AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM TUTELA ANTECIPADA

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AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DO RIO DE 
JANEIRO/RJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUSTIN B., brasileiro, estado civil..., profissão ..., portador da Cédula de Identidade 
RG n.º ... e inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuário do endereço 
eletrônico: e-mail desconhecido, residente e domiciliado à Rua Vinícius de Morais, n. 45, bairro 
Ipanema, Rio de Janeiro/RJ, vem, respeitosamente, por intermédio de seu advogado abaixo 
assinado (procuração em anexo), com endereço profissional sito à Rua/Av. ..., à presença de 
Vossa Excelência, pelo procedimento comum, com fundamento no artigo 815 e seguintes do 
Código de Processo Civil de 2015 c/c 294 do referido diploma legal, propor a presente 
 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM TUTELA ANTECIPADA 
 
em desfavor de: 
ELÉTRICA S.A, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua ..., n.º ..., bairro ..., CEP 
..., São Paulo/SP, inscrita no CNPJ sob o n.º ..., endereço eletrônico: e-mail desconhecido. 
 
 Pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: 
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DOS FATOS 
 
Em 15 (quinze) de janeiro de 2017, Justin B. (Autor) efetuou a compra de um aparelho 
de ar condicionado fabricado pela Elétrica S.A (Ré), empresa sediada em São Paulo/SP. Ocorre 
que referido produto, apesar de devidamente entregue, desde o momento de sua instalação, 
passou a apresentar problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente. Em virtude dos 
problemas apresentados, o Autor, no dia 25 (vinte e cinco) de janeiro de 2017, entrou em contato 
com o fornecedor, que prestou devidamente o serviço de ASSISTÊNCIA TÉCNICA. 
Nessa oportunidade, foi trocado o termostato do aparelho. Todavia, apesar disso, o 
problema persistiu, razão pela qual o Autor, noutras oportunidades, entrou em contato com a 
empresa Ré, a fim de tentar sanar a questão amigavelmente. Entretanto, transcorreu o prazo de 
30 (trinta) dias sem a solução do defeito pelo fornecedor, o Autor requereu a SUBSTITUIÇÃO 
do produto. 
Ocorre que, para a surpresa do Autor, a empresa negou a substituição do mesmo, 
afirmando que enviaria um novo técnico à sua residência para analisar novamente o produto. 
Sem embargo, a assistência técnica somente poderia ser realizada após (quinze) dias, devido à 
grande quantidade de demandas no período do verão. 
Levando em consideração o impasse e incertezas vivenciadas pelo Autor e com a 
pretensão de ter sua problemática resolvida, não restou outra alternativa para o Autor à exceção 
de se socorrer ao judiciário, pois, almeja, sim, obter a substituição do produto adquirido. 
Expostos os fatos, passa o Autor a expor a sua fundamentação jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOS FUNDAMENTOS 
 
1 DA LEGITIMIDADE 
 
1.1 ATIVA E PASSIVA 
 
No caso em apreço, é perceptível uma relação jurídica de consumo, ou seja, uma relação 
firmada entre consumidor (Justin B., autor) e fornecedor (ELÉTRICA S.A, ré), a qual possui 
como objeto a aquisição de um produto (aparelho de ar condicionado). 
Frisa-se, nenhum elemento da relação jurídica de consumo é independente. Ou seja, são 
elementos relacionais e dependentes. 
 
