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LANTANÍDEOS Os Lantanídeos, também chamados de lantanóides e terras raras, são os elementos do sexto período da família IIIB. Estão posicionadas sempre do lado de fora do corpo principal da Tabela porque possuem um grande número de elementos (Figura 1) Os elementos químicos pertencentes a série dos lantanídeos são: Lantânio (La), Cério (Ce), Praseodímio (Pr), Neodímio (Nd), Promécio (Pm), Samário (Sm), Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Térbio (Te), Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er), Túlio (Tm), Itérbio (Yb) e o Lutécio (Lu). HISTÓRICO As primeiras terras raras foram descobertas graças às pesquisas feitas em 1794 por Johan Gadolin, quando investigava o minério iterbita, encontrado em Ytterby, na Suécia, em 1788. Mais tarde, ao pesquisar a cerita, Jöns Jacob Berzelius supôs ter descoberto um elemento, que seria a terra de cerita. Entre 1839 e 1843, Carl Gustav, colaborador e discípulo de Berzelius, conseguiu desagregar a terra ítria e deu origem aos óxidos de térbio, de érbio e do próprio ítrio. Figura 1 - Representação dos lantanídeos na tabela periódica Em 1789, o francês Paul-Émile separou, por precipitação, o samário do didímio. Em 1880, o sueco Per Teodor Cleve conseguiu desdobrar o óxido de érbio nos óxidos de túlio, de hólmio e de érbio propriamente dito. Cinco anos depois, o austríaco Karl Auer, separou também do didímio, os óxidos de praseodímio e de neodímio, com base em métodos de diferenças de solubilidade e basicidade. PROPRIEDADES GERAIS Os Lantanídeos são quimicamente muito parecidos. O estado de oxidação dos lantanídeos mais importante é de 3+, porém existem estados de oxidação 2+ e 4+. O raio atômico vai diminuindo conforme vai aumentando o número atômico, porém não são grandes variações. São metais brancos e macios e que têm densidades comparáveis às dos metais 3d (6 a 10 g cm-3). Sob a forma metálica, eles são condutores de calor e eletricidade relativamente fracos, com condutividades térmicas e elétricas entre 25 e 50 vezes menores do que as do cobre, respectivamente. Estes metais reagem com vapor d’água e ácidos diluídos, mas são de certa forma passivados por uma cobertura de óxido. Os seus elétrons f não penetram até a parte mais externa do átomo e não participam da formação das ligações, ao contrário dos elementos do bloco d, os metais de transição, nos quais os orbitais d da penúltima camada têm importante papel no comportamento químico e na formação das ligações. Por isso os lantanídeos formam poucos compostos de coordenação. O primeiro elemento da série (La) pertence ao bloco D da tabela periódica, já os demais pertencem ao bloco F. OBTENÇÃO Exceto para o promécio, os lantanídeos são razoavelmente comuns na crosta terrestre. A fonte mineral principal para os primeiros lantanídeos é a monazita (Ln, Th)PO4. Um outro mineral fosfato, o xenotímio, é principal fonte dos lantanídeos mais pesados. O Promécio (Pm) é um elemento que não é encontrado na natureza, somente é obtido por bombardeamento do Neodímio com nêutrons, ou entre os produtos de fissão do urânio. APLICAÇÕES A industrialização das terras raras teve início com a fabricação de camisas de lampiões. Com o passar do tempo suas propriedades foram tornando-se mais conhecidas e seus compostos passaram a ser mais utilizados, tais como na produção de “mischmetal” para pedras de isqueiro, baterias recarregáveis e aplicações metalúrgicas. Figura 2 - Mineral monazita Figura 3 - Mischmetal Com o desenvolvimento tecnológico, as terras raras passaram a ganhar novos usos e, hoje em dia, o universo de suas aplicações é muito abrangente. O Lantânio (La) é muito utilizado na produção de produtos óticos como lentes e também no craqueamento do petróleo. O Cério (Ce) é utilizado na produção de ferro e aço, o praseodímio (Pr) é um metal que forma soluções esverdeadas e é empregado em vidros de máscaras de solda. O Neodímio (Nd) e o Hólmio (Ho) são empregados na confecção de lentes e produtos óticos. Já o Promécio (Pm) é um elemento utilizado como fonte de raios-x em eletroportáteis. O Samário (Sm) é um reagente utilizado em sínteses orgânicas na forma de iodeto. O mais reativo dos lantanídeos é o Európio (Eu) e é empregado na fabricação de tintas fluorescentes. O Gadolínio (Gd) é razoavelmente estável ao ar e é usado em exames de ressonância magnética, o Térbio (Tb) é um metal tão macio que pode ser cortado com uma faca, sendo utilizado também em lâmpadas fluorescentes. O Diprósio (Dy) também é útil na confecção de lâmpadas mas pode ser utilizado em reatores nucleares. O Túlio (Tm) é empregado para dopar vidros devido a sua cor verde. Por fim o Itérbio (Yb) e o Érbio (Er) são matéria-prima na confecção de lasers e o Lutécio (Lu) é um rádiofármaco. Uma mistura Eu e Ce é utilizada na fabricação de óculos escuros. Em vidros de alta qualidade óptica, adiciona-se óxido de lantânio de alta pureza. Vidros deste tipo são usados na fabricação de lentes de precisão. Devido ao seu elevado índice de refração, as lentes feitas com este material possuem espessura menor que lentes equivalentes feitas com vidro óptico comum. Os vidros contendo neodímio e praseodímio, de alta pureza, têm aplicação como filtros especiais para calibração de instrumentos ópticos, pois esses íons possuem bandas de absorção estreitas. A mistura de óxido de neodímio e praseodímio é usada na fabricação de óculos de proteção para uso em trabalhos de fusão e soldagem, devido à capacidade destes elementos absorverem a luz amarela do sódio. Óxido de neodímio é incorporado em vidro para telas de TV, com a finalidade de usar sua propriedade de absorver luz perto de 580 nm, no pico de sensibilidade do olho humano, para bloquear a luz amarela incômoda do ambiente, que incide de frente no tubo da TV refletindo de volta. DIAS, D. L. Séries dos lantanídeos e actinídeos. Disponível em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/series-dos-lantanideos- actinideos.htm> Acesso em 18/03/2017 ISOLANI, Paulo Celso; MARTINS, Tereza S. Terras raras: aplicações industriais e biológicas. Quím. Nova vol.28 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2005 PEDROLO, C. Lantanídeos. Disponível em <http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/lantanideos/> Acesso em: 13/03/2017
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