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1 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina Habilidades Cirúrgicas I | Aula 3 – Equipe cirúrgica, instrumental cirúrgico, montagem de mesa cirúrgica, sinalização, preparo do campo operatório e colocação dos campos cirúrgicos | UC 16 EQUIPE CIRÚRGICA Anestesista • Responsável por promover a analgesia. • Mantém os parâmetros fisiológicos do paciente (função cardíaca e respiratória, drogas e administração de fluidos intravenosos). • É quem inicia a cirurgia e solicita sua suspensão ou interrupção na vigência de risco de vida. • No final, fiscaliza e orienta a recuperação anestésica até que o operado tenha condições de manter seus reflexos vitais. Cirurgião • Responsável pela intervenção, realizando as manobras básicas da cirurgia. Secciona as estruturas, faz hemostasia e promove a síntese dos tecidos até o término do ato cirúrgico. • Coordena o trabalho de toda a equipe e escolhe os colaboradores de acordo com afinidade. Assistente (1º auxiliar, cirurgião assistente) • Coloca o enfermo em posição adequada na mesa e prepara o campo cirúrgico. • Responsável pela ajuda ao cirurgião e deve ter um grande conhecimento da cirurgia a ser executada. • Deve ser capaz de antecipar os tempos cirúrgicos e de substituir o cirurgião com seus impedimentos. • Tem certas obrigações, como o controle da hemorragia, ajudar na exposição, e fazer as ligaduras, sem a solicitação do cirurgião. Instrumentador • Manter o instrumental limpo de sangue. • Ordenar o instrumental na mesa cirúrgica. • Antecipar os movimentos do cirurgião e assistente, alcançando o material sem solicitação. • Separar o material contaminado. • Preparar as suturas. • Fazer a limpeza após a cirurgia. • Em intervenções mais complexas, existe, ainda, o 2º assistente. Colabora com as manobras de afastamento, permitindo o 1º assistente maior liberdade de ação, podendo ele também realizar pinçamento dos vasos, tendo maior facilidade para executar os nós de sutura. Per-Operatório – Equipe, Instrumental e Sinalização 2 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina TEMPOS CIRÚRGICOS E INSTRUMENTAL CIRÚRGICO • O instrumentador deve montar a mesa de acordo com sua preferência e esta varia de acordo com a operação. • Normalmente a mesa fica oposta ao cirurgião e perpendicular a maca. • Por vezes uma mesa auxiliar pode ser utilizada (mesa de Mayo). • Deve seguir a ordem dos tempos cirúrgicos. • Hastes devem estar direcionadas para quem vai usar o instrumental. • A apresentação deve sempre ser firme para certeza de que o objeto foi definitivamente entregue. • Instrumental deve ser devolvido a posição original. • Instrumentador deve tentar prever os passos da cirurgia e antecipar o pedido dos instrumentos. DIÉRESE • INCISÃO: feita com instrumentos de corte, que secciona os tecidos moles por meio de uma lâmina produzindo ferimento inciso (ex: bisturi elétrico ou raio laser). • SECÇÃO: ato de cortar com tesoura, serra, lâmina afiada, bisturi elétrico, laser, ultra-som ou micro-ondas. • DIVULSÃO: separação dos tecidos com pinça, tesoura, tentacânula, afastadores etc. • PUNÇÃO: por meio de um instrumento perfurante, com várias finalidades, como: drenagem de coleção líquida das cavidades ou do interior de órgãos, coleta de fragmento de tecido e de líquidos orgânicos para exame de diagnóstico, ingestão de contraste e medicamentos. • DILATAÇÃO: usada para aumentar o diâmetro de canais e orifícios naturais, ou de trajetos fistulosos. • SERRAÇÃO: realizada por meio de serra, especialmente em cirurgia óssea. Tempos cirúrgicos Diérese Manobra destinada a criar descontinuidade nos tecidos. Hemostasia Manobra destinada a evitar ou estancar uma hemorragia. Preensão Função de pinçar e prender órgãos viscerais. Exposição Expor o campo, para melhor visualização da operação. Exérese Retirada de algo do