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Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Cirrose Hepática É a fibrose hepática, que resulta em uma distorção da arquitetura normal do fígado com formação de nódulos regenerativos. ETIOLOGIAS Alcóolica; Hepatites virais crônicas: B, C, B+D, E; Hepatite autoimune; Esteato-hepatite não alcoólica; Cirrose biliar: o Cirrose biliar primária – autoimune, inflamação e destruição dos ductos biliares; o Colangite esclerosante primária – etiologia desconhecida, destruição da via biliar, geralmente associada à retocolite ulcerativa; o Colangiopatia autoimune. Cirrose cardíaca – ICC, pericardite constritiva, e outras levam a uma hepatopatia congestiva (sangue volta); Medicamentos – por uso crônico; Doença hepática metabólica hereditária: o Hemocromatose (absorção intestinal aumentada de ferro, o que faz o ferro ser depositado nos tecidos); o Doença de Wilson (acúmulo de cobre no organismo devido deficiência na sua excreção pela via biliar, assim ele se acumula no fígado causando hepatopatia. Quando a capacidade do fígado de acumular esse cobre é ultrapassada, o cobre vai pra outros tecidos, deposita principalmente nos glânglios da base); o Tirosinemia e galactosemia – devido a distúrbios no metabolismo desses aminoácidos; o Deficiência de alfa-antitripsina – a falta dessa enzima, faz com que não se tenha a inibição da elastase pulmonar, levando a DPOC. Deposição de polímeros mutantes da alfa-1-antitripsina no fígado, levando à inflamação; o Fibrose cística. Cirrose criptogênica – quando não consegue identificar a causa; Vasculares: o Síndrome de Budd-Chiari – obstrução os vasos de saída do fígado – trombose ou tumor, e etc. o Doença veno-oclusiva. CIRROSE ALCÓOLICA 1. Metabolismo do álcool Etanol ingerido estômago, duodeno e colón veia porta fígado. Desidrogenase alcóolica (ADH) Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV 2. Fisiopatologia Acetaldeído: molécula bastante reativa. Aumento a captação de ácidos graxos, diminui a sua oxidação e ainda a liberação de lipoproteínas, levando ao acúmulo intracelular de triglicerídeos (esteatose hepática alcóolica); Interage com diversas proteínas, interferindo nas suas funções; espécies reativas de oxigênio dano a membrana dos hepatócitos células de Kupffer citocinas pró- fibrogênicas ativação das células estreladas colágeno e matriz extracelular (capa para proteger os hepatócitos) capilarização dos sinusoides hipóxia morte de hepatócitos mais fibrose – círculo vicioso que dura anos e anos, e requer agressões repetidas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fibrose hepática sangue começa a voltar liberação de NO vasodilatação do leite esplâcnico (varizes) leva ao aumento do volume nesse leite (aumento da pressão hidrostática) e hipoalbunemia devido insuficiência hepática líquido extravasa (ascite e edema de MMII) diminuição do volume sanguíneo hipoperfunção renal ativação do SRAA, liberação de ADH e ativação do simpático (síndrome hepatorrenal). Hiperestrogenismo e hipoandrogenismo o Tem-se um comprometimento no metabolismo desses hormônios sexuais, levando ao aumento dos níveis séricos de estrogênio e diminuição dos hormônios andrógenos. Eritema palmar e telangiectasias – estrogênio tem efeito vasodilatador; Ginecomastia, atrofia testicular/próstata, queda de pelos, infertilidades, sarcopenia (redução da massa muscular), redução da libido. Exame físico: aumento o fígado (quando quadro agudo) e diminuição do fígado (crônica), com bordas resistentes e nodulares. Esplenomegalia. Angioma aracniforme e eritema palmar. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV DIAGNÓSTICO DA CIRROSE ALCÓOLICA HISTÓRIA CLÍNICA: hábito de beber (quantidade, frequência, tipo de bebida) + achados clínicos. LABORATORIAL Compensada – exames normais; Descompensada – alterações Hemograma: anemia, trombocitopenia e leucopneia; Hipoalbunemia: doença crônica – lembra que a albumina tem maior meia vida; Transaminases ALT e AST elevados (AST/TGO É MAIS ELEVADO NA CAUSA ALCÓOLICA); TAP prolongado, que não melhora com administração de vitamina K – PRIMEIRO EXAME QUE SE ALTERA; Bilirrubina total e direta (ela é captada, conjugada, mas sua excreção não ocorre, já que necessita de energia para isso); o Sinal de mal prognóstico. Gama-GT e fosfatase alcalina aumentadas, quando comprometimento da via biliar; Hiponatremia. Achados clínicos sugestivos + TAP alargado (RIN)+ hipoalbunemia = fecha diagnóstico. BIÓPSIA HEPÁTICA – padrão ouro / nem sempre é necessário Deve ser feito quando o paciente estiver em abstinência por pelo menos 6 meses. Exames de imagem: podem indicar cirrose, porém não a etiologia. o Avaliar o parênquima hepático, ascite, esplenomegalia, hipertensão portal. Outras etiologias de doença hepática crônica devem ser consideradas ou excluídas. PROGNÓSTICO 1. CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PUGH BEATA Maior a pontuação = pior o prognóstico do paciente! Resultados: Grau A: cirrose compensada; Grau B: dano funcional significativo; Grau C: cirrose descompensada. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV 2. ESCORE MELD Usado para locação dos pacientes na fila de transplante hepático; Bilirrubina, INR e Creatinina – BIC; A pontuação vai de 6-40, quanto mais, pior o prognóstico do paciente. TRATAMENTO Alguns casos é irreversível, mas sempre é importante erradicar o agente etiológico. Abstinência Acamprosato de cálcio e medicações que diminuem a necessidade incontida de álcool podem ser usadas; Diminuição da inflamação Glicocorticoides – condições graves e na ausência de infecção Pentoxifilina oral – diminui produção de TNF-alfa e outras citocinas pró-inflamatórias o Menos efeito colateral que o glicocorticoide. COMPLICAÇÕES – tratamento específico
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