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civil seção 4

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EXCELENTISSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC 
PROCESSO Nº
GABRIELA, já devidamente qualificado, nos autos do processo em epígrafe, por seus advogados in fine assinados, em virtude do sentimento de irresignação quanto a r. sentença de fls., apresentar: por seu advogado e procurador que esta subscreve, não conformado com a r. sentença de fls. Nº. xxx, proferida nos autos da AÇÃO DE CONHECIMENTO movida em face empresa Bela Musa, prestadora de serviços, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nºxxx, estabelecida na rua xxx, nº xxx, bairro xxx, CEP xxx, cidade xxx, representada por Nome xxx, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, na função de administrador (a) e acionista controlador (a) da sociedade ré, interpor recurso de RECURSO DE APELAÇÃO.
CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE
Com base nos artigos 1.009 e 1.014 do CPC, e comprovada à tempestividade do presente nos termos dos artigos 218 e 223 do CPC, o prazo de 15 (quinze) dias, para manifestação das partes, sendo seu termo inicial nos autos de processo eletrônico, cf. artigo 231, inc. V, CPC/15, “In verbis” Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo,o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; que ocorrerá na terça-feira. E requerendo seja o interessado intimado para, em querendo, apresentar contrarrazões ao presente recurso e, após, seja remetido o presente ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Santa Catarina, não sendo a autora beneficiária da assistência judiciária gratuita verifica-se, neste ato, não será obrigatório o recolhimento das custas de porte e remessa conforme previsão no artigo 1.007, § 3º do CPC. O artigo 1.009, CPC/15, para demonstrar o cabimento, assim como o artigo 1.003, § 5º, CPC/15.
Nestes termos,
P. Deferimento
Advogado ___________________________
OAB/ nº __________________________
EXCELENTISSIMO. SRS. DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA/SC.
Origem: 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC 
Processo nº ________________________
Apelante: Gabriela
Apelado: Empresa Bela Musa, prestadora de serviços
RAZÕES DA APELAÇÃO
 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
inicialmente, sob as penas da lei, e de acordo com o disposto no art. 4º, § 1º, da lei 1.060/50, com a redação introduzida pela lei 7.510/86, a apelante afirma que não tem condições financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade de justiça.
I-DOS FATOS
A apelante propôs Ação de Conhecimento sob o rito ordinário em face da apelada, tendo por objeto que consiste na discussão perante o juízo de primeiro grau, envolvendo a prestação de serviços defeituosa (ou seja, que houve falha na prestação de serviços, cf. artigo 14, do CDC, todavia, o Juízo erroneamente reconheceu a decadência aplicando-se o prazo prescricional de cinco anos, e não mero vício do serviço, apontado no artigo 20, do CDC, ao qual seriam aplicáveis prazos decadenciais). há interposição do agravo de instrumento, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, de fato, acolheu a alegação da parte agravante – a pessoa jurídica de direito privado Bela Musa -, e impediu que lhe fosse imposto o ônus de demonstrar que a parte autora, Gabriela, não teria sofrido os danos imateriais que havia alegado. Assim sendo, ordenou-se o prosseguimento do processo, que havia sido suspenso pelo Tribunal; e agendou-se audiência de instrução e julgamento, oportunamente realizada e seguida de razões finais, por meio das quais as partes fizeram suas derradeiras argumentações. 
DA DECISÃO JUDICIAL
A ação de conhecimento foi julgada totalmente improcedente pelo juízo de primeira instância, que reconheceu o Juízo da 3a Vara Cível da Comarca de Florianópolis identificou questão diversa da que havia sido debatida pelas partes: a decadência, com fulcro no artigo 26, inciso II, da Lei no 8.078/90. Por essa razão, o magistrado intimou as partes para que se manifestassem sobre o tema, conforme preconiza o artigo 10 do Código de Processo Civil, e as partes, de fato, cada qual a seu proveito, explicitaram suas considerações. Cumprida essa etapa, oportunizada às partes suas colocações sobre o reconhecimento ou não da decadência, foi proferida Foi determinado na sentença que a apelada O pedido de danos morais e materiais foram julgados improcedentes, sob o fundamento de que descabe o dano material em caso de, já que a apelante não demonstrou na instrução probatória que deixou de e descabe os danos morais por serem os direitos da personalidade inerentes e essenciais à pessoa humana, não podendo, pois, ser atribuídos tais direitos as pessoas jurídicas.
