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Proteína na Nutrição de Cães e Gatos - Notas de Aula

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
Departamento De Zootecnia 
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS GZO-141 
1 
PROTEÍNA 
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad 
Médica Veterinária, MSc., Doutora em Nutrição Animal 
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia 
e-mail: borgesvet@dzo.ufla.br 
2.1. INTRODUÇÃO 
O termo proteína foi proposto por Jöns J. Berzelius no século XIX, a partir da 
raiz grega proteios, para descrever os componentes “de primeira classe”, ou “de 
principal importância”, que existem na natureza para a manutenção da vida. De certa 
maneira, o significado da palavra ainda é válido porquanto as proteínas exercem 
papéis cruciais em, virtualmente, todos os processos biológicos. 
A proteína é essencial à dieta por várias razões: aporte de aminoácidos 
indispensáveis, aporte de nitrogênio para a síntese de aminoácidos dispensáveis e 
outros produtos que contenham nitrogênio (purinas e pirimidinas). 
A função primária da proteína para cães e gatos e estrutural, isto é, deposição 
tecidual. Elas são essenciais no desenvolvimento dos filhotes, reprodução, 
amamentação, qualidade dos músculos e pêlos em animais adultos e participam na 
formação de vários compostos importantes no metabolismo normal dos animais: 
 Enzimas - proteínas com atividade catalítica - participam de quase todas as 
reações químicas do organismo. 
 Proteínas transportadoras - transportam substâncias no plasma para os 
órgãos e entre eles - hemoglobinas (transporte de oxigênio) e as 
lipoproteínas (transporte de lipídeos). 
 Proteínas nutrientes ou de reserva - Ovoalbumina - (nutriente para o 
embrião) e a caseína do leite, ferritina (reserva de ferro), etc. 
 Proteínas contráteis ou de movimento - Actina, Miosina, Tubalina. 
 Proteínas estruturais - firmeza ou proteção às estruturas – colágeno, 
elastina, queratina. 
 
 Proteínas de defesa - imunoglobulinas ou anticorpos, o fibrinogênio e a 
trombina, venenos de serpentes e as toxinas de fungos, bactérias e plantas. 
 Proteínas reguladoras do crescimento, da diferenciação e a atividade 
das células. - hormônios (insulina, hormônio do crescimento, etc.). 
mailto:borgesvet@dzo.ufla.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
Departamento De Zootecnia 
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS GZO-141 
 
 
 Proteínas transmissoras de hereditariedade - nucleoproteínas (DNA). 
 Proteínas de geração e transmissão de impulsos nervosos - rodopsina - 
receptora nos bastonetes na retina; proteínas receptoras acionadas pela 
acetilcolina - impulsos nervosos. 
 
Entretanto, como as preferências alimentares de cães e gatos são direcionadas 
a alimentos de origem animal, primariamente cárnicos, a proteína excedente as 
necessidades estruturais é desaminada, armazenada e utilizada como fonte 
energética. 
Em não ruminantes, a proteína será utilizada como fonte energética somente 
quando existe um excedente dietético, muito embora carnívoros restritos, como os 
felinos, apresentem uma adaptação enzimática hepática que promove uma 
desaminação protéica constante, mesmo quando a proteína dietética apresenta-se 
em níveis moderadamente baixos. Isto significa que esta desaminação deve ser 
considerada no momento de avaliar as exigências nutricionais de proteína por estes 
animais. 
Outra situação, embora patológica, de utilização da proteína como fonte 
energética, é em casos de fome crônica com extensa privação alimentar, onde 
ocorre uma mobilização de proteínas tissulares. 
Embora as proteínas sejam sabidamente essenciais aos carnívoros e todas as 
outras espécies animais, para cães e gatos é o principio nutritivo que mais desperta 
controvérsias, tanto com relação aos níveis mínimos quanto pelos níveis máximos 
dietéticos. 
2.2. COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA PROTÉICA 
Todas as análises de proteínas naturais fornecem a seguinte composição 
elementar, em peso: 
 
 Nitrogênio 15,5 a 18,0% (média de 16%) 
 Carbono 51,0 a 55,0% 
 Hidrogênio 6,5 a 7,3% 
 Oxigênio 21,5 a 23,5% 
 Enxofre 0,5 a 2,0% 
 Fósforo 0,0 a 1,5% 
 
Partindo se principio que toda proteína tem N e que, tomadas em conjunto, 
apresentam cerca de 16% de proteína, nas análises de rotina para proteína (análise 
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bromatológica - Digestor de Kjeldahl) determina-se o nitrogênio total e multiplica por 
um fator de 6,25 (16 g N - 100 g de P então 100 / 16 = 6,25). Este métodos tem 
várias falhas como, por exemplo, considerar como proteína o nitrogênio não 
protéico, como uréia, aminas, nitratos, vitaminas do complexo B, ácidos nucléicos. O 
fator de 6,25 também não se aplica à proteína de todos os alimentos (soja, ovo, 
milho e leite já têm fator conhecido e pode ser usado). 
Entretanto, este método é utilizado amplamente para analisar alimentos para 
cães e gatos e não é uma garantia de qualidade protéica, pois existem uma série de 
pontos que determinam a eficiência de uma proteína para cães, todos eles 
primariamente relacionados com os aminoácidos. 
Os aminoácidos (aa) são a chave da estrutura de milhares de proteínas 
diferentes entre si. Um conjunto de cerca de 20 aas, unidos covalentemente em 
seqüências características, é considerado alfabeto da estrutura protéica. 
Na formulação de uma dieta é necessário levar em consideração os conceitos 
de aminoácido essencial, não essencial, semi-indispensável, limitante, antagonismo, 
toxicidade e desequilíbrio de aminoácidos. Tanto o excesso quanto a falta de 
aminoácidos nas dietas são prejudiciais por romperem o equilíbrio dinâmico do 
metabolismo. 
Segundo SILVA (2004), após a absorção, as proteínas são transportadas pelo 
sangue e pela linfa, garantindo a revitalização dos tecidos. Os aminoácidos 
resultantes da digestão são transportados ao fígado principalmente pela veia porta, 
e uma pequena quantidade por via linfática, para serem fixados apenas em parte 
pelas células hepáticas e o restante indo para a corrente sangüínea onde formará 
um "pool" de aminoácidos, que será usado pelo organismo atendendo suas 
necessidades. 
2.3. VALOR BIOLÓGICO DAS PROTEÍNAS E FATORES DE VARIAÇÃO 
As necessidades dietéticas de proteína são determinadas pela habilidade desta 
em satisfazer as exigências metabólicas em aminoácidos e nitrogênio. Quanto mais 
estreita for a relação entre o perfil de aminoácidos suplementados pelo alimento e as 
necessidades do animal (perfil corporal), maior será o valor biológico do alimento 
(conceito de “proteína ideal”) e menor será a porcentagem de proteína requerida na 
dieta. 
A eficiência nutricional de uma proteína é resultante de dois processos: a 
utilização digestiva e a utilização metabólica. O organismo utiliza em graus diversos 
a proteína que ingere, assimilando o que lhe é conveniente e rejeitando o resto. O 
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valor biológico de uma proteína expressa sua taxa de utilização anabólica e traduz 
sua cobertura às necessidades protéicas, isto é, quanto o valor biológico de uma 
proteína é elevado, menos proteína se gasta para cobrir as necessidades protéicas 
do cão adulto e a protogênese do cão jovem em crescimento. 
2.3.1. Aminoácidos essenciais ou indispensáveis 
As plantas sintetizam todos os aminoácidos que necessitam, enquanto que os 
animais sintetizam somente alguns deles (10 -12). As plantas sintetizam seus 
aminoácidos utilizando-se de cadeias de carbono obtidas pela fotossíntese e 
incorporando o aminogrupo, sintetizado a partir de substâncias nitrogenadas 
inorgânicas. Os 
animais superiores não podem sintetizar o aminogrupo, e apenas os 
transferem entre cadeias carbonadas. No entanto, existem aminoácidos que nem a 
cadeia carbonada os animais conseguem sintetizar, sendo denominados de 
aminoácidos essenciais ou nutricionalmente essenciais, e devendo estar presentes 
nadieta em quantidades adequadas. 
 
