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Malária - Resumo

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- Doença infecciosa febril aguda;Malária
- De notificação compulsória;
- Causa mais comum de morte evitável entre as doenças infecciosas em viajantes;
Epidemiologia
- Parasitose de maior mortalidade mundial;
- Brasil: maior incidência na Região Norte, 1% apenas dos casos são extra-amazônicos;
- A África é a região mais afetada mundialmente, sendo as crianças as principais acometidas;
Vetor
- Mosquito do gênero Anopheles – fêmea;
- Chamado por ‘’mosquito prego’’ pela posição que realiza para fazer o repacho sanguíneo;
Parasito
- Gênero Plasmodium – 5 espécies causadoras da doença em humanos:
P. vivax – 80% dos casos e invade preferencialmente hemácias jovens;
P. falciparum – casos mais graves e afeta hemácias jovens e velhas;
P. ovale – forma os hipinozoítos (formas dormentes) que causam os relapsos da doença; 
P. malarie – 1% dos casos;
P. knowlesi – descoberto mais recentemente;
- Esporozoíto: forma infectante;
Ciclo biológico
- Heteroxênico – um hospedeiro vertebrado e outro invertebrado;
NO HOMEM – Ciclo assexuado
1. A fêmea faz o repasto sanguíneo e inocula sua saliva contendo a forma infectante de esporozoítos;
2. Os esporozoítos ganham a circulação e irão para o fígado;
3. No fígado, invadem os hepatócitos e se transformam em trofozoítos;
4. Os trofozoítos começam a se multiplicar nos hepatócitos e formam os esquizontes – FASE TECIDUAL;
5. Dentro dos esquizontes, há formação dos merozoítos;
6. Os esquizontes e os hepatócitos se rompem, liberando centenas de merozoítos na circulação;
7. Os merozoítos invadem as hemácias – CICLO ERITROCÍTICO;
8. Nas hemácias, se transformam em trofozoítos, que iniciam divisões sucessivas, formando novamente os esquizontes, consequentemente, os merozoítos;
9. Ocorrem então ruptura das hemácias e os merozoítos são liberados para infectar outras hemácias;
NO MOSQUITO – Ciclo sexuado
1 – Alguns merozoítos darão origem a trofozoítos;
2 – Esses trofozoítos produzem os gametócitos;
3 – Os gametócitos fecundam e dão origem aos microgametas (machos) e aos macrogametas (fêmeas);
4 – Os microgametas são flagelados e fecundam os macrogametas – oocinetos (forma móvel);
5 – Os oocinetos migram até a parede do intestino médio do inseto e formam o oocisto;
6 – O oocisto se transforma em esporozoíto, este que pode ser inoculado por um novo inseto;
OBS: FORMAS LATENTES
- Presentes em P. vivax ou P. ovale;
- As formas latentes são chamadas hipinozoítos e ficam nos hepatócitos, enquanto o restante seguiu o ciclo;
- Ficam adormecidas e podem durar até mais de 1 ano;
- Ao serem ativados, seguem para o ciclo;
- Responsável pela recaída da doença – relapso;
Período de incubação
- Varia de acordo com o gênero;
- Geral: de 9 a 40 dias;
- Vigilância epidemiológica: ficar atento a casos de febre somado ao contato com áreas endêmicas nos últimos 40 dias;
Patogenia
Lesão e lise das hemácias
- Anemia, reação inflamatória, síndrome febril periódica, hiperbilirrubinemia, plaquetopenia...;
Lesão endotelial
- Causada pela aderência das citocinas inflamatórias;
- Liberação do líquido para o espaço intersticial – MALÁRIA GRAVE;
Rosetas
- Citoaderência de hemácias parasitadas com as não parasitadas;
- P. falciparum – grave;
- Diminui o fluxo de O2 nos órgãos;
Manifestações clínicas
- Para ter a doença é necessário que ocorra o rompimento da primeira população de hemácias – darão início aos sintomas inespecíficos;
- A febre se dá a cada 48h pelo início do ciclo eritrocítico – 40ºC;
- Tríade: febre, calafrio e cefaleia;
- Paroxismos de febre acompanhados de: náuseas, vômitos, fadiga, sudorese, anorexia...;
Estágios da doença
1º ESTÁGIO – Frio
- Calafrios intensos que pode durar horas;
- Palidez cutânea, vasoconstricção, cianose;
2º ESTÁGIO – Quente
- Febre sincronizada ou irregular;
- Vasodilatação – indivíduo vermelho, pletórico;
3º ESTÁGIO - Sudorese
- Suor intenso e fadiga;
PARTICULARIDADES
Malária grave
1 – Malária cerebral
- Se caracteriza por início brusco de coma;
- Convulsões;
- Quadros de rigidez muscular;
- Além de icterícia, cefaleias, febre alta, vômitos...;
- Mortalidade de até 20%;
- Importante distinguir da meningite bacteriana e hipoglicemia grave;
2 – Insuficiência renal
- Mais comum em adultos;
- Aumento da ureia e creatinina;
- Necrose tubular decorrente da hipovolemia;
3 – Insuficiência respiratória
- Aumento da FR;
- Síndrome do desconforto respiratório agudo;
- Diagnóstico diferencial: pneumonia ou acidose;
4 – Manifestações hemorrágicas
- Sangramento de gengiva, epistaxes, petéquidas, trombocitopenia;
Diagnóstico
Clínico: difícil porém uma anamnese pode auxiliar;
Laboratorial:
- Exame de sangue: exame de gota espessa pode diferenciar as espécies;
- Métodos parasitológicos;
- Testes rápidos;
- Testes de biologia molecular;
Diagnóstico diferencial: febre tifoide, febre amarela, leptospirose, leishmaniose visceral, hepatite infecciosa, doença de Chagas...;
Tratamento
- É específico, pois depende do paciente e também da espécie;
- Objetivo: eliminar todas as formas – combinações de diferentes drogas;
- Eliminação dos esquizontes, formas latentes e gametócitos;
1 - Ação esquizonte sanguínea: cloroquina + primaquina
- Cloroquina: elimina formas sanguíneas e os gametócitos, porém não elimina as formas latentes do vivax ou ovale;
- Primaquina: eliminar formas latentes hepáticas e os gametócitos;
2 – P. falciparum
- Tratamento mais complicado;
- Adquire rapidamente resistência a TODAS as drogas;
- Artesunato + mefloquina;
3 – Malária grave
- Artemeter e artesunato;
- Primaquina para eliminar formas latentes;
- Administração parenteral;
4 – Infecção Mista
- Falciparum + ovale/vivax;
- Artemeter/Lumefantrina;
- Artesunato/Mefloquina;
5 – Gestantes
- Uso da cloroquina, pois é segura;
- Uso semanal para evitar as recaídas, já que a cloroquina não atinge as formas latentes;
Transmissão
- Picada da fêmea Anopheles;
- Vertical, transfusão sanguínea, transplante, contaminação de pefurocortantes;
Prevenção
- Orientação aos viajantes: uso de mangas longas e calças compridas, repelentes, evitar exposição durante o anoitecer até o amanhecer;
- Mosquiteiros;
- Qualquer sinal ou sintoma pós viagem – COMPARECER COM URGÊNCIA AO MÉDICO;

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