corpo, podendo ser tecidos ou órgãos. Síntese Reaproximação dos tecidos visando a cicatrização. Ex: sutura. Especial Varia de acordo com a especialidade cirúrgica. Instrumentos de diérese • Instrumentos de corte: bisturi, serra, tesoura, rugina, cisalha, faca, costótono, bisturi elétrico, osteótomo, goiva. • Instrumentos de divulsão: pinça hemostática, tesoura, afastador, tentacânula. • Instrumentos de punção: trocarte, agulha de veres. • Instrumentos de dilatação: vela de hegar, beniqué. • Instrumentos auxiliares: pinças de dissecação, pinças de tração ou preensão, afastadores (dinâmicos e estáticos). BISTURI O bisturi clássico, denominado escalpelo (lat. scalpellu) ou bisturi de lâmina fixa é pouco usado nos dias de hoje; deu lugar aos cabos de bisturi que utilizam lâminas descartáveis. Os cabos mais utilizados são: 1. Cabo nº 3 - Utiliza lâminas menores, que possibilitam incisões mais críticas, delicadas (nº 10, 11, 12, 15). 2. Cabo nº 4 - Utiliza lâminas maiores, são mais usados em procedimentos em grandes animais (nº 20, 21, 22, 23, 24, 25). Bisturi, cabos. 3 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina TESOURAS Podem ser denominadas pelo nome de seus idealizadores, geralmente as tesouras são classificadas de acordo com a forma das extremidades de suas lâminas, que podem ser Rombas ou Finas. Das suas possíveis combinações, derivam as tesouras: • Romba-Romba (RR), • Fina-Fina (FF) • Romba-Fina (RF). Estes instrumentos são encontrados nas versões Reta (R) e Curva (C). Na rotina cirúrgica são usadas as tesouras de MAYO, na versão RRR, para fáscias e corte de fios. Também as tesouras de METZENBAUM, para a diérese mais delicada de tecidos e que, por serem mais longas e finas, são bem utilizadas em cavidades, alcançando estruturas mais profundamente situadas. Tesoura Metzenbaum Reta e Curva Tesoura Mayo Reta e Curva • Mayo geralmente é usada em tecidos mais resistentes e fios. • Tesoura de Mayo Reta – são projetadas para cortar os tecidos do corpo próximo à superfície de uma ferida. Também são utilizadas para o corte de suturas. • Tesoura de Mayo Curva – permite a penetração mais profunda na ferida do que as retas, cortes mais grosseiros. Serve para cortar tecidos grossos, como aqueles encontrados nos músculos torácicos, útero e membros. • A tesoura Metzebaum normalmente é utilizada para dissecção. • É mais delicada que a Mayo. • Proporção clássica: 1 terço cortante para 2/3 de haste. • Variação: Metzenbaum-Nelson. • Com Vídea: corte mais preciso. • Quando o cirurgião pedir uma tesoura a 1ª escolha será a Metzenbaum Curva. 4 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina HEMOSTASIA Hemostasia temporária Hemostasia definitiva • Executada no campo operatório (cruenta) ou a distância (incruenta), com instrumentos preensores, dotados de travas, denominados pinças hemostáticas. • Tipos de hemostasia temporária: pinçamento, garroteamento, ação farmacológica, parada circulatória com hipotermia ou oclusão endovascular. • Quase sempre cruenta e interrompe para sempre a circulação do vaso sobre o qual é aplicada. • Tipos de hemostasia definitiva: ligadura, cauterização, sutura, obturação, tamponamento. • Instrumentos: pinças hemostáticas curvas (traumáticas). PINÇA DE HALSTEAD • Pinça hemostática pequena, de ramos prensores delicados, prestam-se muito bem para pinçamento de vasos de menor calibre, pela sua precisão. • É totalmente ranhurada na parte prensora. Encontradas nas versões reta ou curva. • Também chamada pinça mosquito ou mosquitinho. PINÇA KELLY • Apresenta tipos curvos ou retos, com serrilhado transversal (ranhuras)em 2/3 da garra, com 13 a 15 em de comprimento. • OBS.: as hemostáticas apresentam formato semelhante ao da tesoura, diferindo-se delas pela presença da cremalheira entre as duas argolas, que permite o fechamento do instrumental de forma auto-estática com