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→ DEFINIÇÃO: grupo de doenças que acomete o corpo celular do neurônio motor (corno anterior da medula), causando alterações puramente motoras → TOPOGRAFIA: corno anterior da medula ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) → DEFINIÇÃO: Doença neurodegenerativa caracterizada pela paralisia progressiva da musculatura voluntária -> perda progressiva de perda de força muscular (fraqueza/ paresia) → CARACTERÍSTICAS - Idade média de início varia entre 55 e 65 anos - Existem formas familiares 5-10% (ELA familiar) -> mutação genética no neurônio motor que leva à destruição do corno anterior - Existem formas relacionadas/ associadas à neoplasia -> sem comprovação de ser uma doença paraneoplásica/ possibilidade de ser mera coincidência - ELA + Demência frontotemporal (associação) -> ainda não foi comprovado fisiopatologia específica, ou seja, uma não é a causa da outra - Apenas alteração motora, não há forma alguma de alteração de sensibilidade → FRAQUEZA MUSCULAR - Início insidioso, focal, assimétrico e progressivo - Músculos distais ou proximais dos membros (mais comum começar distalmente) - Músculos bulbares (motricidade dos nervos cranianos) - > disfagia, disartria e outros - Músculos respiratórios -> maior causa de óbito -> insuficiência respiratória/ pneumonia de repetição - Músculos do tronco e cervicais -> não conseguem sentar-se por atonia do tronco, pescoço caído por não consegui sustentar a cabeça - Face -> piora da disartria → PADRÕES ESPECÍFICOS - Flail-arm -> dois braços flácidos - Flail-leg -> duas pernas flácidas - Paralisia bulbar progressiva -> paciente que inicia o quadro clínico pelos músculos bulbares (disartria, disfagia e dificuldade para mastigar) sem perda nos membros inferiores ou superiores/ músculos axiais -> pior prognóstico - Esclerose lateral primária → ATROFIA MUSCULAR (perda de volume muscular) - Frequentemente presente no início da doença - Acompanha a fraqueza muscular - Menos evidente nos casos com predomínio do 1º neurônio motor (atrofia por desuso) -> atrofia menos evidente → FASCICULAÇÕES - Músculos proximais e distais - Raramente sem fraqueza muscular associada - Podem preceder o início da fraqueza e atrofia muscular em meses ou anos - Tendem a desaparecer com a progressão da doença - Fasciculação some em casos mais graves - Paciente tende a ter redução do tônus e redução de reflexo → SINAIS DE NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR SINTOMAS DE LIBERAÇÃO PIRAMIDAL . Espasticidade (aumento do tônus) . Hiperreflexia profunda . Clônus . Sinal de Babinski (extensão do hálux ao reflexo cutâneo-plantar) -> patagnomônico de lesão do trato corticoespinhal ELA = Síndrome do 2º neurônio motor + Síndrome Piramidal (1º neurônio motor) → PROGRESSÃO - Progressão horizontal > radial (mais comum) - Posição rostro-causal > caudal-rostral (mais comum) → CRITÉRIOS DO EL ESCORIAL 1- ELA definida (típica): NMS + NMI na região bulbar e pelo menos em duas regiões espinhais 2- ELA provável clinicamente: NMS + NMI em duas regiões e sinais de NMS rostralmente aos sinais de NMI 3- ELA provável (auxílio laboratorial): NMS + NMI em uma região, com NMS isolados outra região e MI na ENMG, em pelo menos dois membros 4- ELA possível: NMS + NMI em somente uma região, ou NMS em 2 ou mais regiões, ou NMI rostralmente aos sinais de NMS 5- ELA familiar confirmada por laboratório: sinais não explicados de NMS e NMI em pelo menos uma região... → DIAGNÓSTICO - Eletroneuromiografia -> diagnóstico de doença do neurônio motor inferior -> desnervação com sinais de atividade (segmentos/ regiões bulbar, cervical, lombo- sacro e torácico) -> 4 membros + bulbar - Exame físico que evidencie alterações de 1º neurônio motor -- RNM de coluna cervical (ex: radiculopatia/ hérnia de disco) + crânio (ex: tumores de tronco cerebral) -> afastar outras causas - Exames laboratoriais: se necessário, de acordo com possíveis diagnósticos diferenciais → SINAIS DE ALARME!!! - Ausência de fasciculações - Sintomas sensitivos - Disfunção autonômica - Alteração dos movimentos oculares (ELA não afeta musculatura ocular) - Sintomas esfíncteres (disfunção autonômica) - Alterações cognitivas com padrão de Doença de Alzheimer - Sinais de 2º neurônio motor com início simétrico → PROGNÓSTICO - Não há cura para a doença - Sobrevida média de 3 a 5 anos - Forma bulbar tem sobrevida ainda menor - A doença pode atingir pacientes jovens de forma esporádica - Progressão varia muito entre os indivíduos → CONDUTA - Equipe Multidisciplinar: neurologista, pneumologista, cirurgião gástrico, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional - Tratamento Medicamentoso: Riluzole 50 mg 12/12hrs (anti-glutamatérgico) -> não tem eficácia - Tratamento Sintomático: depressão, ansiedade, espasticidade, sialorreia e insônia (usado amitriptilina) - Conversar com a família apenas quando diagnóstico definido - Empatia com o paciente - Notícia difícil tanto para o paciente quanto para os familiares ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL (AME) → CARACTERÍSTICAS - Doença genética devido a mutação no gene SMNI - Autossômica recessiva - Quadro simétrico - Comum em crianças → QUADRO CLÍNICO - ADULTO - Adult-onset SMA ou SMA IV (<10% de todos os casos) - Mais comum entre a 3ª e 6ª década - Lentamente progressiva - Fraqueza muscular proximal ou generalizada, simétrica - Raramente afeta músculos bulbares - Músculos respiratórios tipicamente poupados - NÃO há alterações de 1º NM → TRATAMENTO (Apenas para tipo I e II) -> terapia gênica . Nusinersena (Spinraza) . Onasemnogeno Abeparvoveque (Zolgensma) ATROFIA MONOMÉLICA (DOENÇA DE NEURÔNIO MOTOR FOCAL/ DOENÇA DE HIRAYAMA) → CARACTERÍSTICAS - 16 a 25 anos - F:M = 1:2 (mais prevalente nos homens) - Fraqueza muscular focal (miótomo de C7-T1) unilateral com fraqueza muscular predominante nas mãos e antebraço - Sem sinais de 1º neurônio motor - 50% dos pacientes têm envolvimento do membro contralateral clinicamente (ENMG frequentemente bilateral) - Progressão rápida em 2-3 anos e depois estabiliza → TRATAMENTO - Sem tratamento específico - Fisioterapia → CONDUTA - ENMG - Exame físico - RNM ATROFIA MUSCULAR PROGRESSIVA → CARACTERÍSTICAS - 5-10% dos doentes com DNM - Início quase sempre nos membros, podendo ter alteração bulbar - Até 50% desenvolvem sinais de 1º neurônio e apresentam o quadro clínico típico de ELA, meses ou anos após o início do acompanhamento - Idade de início mais precoce - Não tem sinal piramidal → CONDUTA - Eletroneuromiografia -> da mesma forma de ELA - Exame físico - RNM de coluna cervical → OUTROS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS - Poliomielite - Síndrome pós-polio - Radiculopatia Compressiva - Síndrome de Fasciculações Benignas -> sem outras alterações além das fasciculações e não é risco para desenvolver ELA - Mononeuropatias - Neuropatia Motora Multifocal - Plexopatia - Doenças de JNM - Distrofias Musculares - Doença de Kennedy