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Capítulo 1
Relações Maxilomandibulares em Prótese Total 
Adriana da Fonte Porto Carreiro
Cátia Maria Fonseca Guerra
Sandra Lúcia Dantas de Moraes
Arcelino Farias Neto
Luciana Bastos Alves
1 – Introdução
A reabilitação de indivíduos através de próteses totais deve ser vista de uma forma bastante ampla. O seu sucesso deve-se 
não só ao simples ato de repor elementos dentários perdidos, mas principalmente devolver uma série de características anatômicas 
faciais alteradas e perdidas durante o processo de involução do sistema estomatognático, que ocorre em indivíduos que perderam 
1todos os elementos dentários em pelo menos um dos arcos . 
Quando um indivíduo se submete ao tratamento reabilitador através de prótese total removível, as suas expectativas não 
são apenas voltar a mastigar com maior eficiência, mas também, estar apto a relacionar-se socialmente sem constrangimentos e 
introspecção, podendo sorrir, falar com segurança, ou seja, recuperando a sua auto-estima.
Clinicamente a região do terço inferior da face do paciente é chamada de “região protética”. Essa denominação deve-se ao 
2fato de o restabelecimento da plenitude facial sofrer grande influência dos trabalhos protéticos .
Na atualidade, a busca pela excelência estética faz parte do ideal de beleza dos diversos profissionais que trabalham nessa 
área, como também dos indivíduos que buscam os seus cuidados. Os conceitos de reabilitação de indivíduos desdentados totais, 
através da recuperação das relações intermaxilares de interesse protético, não são exclusivamente aplicados aos desdentados totais. 
É comum encontrarmos pacientes dentados ou parcialmente dentados com relações maxilo-mandibulares alteradas e 
comprometidas, muitas vezes buscando em outras especialidades a solução para o rejuvenescimento facial. Nesses casos, muitas 
vezes, toda a terapêutica deveria ter sido iniciada com a reabilitação oral, por meio da recuperação do terço inferior da face, 
deixando procedimentos invasivos como complementares. O restabelecimento das necessidades funcionais e das necessidades 
estéticas que influenciarão o bem estar psicológico do paciente é muito dependente da obtenção correta das relações 
maxilomandibulares.
Uma vez perdidos todos os dentes ou as referências dentárias originais e adequadas, praticamente deixam de existir 
parâmetros intra-orais que possam orientar a recolocação de dentes através de próteses. Por esta razão, certas características 
biotipológicas do indivíduo passam a ser os únicos parâmetros disponíveis para reconstruir adequadamente os padrões oclusal e 
estéticos perdidos. Assim, o profissional necessita ter conhecimento dessas características e através de um meio adequado transferí-
3las ao arranjo dos dentes artificiais da futura prótese .
O objetivo deste capítulo é descrever os procedimentos clínicos responsáveis pelo restabelecimento das características 
oclusais, funcionais e estéticas em pacientes desdentados totais bimaxilares e monomaxilares através do ajuste dos planos de cera e 
registro das relações intermaxilares. Como veremos, este passo permite que o dentista transmita ao técnico em prótese dentária com 
precisão as informações necessárias à montagem dos dentes artificiais. 
2 – Confecções dos planos de orientação
Para o restabelecimento das relações maxilomandibulares e da estética facial, são confeccionados, sobre os modelos 
funcionais, os planos de orientação (base de prova e plano de cera). Estes devem ser devidamente ajustados no paciente com a 
finalidade de registrar as relações horizontais e verticais entre a maxila e a mandíbula e ainda de estabelecer parâmetros estéticos 
para a montagem dos dentes artificiais. Os planos de orientação permitem ainda a montagem dos modelos no articulador, a 
montagem dos dentes artificiais e as provas funcionais, estéticas e fonéticas no paciente. O ajuste dos planos de orientação segue 
uma seqüência de procedimentos lógica e ordenada que envolve conhecimento, habilidade e sensibilidade do profissional.
Os planos de orientação são os elementos protéticos utilizadas para o registro das relações maxilomandibulares. Eles são 
PRÓTESE TOTAL
construídos sobre os modelos de gesso obtidos a partir da moldagem funcional, que representam à área de suporte da futura prótese, 
sendo constituídos da base de prova e do plano de cera ou arco de oclusão.