2 DA TUTELA ANTECIPADA 
 
Registra-se, o Autor comprou o produto, justamente, em função da chegada do verão. 
Diante disso, há indícios de que quem está pedindo a liminar tem direito. Nesse casso, 
o juiz não irá julgar o mérito e, sim, se ele parece ter o direito que alega. O Autor demanda pela 
antecipação da tutela acerca das alarmantes temperaturas que atingem a cidade nesta época do 
ano e que adquiriu o produto com a intenção de suprir a chegada do verão, com base no artigo 
294 do Código de Processo Civil. 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
Periculum in mora: significa o risco da decisão tardia. Ou seja, o Autor deseja que o 
magistrado conceda a liminar imediatamente, pois não quer ser prejudicado com as 
temperaturas altíssimas em pleno verão e o produto está a deteriorar-se, pois não fizeram a 
manutenção hábil, tampouco a substituição do produto. 
São requisitos para a concessão da tutela antecipada: o fundamento da demanda e o 
justificado receio de ineficácia do provimento final. Em síntese, o fumus boni iuris e o 
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periculum in mora. Dessa forma, dispõe o art. 84 da Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do 
Consumidor: 
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não 
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará 
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do 
adimplemento. 
(...) 
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de 
ineficácia do provimento final, É LÍCITO AO JUIZ CONCEDER A TUTELA 
LIMINARMENTE ou após justificação prévia, citado o réu. Grifei 
 
Além disso, é importante frisar, o Autor sofre impactos econômicos negativos, uma vez 
que o aparelho comprado seria de uso urgente naquele exato momento, e quanto mais demora 
para realizar sua manutenção, mais se deteriora. Em decorrência disso, resta demonstrado o 
fumus boni iuris e o periculum in mora, temos que a tutela se faz, estritamente, necessária para 
que a Ré cumpra o que havia sido pactuado. 
 
3 DO DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), consumidor é toda pessoa 
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Por sua vez, 
fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, que 
desenvolve atividade de comercialização de produtos ou serviços, com fulcro nos arts. 2ºe 3º 
do CDC. 
Quanto à responsabilidade do fornecer, o simples fato de colocar produto ou fornecer 
serviço no mercado de consumo já gera o DEVER DE INDENIZAR O CONSUMIDOR pelos 
eventuais prejuízos sofridos quer em razão de um inadimplemento contratual, quer em 
decorrência da prática de um ilícito. 
Além disso, faz jus o Autor pela troca do produto, já que decorreu o prazo legal para o 
conserto – 30 (trinta) dias. Devendo, então, o consumidor optar por uma das hipóteses arroladas 
no art. 18, § 1º, do CDC. Vossa Excelência, o Autor quer ter seu produto substituído e seja 
indenizado de acordo com o art. 927 do Código Civil. 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como 
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por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da 
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações 
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes 
viciadas. 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
CONSUMIDOR EXIGIR, alternativamente e à SUA ESCOLHA: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições 
de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço. 
 
Desse modo, V. Excelência, está nítida a existência de relação de consumo e a obrigação 
da Ré de arcar com os valores pedidos. 
Exposta a fundamentação jurídica, passa o Autor a formular o seu pedido. 
 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
 Pelo exposto, requer a PROCEDÊNCIA do pedido, juntamente com a concessão e a 
confirmação da TUTELA ANTECIPADA, uma vez demonstrado o cumprimento de seus 
requisitos. Que a Ré substitua o produto adquirido por outro da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso. 
 
Além disso, sejam impostas àRé a condenação em custas judiciais, bem como os honorários 
advocatícios, conforme art. 85, § 2º do Código de Processo Civil (CPC/15), por ter dado causa 
à presente demanda litigiosa. 
Requer ainda: 
a) A citação da Ré, para que apresente defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e seus 
efeitos, com base no arts. 344 a 346, do CPC/2015; 
b) Em respeito ao art. 319, VII, CPC/15, o autor tem interesse na designação de audiência 
de conciliação; 
c) A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA por se tratar de relação de consumo, nos termos 
do art. 51, VI da Lei nº 8.078/90 (CDC). 
 
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DAS PROVAS 
 
 Protesta por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, testemunhal, depoimento pessoal do 
representante da Ré, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários. 
 
 Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor do ar condicionado) – em conformidade com art. 
292, Código de Processo Civil de 2015. 
 
 
 
 Nesses termos, pede deferimento. 
 Local ..., data ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Advogado ... 
OAB ...