diferentes níveis de pressão de fechamento. • Em quase tudo é semelhante à de Crile, com exceção das ranhuras da sua parte prensora, que ocupam apenas 2/3 da sua extensão, com pequenas variações para mais ou para menos dependendo do fabricante. KELLY RETA KELLY CURVA HALSTEAD CURVA HALSTEAD RETA As pinças de Crile apresentam ranhuras em toda face interna, enquanto as Kelly apresentam ranhuras apenas até a metade de sua face interna. Por esse motivo, a escolha do tipo de pinça determina a segurança da hemostasia a ser realizada 5 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina PINÇA DE CRILE • Possuem ranhuras transversais em toda a extensão da sua parte preensora. Isto lhe confere utilidade também no pinçamento de pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente, não sendo utilizada a extremidade. • Por ser totalmente ranhurada, não desliza, fixa-se muito bem às estruturas que compõem o pedículo. Tamanhos variam entre 14-a 6 cm, nas versões reta ou curva. CRILE RETA CRILE CURVA PINÇA DE KOCHER • Semelhante às de Crile, as pinças de Kocher têm a face interna da sua parte preensora totalmente ranhuradas no sentido transversal. Diferem por possuírem "dente de rato" na sua extremidade, o que se por um lado aumenta muito a sua capacidade de prender-se aos tecidos, por outro a torna muito mais traumática. • São apresentadas em tamanhos variados, retas ou curvas. Ela é considerada uma pinça de tração para manusear tecidos rígidos, como aponeurose. PINÇA DE COLLIN • Pontas com formato de coração, com 16 a 23 em de comprimento; utilizadas para pinçamento de vísceras ocas. Suas garras apresentam um formato mais arredondado do que as garras da pinça Foerster. KOCHER CURVA KOCHER RETA PINÇA DE DURVAL- COLLIN • Formato triangular, com dentes ou serrilhados pequenos e delicados nas três faces do triângulo, com 18 a 25 cm de comprimento; também utilizadas para preensão de vísceras ocas. COLLIN DURVAL- COLLIN 6 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina SÍNTESE • Aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados. Facilita as fases iniciais do processo de cicatrização, a fim de que a continuidade tecidual seja reestabelecida. • Sutura manual e sutura mecânica. • Instrumentos utilizados na sutura manual: agudas (retas, curvas e de cabo), pinças, porta agulhas. PORTA-AGULHA • Necessário da reconstrução, principalmente cavidades, oferece conforto ao cirurgião e melhor condução da agulha curva. • Agulha tem que estar firme para realizar passagem única pelos tecidos. • São de uso corrente os porta-agulhas de cabo tipo pinça (MAYO e HEGAR). E os que se fixam em cremalheiras (MATHIEU). PINÇA ANATÔMICA • Instrumento de preensão. • Possui ranhuras paralelas. PINÇA DENTE DE RATO • Diferentemente de anatômica, possui 3 pontos de fixação ao invés das ranhuras. PINÇA DE FOERSTER • Retas ou curvas, com 18 a 25 em de comprimento; para preensão de vísceras ocas; permitem que seus ramos permaneçam afastados, mesmo ao se encaixarem os primeiros dentes da cremalheira. • Suas garras são mais elipsoides quando comparadas com as garras da pinça Collin. FOERSTER 7 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina OBS.: lembrar que pinça anatômica gera mais lesão a pele do que a dente de rato, devido à quantidade de ranhuras, mas a pinça dente de rato não deve ser utilizada em vasos. PINÇA ADSON • São pinças delicadas, com ou sem dentes em suas pontas – reta ou anguladas - de grande utilização em operações estéticas e com 12 cm de comprimento. ANATÔMICA DENTE DE RATO AGULHAS • São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, servindo de guia aos fios de sutura. • A ponta da agulha é de fundamental importância, deve favorecer a penetração adequada no tecido, com o mínimo de traumatismo. • As pontas devem ser cilíndricas ou cortantes. • Agulhas são retas, curvas e de cabo. • Agulhas traumáticas: diferença de diâmetro entre a ponta e corpo da agulha do fio. • Agulhas atraumáticas: fio montado de mesmo diâmetro da agulha (orifícios de entrada e saída uniformes). 