A base de prova deve ser rígida, estável e de fácil ajuste e polimento. Deve ser confeccionada preferivelmente em resina 
acrílica autopolimerizável ou lâminas fotoativadas. As bases de resina acrílica são excelentes para o registro das relações 
maxilomandibulares, pois se assentam com precisão e não são facilmente distorcidas. A base de prova deve ter espessura de 
aproximadamente 2mm, pois bases muito espessas podem dificultar a montagem dos dentes e bases muito finas, podem 
comprometer a rigidez. 
Descrição da confecção: Para sua confecção, primeiramente o modelo é isolado com isolante para resina acrílica e as 
áreas retentivas são aliviadas com cera rosa nº 7 para evitar danos à superfície do modelo funcional. Em seguida, acomoda-se a 
resina no seu estado plástico sobre o modelo, dentro dos limites da área chapeável. Após a polimerização da resina, as bordas da 
base de prova devem ser acabadas e polidas. P iormente, os planos de cera devem ser confeccionados em cera nº 7, fundida em 
um conformador em forma de ferradura, ou são confeccionados com lâminas de cera plastificadas e dobradas. Neste caso, uma 
lâmina e meia de cera nº 7 são unidas, plastificadas e dobradas em forma de sanfona no sentido horizontal com cerca de 1 cm de 
largura. Essa muralha de cera deve ser dobrada e manuseada em forma de ferradura para ser adaptada sobre a base de prova. Em 
seguida, com cera nº 7 em estado líquido, fixa-se esta a base de prova e preenche-se toda a face vestibular do plano de orientação. 
3- Relações maxilomandibulares em paciente desdentado bimaxilar
Como no paciente edêntulo de ambos os arcos o profissional não dispõe de nenhuma referência intra-oral, inicia-se a 
obtenção dos registros intermaxilares pela individualização do plano superior. 
3.1 – Ajuste do plano superior
Os ajustes no plano de orientação superior obedecem, em sua maioria, aos parâmetros estéticos. O objetivo principal é o 
de recuperar, com o contorno do plano de orientação, a sustentação dos tecidos do terço inferior da face, perdida com a remoção dos 
3dentes naturais . Para tanto, sugere-se a seguinte seqüência: 
3.1.1 – Suporte do lábio
O suporte do lábio adequado depende da posição e inclinação do lábio sobre o plano de orientação. Um guia útil seria o 
lábio superior suportado adequadamente sobre o plano de orientação formando um ângulo nasolabial de aproximadamente 90º 
4(Figura 1A). Entretanto, essa referência pode variar de acordo com o senso estético e perfil nasal do paciente .
Uma referência importante, que pode ser empregada como base clara e real, é o suporte proporcionado pela prótese antiga 
do paciente, pois permite a participação do paciente de forma objetiva. Um suporte excessivo proporcionará a aparência de “boca 
cheia” ou caricata, enquanto que um suporte labial reduzido, levará a redução do vermelhidão do lábio e aprofundamento do sulco 
nasolabial, resultando em aspecto facial envelhecido. 
3.1.2 – Altura anterior no sentido vertical do plano oclusal
A altura anterior no sentido vertical do plano oclusal corresponde à determinação da porção visível dos dentes com o lábio 
em repouso. Em pacientes dentados, a localização do tubérculo do lábio superior pode variar de acordo com a idade, o sexo e o tipo 
de lábio. Embora o posicionamento arbitrário do plano de oclusão de 1 a 2 mm abaixo da linha do lábio em repouso resulte num 
aspecto estético agradável, essa característica pode variar com a idade. 
5De acordo com o conceito dentogênico de Russi et al. , o plano oclusal deve ficar 2 mm abaixo do tubérculo do lábio para 
pacientes jovens, 1-1,5mm abaixopara pacientes de meia idade e ao nível do tubérculo ou ligeiramente acima para pacientes idosos 
(Figura 1B). Não podemos esquecer que essa característica incorpora um perfil de juventude ou envelhecimento ao sorriso do 
paciente. 