II-DO MÉRITO
A r. decisão do juízo ‘a quo’, Contudo, Nobres Julgadores, houve latente falha na prestação de serviços das 2 apeladas, tendo ocorrida a repetição de indébito ocasionado, uma série de transtornos a Apelante. Ainda assim, o juiz a quo decidiu pela improcedência dos pedidos e extinguindo o feito com resolução do mérito dispõe que o relatório da sentença, em determinado trecho da fundamentação foi registrado o seguinte, acerca do reconhecimento da decadência: "Em se tratando de prestação de serviço durável, consistente no tratamento a laser para retirada de uma marca (ou sinal) da pele da autora/consumidora, caberia a esta última, ao identificar o vício na prestação do serviço, ter realizado a reclamação dentro do prazo de 90 (noventa) dias, contados do momento em que finalizada a execução dos serviços, conforme predispõe o artigo 26, inciso II, e § 1°, da Lei 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor. Não obstante, a consumidora veio a Juízo tão somente por volta de 4 (quatro) anos após finalizados os serviços, motivo pelo qual é de rigor reconhecer-se a decadência; a restar fulminado o próprio direito da consumidora acerca de reclamar qualquer postura referente à prestação dos serviços supostamente viciados." Desse modo fundamentada a sentença, na parte dispositiva constou a decisão pela extinção do processo com resolução de mérito, com base no artigo 487, inciso II, do Código de Processo Civil, sendo inclusive condenada a parte autora ao pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios, fixados estes últimos na ordem de 10% do valor atribuído à causa, em harmonia com o artigo 85, § 2o, do diploma processual civil. Todavia, nos termos dos os artigos 441 e 446 do Código Civil de 2002 constam as disposições normativas referentes ao vício redibitório, podendo ser este compreendido pela falha, estrago, defeito ou, simplesmente, vício, que torna a coisa recebida por alguém imprópria à utilização ou lhe signifique redução no valor (BRASIL, 2002). Nesse caso, por exemplo, poderá o adquirente da coisa reclamar abatimento do preço (art. 442, CC/2002) ou mesmo a redibição (anulação da aquisição e devolução 
Da coisa, cf. art. 445, CC/2002). Os prazos decadenciais e as regras pertinentes para reclamar a redibição são os seguintes, em conformidade com o disposto nos artigos 445 e 446, do Código Civil: (a) 30 dias, se a coisa for móvel, contado da entrega efetiva; (b) 1 ano, se for imóvel, contado da entrega efetiva (transmissão da posse direta); (c) se o adquirente já estava na posse, conta-se o prazo da alienação, reduzido pela metade, sendo 15 dias e 6 meses respectivamente; (d) se o vício for oculto, o prazo será contado de sua ciência, até 180 dias para bens móveis, e 1 ano para imóveis; (e) se houver cláusula de garantia, não correrão os prazos decadenciais referidos, mas o adquirente deverá reclamar pelo defeito nos 30 dias seguintes após sua descoberta, sob pena de decadência (BRASIL, 2002). Compreendidos esses relevantes prazos e regras, note-se que eles são aplicáveis às relações cíveis em geral. Assim, questione-se: se houver relação de consumo, eis que, como regrageral, serão então aplicáveis os prazos previstos no Código de Defesa do Consumidor referentes aos vícios constatáveis em produtos fornecidos ou serviços prestados. Esses vícios podem ser de qualidade do produto (art. 18, CDC); quantidade do produto (art. 19, CDC); ou de qualidade do serviço (art. 20, CDC). Quando o produto ou serviço se apresentar impróprio ou inadequado para sua utilização comum, ou haja diminuição em seu valor, pode-se falar em vício - note que, nesse caso, apenas o produto ou o serviço apresentam imperfeições. 
