamento não linear para um dispositivo não-ôhmico, Gráfico 1. demonstrando que na medida que aumentamos a temperatura, a corrente diminui, consistindo assim na característica do objeto de estudo aqui tratato. A curva por sua vez pode ser expressa a partir da seguinte função: 𝑓(𝑥) = 𝑎 (𝑏𝑥 + 𝑐) V. CONCLUSÃO O trabalho tem por objetivo apresentar e analisar o comportamento de elementos nâo-ôhmicos. Para isso, utilizamos a plataforma Phet Colorado e realizamos algumas simulações, mediante o procedimento estabelecido. É importante notar que o experimento sofreu algumas adaptações uma vez que foi realizado a partir de um software. Nesse sentido, não tivemos a oportunidade de lidar com os possíveis problemas que surgem em uma atividade de laboratório, nem tampouco, manusear equipamentos característicos dos procedimentos do experimento. Portanto, o que fizemos foi determinar o valor da resistência mediante a variação de temperatura em função da equação característica do problema. Vale ressaltar que mesmo que o experimento tenha sido realizado apenas a partir de uma plataforma de simulação de um circuito, foi possível inferir análises a respeito do valor de corrente e resistência para elementos não lineares, como foi o caso da lâmpada incandescente. Além disso, para a construção do relatório tivemos que revisar alguns conceitos referentes não apenas ao funcionamento de uma lâmpada incandescente, como o busca por uma compreensão sólida de elementos que apresentam resistências variáveis. VI. REFERÊNCIAS [1] NUSSENZVIEG, H. Moysés. Curso de Física Básica. Volume 3. 4 ed. São Paulo: Blucher 2002 [2] HALLIDAY, David. Fundamentos de Física, volume 3: eletromagnetismo / Halliday, Resnick, Jearl Walker ; tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biase. 9 ed.- Rio de Janeiro: LTC, 2013. [3] HEWITT, Paul G. Física Conceitual. Vol. Único. Tradução: Trieste Freire Ricci; revisão técnica: Maria Helena Gravina. 11.ed- Porto Alegre: Bookman, 2011. [4] VALKERNBURGH, Val, Nooger & Neville. Eletricidade básica , vol. 1/ por Van Valdenburgh,
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