3.1.3 – Plano oclusal
O plano oclusal é ajustado através da régua de Fox, que é composta de duas partes, sendo uma intra-oral e outra extra-oral. 
A parte extra-oral da régua de Fox é posicionada sobre as referências extra-orais (linha bipupilar e plano de Camper) para guiar o 
paralelismo a ser obtido. A parte intra-oral deve ser posicionada sobre a superfície oclusal do plano de orientação, observando-se 
através da sua porção extra-oral o paralelismo com a linha bipupilar, na região anterior e com o plano de Camper (linha que vai da 
borda inferior da asa do nariz à borda superior do trágus), na região posterior (Figura 1C, D). 
3.1.4 – Corredor bucal
 
 
 
 
oster
1010 PRÓTESE TOTAL
O corredor bucal é o espaço existente entre a superfície vestibular dos dentes posteriores e a mucosa interna da bochecha, 
sendo de grande importância funcional e estética (Figura 1E). Se o corredor bucal encontrar-se invadido, poderá haver 
comprometimento da zona neutra com conseqüentes traumas à bochecha pelo paciente, além de proporcionar aparência 
desagradável de muitos dentes na boca. A recuperação do corredor bucal confere suavidade e mistério à composição do sorriso.
Finalizado o ajuste do plano superior, o mesmo deverá ser transferido para o articulador semi-ajustável com o auxílio do 
arco-facial para montagem do modelo superior. Pode-se utilizar o garfo para dentado, fixando-o ao plano de orientação com godiva 
(Figura2). Existem também garfos específicos para desdentados, que possuem garras (uma anterior e duas posteriores) que se 
fixam ao plano na superfície vestibular, deixando a superfície oclusal do plano livre para a obtenção do registro de relação central 
(Figura 3). Esta opção permite que ao mesmo tempo sejam obtidos os registros e a transferência dos planos de orientação superior e 
inferior através do arco facial para o articulador.
Outra opção, nos casos de prótese total bimaxilar, é a utilização de uma mesa de montagem (mesa de Camper) em 
substituição ao arco facial para a montagem do modelo superior no articulador semi-ajustável. Isso é possível devido ao fato do 
plano oclusal já encontrar-se determinado com o ajuste do plano superior, o que compensa uma possível discrepância com o plano 
horizontal. 
Os modelos de trabalho deverão ser montados no articulador com referências na base de gesso que possibilitem a sua 
remontagem após a acrilização da prótese, na tentativa de corrigir possíveis alterações dimensionais provenientes da polimerização 
da resina que venham a alterar as relações oclusais. Portanto, devem ser condicionados 3 entalhes na base do modelo (uma anterior 
e duas posteriores) e vaseliná-las, antes de acomodar o gesso que proporcionará a união entre a base do modelo e a placa de 
montagem do articulador (Figura 4). 
3.1.5 – Linhas de referência
Faz-se necessário a marcação no plano de orientação superior da linha média, linha alta do sorriso (pedindo-se ao paciente 
para dar um sorriso forçado) e linha dos caninos (comissuras labiais). Essas marcações irão auxiliar na seleção do tamanho dos 
1111PRÓTESE TOTAL
 
Fig. 1 - Ajuste do plano superior. A: Suporte do lábio. B: 
Plano ligeiramente acima do nível do tubérculo do lábio. 
C e D: paralelismo com a linha bipupilar e o plano de 
Camper. E: corredor bucal. 
 
Fig. 4 - Modelo de gesso com entalhes em 
sua base para remontagem.
 
Fig. 2 - Plano superior preso ao garfo de 
mordida para dentado
Fig. 3 - Garfo de modida para desdentado. 
dentes artificiais e montagem dos mesmos. 
A linha mediana permite uma montagem centralizada dos incisivos centrais superiores e deverá ser demarcada pelo centro 
da face do paciente. As linhas dos caninos ou comissurais deverão ser demarcadas tendo como referência a localização das 
comissuras labiais em repouso. A medida de uma linha comissural a outra oferece a largura dos seis dentes anteriores em curva. A 
linha alta do sorriso é demarcada perpendicular à linha mediana, a medida entre a linha do plano oclusal e a linha alta oferece a 
altura do incisivo central superior. Os demais dentes são determinados a partir dos dentes anteriores escolhidos em tabelas 
fornecidas por cada fabricante.
