Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Gastrite Gastrite é a inflamação gástrica com presença de infiltrado inflamatório na mucosa gástrica, podendo se associar ou não com alterações endoscópicas. A gastropatia por outro lado são sinais de inflamação (edema, regeneração epitelial, vasodilatação,...) sem a presença de infiltrados inflamatórios. Classificação 1. Tempo de evolução: aguda ou crônica; 2. Histopatológico: gastrite superficial ou atrófica; gastropatia; 3. Etiologia. GASTRITE AGUDA Mecanismos de proteção gástrica Pré-epitelial: muco e bicarbonato – barreira mucosa; Epitelial: células epiteliais – barreira física; Limita a retrodifusão de ácido e vazamento de conteúdos luminais para a lâmina própria. Pós-epitelial: aporte sanguíneo Libera oxigênio e nutrientes; Remoção das coisas que voltaram para a lâmina própria. Gastropatia, gastrite aguda e crônica ocorrem como consequência da perda de um desses mecanismos protetores. AINEs: inibem a COX, assim inibem a síntese de prostaglandinas. Prostaglandinas são importantes para a secreção de muco, bicarbonato, fosfolipídeos, fluxo sanguíneo e regeneração epitelial. Redução da secreção de muco e bicarbonato – nos mais velhos; Alta altitude – menos oxigênio; Ingestão de químicos agressivos – ácidos ou bases. GASTRITE CRÔNICA GASTRITE POR HELICOBACTER PYLORI H. pylori é um bacilo Gram-negativo Patogênese Fatores que determinam sua virulência Flagelos: movimento no muco; Urease: converte ureia em amônia tornando o ambiente mais alcalino; Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Adesinas: aderência a mucosa; Toxinas: como o gene A associado à citotoxina (CagA) – relação com a progressão da doença. Fatores do hospedeiro Aumento da expressão do fator de necrose tumoral (TNF), citocinas pró-inflamatórias e interleucina-1-beta ou queda na expressão da citocina anti-inflamatória interleucina- 10. Curso que a gastrite por H.pylori depende da interação desses fatores com os as defesas da mucosa. Gastrite aguda Aquisição da bactéria pangastrite aguda superficial assintomática ou sintomas dispepsicos (dor epigástrica, náuseas e vômitos); No histopatológico tem uma neutrofilia; Pode cursar com resolução espontânea ou gastrite crônica; Transmissão: água ou fluídos (vômitos ou saliva). Gastrite crônica 1. Gastrite crônica leve: mais comum; assintomática; 2. Gastrite antral crônica: 15% dos casos. Célula D que se localiza no antro, produz somatostina, hormônio que inibe a secreção pela célula G de gastrina, inibindo assim a secreção de HCL. H. pylori parasita a célula D sem produção de somatostatina liberação de gastrina secreção de HCL. HIPERcloridria – riscos de úlceras pépticas (principalmente duodenais). 3- Pangastrite grave: menos frequente. Destruição e atrofia das glândulas oxínticas = HIPOcloridria; Riscos de úlceras gástricas, metaplasia intestinal (fator de risco para adenocarcinoma) e hiperestimulação do tecido linfoice associado à mucosa (linfoma MALT do estômago). Diagnóstico Pesquisa de antígeno fecal e teste respiratório da ureia; Sorologia – menor sensibilidade, além de não confirmar doença ativa; Por meio da EDA – EDA por outros motivos, aí pode se fazer um teste rápido de uréase ou colher um fragmento para biopsia. GASTRITE AUTOIMUNE Envolve predominantemente a mucosa do corpo e fundo gástricos, e frequentemente está associado com outras doenças autoimunes. Fisiopatologia Linfócitos T CD4+ apresentam as células parietais aos linfócitos B síntese de autoanticorpos anticélula parietal ataque a essa célula diminuição da secreção de HCL (aumento de gastrina/hiperplasia das células G) e fator intrínseco (sem absorção de vitamina B12 = anemia perniciosa). Ocorre ainda uma secreção reduzida de pepsinogênio pelas células principais, acredita-se que seja devido ao ataque as glândulas gástricas, na tentativa de destruir as células parietais; Acloridria ocorre devido a atrofia. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Diagnóstico Dosagem do anticorpos contra células parietais ou contra o fator intrínseco. Início lento e progressão variável – diagnóstico ocorre depois do paciente ter sido afetado por anos – idade medida de diagnóstico é de 60 anos. FORMAS RARAS DE GASTRITE Gastrite eosinofílica Densos infiltrados eosinófilos na mucosa e muscular, que levam a lesão tecidual; Eosinofilia periférica e altos níveis séricos de IgE. Reações alérgicas (leite de vaca p.ex.), alérgenos, associação a outros distúrbios. Gastrite linfocítica Causa idiopática – 40% dos casos são associados a doença célica; Criptas espessas cobertas por pequenos nódulos com ulceração aftosa central – gastrite variolinforme. Intenso infiltrado linfocitário T intraepiteliais. Gastrite granulomatosa Termo usado para qualquer gastrite que contenha granulomas bem formados; Esses granulomas podem ocorrer de forma idiopática ou estarem associados a doenças generalizadas como doença de Crohn, sarcoidose, histoplasmose e TB. Gastrite Flegmonosa Processo infeccioso purulento raro que envolve a parede gástrica e tem relação em mais de 50% dos casos aos estafilococos e estreptococos. Doença de Menetrier – gastropatia Hipertrófica Gigante Etiologia desconhecida; Caracteriza-se por intenso e tortuoso aumento das pregas da mucosa gástrica, essas podem ser localizadas ou envolver todo o estômago; As junções entre as células epiteliais da mucosa podem estra comprometidas, resultando na perda de proteínas, hipoproteinemia e anasarca – gastropatia perdedora de proteínas; Espessamento da mucosa, proliferação de células produtoras de muco e perda das parietais – suco gástrico rico em muco / hipocloridria. QUADRO CLÍNICO Gastrite Aguda Assintomáticas; Dor epigástrica (dispepsia), náuseas e vômitos; Casos mais graves pode ter uma erosão da mucosa com ulceração, hemorragia, hematêmese, melena e raramente perda maciça de sangue. Gastrite Crônica Menos graves e mais persistentes; Náuseas e dores abdominais superiores, algumas vezes com vômito. COMPLICAÇÕES DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA (DUP) Ulceração crônica da mucosa, que afeta o duodeno ou o estômago; Resulta dos desiquilíbrios entre os mecanismos de defesa da mucosa e fatores lesivos que causam a gastrite crônica. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV ATROFIA DA MUCOSA E METAPLASIA INTESTINAL Perda da massa celular, leva a ausência de secreção de ácido, o que permite a proliferação bacteriana de nitrosaminas carcinogênicas; Atrofia oxíntica está associada a metaplasia intestinal (células caliciformes) – risco aumentado de adenocarcinoma. DISPLASIA A exposição do epitélio às lesões, bem como o estimulo proliferativo leva a acúmulos de alterações genéticas que podem resultar em carcinoma. Lesões pré-invasivas.
Compartilhar