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petição 11 - apelação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO .... VARA CÍVEL DA COMARCA ...
Processo nº ...
ANTÔNIO AUGUSTO, já qualificado nos autos em epígrafe, que move em face da empresa MaxTV S.A. e Lojas de Eletrodomésticos Ltda, inconformado com a sentença proferida às fls. ..., por intermédio de seu advogado, conforme procuração anexa..., com endereço profissional ..., para fins do artigo 77, inc. V do CPC, vem a este juízo, tempestivamente interpor 
APELAÇÃO
Com fulcro no artigo 1009 do CPC, esperando que V. Exa. Determine o requerimento da intimação do recorrido para oferecer contrarrazões e, que os autos sejam remetidos para o Tribunal de Justiça do Estado...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB nº...
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
APELANTE = Antônio Augusto
APELADO = empresa MaxTV S.A. e Lojas de Eletrodomésticos Ltda
RAZÕES DA APELAÇÃO
I – DOS FATOS
	Antônio Augusto, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-comprado, adquiriu, em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). 
	Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. 
	Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o fabricante (MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Lojas de Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução. 
	Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara Cível em face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo: (i) a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; (ii) indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e (iii) indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV. 
	O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguida, em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. 
	Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação.
II – DA TEMPESTIVIDADE
	O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15 dias, previsto no art. 1003, §5º do CPC.
III – DO CABIMENTO
	O recurso cabível em face de sentença de juiz de primeiro grau é a apelação, conforme disposto no art. 1009 do CPC. 
	Assim, tendo em vista que o processo foi extinto sem resolução do mérito, quanto ao comerciante, acolhendo-se a sua ilegitimidade passiva, e com resolução do mérito, no tocante ao fabricante, reconhecida a decadência, será cabível a apelação, a fim de que não se faça coisa julgada.
III – DO PREPARO 
	O preparo e o porte de remessa e de retorno foram devidamente recolhidos, na forma do art. 1007 do CPC.
IV – DOS FUNDAMENTOS
IV.1) DA DECADÊNCIA	
	O apelante comprou o produto em 20/10/15, e um mês depois, 20/11/2015, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. Em 25/11/15 apresentou-se reclamação, oportunidade na qual o fabricante e comerciante quedaram inerte. Assim, em 10/03/16 o apelante ajuizou a ação.
	O art. 26 do CDC dispõe que em se tratando de bens duráveis, o direito de reclamar caduca em noventa dias. No entanto, caso haja reclamação, o prazo decadencial será obstado, de acordo com o seu §2º, I.
Neste sentido a jurisprudência de posiciona:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONSUMIDOR. VÍCIO OCULTO. DECADÊNCIA. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. APLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 26, § 2º, I DO CDC. FORMULADA RECLAMAÇÃO, TEM-SE POR OBSTADA A DECADÊNCIA. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. APELO PROVIDO PARA DESCONSTITUIR A SENTENÇA. UNÂNIME.
(Apelação Cível Nº 70080918212, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Katia Elenise Oliveira da Silva, Julgado em 17/04/2019). (g.f.)
	Tartuce (2018, p. 184) esclarece que a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor ao fornecedor, até a respectiva resposta, o que deve ocorrer de forma inequívoca, prevalecendo sobre o art. 18, § 1º, do CDC obsta a decadência, ou seja, se o fornecedor não responde quanto à solução do problema, o prazo permanecerá obstado. 
	Desta forma, não há que se falar na perda do próprio direito em relação ao pedido de substituição, visto que o apelante formulou reclamação em 25/11/15, ou seja, dentro do prazo estabelecido.
IV.2) 	DA SOLIDARIEDADE ENTRE O COMERCIANTE E FABRICANTE
	Na sentença, o magistrado acolheu a ilegitimidade passiva em relação ao comerciante.
	No entanto, há que se falar na solidariedade entre o varejista, que efetuou a venda do produto, e o fabricante em admitir a propositura da ação em face de ambos, na qualidade de litisconsortes passivos.
	A responsabilidade do comerciante, verifica-se ao menos no que tange ao primeiro pedido deduzido da petição inicial referente à substituição do produto, visto que integrante da relação de consumo, encontra fundamento no Art. 18 do CDC.
Neste sentido a jurisprudência se posiciona:
Apelação. Consumidor. Ação declaratória c/c indenização. Produto defeituoso. TV Smart fabricada pelo 2º réu e adquirida no site da 1ª ré. Recusa em trocar ou substituir o produto. Solidariedade entre o fabricante e o comerciante. Incontroverso o vício na qualidade do televisor adquirido no site da 1ª ré em novembro de 2016 e fabricado pela 2ª, o qual não foi sanado até o momento da distribuição da ação (março de 2017), ultrapassando em muito o prazo de 30 dias previsto no art. 18 do CDC. Falha na prestação de serviço. Danos morais configurados em razão da conduta desidiosa dos réus, que frustrou a legítima expectativa do consumidor de usufruir o bem. Verba indenizatória fixada na sentença em R$ 6.000,00 que se afigura excessiva, notadamente se considerado o valor do produto, merecendo, assim, ser reduzida para R$ 3.000,00. Reforma parcial da sentença. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS.