6Para seleção da forma dos incisivos centrais, deve-se considerar o formato do rosto, classificado por Wavrin em ovóide, 
3quadrado e triangular. Telles e colaboradores acrescentam que deve-se analisar, no plano frontal, a largura de 3 linhas: a linha do 
cabelo; a das ATMs e a dos ângulos da mandíbula. Caso a linha do cabelo seja a mais longa, o rosto é classificado como triangular; 
caso a linha das ATMs seja mais longa, o rosto será ovóide e caso as 3 sejam equivalentes, o rosto é quadrado. 
2Já a escolha da cor é um aspecto bastante pessoal tanto para o clínico como para o paciente. Segundo Tmaki , a escolha da 
cor deve levar em consideração a idade do paciente, o sexo e a cor da pele. Assim, quanto mais velho for o indivíduo, mais escuro 
deverá ser o dente selecionado, o mesmo acontecendo com a cor da pele. No homem, deve-se sempre ter o cuidado de acrescentar 
7na tonalidade da cor do dente em relação à mulher. Para Clapp , a cor da pele, dos lábios, a idade e o sexo do paciente são 
importantes para a seleção da cor dos dentes artificiais. 
3.2 – Ajuste do plano inferior
3.2.1. Dimensão Vertical
O grau de separação entre a mandíbula e a maxila recebe o nome de dimensão vertical, variando de acordo com a situação 
na qual o paciente se encontra ou função que este esteja realizando. A dimensão vertical de repouso (DVR) é definida como a 
distância vertical entre a maxila e a mandíbula quando os lábios se tocam normalmente e os músculos elevadores e abaixadores da 
1212 PRÓTESE TOTAL
 
Fig. 5 - Método fisiológico para determinação 
da DVO. 
 
Fig. 7 - Planos de orientação fixados com o 
auxílio de grampos de papel aquecidos. 
 
Fig. 6 - Método de Willis para determinação 
da DVO. 
 
 
 
Fig. 10 - Plano superior com edentações. 
F i g . 9 - R e g i s t r o d a r e l a ç ã o 
maxilomandibular em paciente dentado. 
Fig. 8 - Registro da RC através de encaixes 
macho e fêmea com pasta zinco-enólica. 
mandíbula estão em equilíbrio de contração, ou seja, em uma posição de repouso fisiológico. Já a dimensão vertical de oclusão é 
definida como a distância vertical entre a maxila e mandíbula quando os dentes estão em oclusão, que no caso da prótese total 
8corresponderá à oclusão dos planos de cera . Essa diferença existente entre DVR e DVO recebe o nome de espaço funcional de livre 
(EFL). A determinação da DVO, posição na qual a prótese será construída no articulador, deverá ser realizada através de um 
consenso entre os vários métodos desenvolvidos para a sua análise. Assim, os ajustes no plano de cera inferior em pacientes 
edêntulos bimaxilares terão início a partir da determinação da DVO, não se alterando mais o plano superior.
9Paiva et al. citaram uma série de problemas advindos da determinação errada da DVO. Nos casos de DVO diminuída, o 
paciente poderá apresentar queilite angular, projeção do mento, intrusão dos lábios, aprofundamento dos sulcos naso-genianos, 
retenção de saliva na comissura labial e dificuldade na fonética, além do aspecto estético prejudicado. Quando houver aumento da 
DVO, provoca-se redução ou eliminação do EFL, causando estiramento muscular e contração reflexa desses músculos na tentativa 
de retornar a sua tonicidade normal, gerando forças traumatogênicas sobre o rebordo e ATMs, além de gerarem contatos oclusais 
desagradáveis durante a mastigação e fonação. 
Um fato real é que a dimensão vertical não é uma verdade matemática. Esta pode ser influenciada por diversos fatores, tais 
como hipertonicidade muscular, temperatura, ansiedade,fadiga, posição do corpo e cabeça, sono, idade, dor, DTM, drogas, etc. 
10Portando deve-se utilizar mais de um método de determinação e outros testes se necessários forem .