Aminoácido essencial é aquele que o animal não sintetiza de forma nenhuma, 
ou não sintetiza em quantidade ou velocidade adequada às suas necessidades 
fisiológicas ou produtivas. 
2.3.2. FATORES INTRÍNSECOS 
Quatro critérios estabelecem o valor biológico das proteínas: 
 A presença de aminoácidos indispensáveis para um dado estádio fisiológico 
 O equilíbrio quantitativo entre os aminoácidos 
 A simultaneidade de seus aportes (aminoácidos) ao organismo 
 Disponibilidade dos aminoácidos. 
2.3.2.1. Presença de aminoácidos indispensáveis (essenciais) 
Os aminoácidos indispensáveis ao crescimento e manutenção de cães são os 
dez normalmente indispensáveis para a maioria das espécies, e a subtração de um 
só entre eles provoca uma redução imediata na ingestão da dieta. Uma deficiência 
prolongada leva a uma síndrome típica de deficiência protéica: diminuição do 
crescimento, falta de apetite, diarréia persistente, edema, mudanças no metabolismo 
protéico. 
 
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TABELA 11. Aminoácidos indispensáveis e dispensáveis. 
Aminoácidos indispensáveis 
(essenciais) 
Sintetizados a partir de 
substratos limitados 
Facilmente sintetizados (Não 
essenciais) 
Arginina Alanina 
Histidina Ácido aspártico 
Isoleucina Asparagina 
Leucina ácido glutâmico 
Lisina Hidroxiprolina Hidroxiprolina 
Metionina Cisteina e cistina Glicina 
Fenilalanina Tirosina Serina 
Treonina Prolina 
Triptofano 
Valina 
Adaptada de Nunes (1995). 
 
Os aminoácidos não essenciais são sintetizados no organismo a partir da 
conversão um nos outros, ou de aminoácidos indispensáveis existentes na dieta. Um 
aporte suficiente de certos aminoácidos não essenciais evita sua síntese a partir dos 
indispensáveis, diminuindo, de certa forma, o aporte de aminoácidos essenciais. Por 
exemplo, a metionina pode ser convertida no organismo em outro aminoácido 
sulfurado; a cistina. Se o aporte dietético de cistina é precário, parte da metionina vai 
ser utilizada para sua síntese. Da mesma forma, uma parte da fenilalanina pode ser 
convertida em tirosina e a lisina em hidroxilisina. 
Cada aminoácido tem um papel específico para cães e gatos, como pode ser 
observar na tabela 12. 
TABELA 12. Função dos diversos aminoácidos para cães e gatos 
Aminoácidos essenciais Funções 
Arginina Essencial para a formação de hormônio como a insulina e hormônio de 
crescimento. É também necessária para a remoção do nitrogênio 
resultante da quebra das proteínas para fornecimento de energia 
Histidina Importante na estrutura muscular. A falta de histidina resulta em perda 
de apetite e peso e quadros de catarata 
Isoleucina Similar à leucina e valina, regula o metabolismo de energia e é 
requerido para otimizar o crescimento 
Leucina Mesmas funções da Isoleucina e valina 
Lisina Essencial para o crescimento de cães jovens 
Metionina Essencial para o crescimento mas quantidades excessivas podem 
provocar depressão do crescimento, anorexia e lesões cutâneas 
Fenilalanina Importante na manutenção da integridade da pele, músculo e pelos 
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Treonina Importante no crescimento e manutenção 
Triptofano Importante no crescimento e manutenção - metabolismo de energia 
Valina Similar à isoleucina e valina 
2.3.2.2. Equilíbrio quantitativo dos aminoácidos 
Normalmente o fornecimento ou a quantificação dos aminoácidos não 
essenciais à dietas é negligenciado. Quando foram comparadas duas dietas para 
ratos em crescimento, onde uma delas continha somente os 10 aminoácidos 
essenciais, em quantidades adequadas, e a outra, uma mistura de 19 aminoácidos, 
com quantidades adequadas de essenciais, notou-se que a segunda dieta mantinha 
um crescimento 25% maior que a primeira. Isto ocorre com todas as espécies de 
monogástricos, incluindo os cães. O aporte de aminoácidos não essenciais 
“economizaria” energia necessária às interconversões, tornando-se um aspecto 
importante com respeito ao valor biológico das proteínas. 
TABELA 13. Equilíbrio em aminoácidos (EM % de proteína) para cães e gatos. 
Aminoácidos Gatos em crescimento (NRC 
1986 *) 
Cães em Crescimento 
(NRC 1985 *) 
Carne bovina 
Arginina 4,2 4,8 5,0 
Histidina 1,25 1,7 2,5 
Isoleucina 2,1 3,4 4,7 
Leucina 5,0 5,6 7,4 
Lisina 3,3 4,9 7,6 
Met + cisteína 3,1 3,7 3,0 
Fen + tirosina 3,5 6,8 5,6 
Treonina 2,9 4,4 4,8 
Triptofano 0,6 1,4 1,1 
Valina 2,5 3,7 5,6 
Outros AA 71,1 59,6 52,7 
TOTAL 100 100 100 
* Calculado seguindo as recomendações de aporte mínimo em aminoácidos da NRC 
Adaptado de Royal Canin (2000). 
 
2.3.2.2.1. Aminoácido limitante 
Mesmo que todos os aminoácidos indispensáveis estejam presentes na dieta, 
em quantidades adequadas, mas com exceção de um, a síntese protéica será 
realizada até o nível daquele presente em menor quantidade, enquanto que o 
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excesso dos demais será desanimado e oxidado. Este aminoácido é denominado 
aminoácido limitante. Suprida sua deficiência, poderá aparecer um segundo 
aminoácido limitante, cuja quantidade está abaixo das necessidades, e assim por 
diante. 
 
