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gas sarim

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Envenenamento por Gás Sarin 
no metrô de Tóquio - 1995
Alunos: Diego Cavicchini
 Fernanda Hermes
 Gabriela Guimarães
 Luiz Renato Peixoto
 Thiago Iglessias
Professora: Luciana Andrade 
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O Atentado
 Pior ataque terrorista da história japonesa, ocorrido em 20 de março de 1995.
 Cinco membros da seita Aum Shinrikyo liberaram um gás mortal, conhecido como SARIN, no metrô de Tóquio durante o horário de pico da manhã, expondo cerca de 5.000 pessoas aos seus vapores mortais.
 Após embarcarem nos trens, os membros da seita deixaram pacotes com SARIN líquido no chão dos vagões, embrulhados em jornal e plástico. Eles então perfuraram os pacotes com as pontas afiadas de seus guarda-chuvas antes de deixarem os trens. Alguns vestiam máscaras para se protegerem dos vapores do SARIN enquanto fugiam.
 É o caso mais grave de utilização do SARIN como arma química contra uma população civil.
 No total, 12 pessoas morreram e mais de 5.000 foram intoxicadas.
 A seita Aum Shinrikyo assumiu a autoria do ataque e os terroristas foram 
sentenciados à morte ou prisão perpétua.
Aum Shinrikyo
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Origem do gás SARIN
 O gás SARIN foi descoberto em 1938 na Alemanha nazista por cientistas que tentavam desenvolver novos pesticidas mais potentes.
 As estruturas químicas do gás SARIN e dos outros organofosforados se diferenciam por apenas uma substituição molecular de uma molécula de oxigênio, no SARIN, e uma molécula de enxofre, nos organofosforados.
SARIN
MALATION
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Propriedades do gás SARIN
 Molécula quiral, com quatro substituintes ligados ao centro de fósforo tetraédrico.
 Fórmula molecular: C4H10FO2P.
 Líquido incolor e inodoro.
 Exerce seus efeitos biológicos através da inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE).
 A dose mínima letal para o homem é estimada em 0,01 mg/kg.
 A DL50 para inalação de agentes nervosos G são tão baixas quanto 1ppm (10 minutos de exposição).
 Já a DL50 de exposição da pele rondam os 0,3g por pessoa.
 É 26 vezes mais mortal que o gás cianeto.
 Foi classificado como arma de destruição em massa pela 
Resolução 687 da ONU em 1991.
 Sua produção e armazenamento foram proibidos pela 
Convenção sobre Armas Químicas, assinada por 162
Países em 1993.
Representação 3D da molécula do SARIN
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Gases nervosos
 GA: gás TABUN
 GB: gás SARIN
 VX: gás VX
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Mecanismo de ação do SARIN (GB)
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Sintomas pós-intoxicação
 Redução do nível de consciência
 Miose 
 Fasciculações musculares
 Rubor
 Taquicardia
 Hipertensão
 Dispneia
 Paralisia flácida
Miose em olho esquerdo de coelho 5 minutos após inalação de 5 mg/kg de SARIN.
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Tratamento
 Um homem de 29 anos foi levado à emergência por uma ambulância como sendo vítima do gás liberado no metrô que ocorreu às 8h05 no dia 20 de março de 1995.
 O paciente chegou à emergência às 09h05 em coma, espumando pela boca, com sudorese profusa e cianose (coloração azul da pele devido ao aumento da hemoglobina não oxigenada).
 Às 09h07 o paciente foi entubado.
 Exame neurológico revelou constricção bilateral das pupilas (miose), falta de reflexos à luz, fasciculação muscular e convulsões.
 Devido aos sinais característicos de envenenamento por organofosforados ou carbamatos foram administrados via intravenosa:
 SULFATO DE ATROPINA: 0,5mg às 09h08
 DIAZEPAM: 5mg às 09h10 (ansiolítico, anticonvulsivo, relaxante muscular e sedativo)
 PRALIDOXIMA IODADA: 1000mg às 09h15 (dissolve o complexo formado pela enzima acetilcolinesterase com o gás SARIN ou com o organofosforado)
 Análise de sangue mostrou acidose severa (pH = 6,88) para a qual foi administrado bicarbonato de sódio.
 Ventilação mecânica e medicação resultaram em grande melhora dos níveis de gases sanguíneos (O2 e CO2) e diminuição da pulsação 140-146/min.