Um método bastante utilizado é o fisiológico, onde se determina a altura do terço inferior da face do paciente a partir da 
posição fisiológica de repouso (Figura 5), da seguinte maneira:
- Apenas o plano superior deverá estar posicionado na boca. 
- A cabeça do paciente deve estar desencostada da cadeira, em posição de perfeito equilíbrio no sentido ântero-posterior e de 
lateralidade; 
- Os músculos abaixadores e elevadores devem estar relaxados; 
- Pede-se ao paciente para deglutir a própria saliva várias vezes, observado se a mandíbula retorna para a mesma posição; 
- Marcam-se dois pontos na face do paciente, um na ponta do nariz e outra no mento; 
- Mede-se a distância entre esses dois pontos (DVR) com o auxílio de um compasso e uma régua, subtraindo-se 3 mm da medida 
obtida (EFL). O valor achado corresponde a DVO. 
- Ajusta-se o plano de cera inferior de forma que DVO determinada seja alcançada quando o paciente realizar a oclusão dos planos. 
11O método mais empregado nas escolas de odontologia latino-americanas é o métrico ou de Willis (Figura 6). Nele, 
define-se que a distância entre o canto externo do olho e a comissura labial seria igual à distância entre a base do nariz e a base do 
mento quando o paciente encontra-se na DVR. Assim, subtrai-se desse valor de 3 a 4 mm, correspondentes ao EFL, e tem-se a 
5DVO. Entretanto, estima-se que em apenas 13% dos indivíduos dentados essa correlação métrica possa ser de fato estabelecida . 
Os métodos estético e fonético são mais usados para se confirmar a funcionalidade da DVO determinada pelos métodos 
anteriores. Assim, o método estético baseia-se na reconstituição facial, tendo como ponto básico de referência para esse 
restabelecimento a harmonia do terço inferior da face com as demais partes da face, tais como profundidade dos sulcos e 
posicionamento dos lábios. Já o método fonético consiste em solicitar ao paciente que pronuncie palavras com sons sibilantes 
(“Mississipi”, “sessenta e seis”), enquanto se observa o movimento da mandíbula, formando o espaço funcional de pronúncia. 
Utilizam-se os sons sibilantes por serem os que proporcionam menor espaço fonético. Então, se durante a fonação de sons 
sibilantes, não houver toque entre os planos de cera, não haverá também nos demais sons. Este último é considerado o método mais 
12adequado para a conferência do EFL, por utilizar um parâmetro fisiológico .
O EFL não deve ser confundido com o espaço funcional de pronúncia. O primeiro representa um espaço entre os dentes, 
mantido pela postura da mandíbula devido a um sinergismo muscular, onde a mandíbula se contrapõe ao efeito da gravidade 
quando estamos em vigília, tratando-se de uma medida fisiológica. O segundo é um espaço mantido em ação de pronúncia de sons 
sibilantes, é o menor espaço fonético. Quando esse espaço é aumentado, prejudica a fonação e a estética. O espaço sendo 
diminuído, haverá um contato dentário durante a conversação, acelerando a reabsorção óssea, dificultando a pronúncia das 
10,11palavras e causando cansaço nos músculos da mastigação .
5 Russi et al. sugerem a associação de 3 métodos para a determinação da DVO: métodos métrico, fonético e estético. O 
paciente deve ser orientado que desencoste da cadeira, permanecendo com a cabeça e tronco eretos, olhando para frente, em 
relaxamento muscular. Essa posição permite que a cabeça fique em equilíbrio ântero-posterior e de lateralidade. Então se solicita ao 
 
1313PRÓTESE TOTAL
paciente para deglutir a saliva e, em seguida, que pronuncie a letra “m” diversas vezes. Em seguida, marcamos dois pontos, um na 
ponta do nariz e outro no mento. Com um compasso de ponta seca e uma régua medimos essa distância, verificando se o paciente 
está relaxado e com os lábios selados. A medida obtida refere-se à DVR, então subtrai-se 3 mm do espaço funcional de pronúncia 
para obter-se a DVO. A partir do valor da DVO obtido, o plano de cera inferior deve ser ajustado. Em seguida, faz-se a reavaliação 
da DVO com os planos de cera instalados no paciente, considerando os métodos fonético e estético, já descritos anteriormente. 
