Elementos do Estado

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Estad� Modern� X Estad� Contemporâne�:
O Estado Moderno ou Estado-Nação é voltado para
dentro, com fronteiras bem definidas, com
impenetrabilidade.
O Estado Contemporâneo é voltado para fora, com
comunidades internacionais em função da
globalização tecnológica e da hegemonia capitalista.
Existem três elementos fundamentais para a
existência do Estado:
● Soberania
● Território
● Povo
Esses elementos provam a importância do Estado
Moderno para a caracterização da soberania como
instituto jurídico político, pois com ele, houve a
unificação territorial com centralização do poder
soberano.
O rei, em reação ao sistema feudal, centralizou o
poder soberano em suas mãos, buscando se
proteger de guerras e invasões e também
procurando estabilidade e segurança para buscar
novos mercados pela expansão marítima.
O Território é o local que o Estado exerce
soberania.
1. Soberani�:
● É o poder que o Estado exerce dentro do
território; é juspolítico
Não tem como falar de soberania, sem falar de
território, e vice-versa.
Jurídico - tem a decisão de quais normas serão
aplicadas em seu território
Ex: Mesmo existindo tratados internacionais, é o
Estado que define a aplicação deles no país; só
funcionará no território se o Estado decidir acatar a
decisão.
Político - tem a força de convencimento para a
aplicação das normas
● É um poder voltado para o povo
Soberania Popular - a titularidade é do povo,
porém quem exerce são os representantes eleitos
pelo povo.
Característica� d� Soberani�:
- uno/indivisível
- ilimitada - não sofre limitações por outros,
se auto limita
- imprescritível - não prescreve; não tem
tempo de duração
- inalienável - não se vende
● TRATADOS:
Em regra, todos os tratados são aprovados com
maioria simples (50% dos votos +1 do Congresso) e
são internalizados como se fossem leis ordinárias,
abaixo da Constituição, normas
infraconstitucionais.
Havendo conflito entre um tratado e uma lei
infraconstitucional, levando em consideração que
ambos estão no mesmo nível hierárquico,
adota-se a regra da ‘lei posterior que derroga a
anterior .
Entretanto, no caso de Tratados Internacionais de
Direitos Humanos, existem proteções especiais. A
emenda constitucional nº 45 traz que quando
aprovados por quorum qualificado (aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros), serão equivalentes às emendas
constitucionais, ou seja, se encontram
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hierarquicamente juntos com a Constituição
Federal.
Porém, visto que não há obrigação na aprovação
por quórum qualificado e fica a critério do
Congresso decidir qual a forma de votação, existem
Tratados Internacionais de Direitos Humanos
aprovados por maioria simples. Nestes casos, eles
são considerados Normas Supralegais (abaixo
da Constituição e acima das Leis).
Ex: Convenção Americana de Direitos Humanos -
Pacto de São José da Costa Rica
Exemplos de Tratados Internacionais de Direitos
Humanos que são equivalentes às Emendas
Constitucionais (aprovação por quorum
qualificado):
- Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, assinados em Nova York, em 30
de março de 2007
- Tratado de Marraqueche para Facilitar o
Acesso a Obras Publicadas às Pessoas
Cegas, com Deficiência Visual ou com
Outras Dificuldades para Ter Acesso ao
Texto Impresso, firmado em Marraqueche,
em 27 de junho de 2013
- Recurs� �traordinári� 466.343
O Recurso Extraordinário nº 466.343/SP
trata-se de uma decisão histórica do Supremo
Tribunal Federal, pela qual a Corte Suprema
posicionou-se pela inconstitucionalidade da
prisão civil do depositário infiel. Ainda, a
referida decisão traça criação jurisprudencial,
qual seja a "norma supralegal", que
revoluciona o entendimento acerca da
hierarquia normativa dos tratados
internacionais de direitos humanos no Estado
Brasileiro.
A Suprema Corte obedece à supremacia
constitucional, já que os tratados
internacionais de direitos humanos foram
hierarquicamente postos abaixo da
Constituição e acima da legislação ordinária
Trata-se de ativismo judicial a criação da
norma supralegal, a qual não tem qualquer
suporte constitucional para existir
Concluiu-se que a referida decisão
harmoniza-se com as disposições
internacionais acerca dos direitos humanos,
em destaque a Convenção Americana, a qual
repele a prisão civil que não tenha por respaldo
a dívida de alimentos.
Os tratados hierarquicamente podem ser
representados:
�tularidad� � Justificativ�:
Existem duas teorias de explicação, a
@eduardamiziara
https://jus.com.br/tudo/prisao-civil
https://jus.com.br/tudo/ativismo-judicial
https://jus.com.br/tudo/prisao
Teocrática que teve vigência durante a
antiguidade, idade média e começo da idade
moderna, em que o titular do poder soberano era
aquele que representava a divindade na terra.
Democrática onde o povo é o Estado - modelo
atual como no Art. 1º da Constituição.
