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CASO 09 PRÁTICA IV

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AO JUÍZO DA... VARA CÍVIL DA COMARCA... DO ESTADO... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referente Processo nº... 
 
Antônio Augusto, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da 
carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., por seu advogado 
que esta subscreve, nos termos da procuração (anexa), endereço eletrônico..., com 
escritório na Rua..., Bairro..., nº..., na cidade..., estado..., para que sejam remetidas as 
notificações, com base nos artigo 287 e 77, inciso V, do Código de Processo Civil, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 994, inciso I e artigo 
1.009 e seguintes, ambos do Código de Processo Civil, tempestivamente interpor: 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
 Inconformado com a sentença que julgou totalmente improcedente a AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO, que move em face da MaxTV S.A., pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., 
Bairro..., nº..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., e Lojas de Eletrodomésticos Ltda., 
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., 
com sede na Rua..., Bairro..., nº..., Cidade..., Estado..., CEP nº..., pelas razões que 
seguem em anexo: 
 
 
 
 
 Outrossim, requer a intimação do Apelado para oferecer as contrarrazões no 
prazo de 15 dias, conforme previsões dos artigos 1.010, § 1º e 1.003, § 5º, ambos do 
Código de Processo Civil; 
 
 Requer, ainda, a remessa dos autos ao respectivo Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado... para sua admissão, processamento e julgamento. 
 
 Por fim, requer a juntada do comprovante de recolhimento de preparo recursal, 
inclusive porte de remessa e de retorno, em consonância ao disposto no artigo 1.007, do 
Código de Processo Civil. 
 
 
Nestes termos, 
Pede recebimento. 
 
 
 
Local e data 
 
Advogado... 
 OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE... 
 
 
RAZÕES DE RECUSO DE APELAÇÃO 
 
Apelante: Antônio Augusto 
Apelados: MaxTV S.A. e Lojas de Eletrodomésticos Ltda. 
Referente Processo nº... 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, NOBRES JULGADORES. 
 
 
 I – DA TEPESTIVIDADE 
 
 Cumpre salientar que a presente Apelação, encontra-se coberta de 
tempestividade, nos termos do artigo 1.003, §5º, do Código de Processo Civil, que 
assim diz : 
 
Art. 1.003. O prazo para interposição de 
recurso conta-se da data em que os advogados, a 
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a 
Defensoria Pública ou o Ministério Público são 
intimados da decisão. 
 
(...) 
 
§ 5º Excetuados os embargos de 
declaração, o prazo para interpor os recursos e 
para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. (CPC- 
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015, grifo 
nosso). 
 
Constata-se, desta maneira, que o vigente recurso é tempestivo, uma vez que 
fora oferecido dentro do prazo legal, supracitado nos dispositivos. 
 
II – DO CABIMENTO 
 
O diploma processualista civil pátrio, afirma ser cabível o Recurso de Apelação, 
em face de sentença proferida por juiz de primeiro grau, tendo, a pretensão ora 
formulada encontrado fundamento no artigo 1.009, do Código de Processo Civil que 
tem a seguinte redação: 
 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
Destarte, constata-se que o presente recurso é incontestavelmente cabível, tendo 
em vista restarem caracterizados todos os requisitos essenciais para sua propositura, 
portanto, o Apelante pode valer-se desse instrumento, para refutar a decisão judicial 
proferida pelo juiz de primeiro grau. 
 
III – DO PREPARO 
 
Informa o apelante que recolheu o preparo nos termos do art. 1007 do Código de 
Processo Civil, que traz a seguinte redação: 
 
Art. 1.007. No ato de interposição do 
recurso, o recorrente comprovará, quando 
exigido pela legislação pertinente, o respectivo 
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
sob pena de deserção. (CPC- Lei nº 13.105 de 16 
de Março de 2015, grifo nosso). 
 
Conforme guia de recolhimento anexado ao presente recurso, o recorrente 
demonstra que preencheu o requisito de admissibilidade do preparo. 
 
IV – EXPOSIÇÃO DOS FATOS 
 
O Apelante comprou em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última 
geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, com acesso à Internet 
e outras facilidades, pelo valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), esta permaneceu 
operando perfeitamente por trinta dias, quando então apresentou um superaquecimento 
que acarretou a explosão da fonte de energia do equipamento, gerando danos 
irreparáveis aos demais aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao aparelho de 
televisão. 
O Apelante entrou em contato com as Apeladas, para obter ressarcimento pelos 
danos causados no dia 25/11/2015, no entanto estas permaneceram inertes, sem 
oferecerem qualquer solução. Inconformado, Antônio Augusto movera ação cível em 
face das rés em 10/03/2016, requerendo: a substituição do televisor por outro do mesmo 
modelo ou superior, em perfeito estado; indenização de aproximadamente trinta e cinco 
mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e indenização por 
danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, 
motivo pelo qual toda a família ficou, durante algum tempo, sem poder tirar proveito 
do televisor. 
O juízo de primeiro grau, no entanto, aceitou a preliminar de ilegitimidade 
passiva arguida, em sede de contestação, pela loja que havia vendido a televisão ao 
apelante, excluindo-a do polo passivo, fundamentando tal decisão nos artigos 12 e 13 do 
Código de Defesa do Consumidor. 
Ademais, reconheceu a decadência do direito do autor, que fora alegada em 
contestação pela empresa MaxTV S.A., com fundamento no artigo 26, inciso II, Código 
de Defesa do Consumidor, levando em consideração o fato de ter transcorrido mais de 
noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação de 
indenização. 
Era o que se tinha a relatar de mais essencial, passa-se agora a exposição do 
mérito da espécie. 
 