 
2.3.2.2.2. Aminoácido limitante por excesso 
Da mesma forma que existe um fator limitante por deficiência, existe um fator 
limitante por excesso. O organismo é capaz de suportar largas faixas de variação 
protéica, mas não suporta grandes variações em um só aminoácido. Alguns autores 
sugerem que, quando uma dieta contem grandes quantidades de alguns 
aminoácidos, pode ocorrer uma diminuição do crescimento, mesmo que os outros 
aminoácidos estejam em quantidades adequadas. Esta diminuição ocorre 
independente de qual aminoácido esteja em excesso, diferentemente de questões 
que serão abordadas em seguida, como toxidade de aminoácidos ou antagonismo. 
Existem sugestões que o excesso de um só aminoácido agiria no centro de apetite e 
saciedade do hipotálamo, levando a uma diminuição na ingestão dos alimentos. 
Sugere-se que, nesta situação, a elevação dos níveis dos aminoácidos limitantes 
primários dos alimentos, mesmo que estes estejam suficientes para suprir as 
necessidades do animal, seja suficiente para reverter o processo e voltar a taxa de 
ingestão normal. 
2.3.2.2.3. Antagonistas 
Desequilíbrios por antagonismo diferem daqueles provocados por excesso, 
devido ao fato de que a adição dos aminoácidos limitantes não contornam o 
problema. Já a adição de um ou mais aminoácidos da mesma família do antagonista 
pode restabelecer a normalidade. O desequilíbrio por antagonismo ocorre quando 
existe competição de aminoácidos pelo mesmo sítio de absorção, ou quando houver 
excesso de um aminoácido de mesma estrutura ou quimicamente relacionado em 
relação a um essencial, mas presente no limite mínimo necessário. 
Este parece ser o caso da gelatina, com um perfil inadequado de aminoácidos 
e alto teor de hidroxiprolina. A hidroxiprolina parece impedir a absorção de alguns 
aminoácidos. Neste caso, a adição de produtos que contenham substâncias com 
colágenos e gelatinas podem diminuir o valor biológico da proteína. A gelatina 
poderia ser utilizada de forma a economizar alguns aminoácidos, mas em horários 
distintos das refeições, de forma a não competir pelos sítios de absorção de outros 
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aminoácidos ou agir no centro da saciedade. 
2.3.2.2.4. Toxidade 
A toxidade dos aminoácidos difere do desequilíbrio por excesso pois a adição 
de aminoácidos limitantes primários não consegue contornar o problema, e também 
diferem do antagonismo, pois a adição de aminoácidos da mesma família pode 
potencializar o efeitotóxico. 
Segundo Czarnecki et al.(1985), 4% de lisina na dieta pode deprimir 
significativamente o ganho de peso e conversão alimentar em cães em crescimento 
e este efeito pode ser devido a um desbalanço, antagonismo ou toxidade deste 
aminoácido. Um desbalanço pode resultar em depressão de consumo, enquanto que 
toxidade ou antagonismo causaria alterações no metabolismo. A lisina excedente 
teria um efeito antagônico sobre a argina, por indução da enzima arginase no fígado, 
resultando em hiperamônemia, acidúria urinária e depressão na formação de uréia. 
Além disso, cães consumindo um excesso de lisina, apresentaram níveis reduzidos 
de ornitina no fígado e sangue, indicando que a lisina pode inibir a síntese ou 
estimular o catabolismo de ornitina. 
2.3.2.3. Simultaneidade do aporte de aminoácidos ao organismo 
Os efeitos nutricionais dos aminoácidos agem em sinergia. O aporte de 
diferentes aminoácidos em horários distintos pode levar a uma diminuição na 
eficiência de suas utilizações. 
2.3.2.4. Disponibilidade dos aminoácidos 
A presença de um nível equilibrado e satisfatório de aminoácidos não é 
garantia de que esta dieta vá atender as exigências de aminoácidos de um animal. 
Sob determinadas circunstâncias, alguns aminoácidos podem estar numa forma não 
disponível para o animal, porque a proteína não é completamente digerida. Entre os 
fatores que provocam a indisponibilidade da proteína ou aminoácidos pode-se citar: 
 Presença de mucoproteínas (as seções protéicas adjacentes aos resíduos 
de CHO são resistentes ao ataque enzimático). 
 Aumento da fibra na dieta (celulose e hemicelulose podem tornar a proteína 
inacessível a ataque enzimáticos). 
 Presenças de inibidores enzimáticos (ex.: inibidor da tripsina, presente na 
soja crua e eliminado com o aquecimento). 
 Reação de Maillard (excesso de calor provocando a ligação de açucares 
redutores ao grupo  - amino livre da lisina, tornando este aminoácido 
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indisponível). 
2.3.3. Fatores extrínsecos 
Os fatores extrínsecos que afetam o aproveitamento da proteína pelo 
organismo animal dizem respeito aos constituintes totais da dieta: 
 Quantidade de proteína presente na dieta 
 Quantidade energética da dieta e seu nível de consumo 
 Aporte de vitaminas e minerais 
 Presenças de coadjuvantes alimentares como antibióticos. 
 
