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UNISÃOMIGUEL CURSO DE BACHARELADO EM FONOAUDIOLOGIA LARISSA MARIA DE SOUZA SILVA PROTOCOLO MBGR: MANUAL DE APLICAÇÃO Recife/PE 2021 APRESENTAÇÃO A apresentação é uma etapa imprescindível para o diagnóstico fonoaudiológico e planejamento terapêutico. Atualmente a clínica fonoaudiológica conta grande variedade de protocolos para os mais diversos fins e áreas de competência. Nos primeiros contatos com os estágios, verificamos a necessidade de obter um facilitador da aprendizagem, que servisse como meio para relembrar a aplicação de um protocolo. Vimos, então, uma oportunidade de auxiliar os nossos pares, por meio da criação deste material. Essa obra reúne informações pertinentes para a aplicação do protocolo MBGR, eleito devido sua frequência de uso para avaliação das funções e estruturas do Sistema Estomatognático no cotidiano da clínica-escola. INTRODUÇÃO O protocolo MBGR (Marchesan, Berrentin-Feliz, Genaro, Rehder), é um instrumento específico e detalhado utilizado na área de motricidade orofacial. Seus resultados se dão por meio de escores, que permitem ao fonoaudiólogo avaliar, diagnosticar, estabelecer o prognóstico em motricidade orofacial e auxiliar no desenvolvimento do raciocínio clínico. O protocolo de exame clínico compreende duas partes. A primeira envolve a história clínica, que contempla informações quanto a identificação do paciente, queixas, antecedentes familiares e intercorrências, desenvolvimento e dificuldades motoras; problemas de saúde e respiratórios, sono e tratamentos realizados; aspectos relacionados à alimentação desde a amamentação até a alimentação atual; bem como sobre a mastigação; deglutição; hábitos orais e, também, aspetos envolvendo a comunicação, fala, audição, voz e escolaridade. A segunda parte compreende o exame miofuncional orofacial, que envolve a observação da postura corporal, análise morfológica extra e intraoral, avaliação da mobilidade, tonicidade e sensibilidade orofacial, além das funções de respiração, mastigação, deglutição e fala. O MBGR tem caráter global sendo um dos protocolos mais completos existentes para a avaliação das estruturas e funções do sistema estomatognático, pois permite avaliar desvios e inadequações pontuais quanto à mobilidade, tonicidade, sensibilidade, respiração, mastigação, deglutição, fala, entre outros. A documentação proposta por esse instrumento envolve tanto os registros fotográficos como filmagem, tornando possível a reanálise do material pelo mesmo avaliador ou por mais de um avaliador (utilizando ou não o consenso). Tal característica permite diminuir a subjetividade da avaliação e, consequentemente, os erros de análise. MATERIAIS SUGERIDOS PARA AVALIAÇÃO · Paquímetro digital · Afastadores Bucais em “V” e em “U” (infantil e adulto) · Espelho de Glatzel · Touca Descartável · Máscara Descartável · Luvas Descartáveis · Abaixador de Língua · Copo de fundo transparente (acrílico de preferência) · Lápis para cópia · Álcool à 70% · Gaze · Estesiômetro · Lanterna EXAME MIOFUNCIONAL OROFACIAL - MBGR Para aplicação do protocolo o profissional deve estar adequadamente paramentado, com uso de jaleco, touca, luvas, máscara e sapatos fechados. ETAPAS: 1. POSTURA CORPORAL Para a avaliação da postura de cabeça e ombros as fotos devem ser realizadas com o paciente em pé, descalço e com os pés alinhados lado a lado, com fotos com visão frontal e perfil direito do corpo e face frontal em repouso e em sorriso. 2. MEDIDAS DA FACE, MOVIMENTO MANDIBULAR E OCLUSÃO: Parte utilizada para medir o trespasse horizontal. Parte utilizada para medidas extraorais. Parte utilizada para medidas intraorais. 2.1 Face (manter os lábios em contato, tomar cada medida 3 vezes com paquímetro e calcular a média). 2.1.1 Terço médio da face (glabela a sub-nasal). 2.1.2 Terço inferior da face (sub-nasal a gnatio). 2.1.3 Altura da face - A (glabela a gnatio) (soma do terço médio com o inferior). Somam-se as medidas do terço médio com o inferior. 2.1.4 Largura da face - La (proeminências dos arcos zigomáticos). 2.1.5 Canto externo do olho direito à comissura do lábio direita. 2.1.6 Canto externo do olho esquerdo à comissura do lábio esquerda. 2.1.7 Lábio superior (sub-nasal ao ponto mais inferior do lábio superior). 2.1.8 Lábio inferior (do ponto mais superior do lábio inferior ao gnatio). 2.2 MOVIMENTO MANDIBULAR E OCLUSÃO (usar paquímetro e lápis cópia, tomar cada medida 3 vezes e calcular a média). 2.2.1 Trespasse vertical - TV (com os dentes em oclusão, marcar na face vestibular dos incisivos inferiores a face incisal dos incisivos superiores e medir a distância dessa marcação até a face incisal dos incisivos inferiores; na mordida aberta medir a distância entre as faces incisais dos dentes incisivos superior e inferior, no plano vertical, e o resultado obtido será negativo). 2.2.2 Trespasse horizontal - TH (medir a distância entre as faces incisais dos incisivos superiores e inferiores, no plano horizontal). 2.2.3 Lateralidade mandibular direita (marcar a linha média dentária da arcada superior na arcada inferior, levar a mandibular para a direita e medir a distância entre a marcação e linha média superior). 2.2.4 Lateralidade mandibular esquerda (marcar a linha média dentária da arcada superior na arcada inferior, levar a mandíbula para a esquerda e medir a distância entre a marcação e linha média superior). Em crianças com dentadura mista, quando não é viável a marcação da linha média dentária, pode-se usar o incisivo lateral ou mesmo o canino para marcar a linha de referência e coletar as medidas aproximadas de lateralidade mandibular (adaptação). 2.2.5 Distância interincisal máxima ativa - DIMA (do incisivo central ou lateral superior ao inferior com a máxima abertura da boca). 2.2.6 Abertura da boca (DIMA +TV). Somar as medidas da DIMA e TV. 2.2.7 DIMA com o ápice da língua tocando a papila incisiva. 2.2.8 (DIMALP) calcular: (DIMALP) x 100 DIMA. Larissa Maria de Souza Silva
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