Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O conceito de “modelo de atenção” surgiu com a OMS, que são “combinações de tecnologias estruturadas em função de problemas e necessidades sociais de saúde, historicamente definidas”, ou seja, são formas de como se trabalha na saúde. Tem também como conceito a racionalidade, que busca combinar tecnologias estruturadas para a resolução de problemas e para o atender necessidades de saúde individuais e coletivas. O modelo hegemônico de prestação de serviços em saúde nasceu nos séculos XVIII e XIX junto com a medicina cientifica, quando foi descoberta a relação dos microrganismos com as doenças. Os hospitais passam a ser o local de trabalho da medicina cientifica, junto dos laboratórios. O grande marco da época foi o Relatório Flexner (1910), que avaliou e fechou escolas médicas americanas. Dentro desse modelo, surgem conceitos como Mecanicismo, Biologismo, Individualismo e Especialização. Além disso, houveram também a exclusão das práticas alternativas, tecnificação do ato médico, ênfase na medicina curativa e a concentração de recursos. Nos anos 70 a medicina cientifica entra em crise pelo alto custo e sua ineficiência. No século XX surge o modelo de saúde pública com 2 vertentes, a campanhista e a vertical permanente. A campanhista tinha interesses econômicos agroexportadores, e tinha como intuito o combate das epidemisas e endemias por meio de campanhas sanitárias. Já a vertical permanente tinha a proposta do centro de saúde, prestação sistemática de serviços e controle de doenças endêmicas, vacinações, puericultura e outras atividades de prevenção. Teve seu ápice nas décadas de 40 e 50, já nos anos 60 foi descontinuada. O modelo de assistência medica previdenciário surgiu na década de 20, era voltado as necessidades de assistência dos trabalhadores urbanos e industriais. Houve sua expansão a partir da década de 40 com a construção da rede de hospitais ligados aos IAPs. Esses hospitais foram incorporados ao INPS e ficaram sob responsabilidade do INAMPS. A medicina comunitária foi difundida a partir dos anos 60 nas Universidades. Foi um espaço de politização da saúde, onde havia a reflexão de problemas entre esses estudantes. As consequências disso foram as mudanças na política de saúde nacional e a redemocratização da sociedade brasileira. A reforma sanitária no Brasil foi um movimento gestado a partir dos anos 70, que tinha uma proposta abrangente de mudança social e transformação da situação sanitária. Em 1986 esses princípios são sistematizados na VIII Conferência Nacional de Saúde, onde começa a se ter um conceito de saúde numa visão ampla, que se preocupa com o bem-estar geral do indivíduo. Com o Sistema Único de Saúde foi criado o conceito de saúde para todos, inclusive para aqueles que não contribuem com a previdência. Há também modelos assistenciais vigentes no país, como por exemplo o modelo médico-assistencial privatista, o modelo da atenção gerenciada e o modelo assistencial “sanitarista”. Há também modelos alternativos como o SILOS e o cidades saudáveis. “Da pirâmide ao círculo”: o modelo que se pensava para o SUS tinha como conceito uma pirâmide, onde a base, que seria por volta de 80% dela, era o cuidado primário, o meio da pirâmide abrangia 15% com a alta complexidade e o ápice da pirâmide abrangia 5%, que era destinado a cirurgias de alta densidade tecnológica. Porém, atualmente vemos essa pirâmide como um círculo, onde a porta de entrada segue sendo os serviços de urgência e emergência, acesso a serviços especializados é bastante difícil e há dificuldade em conseguir cirurgias eletivas. “As pessoas acessam o sistema por onde é mais fácil ou possível. ” Por conclusão, tem-se que esses modelos possuem como desafio investigar qual é a combinação de tecnologias e abordagens mais adequadas para a solução de problemas derivados de diferentes perfis epidemiológicos. Com isso, não faz sentindo pronunciar-se sobre um modelo de atenção unido para o SUS, dada a heterogeneidade das situações que compõe a realidade de saúde nas diferentes regiões, cidades e territórios do país.
Compartilhar