A soberania possui duas dimensões, a interna que
é o poder juspolítico do Estado que o cidadão se
submete e a externa, que é o reconhecimento da
sociedade internacional pela independência
juspolítica.
2.Territóri�:
- Não se confunde com porção de terra
O território é o local em que o Estado exerce sua
soberania.
- Tem como base o Estado Moderno, porque
ocorreu uma unificação territorial em razão
da centralização do poder soberano
● Tratad� d� Petrópoli� 1903: O estado
do Acre antes de ser território brasileiro,
pertencia à Bolívia e foi negociado a partir
de um tratado, a Bolívia dava a faixa
territorial e em contrapartida o Brasil se
comprometeu em construir a estrada de
ferro que permitia trocas comerciais
bolivianas pelo rio Amazonas e também
garantiu o pagamento de 3 milhões de libras
esterlinas, equivalente à 14 milhões de reais
A partir desse tratado, entende-se a possibilidade
de negociação territorial, fazendo com que haja
uma relação de direito real (propriedade,
direito de usar, gozar, usufruir e dispor da coisa) - o
território seria um objeto, um bem do Estado.
Premissas do Território:
- Não existe Estado sem Território; é um
elemento constituinte do Estado, sem
Território não há local para exercer a
soberania.
- Limita a ação soberana do Estado naquele
locus (local)
- Território é objeto de direito do Estado -
relação de direito real, de propriedade
regida pelo direito público interno com
normas de direito internacional público em
função dos tratados internacionais
- Princípio da impenetrabilidade: uma única
soberania - na maioria dos casos é uma
soberania compartilhada e com isso há uma
mitigação desse princípio, ele não deixa de
existir, só tem algumas modificações.
Áre� Marítim� d� u� Territóri�:
● Mar territorial: 12 milhas marítimas a
partir da linha de base - corresponde ao
local onde quem decide em última instância
a norma utilizada é o Estado
● Zona Econômica Exclusiva: 200 milhas
a partir da linha de base - zona em que os
recursos naturais disponíveis podem ser
explorados exclusivos por aquele Estado
● Plataforma Continental - o que está
para baixo do solo; recursos minerais,
petróleo - extensão de 200 milhas.
3.Pov�:
- Elemento subjetivo do Estado, os sujeitos
que se submetem à jurisdição do Estado.
É titular do poder soberano - “todo poder emana do
povo” - e ao mesmo tempo é o destinatário das
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funções estatais, porque o bem comum é feito para
o povo.
Populaçã� X Naçã� X Pov�:
Populaçã�: número de pessoas que vivem em
determinado território, uma questão quantitativa,
caracteriza a densidade demográfica.
Naçã�: conjunto de pessoas que praticam hábitos
e práticas socioculturais em comum, ideia de
comunidade - traz a nacionalidade
Pov�: conjunto de cidadãos que seguem a mesma
jurisdição onde são atribuídos direitos e deveres -
traz a cidadania
3.1. Noçã� Jurídic� d� Pov�:
- É o conjunto dos indivíduos que se unem
para constituir o Estado pelo vínculo
jurídico permanente,participando da
formação de sua vontade (Estado) e do
exercício do poder soberano, entretanto,
não é sempre quem exerce
- Relação jurídica de direitos e deveres
Cidadani� X Nacionalidad�
- Embora estejam relacionados, não são a
mesma coisa, existem conceitos diferentes
Cidadani� (povo, relação juspolítica) é o
conjunto de direitos civis, políticos e sociais -
conceito mais restrito
● Cidadão Ativo: aquele que goza de pleno
direito político (pode votar e ser votado)
Nacionalidad� (cultura, comunidade) são
questões socioculturais - conceito mais amplo
● Brasileiros Natos:
- Em regra: “jus soli” - nasceu em solo
brasileiro, mesmo que tenha pais
estrangeiros e eles não sejam
servidores públicos exercendo
atividades de seus Estados de
origem, é considerado brasileiro.
- A exceção: “jus sanguini” - nascidos
em solo estrangeiro, mas filho de pai
ou mãe brasileiro que esteja em
outro território à serviço do Brasil
ou nascidos em solo estrangeiro e
registrado em alguma repartição
(consulado/embaixada) e voltar ao
Brasil após atingir a maioridade
● Brasileiros Naturalizados: aqueles que
adquiriram nacionalidade brasileira
Salvo nos casos previstos na Constituição, a lei não
poderá fazer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados.
Extradição não é realizada no Brasil, a não ser que é
brasileiro naturalizado e tenha cometido crime
comum antes da naturalização ou se tiver envolvido
ao tráfico de entorpecentes e drogas ilícitas.
O Brasil não realiza extradição em caso de crime
político ou de opinião, como previsto no art. 5, LII,
visto que, concede asilo político à estrangeiros,
como previsto no art. 4, X C.F.
Todo cidadão é necessariamente um nacional visto
que, somente ao cidadão se confere o usufruto de
seus direitos políticos e sociais. Porém, nem todo
nacional é cidadão, pois, se privado dos direitos
políticos não poderá usufruir da cidadania
@eduardamiziara