3.2.2. Curva de compensação
13O padrão oclusal empregado há muitos anos em prótese total foi preconizado por Bonwill , em 1878, e recebe o nome de 
oclusão balanceada bilateral (OBB). Ele consiste na obtenção de pontos de contato bilaterais e simultâneos entre os dentes 
antagonistas, tanto em relação cêntrica quanto nos movimentos excursivos. Na lateralidade há, no mínimo, três pontos de contato: 
um no último molar e outro no canino, no lado de trabalho, e outro no último molar do lado de balanceio. Assim, forma-se um tripé 
de equilíbrio. O mesmo deve acontecer na protrusão, onde há pelo menos um ponto de contato na região dos incisivos e dois na 
região posterior, no último molar de cada lado.
Para que ela seja obtida, faz-se necessário a montagem dos dentes artificiais das próteses totais em uma curva ascendente, 
denominada curva de compensação. Essa curva possui uma angulação que está diretamente relacionada aos movimentos que os 
côndilos executam para frente e para baixo, de acordo com a inclinação da eminência articular. Ela baseia-se no fato de que quando 
os dentes são perdidos, é na ATM que vamos buscar a imagem de sua conformação oclusal, o modo como esses dentes arranjavam-
11se no arco dentário, sua curvatura e inclinação .
Ela possui forma bastante característica. Inicia-se na altura dos caninos e segue com curvatura no sentido ântero-posterior 
e vestíbulo-lingual. No sentido ântero-posterior, está intimamente relacionada com a vertente anterior da cavidade glenóide e guia 
anterior, sendo denominada de Curva de Spee. No sentido vestíbulo-lingual, relaciona-se com a inclinação da parede interna da 
mesma cavidade e com os movimentos laterais e látero-protrusivos da mandíbula, sendo conhecida como Curva de Monson ou 
Wilson.
Na falta dessa curvatura, acredita-se que haverá perda de contato entre os arcos superior e inferior nas regiões posteriores, 
tanto durante a protrusão, o chamado Fenômeno de Christensen, como também nos movimentos de lateralidade, fenômeno de Luci, 
dificultando o balanceamento da prótese. Daí a necessidade de compensar esse abaixamento dos côndilos, que ocorre durante os 
movimentos fisiológicos da mandíbula.
2A obtenção da curva de compensação pode ser realizada através de dois métodos: o mecânico e o fisiológico . No método 
mecânico, preconizado por Christensen e Monson, a curva de compensação é realizada durante a montagem dos dentes em cera, no 
próprio articulador. No método fisiológico, preconizado por Paterson, a curva de compensação é obtida no próprio paciente, que 
após a realização de movimentos fisiológicos, imprime na superfície oclusal do rolete de cera, uma leve curva no sentido ântero-
posterior e vestíbulo-lingual. Essa curvatura é chamada de Curva de Compensação Individual e a técnica utilizada é conhecida 
como Técnica de Desgaste de Paterson.
Essa técnica parece determinar, com fidelidade, a inclinação individual da curva de compensação requerida pelo paciente. 
14Hvanov & Tamaki realizaram um estudo comparativo entre a curva de compensação formada no arco dental das próteses totais 
bimaxilares pela abrasão, devido ao longo tempo de uso, e a curva de compensação estabelecida no plano de cera pela técnica de 
Paterson. Os resultados obtidos demonstraram que a curva de compensação formada com o desgaste de Paterson, efetuado em 
alguns minutos, coincidiu com a curva formada no arco dental, ao longo dos anos, reforçando seu aspecto fisiológico. Assim, 
alguns autores acreditam ser de extrema importância a individualização da curva de compensação, já que esta expressa as 
2,14,15características inerentes de cada paciente e os seus diferentes graus de inclinação da curva. Supõe-se que montagem dos dentes 
realizada de acordo com a curva de compensação individual permite um balanceio mais adequado da oclusão, favorece a 
estabilização da prótese e a distribuição adequada da pressão de mordida ao longo do arco dentário, e com isso melhora o conforto 
do paciente.