 
2.3.3.1. Quantidade de proteína da dieta 
O valor biológico de uma proteína depende da taxa em que a mesma é 
introduzida na dieta. Existe um valor inferior e superior que permite uma máxima 
utilização da proteína no metabolismo. 
2.3.3.2. Quantidade e consumo de energia da dieta 
O valor biológico da proteína depende igualmente da taxa energética e do nível 
de consumo da dieta. O fornecimento de energia é indispensável à síntese protéica. 
O efeito benéfico do aumento do nível de ingestão energética pode ser 
observado em dietas com baixos níveis de proteína. Inversamente, o aumento dos 
níveis de proteína em dietas com baixa energia são ineficazes e prejudiciais. 
2.3.3.3. Aporte de vitaminas e minerais 
As vitaminas e minerais desempenham um importante papel no anabolismo 
protéico. A retenção de nitrogênio diminui quando a dieta esta totalmente 
desmineralizada ou deficiente em potássio ou fósforo. 
As relações entre vitaminas e o metabolismo de nitrogênio são complexas, mas 
sabe-se que uma deficiência de triptofano pode determinar uma deficiência de 
niacina, assim como a formação da colina depende de grupos metil fornecidos pela 
metionina. 
Já a utilização do nitrogênio é muito dependente de níveis corretos de 
vitaminas. Muitas reações intermediária no metabolismo intermediário dos aa 
exigem a participação de certas vitaminas do complexo B (riboflavina na 
desaminação oxidativa, piridoxina na transaminação, cianocobalamina e ácido fólico 
na transmetilação, etc.). 
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2.3.3.4. Presença de substâncias auxiliares 
A presença de certos coadjuvantes alimentares, como pré e probióticos, em 
situações estritas (natureza, dose, dieta e espécie animal) pode melhorar a taxa de 
crescimento e a utilização protéica. As teorias são as seguintes: 
 Os coadjuvantes diminuiriam a ação de bactérias que utilizam determinados 
aminoácidos. 
 Os coadjuvantes elevariam o nível de consumo de energia, e indiretamente, a 
retenção de nitrogênio. 
2.4. NECESSIDADES PROTÉICAS DO CÃO 
Os cães, como a maioria das espécies, necessitam dos 10 aminoácidos 
essenciais e de certa quantidade dos não essenciais. O animal adulto requer menos 
proteína para manutenção que cães em crescimento. 
As recomendações de proteína para cães são baseadas no National Research 
Council,- NRC 85 - Nutrient requirements of dogs, entretanto, recomenda-se este 
guia somente como referência para avaliar os níveis mínimos protéicos, abaixo dos 
quais os animais sofreram graves efeitos de deficiência protéica. Isto porque as 
pesquisas que geraram os dados encontrados no NRC 85 foram traçadas com 
dietas purificadas e norteadas em delineamentos semelhantes aos realizados para 
animais de produção, baseando-se apenas nos critérios de ganho de peso e não a 
retenção de nitrogênio 
Para cães, as necessidades protéicas não devem ser limitadas aos níveis 
mínimo, pois o objetivo primário vai além de uma produtividade máxima com um 
mínimo de nutrientes dietéticos, Devem ser considerados, além de crescimento 
adequado e uma saúde perfeita durante toda a vida do cão, aspectos externos como 
qualidade de pelagem, disposição para exercício e trabalho, considerando seus 
diferentes estados fisiológicos e sua atividade. 
As recomendações protéicas são expressas de várias formas nos diversos 
guias de recomendação: 
 Porcentagem da dieta (gramas proteína/100 gramas de alimento) 
 Necessidade por kg de peso vivo ou peso metabólico (g PB/kg PV ou 
gPB/kg PV 0,750,75) 
 Relação com a Energia metabolizável da dieta (Energia da proteína/Energia 
total da dieta) 
TABELA 14. Expressão das necessidades protéicas. 
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Alimento: Kcal EM / Kg = 3.280 e PB = 25% 
Energia metabolizável de 1% de proteínas = 40 Kcal 
Proteína expressa em função do EM: PB / EM = (25 x 40 / 3.280) x 100 = 26.2% 
Alimento: 3890 kcal de EM/ kg e 25% de PB 
1- Com relação à quantidade energética, por exemplo: 1000 kcal de energia 
metabolizável: 
Alimento com (250 / 3890) x 1000 = 64 g de proteína bruta por 1000 kcal de EM 
2 - Em porcentagem de EM :1 g de proteína aporte 4 kcal de EM 
Alimento (250 x 4 / 3890) x 100 = 25,7 % de EM de origem protéica ou também 25,7 % 
PB / EM. 
 
Como a energia metabolizável é, em primeira instância, o principal fator 
regulador de consumo, a última forma de recomendação parece ser a mais lógica. 
Um aumento do aporte energético deve ser acompanhado de um incremento 
proporcional de aporte protéico. 
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A determinação de necessidades protéicas para cães e gatos se torna uma 
tarefa difícil, devido ao número de fatores que podem influir sobre a necessidade 
destes nutrientes. Dentre os fatores dietéticos que afetam o balanço de nitrogênio 
estão a qualidade da proteína e a sua composição, digestibilidade da mesma e 
densidade energética da dieta. Além disso, o nível de atividade, o estado fisiológico 
e o estado nutricional prévio do animal podem influir sobre a necessidade de 
proteínas, calculada mediante o balanço de nitrogênio ou a taxa de crescimento. 
Segundo Silva (2004), as necessidades protéicas de um animal variam em 
relação inversa à digestibilidade da fonte de proteínas e àsua capacidade de 
fornecer todos os aminoácidos essenciais nas suas quantidades e proporções 
corretas. À medida que aumenta a digestibilidade e a qualidade das proteínas, 
diminui a quantidade de proteínas que deve ser incluída na dieta para satisfazer as 
necessidades do animal. A qualidade das proteínas também influi sobre as 
necessidades de proteínas de um animal. Quanto maior for o valor biológico de uma 
proteína, menor será a quantidade necessária para satisfazer todas as necessidades 
de aminoácidos essenciais do animal. 
2.4.1. Determinação dos níveis mínimos 
As necessidades mínimas recomendadas pelo NRC (1885), para as várias 
fases são descritas a seguir. 
TABELA 15. Necessidades protéicas mínimas para cães (de acordo com NRC, 
1985). 
 g/kg PV g/kg PV 
0,75
 PB/EM (1) +FC (2) 
Crescimento 5,7 7.5 11.4% 16% 
Manutenção 1,7 3.1 9.4% 13% 
Adaptado de Royal Canin (2000) 
(1) necessidade de 132 Kcal/kgPM - manutenção e 264 – crescimento 
(2) fator de correção (40%) 
2.4.1.1. Crescimento 
 11,5% do conteúdo energético da dieta (recomendado pelo NRC de 1985 e 
sujeito a discussões uma vez que é exatamente a metade - 20,3% - do 
recomendado pelo NRC de 1975). Este valor foi considerado baseando-se no 
perfil de proteína ideal e presumindo-se que esta quantidade de proteína na 
dieta seria capaz de suprir todos os aminoácidos essenciais e não essenciais. 
Além do mais, foi baseado no ganho de peso obtido em experimento com 
animais alimentados com dietas purificadas 
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 8,5 a 6,5 g Proteína / kg PV0,67 (requisito mínimo - considerado muito baixo) 
 14,5 a 9,6 g Proteína / kg de PV 0,75 (requisito mais adequado) 
 
Segundo Burns (1982), citado pela Royal Canin (2000), em animais recebendo 
dietas de teor protéico crescente o ganho do peso se estabiliza, enquanto a retenção 
de nitrogênio continua crescendo, evidência clara da necessidade de níveis 
protéicos mais elevados. 
TABELA 16. Crescimento e retenção de nitrogênio(Burns 1982). 
%PB/MS 5% 7.5% 10% 15% 20% 
GP g/14 dias 413(a) 736(ab) 1131(bc) 1331(c) 1280(bc) 
Retenção de N g/ 5 dias 3.4(a) 8.5(ab) 13.1(bc) 20.1(cd) 26.5(d) 
 
