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AO JUÍZO DA... VARA CÍVIL DA COMARCA... DO ESTADO... Referente Processo nº... Antônio Augusto, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., por seu advogado que esta subscreve, nos termos da procuração (anexa), endereço eletrônico..., com escritório na Rua..., Bairro..., nº..., na cidade..., estado..., para que sejam remetidas as notificações, com base nos artigo 287 e 77, inciso V, do Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 994, inciso I e artigo 1.009 e seguintes, ambos do Código de Processo Civil, tempestivamente interpor: RECURSO DE APELAÇÃO Inconformado com a sentença que julgou totalmente improcedente a AÇÃO DE INDENIZAÇÃO, que move em face da MaxTV S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., Bairro..., nº..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., e Lojas de Eletrodomésticos Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., Bairro..., nº..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., pelas razões que seguem em anexo: Outrossim, requer a intimação do Apelado para oferecer as contrarrazões no prazo de 15 dias, conforme previsões dos artigos 1.010, § 1º e 1.003, § 5º, ambos do Código de Processo Civil; Requer, ainda, a remessa dos autos ao respectivo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... para sua admissão, processamento e julgamento. Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento de preparo recursal, inclusive porte de remessa e de retorno, em consonância ao disposto no artigo 1.007, do Código de Processo Civil. Nestes termos, Pede recebimento. Local e data Advogado... OAB... EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE... RAZÕES DE RECUSO DE APELAÇÃO Apelante: Antônio Augusto Apelados: MaxTV S.A. e Lojas de Eletrodomésticos Ltda. Referente Processo nº... EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, NOBRES JULGADORES. I – DA TEPESTIVIDADE Cumpre salientar que a presente Apelação, encontra-se coberta de tempestividade, nos termos do artigo 1.003, §5º, do Código de Processo Civil, que assim diz : Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. (...) § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. (CPC- Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015, grifo nosso). Constata-se, desta maneira, que o vigente recurso é tempestivo, uma vez que fora oferecido dentro do prazo legal, supracitado nos dispositivos. II – DO CABIMENTO O diploma processualista civil pátrio, afirma ser cabível o Recurso de Apelação, em face de sentença proferida por juiz de primeiro grau, tendo, a pretensão ora formulada encontrado fundamento no artigo 1.009, do Código de Processo Civil que tem a seguinte redação: Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. Destarte, constata-se que o presente recurso é incontestavelmente cabível, tendo em vista restarem caracterizados todos os requisitos essenciais para sua propositura, portanto, o Apelante pode valer-se desse instrumento, para refutar a decisão judicial proferida pelo juiz de primeiro grau. III – DO PREPARO Informa o apelante que recolheu o preparo nos termos do art. 1007 do Código de Processo Civil, que traz a seguinte redação: Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (CPC- Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015, grifo nosso). Conforme guia de recolhimento anexado ao presente recurso, o recorrente demonstra que preencheu o requisito de admissibilidade do preparo. IV – EXPOSIÇÃO DOS FATOS O Apelante comprou em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, com acesso à Internet e outras facilidades, pelo valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), esta permaneceu operando perfeitamente por trinta dias, quando então apresentou um superaquecimento que acarretou a explosão da fonte de energia do equipamento, gerando danos irreparáveis aos demais aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao aparelho de televisão. O Apelante entrou em contato com as Apeladas, para obter ressarcimento pelos danos causados no dia 25/11/2015, no entanto estas permaneceram inertes, sem oferecerem qualquer solução. Inconformado, Antônio Augusto movera ação cível em face das rés em 10/03/2016, requerendo: a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual toda a família ficou, durante algum tempo, sem poder tirar proveito do televisor. O juízo de primeiro grau, no entanto, aceitou a preliminar de ilegitimidade passiva arguida, em sede de contestação, pela loja que havia vendido a televisão ao apelante, excluindo-a do polo passivo, fundamentando tal decisão nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Ademais, reconheceu a decadência do direito do autor, que fora alegada em contestação pela empresa MaxTV S.A., com fundamento no artigo 26, inciso II, Código de Defesa do Consumidor, levando em consideração o fato de ter transcorrido mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação de indenização. Era o que se tinha a relatar de mais essencial, passa-se agora a exposição do mérito da espécie. V – DAS RAZÕES RECURSAIS Eméritos Desembargadores, a sentença deferida pelo juízo de conhecimento, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela Lojas de Eletrodomésticos Ltda. A decisão em questão, carece certamente de reformada. De acordo com a legislação vigente, mais precisamente localizada no diploma consumerista, há no presente caso, solidariedade passiva entre a segunda recorrida, que realizou a venda do aparelho de TV, e a primeira recorrida, fabricante do eletrodoméstico. Tal afirmação encontra respaldo no artigo 18, do Código de Defesa do Consumidor, que aduz: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo nosso). Portanto, resta evidente a existência da solidariedade geral entre todos os fornecedores da cadeia de produção e distribuição, isso dado que o supracitado diploma adota uma concepção ampla do conceito de fornecedor, conforme a redação presente no caput do artigo 3º do seu texto. In verbis: Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo nosso). Logo, verificamos que a responsabilidade por vício do produto, consoante o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, atinge em cheio ambos os apelados, assim sendo, a loja que vendeu o produto não poderia ser eximida de responsabilidade quanto ao primeiro pedido do Recorrente, qual seja, a substituição do aparelho de televisão. Assim, ante a plena fundamentação legal, requer a reforma da decisão quanto à exclusão da lide do segundo Recorrido, integrando-o a relação processual e condenando-o à substituição do televisor que, comprovadamente, apresentou vício, conforme possibilita o artigo 18, § 1º, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor. In verbis: Art. 18. (...) § 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo nosso). Além da responsabilidade solidária, verifica-se também que a legislação vigente segue em sentido contrário no que tange a decisão proferida a cerca da decadência. Isso em razão do fato da sentença ter entendido que o Recorrente decaiu de sua pretensão por ter decorrido mais de 90 (noventa) dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação, conforme redação legal do artigo 26, inciso II do diploma consumerista. Ocorre que, como pode ser comprovado pela nota fiscal em anexo, a compra se deu no dia 20/10/2015, e houve reclamação administrativa após a apresentação do vício em 25/11/2015, ou seja, com apenas um mês de utilização do bem, antes dos noventa dias previstos pelo diploma supracitado. O Código de Defesa do Consumidor deixa claro, nos termos do artigo 26, § 2º, que a contagem do prazo é interrompida com a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e de serviços, até a resposta negativa correspondente. Assim temos: Art. 26. (...) § 2º Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo nosso). Diante do exposto, evidencia-se ser tempestiva a reclamação apresentada pela parte Recorrente, não podendo ser levantado a incidência do fenômeno da decadência. Por fim, no tocante aos pedidos indenizatórios, seu fundamento é fato do produto, sujeitos ao prazo prescricional previsto no artigo 27, do Diploma Consumerista, que aduz: Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo nosso). Portanto, requer-se o reconhecimento da prescrição quinquenal oriunda do fato do produto, nos termos do artigo supracitado. Eméritos Desembargadores, em razão do produto viciado a Recorrente teve diversos danos. Sofreu danos materiais, em vista de outros aparelhos eletrônicos comprometidos (docs. anexos), e os danos morais, diante todo o constrangimento sofrido pelo Recorrente e sua família. Diante do fato, nada mais justo do que a devida reparação pelos danos materiais e morais sofridos. VI – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) O recebimento e conhecimento do presente Recurso de Apelação, determinando o seu devido procedimento, eis que preenchidos os requisitos de admissibilidade; b) Que seja recebido em duplo efeito, devolutivo e suspensivo, conforme previsões dos artigos 1.013 e 1.012, ambos do Código de Processo Civil; c) Total provimento do presente recurso com o fim de reformar a sentença de primeiro grau ejulgar procedentes os pedidos deduzidos na inicial; d) O afastamento do acolhimento de decadência, por se tratar de responsabilidade pelo fato do produto; e) A inclusão do comerciante, 2º Recorrido, no polo passivo; f) A intimação dos apelados para apresentar contrarrazões; g) A inversão do ônus da sucumbência, com a condenação dos Apelados nas custas e honorários sucumbenciais; h) Comprova o Apelante o recolhimento do preparo recursal, inclusive porte de remessa e de retorno, com a juntada da guia em anexo; Termos em que Pede deferimento Local e data Advogado OAB/UF n.º...
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