TJ-RJ - APL 0004938-07.2017.8.19.0206, Relator: Des(a). MARIA LUIZA DE FREITAS CARVALHO, Data de Julgamento: 10/07/2019, Vigésima sétima Câmara Cível. (g.f.)
	Assim, requer o reconhecimento da solidariedade entre o comerciante e o fabricante, nos termos do art. 18 do CDC.
IV.3) DO VÍCIO DO PRODUTO
	Conforme verifica-se, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. 
	Assim, resta claro que se trata de responsabilidade civil por fato do produto, posto que coloca em risco a vida e saúde do consumidor, a atraindo, assim, a incidência dos artigos 12 e 27 do CDC.
	Tartuce (2018, p. 187) expõe que no fato do produto estão presentes outras consequências além do próprio produto, outros danos suportados pelo consumidor, a gerar a responsabilidade objetiva direta e imediata do fabricante, bem como há a responsabilidade subsidiária ou mediata do comerciante ou de quem o substitua.
	Por consequência do princípio da reparação integral adotado pelo CDC, em que não se admite mitigação da responsabilidade, o consumidor prejudicado poderá ingressar com ação de reparação de danos, que estará sujeita ao prazo prescricional de cinco anos, disposto no art. 27 da Lei 8.078/1990. 
	No que tange à contagem do prazo prescricional, será contadoda ocorrência do evento danoso ou do conhecimento de sua autoria, sendo, neste caso, o que ocorrer por último. Neste caso, há que se falar que foi adotada a teoria da actio nata.
	Desta forma, a pretensão autoral não se submete à decadência, mas ao prazo prescricional de cinco anos, estipulado no último dos dispositivos ora mencionados, conforme art. 12 c/c art. 27 do CDC.
IV.4) DA TEORIA DA CAUSA MADURA
	De acordo com a Teoria da Causa Madura, em se tratando de sentença terminativa sem resolução do mérito, matéria exclusivamente de direito e em condições de imediato julgamento, o Tribunal poderá apreciar desde logo o pedido, sem que isso configure supressão de instância.
	Assumpção Neves (2017, p. 1652) entende que o tribunal passar ao julgamento originário do mérito da ação e dispõe que o Superior Tribunal de Justiça entende da mesma forma ao reconhecer que a teoria da causa madura não afronta o princípio da ampla defesa, ou sequer impede a parte de obter prequestionamento 
	Ainda, cita-se a jurisprudência:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACESSÃO. CONTRATO DE LOCAÇÃO. TEORIA DA CAUSA MADURA. JULGAMENTO IMEDIATO DA DEMANDA NO ÂMBITO DA APELAÇÃO, NOS TERMOS DO ART. 515, § 3º, DO CPC/73. PROCESSO SUFICIENTEMENTE INSTRUÍDO. ALTERAÇÃO DAS CONCLUSÕES DO TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO STJ. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.
2. O art. 515 do CPC/73 estabelecia que a apelação devolvia ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada, tratando do seu efeito devolutivo, sendo forçoso reconhecer que, no caso dos autos, o tema recorrido se referia a possibilidade de indenização pelas acessões.
3. A jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que o art. 34 da Lei 6.766/79 prevê o direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis levadas a efeito no lote, na hipótese de rescisão contratual por inadimplemento do adquirente, regra essa aplicada também às acessões (art. 1.255 do CC/02), mas o legislador, no parágrafo único do mesmo dispositivo legal, fez a ressalva de que não serão indenizadas as benfeitorias - ou acessões - feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei.
4. Não sendo a linha argumentativa apresentada capaz de evidenciar a inadequação dos fundamentos invocados pela decisão agravada, o presente agravo não se revela apto a alterar o conteúdo do julgado impugnado, devendo ele ser integralmente mantido em seus próprios termos.
5. Agravo interno não provido (STJ - AgInt no REsp 1487000 SC 2014/0158107-6)
	Desta forma, requer a reforma da sentença para que o pedido seja desde logo apreciado, em se tratando de de a causa encontrar-se madura para o julgamento, segundo o Art. 1013, § 3º, do CPC, ou, alternativamente, a sua reforma, mediante o reconhecimento da legitimidade passiva do comerciante, e o afastamento da decadência, determinando-se o retorno dos autos ao juízo de primeira instância, para prosseguimento do feito.
V – DO PEDIDO
	Diante do exposto requer:
a) Que o presente recurso seja conhecimento e provido para reconhecer a legitimidade passiva do segundo apelado (Lojas de Eletrodomésticos Ltda); 
b) Que seja afastada a decadência do direito do apelante alegada pelo primeiro apelado (Max TV S.A), devendo ainda, este Tribunal, desde já, julgar o mérito do pedido do apelante para compelir os apelados a substituírem o televisor do apelante por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; 
c) condenação dos apelados ao pagamento de indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados e indenização por danos morais. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
ADVOGADO...
Nº OAB...

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