 
A utilização de níveis mínimos pode expor o animal a riscos, particularmente 
em doença ou stress. 
2.4.1.2. Manutenção 
4,3 a 6,9% do conteúdo energético da dieta 
 273 mg N / PV 0,75 
 1,73 gramas de proteína/ kg PV 0,75 
2.4.1.3. Atividade muscular 
 Iguais ou um pouco maiores (2,0 g de PB) que a manutenção, desde que 
satisfeito as exigências energéticas. 
2.4.1.4. Recomendações de níveis míninos de proteína e aminoácidos para 
cães, segundo o NRC (1985) 
TABELA 17. Exigências mínimas de proteína para cães em vários estádios 
fisiológicos. 
Estádio fisiológico PM (g PV
0,67
/ dia) 
Desmame (até 3 meses) 8,1 
3 a 6 meses 6,5 
Crescimento inicial (6 a 12 meses) 6,0 
final (12 a 18 meses) 3,8 
Adulto em manutenção 1,5 
Terço final de gestação 5,7 
Lactação 12,4 
NRC (1985). 
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Aplicando as recomendações do NRC (1985) na prática teríamos: 
TABELA 18. Requisitos mínimos de proteína e energia metabolizável para um 
cão da raça Rottweiler em vários estádios fisiológicos. 
Estádio fisiológico PM (g / dia) PB * (g/dia) 
3 meses (12 kg) 42,80 85 
6 meses (25 kg) 56,17 112 
10 meses (40 kg) 71,04 142 
18 meses (50 kg) 52,25 105 
Adulto em manutenção (50 kg) 20,62 42 
Terço final de gestação (60 kg) 88,55 177 
Lactação (50 kg) 170 340 
* Considerando-se que 50% da proteína bruta é metabolizada 
 
 
Se considerarmos o consumo de três rações comerciais distintas, com 
composição protéica usual, utilizando-se uma ingestão de energia suficiente para 
suprir as exigências do estado fisiológico no qual o animal se encontra, vamos ter: 
TABELA 19. Consumo de 3 rações distintas1 considerando os requisitos 
mínimos de energia metabolizável para um cão da raça 
Rottweiler em vários estádios fisiológicos. 
Estádio fisiológico 3 meses 
(12 kg) 
6 meses 
(25 kg) 
10 meses 
(40 kg) 
Energia requerida (kcal/dia) 2114 3240 4179 
Consumo de ração (g/dia) 
Ração A 
Ração B 
Ração C 
 
503 
571 
563 
 
771 
876 
864 
 
995 
1128 
1115 
Proteína bruta requerida 85 112 142 
Consumo de proteína (g/dia) 
Ração A 
Ração B 
Ração C 
 
160 
160 
197 
 
246 
245 
302 
 
318 
316 
390 
1 - A = 4200 kcal e 32 % de PB, B = 3700 kcal e 28 % de PB e C= 3750 Kcal e 35% de PB 
 
Considerações: Baseando em trabalhos descritos no próprio NRC, talvez os 
requisitos mínimos de proteína estejam subestimados. 
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TABELA 20. Necessidades mínimas proteína e aminoácidos para cães em 
crescimento e manutenção (quantidades por kg de peso vivo), 
segundo o NRC (1985). 
Nutriente Unidade Crescimento Manutenção 
Proteína 
Arginina mg 274 21 
Histidina mg 98 22 
Isoleucina mg 196 48 
Leucina mg 318 84 
Lisina mg 280 50 
Metionina - cistina mg 212 30 
Fenilalanina - tirosina mg 390 86 
Treonina mg 254 44 
Triptofano mg 82 13 
Valina mg 210 60 
Aminoácidos não essenciais mg 3414 1266 
Nutrient.. (1985). 
TABELA 21. Necessidades mínimas de nutrientes disponíveis em alimentos 
para cães formulados para a fase de crescimento, segundo o 
NRC (1985). 
Nutriente Na Base Seca (3700 kcal /kg) 
Proteína 
Arginina 0,50% 
Histidina 0,18% 
Isoleucina 0,36% 
Leucina 0,58% 
Lisina 0,51% 
Metionina - cistina 0,39% 
Fenilalanina - tirosina 0,72% 
Treonina 0,47% 
Triptofano 0,15% 
Valina 0,39% 
Aminoácidos não essenciais 6,26% 
Proteína bruta* 15,00% 
* Desde que supra todos os aminoácidos indispensáveis e dispensáveis. 
 
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2.4.1.5. Recomendações de proteína e aminoácidos para cães, segundo a 
Association of American Feed Control Official (AAFCO, 1994) 
TABELA 22. Perfil de Proteína e em alimentos caninos1 - recomendações da 
AFFCO. 
Nutriente Unidade 
(MS) 
Crescimento e 
reprodução (min.) 
Manutenção (min.) Máximo 
Proteína % 22,0 18,0 
Arginina % 0,62 0,51 
Histidina % 0,22 0,18 
Isoleucina % 0,45 0,37 
Leucina % 0,72 0,59 
Lisina % 0,77 0,63 
Metionina - cistina % 0,53 0,43 
Fenilalanina - tirosina % 0,89 0,73 
Treonina % 0,58 0,48 
Triptofano % 0,20 0,16 
Valina % 0,48 0,39 
 - Supondo a EM em 3500 kcal/kg 
Case et al (1995) (Reprodução do AAFCO, 1994). 
 
2.4.2. Determinação dos níveis ótimos 
A relação ótima de proteína/energia nas rações de cães adultos é cerca de 30-
35 g de PB por 1000 kcal de EM, enquanto que a dos gatos adultos é de 50 g de PB 
por 1000 kcal de EM (mais alta que para cães). As rações comerciais aportam bem 
mais proteína que o exigido para melhorar sua palatabilidade, já que os gatos, assim 
como os cães, preferem as comidas hiperprotéicas e hiperenergéticas. 
Alguns pesquisadores afirmam que o excesso de proteína na dieta, devido a 
uma excessiva desaminação e excreção de uréia, sobrecarrega o sistema hepático 
e renal, favorecendo o aparecimento de insuficiências, assim como a precipitação de 
ureólitos. Além disso, uma parte da proteína ingerida passa ao intestino grosso, 
provocando fermentações que dão lugar a fezes moles, pegajosas e com forte odor. 
Esta questão ainda é bastante controversa pois muitos outros pesquisadores 
afirmam que o excesso de proteína só é prejudicial para animais que já tenham 
alguma disfunção renal, e que animais saudáveis não sofrem nenhuma alteração 
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com um aporte de proteína muito superior aos níveis mínimos recomendados. 
 
 
 
TABELA 23. Aporteprotéico ótimo para cães (em % da EM) segundo Kronfeld 
(1989). 
 PB/EM 
Manutenção 14% a 65% 
Crescimento e reprodução 25% a 50% 
Atividade 30% a 40% 
Fonte: Royal Canin (2000a). 
 