8 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina ESPECIAIS EXPOSIÇÃO BACKHAUS • As pinças de campo têm por finalidade fixar os campos, fenestrados ou não, à derme do paciente, impedindo que a sua posição seja alterada durante o ato cirúrgico. • Sua extremidade é aguda, curva para a preensão do campo e da pele do paciente. As mais comuns são as pinças de Backhaus. ALLIS • Pode ser utilizada para preensão muscular, a exemplo de musculatura uterina na cesária. • Não devem ser utilizadas na pele. CHERON Devido ao grande comprimento pode ser utilizada com uma gaze, servido para a antissepsia e embrocamento. FARABEUF Afastadores de mão mais usados, apresentando hastes de comprimento e largura variados (6 a 20 em e 6 a 20 mm, respectivamente), e duas extremidades com lâminas discretamente curvas. Utilizado para afastar pele, subcutâneo e músculos superficiais DOYEN • Afastador dinâmico utilizado em cirurgias abdominais e urológicas • Bastante utilizado para afastar e isolar o leito hepático durante a retirada de vesícula biliar. 9 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina SINALIZAÇÃO INSTRUMENTAL • É a sequência de movimentos nas intervenções cirúrgicas para a solicitação de instrumentos e materiais, podendo ser adotados sinais especiais. • Tem como objetivos eliminar a troca de palavras durante o procedimento a fim de evitar a contaminação e garantir maior presteza na tarefa do instrumentador. • Em equipes bem treinadas torna-se desnecessária: já existe a previsão do instrumento ou material a ser solicitado. • Quando o instrumentador desconhece os sinais utilizados pelo cirurgião é melhor solicitar o instrumento pelo seu nome próprio em voz alta e firme para perfeita compreensão. • Pode ser aplicada a todos os instrumentos, porém na prática os sinais são limitados aos instrumentos e materiais mais utilizados, sendo preferível solicitar os outros pelo nome. • Palavras de cortesia ou agradecimento são dispensáveis. BISTURI - O pedido é feito com a mão direita com a face palmar voltada para baixo, com os três últimos dedos fletidos, estando o indicador apoiado ao polegar. O instrumentador toma o bisturi pela ponta, apresentando o cabo ao cirurgião. Nesta manobra deve ter o cuidado de não colocar a borda cortante do bisturi voltada para sua mão. TESOURA - A solicitação da tesoura é feita com a mão direita estendida em pronação tendo os dois últimos dedos fletidos. O indicador e o médio estendidos imitando o corte das lâminas de tesoura. Tratando-se de tesoura curva, o instrumentador a entrega com a curvatura-voltada para a mão do cirurgião. GOSSET • Afastador autoestático, ou seja, possui um mecanismo de trava para estabilizar sua posição uma vez sendo fixado. • Outro exemplo de afastador é o Finocchietto (utilizadoem cirurgias do tórax). WELTILANER Apresenta cabos articuláveis e não- articuláveis, e três ou quatro ramos (ou garras) rombos ou agudos, em ancinho, em suas extremidades. 10 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina PINÇA HEMOSTÁTICA – O pedido da pinça hemostática é feito com a mão direita tendo a face palmar voltada para cima e os dedos estendidos. O instrumentador, tomando as pinças pela ponta, oferecendo primeiro as curvas e depois as retas, a menos que haja solicitação especial. As pinças curvas devem ter sua curvatura voltada para a mão do cirurgião. As hemostáticas utilizadas com fins específicos devem ser solicitadas pelo nome. PORTA AGULHA – O pedido do fio de sutura.com o porta-agulhas é feito com o punho tendo os dedos fletidos, executando sucessivos movimentos de pronação e supinação, simulando a maneira de utilizar o instrumento. Ao entregar o porta-agulhas