 Entre 9h22 e 9h40 foram administrados intravenosamente 4mg de SULFATO DE ATROPINA e 20mg de DIAZEPAM adicionais. 
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 Um relatório laboratorial de uma amostra de sangue obtida às 09h07 e que chegou às 10h30 indicou:
 Grande decréscimo de colinesterase no plasma: 16 UI/L, sendo que a concentração normal está entre 245-270 UI/L.
 Leucocitose: 15,8 x 10^9/L , sendo que o normal é até 11 x 10^9/L.
 Aumento de fosfato inorgânico para 2,3 mmol/L, sendo que a concentração normal está entre 0,8-1,3 mmol/L.
 Amônia: 407 µmol/L, sendo que a concentração normal é 40 µmol/L. 
 Devido às notícias televisivas de que os gases tóxicos continham cianeto, às 11h10 foi administrado intravenosamente 10mg de tiossulfato de sódio, apesar de seus sintomas não serem compatíveis com envenenamento por cianeto.
 Às 15h foi anunciado que o gás era o SARIN, mas o cianeto não foi mencionado.
 A segunda amostra de sangue obtida às 12h mostrou uma rápida recuperação da concentração de colinesterase (151 UI/L).
 O paciente gradualmente recuperou a consciência e foi extubado às 13h30.
 Ele foi tratado por 2 dias com SULFATO DE ATROPINA intravenoso (dose total de 15mg) e foi dada alta no dia 27 de março sem qualquer sequela.
 Este caso sugere que a combinação de SULFATO DE ATROPINA, PRALIDOXIMA IODADA e DIAZEPAM em um estágio inicial é efetiva para seres humanos em questão à disfunção neurológica e respiratória após exposição ao gás SARIN. 
 Exames físicos e neurológicos são importantes para o diagnóstico rápido a fim de iniciar o tratamento específico antes mesmo de obter os resultados laboratoriais.
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 Sulfato de Atropina
 Indicado como coadjuvante no tratamento de úlcera péptica, doenças espásticas do trato gastrintestinal e biliar; no tratamento da hipermotilidade do aparelho geniturinário. 
 Outras indicações: como medicação pré-anestésica para reduzir a salivação e a secreção do trato respiratório e para bloquear o reflexo inibitório vagal no coração durante a indução da anestesia e intubação; no tratamento de arritmias ou bradicardia, profilaxia e tratamento de intoxicações por inibidores da colinesterase.
 Diazepam
 Indicado para o tratamento da convulsões e espasmos musculares.
 Pralidoxima Iodada
 
 A pralidoxima pertence a família de compostos chamados oximas que reverte a ligação de organofosforados com a acetilcolinesterase. É usado em combates como antídoto para envenenamento por organofosforados ou inibidores da acetilcolinesterase. Atua contra agentes que atacam o sistema nervoso em conjunto com a atropina.
Medicação utilizada no tratamento
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Precauções para contato com o SARIN
 Não respirar vapores.
 Evitar o contato com a pele em todos os momentos.
 Se a máscara estiver disponível, prender a respiração até colocar a máscara.
 Os bombeiros deverão usar vestuário de proteção integral e aparelhos respiradores.
 Usar luvas de borracha para proteção
 Usar óculos e viseira, se disponíveis.
 Sempre que houver uma suspeita, as autoridades de saúde deverão ser informadas imediatamente.
Bibliografia
 N.B.Munro et al; The Toxicity of Organophosphate Chemical Warfare Agents GA, GB and VX: Implications for Public Protection. Environ Health Perspect. 1994 January; 102(1): 18–37.
 Suzuki, Toru et al. Sarin poisoning in Tokyo subway. The lancet, Volume 345, Issue 8955, 15 April 1995. Pages 980–981.
 http://alchemy-and-alchemists.blogspot.com.br/2009/11/mark-i-naak.html. Acessado em 05/05/2012 às 18:41h.
 http://sc-ems.com/ems/NuclearBiologicalChemical/Sarin/sarin.htm. Acessado em 05/05/2012 às 19h15.
 http://emergency.cdc.gov/agent/sarin/basics/facts.asp. Acessado em 05/05/2012 às 19h40.
http://www.noblis.org/missionareas/nsi/chemistryoflethalchemicalwarfareagents/Pages/Sarin.aspx. Acessado em 05/05/2012 às 21h30.
 http://www.atsdr.cdc.gov/toxfaqs/tf.asp?id=524&tid=93. Acessado em às 22h40.
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