Kronfeld (1989) cita que medidas efetuadas em beagles de 6 a 12 semanas 
mostram um pico de retenção de nitrogênio em um nível de proteínas de 43% da 
Energia Metabolizável e que acima de 43%, as proteínas são menos bem utilizadas 
para o anabolismo. 
Como as recomendações de Kronfeld (1989) são muito amplas, sugere-se os 
seguintes níveis ótimos: 
TABELA 24. Aporte protéico ótimo para cães (em % da EM). 
 PB/EM 
Manutenção animais adultos * 20% a 25% 
Manutenção animais idosos 18% a 22% 
Animais atletas – adultos** 25 a 35% 
Crescimento 30 a 35% 
Crescimento raças grandes *** 35% a 40% 
Reprodução 30 a 35% 
* Cão em atividade intensa deve receber mais proteína que um cão em atividade normal. 
** Dependente do tipo e freqüência de exercício e raça. Para preparação de corridas de 
enduro ou provas de resistência tais como corridas de trenó, - níveis superiores a 32% 
PB/EM. 
*** Crescimento rápido de um cão de raça grande é recomendado um aporte superior de 
proteínas, entretanto existem grandes controvérsias. Dietas com alta energia e alta 
proteína poderiam desencadear problemas locomotores. 
 
2.4.3. Determinação dos níveis máximos 
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Os carnívoros apresentam alta tolerância a teores elevados de proteínas, 
sendo que, prioritariamente, a proteína é utilizada no anabolismo protéico. Acima da 
satisfação da necessidade estrita em proteínas, o aporte de nitrogênio é utilizado na 
produção de energia. 
Existe um valor inferior e superior que permite uma máxima utilização da 
proteína no metabolismo. Por exemplo, o coeficiente de retenção de nitrogênio em 
animais adultos alimentados com dietas contendo mais que 30% de proteína é 
visivelmente inferior que daqueles alimentados com uma dieta contendo 20% de 
proteína. O aumento da taxa protéica provoca um aumento no gasto energético para 
a eliminação do excesso, desviando a energia necessária para á síntese. Da mesma 
forma, quando existe uma quantidade de aminoácidos indispensáveis muito acima 
do requerido para a síntese protéica, o excesso é desaminado e oxidado no ciclo de 
Krebs e o nitrogênio é eliminado na urina, levando a uma diminuição da retenção do 
mesmo. Uma relação de maior que 4/1 de aminoácidos indispensáveis / 
dispensáveis pode levar a uma diminuição do crescimento e baixa retenção de 
nitrogênio. 
Em cães, a controvérsia está na capacidade em metabolizar o excesso de 
proteína. Segundo a Royal Canin (2000), os trabalhos dos autores citados em 
seguida são conflitantes; Lewis (1982) sugere excesso crônico de proteínas poderia 
causar nos cães uma glomerulosclerose e um envelhecimento prematuro da função 
renal, enquanto Bovee e Kronfeld (1979) citam que aumento no aporte protéico 
proporciona uma maior resistência a uma infecção experimental. Já Polzin et al 
(1982) encontraram uma mortalidade precoce aumentada com teores protéicos mais 
elevados, por outro lado, a função renal se manteve estável nos cães sobreviventes. 
2.5. NECESSIDADES PROTÉICAS DO GATO 
O gato é estritamente carnívoro, e o trato digestivo está mais apto a digerir e 
absorver proteínas de origem animal. 
As necessidades protéicas dos gatos são relativamente altas, já que, por 
motivos evolutivos, desaminam boa parte da proteína ingerida para utilizar os 
cetoácidos como substrato energético. Além disso, os gatos não reciclam bem o 
nitrogênio procedente da renovação protéica e, como conseqüência, os gatos 
excretam muito N na urina. Seu requisito mínimo de proteínas é de duas a três 
vezes maior que a do cão. Sendo o gato estritamente carnívoro, seu trato digestivo 
está mais apto a digerir e absorver proteínas de origem animal. Portanto, essas 
proteínas possuem digestibilidade maior que as de origem vegetal, sendo então 
mais indicadas na alimentação dos felinos. Além disso, por terem um perfil de 
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aminoácidos mais adequado às necessidades do cão e do gato, o valor biológico 
das proteínas animais é superior ao das vegetais, tendo um aproveitamento maior 
após serem absorvidas. 
As necessidades protéicas dietéticas do gato, comparativamente superiores às 
de outras espécies, são mais conseqüência direta das maiores necessidades para a 
manutenção do tecido corporal normal do que de um aumento das necessidades 
durante um período de crescimento. Aproximadamente 60% das necessidades 
protéicas do gato em crescimento são utilizadas na manutenção dos tecidos 
corporais e somente 40% são empregadas para crescimento. 
As altas necessidades protéicas para a manutenção do gato são resultado da 
incapacidade das suas enzimas hepáticas, responsáveis pelo catabolismo do 
nitrogênio, em se adaptarem às mudanças da ingestão de proteínas da dieta. Na 
maioria dos mamíferos alimentados com dietas ricas em proteínas, as enzimas que 
intervêm no catabolismo dos aminoácidos, na distribuição do nitrogênio e 
gliconeogênese, aumentam a sua atividade para utilizar a quantidade adicional de 
aminoácidos e transformar o nitrogênio excessivo em uréia. Inversamente, quando 
se administram dietas com baixo conteúdo protéico, registra-se um redução da 
atividade dessas enzimas, conservando o nitrogênio. Este mecanismo adaptativo é 
muito conveniente, já que permite que os animais conservem os aminoácidos 
enquanto consomem dietas com escasso conteúdo protéico e também oferece um 
mecanismo que cataboliza o excesso de aminoácidos quando se consomem dietas 
com alto conteúdo protéico (Silva, 2004). 
Além da incapacidade das enzimas catabólicas de proteínas do gato 
adaptaram-se às mudanças dos níveis protéicos da dieta, as enzimas que intervêm 
no catabolismo do nitrogênio funcionam com índices relativamente elevados de 
atividade. Este estado metabólico faz com que o gato catabolize uma quantidade 
substancial de proteínas depois de cada refeição, independentemente do seu 
conteúdo protéico. Portanto, o gato não tem a capacidade de conservar o nitrogênio 
do depósito geral de nitrogênio do corpo. A única alternativa que assegura uma 
conservação adequada dos depósitos protéicos do organismo depende do consumo 
constante de uma dieta com níveis elevados de proteína (Silva, 2004) 
Outro fator que contribui para a necessidade protéica diária de um animal é sua 
necessidade de aminoácidos essenciais. Entretanto, a alta necessidade de 
aminoácidos essenciais não é a causa das elevadas necessidades de proteínas do 
gato. No entanto, o gato doméstico tem duas necessidades únicas de aminoácidos. 
A primeira reside na incapacidade do gato para sintetizar arginina adequada para a 
função normal do ciclo da uréia e para a síntese de proteínas, e a segunda nas 
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necessidades dietéticas de taurina, um aminoácido sulfônico. 
2.5.1. Determinação das necessidades mínimas e ótimas 
 
