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Crônica Gênero textual discursivo que narra situações cotidianas da vida urbana. A crônica é um gênero textual típico dos séculos XIX, XX e XXI, normalmente sendo encontrada em jornais ou revistas. Em muitos casos, célebres cronistas reúnem suas crônicas em livros. Características • O fator principal que define a crônica é sua temática: crônicas abordam assuntos vinculados ao cotidiano das cidades. • Um bom cronista é aquele que narra situações banais sob uma ótica particular e criativa. • É comum que esse tipo de texto tenha marcas claras de humor. • A linguagem da crônica costuma ser coloquial e simples. A leveza na linguagem é típica do gênero. • Normalmente, as crônicas são publicadas em jornais, revistas e blogs. Tipos Descritiva: Descrição dos elementos na narrativa, expõe os detalhes de objetos, lugares, personagens, etc. Narrativa: Marcado pela narração em primeira ou terceira pessoa do singular, contém humor, ação e crítica. Dissertativa: Escrita em primeira ou terceira pessoa do plural, traz à tona o ponto de vista do autor sobre o assunto em foco. Humorística: Humor, ironia e sarcasmo. Temas que impactam a sociedade de forma cômica. Lírica: A expressão de emoções é predominante, evidencia o sentimentalismo. Poética: Utiliza versos poéticos em sua composição, contém sentimentos e emoções. Narrativo-descritiva: Combina a narrativa e a descritiva. Jornalística: Tem um viés do texto jornalístico no que diz respeito à veiculação de notícias e fatos, busca abordar acontecimentos atuais, do mesmo dia ou semana, por exemplo. Histórica: Relembra episódios passados. Como Fazer É preciso ser um observador da sociedade. A visão particular e inusitada do cronista é que confere originalidade ao gênero. É necessário usar uma linguagem leve, muitas vezes coloquial, e procurar demonstrar como o cotidiano tem significados. Exemplo A sensível (Clarice Lispector) Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre – virava para o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas – assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria. Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na calçada. Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido a enganava. Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas – aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de fome, o marido tuberculoso – a bordadeira recusou-se a bordar a toalha porque não gostava de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade. Até que, dias depois, a sensibilidade se curou assim como uma ferida seca. Aliás, um mês depois, teve seu primeiro amante, o primeiro de uma alegre série. REFERENCIAS CASTRO, Sara de. "Crônica narrativa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica-narrativa.htm. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Crônica argumentativa "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-cronica- argumentativa.htm. MARINHO, Fernando. "Crônica "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm. https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm
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