Entretanto, quando se realiza uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados eletrônicas (Medline, Lilacs e 
BBO), conclui-se que não existem dados científicos suficientes que comprovem os benefícios da individualização da curva de 
compensação em relação às próteses totais com curva de compensação não individualizada. Além disso, talvez devido a sua maior 
complexidade, essa técnica não é muito utilizada pelos profissionais de prótese. 
3.2.3. Relação cêntrica (RC)
1414 PRÓTESE TOTAL
A relação cêntrica corresponde à posição de relacionamento entre a maxila e mandíbula na qual os côndilos estão situados 
mais superior e anterior em relação à vertente posterior da eminência articular do osso temporal, com o disco devidamente 
16interposto, independente de contatos dentários . Clinicamente, este eixo de rotação é muito utilizado, já que pode ser reproduzível 
em um grande número de casos devido a sua independência em relação aos contatos dentários. Este aspecto é muito importante 
quando se considera casos de extensas reabilitações orais com ausência de estabilidade oclusal e/ou perda de referências oclusais 
concretas, visto que os modelos do paciente necessitarão estar relacionados entre si no articulador.
Os pacientes desdentados totais possuem controle reduzido sobre os movimentos mandibulares pela perda dos 
proprioceptores periodontais. Assim, é fundamental que a oclusão seja estabelecida dentro da relação cêntrica, como ponto de 
9 17 partida para uma reorganização do controle sensorial dos movimentos mandibulares . Ainda, Santos Jr. considera a RC como uma 
posição anátomo-fisiologicamente ideal, facilmente reproduzível e confortável.
O próximo passo clínico é registrar a RC, que é feito após a altura do plano oclusal inferior ter sido determinada e o espaço 
interoclusal estabelecido. Como na determinação da DVO, a precisão do registro da posição de RC aumenta quando se utiliza uma 
associação de métodos. Na verdade, a posição de RC pode variar, no mesmo indivíduo, não só segundo o método empregado para 
sua obtenção, como também com distintos operadores e até mesmo em distintos períodos do dia. Os métodos mais utilizados podem 
3ser divididos em (1) métodos de manipulação; (2) fisiológicos; (3) mecânicos; e (4) gráficos .
Os métodos de manipulação consistem na tentativa de levar a mandíbula para a posição mais retruída com o auxílio de uma 
ou das duas mãos do operador. Já os métodos fisiológicos baseam-se na função neuromuscular e não aceitam a posição mais 
posterior dos côndilos, mas sim a posição de equilíbrio. Dentre os métodos fisiológicos de determinação de RC, podemos destacar: 
método de deglutição; método de contração dos músculos temporal e método de levantamento da língua seguido de fechamento da 
2boca .
Os métodos mecânicos são os que utilizam dispositivos como o JIG de Lucia ou as tiras de Long (também chamadas leaf 
gauge), que funcionam como um ponto de apoio na região anterior da mandíbula, impedindo os contatos dentários posteriores e 
levando-a para uma posição mais retruída. Esses métodos só podem ser usados em edentados caso existam estruturas rígidas presas 
a implantes na região anterior das arcadas, uma vez que utilizar bases de provas apoiadas sobre mucosas com esses métodos 
resultaria invariavelmente no comprometimento da precisão do registro. Os métodos gráficos são mais complexos, pois exigem 
dispositivos especiais para determinar as trajetórias dos movimentos mandibulares. Tais dispositivos, chamados de registradores, 
3.podem ser do tipo extra ou intra-oral São compostos basicamente pela plataforma e a pua registradora, sendo fixados 
respectivamente nos planos de cera inferior e superior. Na plataforma ficam registrados os movimentos de lateralidade e protrusão 
realizados pelo pacientes, denominado de arco gótico de Gysi, sendo seu vértice considerado o ponto de referência para a relação 
2central .
Finalmente, o método sugerido para determinação da RC é a associação entre a os métodos de manipulação e fisiológico, 
guiando-se a mandíbula do paciente para uma posição mais posterior ao mesmo tempo em que se pede para ele colocar a ponta da 
língua no palato, podendo-se confirmar a posição solicitando-o para deglutir a própria saliva.