O NRC 1986 recomenda para filhotes em crescimento um aporte de 24 % de 
proteína em relação à matéria seca, para um alimento de 5.000 kcal de EM/ kg de 
matéria seca (em torno de 20 % da EM), entretanto os estudos recomendando 
aportes menores de proteínas foram realizados com dietas ditas "purificadas" ou 
"semipurificadas". Esta quantidade equivale a 240 g de proteínas /kg de dietas de 
gatos em crescimento e 140 g/kg nas dietas de gatos adultos. Para estes valores 
supõem-se que as fontes protéicas sejam de alta biodisponibilidade e equilibradas. 
As recomendações do NRC indicam que uma proporção variável das proteínas 
incluídas nos alimentos comerciais para gatos é indigerível e queos métodos de 
processamento podem ocasionar mudanças na biodisponibilidade de certos 
aminoácidos. Na prática, as taxas protéicas devem ser superiores as 20 % para 
manutenção e 30 % para crescimento. 
As recomendações de Dickinson et at. (1956) e Greaves et al. (1960 e 1965) 
são de: 
 30 % de PB/ EM para filhotes em crescimento 
 20 % PB/ EM para gatos adultos em manutenção 
Enquanto Smalley et al.(1985) e Burger et al. (1984) recomendam:. 
 14 % a 16 % PB/EM de para filhotes 
 10 a 12 % da PB/EM para gatos adultos em manutenção 
2.5.1.1. Recomendações de proteína e aminoácidos para gatos, segundo o 
NRC (1986) 
TABELA 25. Necessidades mínimas de Gatos em crescimento (quantidades 
por kg de peso vivo). 
Nutriente Unidade Crescimento 
Proteína g 240 
Arginina g 10 
Histidina g 3 
Isoleucina g 3 
Leucina g 12 
Lisina g 8 
Metionina e cistina g 7,5 
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Mitionina g 4 
Fenilalanina e tirosina g 4 
Fenilalanina g 4 
Taurina mg 400 
Treonina g 7 
Triptofano mg 1,5 
Valina mg 6 
Nutrient.. (1986) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5.1.2. Recomendações de proteína e aminoácidos para gatos, segundo a 
Association of American Feed Control Official (AAFCO, 1994) 
TABELA 26. Perfil de Proteína e aminoácidos em alimentos para gatos1 - 
recomendações da AFFCO (1994). 
Nutriente Unidade 
(MS) 
Crescimento e 
reprodução (min.) 
Manutenção 
(min.) 
Máximo 
Proteína % 30,0 28,0 
Arginina % 1,25 1,04 
Histidina % 0,31 0,31 
Isoleucina % 0,52 0,52 
Leucina % 1,25 1,25 
Lisina % 1,20 0,83 
Metionina - cistina % 1,10 1,10 
Fenilalanina - tirosina % 0,88 0,88 
Treonina % 0,42 0,42 
Triptofano % 0,10 0,10 
Valina % 0,20 0,20 
1 - Supondo a EM em 4200 kcal/kg 
 
 
 
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TABELA 27. Aporte protéico ótimo para gatos (em % da EM). 
 Mínimo. Máximo. 
Manutenção 20 (65%) * 
Crescimento 30 (70%)* 
Fonte: Royal Canin (2000b) 
*valores máximos na prática raramente são alcançados. 
TABELA 28. Necessidade de proteína para cães e gatos (% matéria seca). 
 gatos cães 
Manutenção 26-28 18-20 
Crescimento 30-32 22-25 
Fonte: López (1997) 
 
 
 
MODELO SIMPLIFICADO PARA A ESTIMATIVA DO VALOR DA PROTEÍNA DAS 
RAÇÕES PARA GATOS 
 Proteína: 
 * a digestibilidade ileal média da PB contida nas rações é do 75%, 
 Proteína digestível = 0.75 x PB 
 Aminoácidos absorvidos = 0.75 x PB 
 * 45% dos aminoácidos absorvidos de rações secas (ou 55% de rações úmidos) se 
desaminam: 
 Aminoácidos líquidos ou disponíveis para a síntese protéica = 0,55 x 0,75 x PB = 0,4 
x PB 
 * Referente ao cálculo da EM que aporta a proteína da ração assumem-se as 
seguintes hipóteses: 
- 45% dos aminoácidos absorvidos de rações secas se desaminam (custo médio da 
desaminação e excreção de uréia é de 2,8 kcal por g de aminoácido desaminado) 
e 55% dos aminoácidos absorvidos se incorporam as proteínas: 
- EM aportada pelos aminoácidos = (5,62-2,8) x 0,45 x 0,75 x PB + 5,62 x 0,55 x 
0,75 x PB = 3,25 x PB 
- - no caso de rações úmidas, se desaminam em média 55% dos aminoácidos 
absorvidos: 
 
 EXEMPLO :Uma ração seca de gatos que 30% de PB. 
 
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 Proteína digestível: 0,75 x 300 = 225 g/kg de ração 
 Aminoácidos absorvidos: 0,75 x 300 = 225 g/kg 
 Proteína líquida (ou aminoácidos disponíveis para a síntese de proteínas): 0,4 x 300 
= 120 g/kg 
 
2.5.2. Determinação dos níveis máximos 
Os valores máximos são bastante dependentes da qualidade da proteína. 
Deady et al. (1981) observaram uma diminuição do crescimento de gatos com um 
aporte protéico máximo de 30 % de soja, 40 % de carne bovina, 43 % de peixe ou 
47 % de ovo. Hills et al. (1982), não observaram repercussão alguma sobre o 
crescimento, quando alimentados com uma dieta contendo 68 % de proteína de 
soja. Já Cook et al. (1984) não observaram nenhuma repercussão no crescimento 
com dietas contendo mais de 63 % de proteínas. 
2.5.3. Outros pontos na nutrição protéica de gatos 
2.5.3.1. Arginina 
A arginina intervém na síntese de uréia, molécula que permite a eliminação de 
dejetos nitrogenados. 
Quando os aminoácidos são utilizados para a síntese de lipídios, glicose 
(gliconeogênese) ou produção de energia (ciclo de Krebs), ocorre uma liberação do 
grupo amino do esqueleto de carbono do aminoácido, por desaminação, sendo este 
grupo liberado na corrente sanguínea. O excesso de amônia no sangue é tóxico 
para o organismo e deve ser transformado em uma forma menos tóxica, para sua 
posterior excreção. Os mamíferos transformam a amônia em uréia. Como gatos tem 
uma intensa desaminação de aminoácidos, o ciclo da uréia é extremamente ativo 
nestes animais. 
O fígado é o principal sítio de formação da uréia, a partir de todos os radicais 
nitrogenados circulantes, mediante o denominado ciclo da uréia. A produção de 
uréia é uma medida da oxidação corporal total de aminoácidos 
Em um esquema bastante simplificado, o ciclo da uréia se dá na seguinte 
forma: 
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FIGURA 1. Esquema simplificado da formação de uréia. 
Enzimas  Ornitina carbamil transferase 
 Arginino succinato sintetase 
 Arginino succinato liase 
 Arginase 
 