Por outro lado, pode ocorrer o fato do produto ou serviço, também conhecido por defeito. Tais hipóteses encontram amparo no artigo 12, CDC, quanto ao defeito do produto; e artigo 14, CDC, relacionado ao defeito ou falha na prestação dos serviços (BRASIL, 1990). Para configuração do defeito, não basta que o produto ou o serviço apresente impropriedades em si mesmos, mas é necessário que a parte consumidora, na situação analisada, sofra danos patrimoniais ou extrapatrimoniais, em razão da insegurança à qual foi exposta em virtude do defeito. Ora, tais danos podem ser físicos, psíquicos, estéticos ou ainda de outra sorte, desde que relacionados à pessoa que consumiu ou tentou consumir o produto ou serviço defeituoso. Com relação ao vício do produto (vício), aplica-se o disposto no artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor; sendo que para produtos ou serviços não duráveis, o prazo para reclamação será o de 30 (trinta) dias; e se forem duráveis, corresponderá a 90 (noventa) dias; iniciando-se a contagem desse prazo decadencial na data em que efetivamente entregue o produto ou quando finalizada a execução dos serviços. Noutro vértice, no que tange ao fato do produto (defeito), o prazo a ser considerado não é decadencial, e sim prescricional, previsto no artigo 27 do CDC, correspondente a 5 (cinco) anos para que seja veiculada a pretensão à reparação, contado do conhecimento do dano e de sua autoria (BRASIL, 1990). Ao vício do produto, assim sendo, considera-se o prazo decadencial, conquanto ao fato do produto, adota-se o prescricional. À extinção do processo sem resolução do mérito; enquanto o artigo 487, CPC apresenta rol de causas que induzem à resolução de mérito, dentre as quais consta, no inciso II, consta a decisão, seja ex officio ou a requerimento, sobre a decadência ou prescrição (BRASIL, 2015). Aliás, decidir-se "com resolução de mérito" significa solver a discussão em sua essência de direito material: e o reconhecimento da decadência ou prescrição fulmina o direito ou a pretensão desse direito, respectivamente, de modo que se encerra o debate processual sobre o direito material envolvido, 
 
III-DO DANO MORAL e DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Assim, data máxima vênia, faz jus a apelante ao recebimento de indenização por danos morais, pela falha na prestação de serviço, face não somente à série de constrangimentos sofridos em decorrência das Rés, haja vista, Para configuração do defeito, não basta que o produto ou o serviço apresente impropriedades em si mesmos, mas é necessário que a parte consumidora, na situação analisada, sofra danos patrimoniais ou extrapatrimoniais, em razão da insegurança à qual foi exposta em virtude do defeito. Ora, tais danos podem ser físicos, psíquicos, estéticos ou ainda de outra sorte, desde que relacionados à pessoa que consumiu ou tentou consumir o produto ou serviço defeituoso. 
A caracterização do nexo de causalidade e a conduta ilícita das apeladas se mostram plausíveis, eis a falha na prestação de serviços latente, devendo ser destacado que a Apelante, caracterizando a boa-fé, entrou em contato diversas vezes com os prepostos da Apeladas, conforme os e-mails supramencionados na sinopse fática, tendo sido em vão. Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a configuração dos danos morais sofridos pela Apelante,
IV-DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e a ele atribuído total provimento para reformar a sentença do juízo ‘a quo’, julgando procedentes os pedidos, de modo que não seja reconhecida a decadência, retornando os autos ao juízo a quo para que seja proferida nova sentença. Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência, por não ter sido a apelante quem deu causa a presente ação, além de reparar os danos causados a apelante.
Termo em que,
P. Deferimento.
Local..., data...
Advogado/Mariana
Oab nº...

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