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Andressa Marques – medicina UFR OBESIDADE →Excesso de tecido adiposo no corpo que se relaciona com o aumento da morbimortalidade →IMC – peso kg/altura m2: SOBREPESO – 25 – 29,9 OBESIDADE LEVE (GRAU I) – 30 – 34,9 OBESIDADE MODERADA (GRAU II) – 35 – 39,9 OBESIDADE GRAVE (GRAU III) - >= 40 SUPEROBESO - >=50 →Relação cintura-quadril -Quando ela é maior que os pontos de corte abaixo isso indica um depósito de gordura em região central. Acredita-se que isso seja ruim porque os adipócitos que surgem nas regiões centrais têm um comportamento biológico diferente daqueles da periferia (possuem maior atividade lipolítica – mais cadeias de triglicerídeos sendo quebradas em ácidos graxos livres – com isso, temos uma maior liberação de ácidos graxos livres na circulação porta, sobrecarregando o fígado); além disso, o tecido adiposo também secreta hormônios e citocinas que tem ação pró inflamatória e pró trombóticas (adipocinas), que também irão ter efeito modulador na função hepática. → ou seja, a obesidade visceral interfere no funcionamento do fígado (repercussões sistêmicas: maior resistência insulínica, por exemplo). (Outra referência: homem >=94 cm/ mulher >=80 cm) FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE (NÃO É TOTALMENTE ELUCIDADA AINDA) →Existe uma rede muito complexa de fatores endocrinológicos e neurológicos que interagem para manter o equilíbrio entre consumo e gasto energético (como se fosse uma balança mesmo). →Existem várias influências neuroendócrinas que são integradas (hipotálamo) criando o “adipostato” – o que leva algumas pessoas a maior tendencia para emagrecer ou engordar →Do hipotálamo partem eferencias que vão atuar tanto no consumo, quanto no gasto de energia (consumo representado pelo apetite/fome; gasto é modulado principalmente pelo gasto energético basal, atividade termogênica adaptativa, atividades físicas extras) → tudo isso vai ser integrado pelo hipotálamo e define o equilíbrio entre elas – sendo então responsável pelo peso final do indivíduo →Existem vários genes que influenciam o funcionamento do adipostato – tendência a magreza ou à obesidade →Set point do adipostato hipotalâmico (genética) – não é totalmente elucidado →Em estudos laboratoriais foi elucidado que o corpo tende a resistir às tentativas de mudança desse equilíbrio, por exemplo, se uma pessoa tem tendência de ser mais magrinha e ela aumenta muito o seu consumo alimentar com a finalidade de ganho de peso, o hipotálamo aumenta o gasto energético e diminui o apetite, como uma tentativa de impedir esse ganho de peso; já quando o indivíduo tem um Andressa Marques – medicina UFR excesso de peso e faz um jejum forçado, isso gera um aumento de apetite e diminuição do gasto energético. →40 a 70% dos casos de obesidade tem forte influência genética MODULAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO →É modulado em grande parte por meio de eferencias hipotalâmicas – NEAT – termogênese não relacionada ao exercício (tecido adiposo marrom/células bege/ proteína UCP-1) →A atuação do hipotálamo nessas células parece se dar por meio da inervação adrenérgica (SNS), porque esse tipo de tecido possui receptor beta-adrenérgico →NEAT – principal relacionado com o gasto energético basal →Pensando em exercícios físicos, esses correspondem a ~5-10% do gasto energético apenas MODULAÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO →APETITE -Vários mediadores que tem ação aqui vão ter origem na periferia do corpo (órgãos periféricos) -Exemplos: aferências vagais para o SNC que vão informar para o hipotálamo o grau de distensão das vísceras do tubo digestivo; grelina (fome - orexígeno); PYY, CCK (intestino delgado – anorexígenos); insulina; cortisol. →Modelo do adipócito – leptina (supressão do apetite e aumento do gasto energético); aumenta quando o tecido adiposo aumenta Andressa Marques – medicina UFR →Adipócito – adiponectina (diminui na obesidade) – tem efeitos benéficos, como a diminuição da resistência insulínica, também