Uma vez determinada a posição de RC, os planos de orientação são fixados com o auxílio de grampos para papel 
aquecidos e cravados na cera (Figura 07), sendo levados ao articulador semi-ajustável para fixação do modelo inferior, lembrando 
da confecção dos entalhes (“split cast”) para que possa ser realizada uma futura remontagem. Assim, o técnico receberá 
informações suficientes para dar prosseguimento à confecção das próteses totais, iniciando a montagem dos dentes e escultura.
O registro da RC também pode ser obtido por encaixes macho e fêmea confeccionados na superfície oclusal dos planos de 
cera (Figura 08). Os encaixes negativos devem ser confeccionados em forma de “v”, sendo um anterior e dois posteriores 
bilateralmente. E os inferiores devem ser obtidos por acomodação de uma camada de pasta zinco-enólica posicionada sobre a 
superfície oclusal do plano inferior. Para isso, fazem-se ranhuras na superfície do plano inferior e isola-se com vaselina a superfície 
oclusal do plano superior. Preferivelmente, a parte negativa (fêmea), é confeccionada no plano superior e a positiva (macho) no 
plano inferior, permitindo a utilização do garfo para dentado sobre a superfície oclusal do plano superior, através do emprego de 
godiva em bastão para a fixação do garfo ao plano. Então na mesma sessão clínica faz-se a tomada do arco facial e o registro da RC. 
Pode-se também optar por empregar o garfo específico para desdentado, que por meio de garras fixa-se ao plano de cera na 
superfície vestibular, deixando a superfície oclusal livre para a obtenção do registro da RC (Figura 03). 
1515PRÓTESE TOTAL
4- Relações maxilomandibulares em paciente desdentado monomaxilar 
A situação de desdentado monomaxilar mais comum é aquela na qual uma prótese total superior opõe-se aos dentes 
inferiores. Nesses casos, freqüentemente faz-se necessário inicialmente a correção do plano oclusal inferior para o seu correto 
relacionamento com o arco superior. Problemas comuns podem ser vistos como a necessidade de desgaste de dentes extruídos, 
devido ao tempo em que os antagonistas permaneceram ausentes, bem como a de reposição do suporte oclusal posterior através da 
confecção de uma prótese parcial removível, evitando-se cargas excessivas destrutivas sobre a região anterior do rebordo maxilar. 
18Além disso, de acordo com Zarb et al. , mudanças morfológicas após a extração dentária resultam em uma maxila menor quando 
comparada ao estado dentado. Dessa forma, cria-se uma discrepância entre os arcos no sentido ântero-posterior, o que torna difícil o 
direcionamento das forças oclusais para o tecido de suporte devido ao posicionamento estético dos dentes artificiais ântero-
superiores. 
Uma particularidade na confecção da prótese total monomaxilar é que os ajustes do plano de cera superior deverão 
começar pela determinação da dimensão vertical de oclusão, através do acréscimo ou remoção de cera do mesmo, procedendo-se 
então ao suporte do lábio e plano oclusal. Assim, a altura do plano de cera superior não ficará condicionada ao tubérculo do lábio. A 
presença de dentes no arco antagonista impede que os mesmos sejam alterados livremente para adequarem-se à DVO, ao contrário 
do que acontece com o plano de cera inferior em prótese total dupla. 
Por outro lado, a presença de dentes antagonistas permite uma técnica simplificada de registro da relação cêntrica. Nela, 
utiliza-se pastazinco-enólica para a impressão da mordida no plano de cera superior, tomando-se o cuidado de criarem-se ranhuras 
na cera para adesão da pasta e de se vaselinar os dentes antagonistas (Figuras 09 e 10). 
5 - Considerações finais
Diante do exposto, observa-se que existem diversos métodos para obtenção das medidas e posicionamentos dos ossos 
maxilares. Não existe consenso na literatura quanto aos procedimentos mais adequados para a determinação dos registros 
intermaxilares, dessa forma, uma associação de métodos é sugerida para garantir maior segurança nos resultados. A partir dos 
conceitos e técnicas expostas, aliados ao bom senso e parâmetros estéticos, os planos de cera são ajustados e montados no 
articulador para fornecer ao técnico de laboratórios as referências para montagem dos dentes artificiais. 
 
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pacientes edêntulos – próteses totais convencionais 
1616 PRÓTESE TOTAL

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