V – DAS RAZÕES RECURSAIS 
 
Eméritos Desembargadores, a sentença deferida pelo juízo de conhecimento, 
acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela Lojas de Eletrodomésticos 
Ltda. A decisão em questão, carece certamente de reformada. 
De acordo com a legislação vigente, mais precisamente localizada no diploma 
consumerista, há no presente caso, solidariedade passiva entre a segunda recorrida, que 
realizou a venda do aparelho de TV, e a primeira recorrida, fabricante do 
eletrodoméstico. Tal afirmação encontra respaldo no artigo 18, do Código de Defesa do 
Consumidor, que aduz: 
 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de 
consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas 
as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de 
Setembro de 1990, grifo nosso). 
 
Portanto, resta evidente a existência da solidariedade geral entre todos os 
fornecedores da cadeia de produção e distribuição, isso dado que o supracitado 
diploma adota uma concepção ampla do conceito de fornecedor, conforme a redação 
presente no caput do artigo 3º do seu texto. In verbis: 
 
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação,exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 
de Setembro de 1990, grifo nosso). 
 
Logo, verificamos que a responsabilidade por vício do produto, consoante o 
artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, atinge em cheio ambos os apelados, 
assim sendo, a loja que vendeu o produto não poderia ser eximida de responsabilidade 
quanto ao primeiro pedido do Recorrente, qual seja, a substituição do aparelho de 
televisão. 
Assim, ante a plena fundamentação legal, requer a reforma da decisão quanto à 
exclusão da lide do segundo Recorrido, integrando-o a relação processual e 
condenando-o à substituição do televisor que, comprovadamente, apresentou vício, 
conforme possibilita o artigo 18, § 1º, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor. In 
verbis: 
 
Art. 18. 
 
(...) 
 
 § 1º Não sendo o vício sanado no prazo 
máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 
I - a substituição do produto por outro da mesma 
espécie, em perfeitas condições de uso; (CDC - 
Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990, grifo 
nosso). 
 
 Além da responsabilidade solidária, verifica-se também que a legislação vigente 
segue em sentido contrário no que tange a decisão proferida a cerca da decadência. Isso 
em razão do fato da sentença ter entendido que o Recorrente decaiu de sua pretensão 
por ter decorrido mais de 90 (noventa) dias entre a data do surgimento do defeito e a do 
ajuizamento da ação, conforme redação legal do artigo 26, inciso II do diploma 
consumerista. Ocorre que, como pode ser comprovado pela nota fiscal em anexo, a 
compra se deu no dia 20/10/2015, e houve reclamação administrativa após a 
apresentação do vício em 25/11/2015, ou seja, com apenas um mês de utilização do 
bem, antes dos noventa dias previstos pelo diploma supracitado. 
O Código de Defesa do Consumidor deixa claro, nos termos do artigo 26, § 2º, 
que a contagem do prazo é interrompida com a reclamação comprovadamente 
formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e de serviços, até a 
resposta negativa correspondente. Assim temos: 
 
Art. 26. 
 
(...) 
§ 2º Obstam a decadência: 
 
I - a reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de 
produtos e serviços até a resposta negativa 
correspondente, que deve ser transmitida de 
forma inequívoca; (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de 
Setembro de 1990, grifo nosso). 
 
 Diante do exposto, evidencia-se ser tempestiva a reclamação apresentada pela 
parte Recorrente, não podendo ser levantado a incidência do fenômeno da decadência. 
 
 Por fim, no tocante aos pedidos indenizatórios, seu fundamento é fato do 
produto, sujeitos ao prazo prescricional previsto no artigo 27, do Diploma 
Consumerista, que aduz: 
 
 Art. 27. Prescreve em cinco anos a 
pretensão à reparação pelos danos causados por 
fato do produto ou do serviço prevista na Seção II 
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo 
a partir do conhecimento do dano e de sua 
autoria. (CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 
1990, grifo nosso). 
 
 Portanto, requer-se o reconhecimento da prescrição quinquenal oriunda do fato 
do produto, nos termos do artigo supracitado. 
Eméritos Desembargadores, em razão do produto viciado a Recorrente teve 
diversos danos. Sofreu danos materiais, em vista de outros aparelhos eletrônicos 
comprometidos (docs. anexos), e os danos morais, diante todo o constrangimento 
sofrido pelo Recorrente e sua família. 
Diante do fato, nada mais justo do que a devida reparação pelos danos materiais 
e morais sofridos. 
 
VI – DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
a) O recebimento e conhecimento do presente Recurso de Apelação, 
determinando o seu devido procedimento, eis que preenchidos os requisitos 
de admissibilidade; 
 
b) Que seja recebido em duplo efeito, devolutivo e suspensivo, conforme 
previsões dos artigos 1.013 e 1.012, ambos do Código de Processo Civil; 
 
c) Total provimento do presente recurso com o fim de reformar a sentença de 
primeiro grau ejulgar procedentes os pedidos deduzidos na inicial; 
 
d) O afastamento do acolhimento de decadência, por se tratar de 
responsabilidade pelo fato do produto; 
 
e) A inclusão do comerciante, 2º Recorrido, no polo passivo; 
 
f) A intimação dos apelados para apresentar contrarrazões; 
 
g) A inversão do ônus da sucumbência, com a condenação dos Apelados nas 
custas e honorários sucumbenciais; 
 
h) Comprova o Apelante o recolhimento do preparo recursal, inclusive porte de 
remessa e de retorno, com a juntada da guia em anexo; 
 
Termos em que 
Pede deferimento 
 
Local e data 
 
Advogado 
OAB/UF n.º...

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