exerce efeito protetor nos vasos sanguíneos (protetor contra aterosclerose) →Adipócito – Resistina (aumenta na obesidade) – tem efeitos opostos da adiponectina, uma vez que favorece a resistência à insulina, favorece o surgimento de aterosclerose →Quando o tecido adiposo aumenta, os macrófagos intersticiais desse tecido adiposo secretam citocinas pró inflamatórias (TNF alfa, IL6); o tecido -adiposo também secreta angiotensinogênio, PAI-1 (pró trombótica), Fator D (modulação sobre a imunidade). →Todos esses fatores vão influenciar no aumento do risco cardiovascular CONSEQUÊNCIAS PATOLÓGICAS DA OBESIDADE →2ª maior causa prevenível de morte no mundo →Quanto mais central a obesidade, maiores os riscos →Ácido graxo livre leva a resistência à insulina (o hepatócito capta esse AG e reformata ele em triglicerídeo dentro do hepatócito – ESTEATOSE HEPÁTICA – excesso de gordura dentro do hepatócito – isso estimula a produção de espécies reativas de oxigênio e de citocinas pró inflamatórias no hepatócito) - essas citocinas pró inflamatórias modulam o receptor de insulina, tornando-o mais resistente ao hormônio. →Cardiopatias – o aumento do peso está relacionado linearmente ao aumento do tônus adrenérgico (isso influi sobre PA, FC) →Pneumopatias (apneia obstrutiva do sono é muito comum; sd da hipoventilação central; *OBS: a obesidade central relaciona-se com a deposição de gordura no pescoço, ao contrário da obesidade periférica. Isso causa um estreitamento mais notável das vias respiratórias superiores durante o sono, aumentando a incidência da SAOS. →Hepatopatias →Artropatia (sobrecarga articular com desgaste ósseo acelerado) →Aumento de neoplasias e pior resposta ao tratamento AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE COM OBESIDADE 1. Anamnese dirigida →Hábitos alimentares + atividades físicas →Existem causas secundárias? (como SOP, Cushing, hipotireoidismo, distúrbios do hipotálamo) →Se atentar aos medicamentos já em uso 2. Estadiamento clínico →Peso, altura e CA 3. Pesquisa de comorbidades →Anamnese + exame físico completos →Lipidograma + glicemia – obrigatório pedir! (os demais irão depender de cada caso) 4. Condicionamento físico →Anamnese Andressa Marques – medicina UFR →Teste ergométrico (se possível) →O grau de condicionamento é um fator de risco independente para mortalidade 5. O paciente está pronto para aderir às MEV? →Motivação X Resistência TRATAMENTO →META: perder de 8 – 10% em aproximadamente 6 meses → DIETA →Com restrição de calorias →Deficit 500 – 1000 Kcal/dia → perda ~1kg/semana EXERCÍCIOS →Isoladamente não promove grandes perdas de peso →É necessário associar com dieta DROGAS (BRASIL) ANOREXÍGENOS 1. Sibutramina →Inibidor de recaptação de noradrenalina e serotonina →Proibida em paciente com doença cardiovascular estabelecida e deve ser evitada naqueles com alto risco cardiovascular; 2. Liraglutida →Dose de 3mg, bem acima da usada para tratar diabetes; Andressa Marques – medicina UFR 3. Lorcasserina →Agonista serotoninérgico →Tem especificidade para os receptores 5HTc BLOQUEADORES DA LIPASE LUMINAL (diminuem absorção de gordura) 1. Orlistat →Não é absorvido pelo organismo →Diminui a absorção de gordura CIRURGIA →Restritivas/Disabsortivas/Mistas →Indicação de bariátrica: Idade 18 – 65 anos IMC >= 40 ou (> 35 mais comorbidades – doenças diretamente relacionadas à obesidade e que irão melhorar com a “resolução” da obesidade) Falha no tratamento conservador (depois de 2 anos tentando) Obesidade estável →Contraindicação: Síndromes Prader-Willi (Doença hipotalâmica genética – fome hipotalâmica; a pessoa não chega a um estado de saciedade) e Cushing →Alguns dos procedimentos disponíveis: 1. Banda gástrica ajustável A complicação mais comum é a ocorrência de prolapso2. Gastrectomia vertical 3. Bypass gástrico em Y de roux Andressa Marques – medicina UFR →Resultados após 1 ano da cirurgia: (porcentagem referente à melhora) -Com a cirurgia temos: diminuição da produção de grelina; aumento de GLP;
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