segura-o pela ponta e afasta o fio para que o mesmo não seja empalmado junto com o instrumento. PINÇA DE DISSECÇÃO – O pedido da pinça anatômica ou da pinça com dente de rato é feito executando o movimento de pinça, pela aproximação e separação do polegar e do indicador. Quando se trata da pinça anatômica os dedos conservam-se estendidos. Quando se trata da pinça de dente mantêm-se fletidos. O instrumento deve ser apresentado fechado para evitar que o cirurgião ao segurá-lo prenda o dedo do instrumentador. BACKHAUS ALLIS 11 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina AFASTADORES FARABEUF DOEYN AFASTADOR GOSSET COMPRESSA MONTAGEM DA MESA CIRÚRGICA • Na área habitual são colocados os instrumentos mais usados durante a cirurgia, correspondendo a diérese, hemostasia e síntese. • Na área eventual de pegada são colocados instrumentos de intervenção, utilizados somente em momentos determinados. • OBS: O objetivo dessa separação é propiciar melhor conforto ao instrumentador! 12 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina • A mesa de instrumental cirúrgico, de formato retangular, é dividida de acordo com os tempos cirúrgicos e agrupados da seguinte forma: INSTRUMENTOS DE DIÉRESE: destinados à separação de tecidos ou planos para se atingirem os órgãos a serem manipulados. Neste grupo, encontram-se tesouras, bisturis, serras e trépanos, dentre outros. INSTRUMENTOS DE HEMOSTASIA : destinados à prevenção, detenção ou impedimento do sangramento. Este grupo é representado pelas pinças hemostáticas. INSTRUMENTOS DE SÍNTESE: destinados às suturas, junção e união de tecidos ou planos para o restabelecimento de sua continuidade, facilitando o processo de cicatrização. São representados por porta agulhas e agulhas. INSTRUMENTOS DE EXÉRESE: determinados pelo tipo de operação, sendo utilizados no ato cirúrgico propriamente dito. INSTRUMENTOS AUXILIARES : destinados ao auxílio à dissecção tecidual. São exemplo as pinças elásticas anatômicas e “dente de rato”. AFASTADORES: instrumentos de exposição que permitem a melhor visualização de estruturas superficiais e da cavidade. PREPARO DO CAMPO OPERATÓRIO – COLOCAÇÃO DOS CAMPOS CIRÚRGICOS • Os campos cirúrgicos são tecidos grossos e estéreis de formato retangular ou quadrado. • A função deles é delimitar e isolar o campo operatório: • Evitar contaminação e proteger a equipe; • Dar espaço para o anestesista. • Dois tipos: Reutilizável: feitos de tecido com trama pesada, algodão com tratamento químico o Descartável: material sintético, de uso único • A disposição dos campos cirúrgicos varia de acordo com o tipo de cirurgia. 13 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina • Nunca se deve colocar os campos cirúrgicos esterilizados em uma superfície molhada. • Uma vez colocados, os panos de campos não devem ser movidos. A única exceção é nas bordas da fenestra que podem ser afastadas do local de incisão. • Se o antisséptico não secou, use esponja de gaze esterilizada e uma pinça para secar a pele. 1º - COLOCAR O CAMPO INFERIOR 2º - COLOCAR O CAMPO SUPERIOR • O instrumentador entrega ao cirurgião um dos campos maiores para este fim. • O cirurgião desdobra-o, segurando em uma ponta e o auxiliar em outra. • O instrumentador entrega ao anestesista um dos campos maiores para este fim. • O anestesista segura as pontas superiores e o auxiliar as inferiores. • Delimita a “tenda do anestesista”. 3º - COLOCAR OS CAMPOS LATERAIS • São menores. • Devem ser dispostos delimitando lateralmente o campo cirúrgico. • Após isto, deve se colocar as pinças de campo, as Backhaus, que unem os campos entre si. • Após aplicadas as Backhaus não devem ser movidas. 14 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina 15 HABILIDADES CIRÚRGICAS I | P6 - UC 16 | MEDICINA UNIT AL 2021.2 - Mayra Alencar @maydicina
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