Em gatos a capacidade de síntese de ornitina é limitada e existe uma baixa 
conversão de citrulina em arginina nos rins. 
Este mecanismo pode ser devido ao processo evolutivo de adaptação a um 
regime estritamente carnívoro, onde a arginina está presente em quantidades muito 
superiores às necessidades. 
Estas adaptações encontram-se também em outras espécies carnívoras, como 
em Visons (Leoschke et al. 1959) e Ferrets (Deshmukh et al. 1983). 
Uma única refeição sem arginina pode causar o aparecimento de sinais 
clínicos ligados a uma intoxicação amoniacal: salivação, vômitos, ataxia e, às vezes, 
coma e morte. Os primeiros sinais aparecem na primeira hora seguinte à ingestão 
do alimento e culminam 2 a 5 horas depois. A ingestão de arginina diminui 
rapidamente a intensidade dos sintomas. 
2.5.3.2. Taurina 
A taurina é um aminoácido sulfuroso cujo nome deriva do Bos Taurus, pois foi 
na bile de boi onde foi identificada primeira vez que há mais de 150 anos. A taurina 
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difere da maioria dos aminoácidos, pois não se incorpora nas proteínas, existindo 
como aminoácido livre na maioria dos tecidos animais 
É um ácido ß-amino sulfônico (ou acido 2-aminoetanossulfônico), sintetizado 
no fígado e em outros tecidos de mamíferos, a partir de outros aminoácidos 
sulfurados (metionina e cisteína). Esta síntese ocorre também nos gatos, mas é 
muito lenta para manter o equilíbrio na ausência de taurina na dieta, sendo 
insuficiente para a conjugação dos sais biliares e para atender a demanda tissular, 
especialmente no músculo e sistema nervoso central (SNC). 
Antes de 1987, a miocardiopatia dilatada felina era uma das cardiomiopatias 
mais freqüentemente detectadas em gatos. A primeira descrição da associação 
entre miocardiopatia dilatada em felinos, e baixas concentrações séricas de taurina, 
um aminoácido, foi feita em 1987, sendo esta subseqüentemente confirmada em um 
grande estudo multicêntrico realizado nos Estados Unidos, e por outros autores na 
América do Norte e na Europa. A partir de 1987 a taurina começou a ser 
acrescentada ás rações felinas comercializadas nos Estados Unidos. Em 
decorrência disto, ocorreu um significativo declínio do número de casos de 
miocardiopatia dilatada felina. Atualmente, apenas poucos gatos são apresentados 
para o tratamento de miocardiopatiadilatada por deficiência de taurina. São casos 
de gatos alimentados com dietas caseiras deficientes em taurina, na grande maioria 
das vezes. 
A taurina é muito importante no metabolismo dos felinos e está presente em 
altos níveis em alguns tecidos como coração, retina e cérebro, onde possui várias 
funções importantes. A taurina promove uma proteção às membranas biológicas, 
numa variedade de condições envolvendo peroxidação da membrana lipídica. Isto 
não parece trazer diretamente um efeito antioxidante, mas um efeito estabilizante às 
membranas celulares, ajudando assim a manter a força e a integridade das 
membranas celulares, pois a taurina protege as membranas celulares de 
substâncias resultantes da oxidação lipídica. 
Esta substância tem função primordial em alguns tecidos, como a retina, onde 
ajuda a manter a estrutura e função das células da visão de reações de peroxidação, 
causadas pela luz. O efeito de estabilização das membranas celulares que a taurina 
promove também tem sido observado em tecidos do sistema nervoso central. No 
cérebro a taurina ajuda a gerar os impulsos nervosos, pois ajuda a controlar a fluxo 
de íons através das membranas celulares e no coração, onde é encontrada em altas 
concentrações, auxiliando no movimento de entrada e saída de cálcio, magnésio, 
potássio e sódio das células (Alimentos-Funcionais, 2002). 
As alterações provocadas pela deficiência de taurina na dieta demoram um 
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longo tempo para ocorrer; cerca de um ano após o animal começar a se alimentar 
com uma dieta insuficiente em taurina. 
A taurina é o único ácido ß-amino sulfônico não incorporado à cadeia peptídica 
da proteína, mas é encontrado como aminoácido livre nos tecidos, sendo que, em 
alguns tecidos, a sua concentração é maior que no plasma, como na retina e no 
miocárdio. A taurina não é propriamente dito um aminoácido, pois seu metabolismo 
difere sensivelmente dos outros aminoácidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2. Síntese e metabolismo de taurina no gato. 
Adaptado de CASE, 1995. 
Os gatos têm uma baixa flexibilidade no metabolismo protéico, quando 
comparado a outras espécies animal, como por exemplo os cães, que comem 
alimentos com o mais variados conteúdo protéico. Devido à dieta natural dos gatos 
sempre ter sido composta de alto teor de proteína, eles são pouco selecionados 
evolutivamente para adaptação metabólica do sistema enzimático. 
Os felinos não conseguem sintetizar, em quantidades suficientes, o aminoácido 
taurina, Este aminoácido está ausente na maioria dos vegetais ou, quando 
presentes, em quantidades mínimas. Em alimentos de origem animal é encontrado 
em quantidades consideráveis. Esta inabilidade presume-se ser devido a baixa 
atividade da enzima essencial a formação de taurina, cisteinasulfônica ácida (CSA) 
descarboxilase, além do que os gatos apresentam uma via alternativa para a 
produção de piruvato, que compete com a formação da taurina a partir da metionina 
Metionina 
Cisteína 
Hipotaurina 
 
Ácido Cisteína Sulfônico (CSA) 
Rota Alternativa 
 
CSA Descarboxilase 
Baixa atividade 
Taurina Piruvato 
 
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e cisteína. 
O gato não é o único animal com limitada capacidade de síntese de taurina, 
sendo que níveis baixos têm sido relatados em humanos, macacos do velho mundo, 
coelhos e porcos da guiné. Entretanto, somente no gato ocorre a deficiência de 
taurina, pela alta demanda metabólica da espécie. Os gatos domésticos usam 
somente a taurina para a formação dos sais biliares e não podem conjugar os ácidos 
biliares com a glicina quando o fornecimento de taurina está limitado, em contraste 
as outras espécies. 
A perda obrigatória desta substância nos gatos ocorre porque apenas a taurina 
pode ser combinada com o colesterol durante a síntese de sais biliares, dando 
origem ao ácido taurocólico, enquanto que a maioria das outras espécies pode se 
substituir a taurina pela glicina. No entanto os gatos não utilizam a glicina por isso a 
dependência de taurina para formar a bile é total. Como resultado, os gatos têm um 
requerimento contínuo de taurina para repor as perdas fecais que ocorrem pela 
incompleta recuperação da taurina pela circulação enterohepática. 
2.5.3.2.1. Deficiência de Taurina 
A taurina é necessária a função normal do miocárdio e a deficiência leva a uma 
cardiomiopatia dilatada em gatos. Esta doença degenerativa causa um decréscimo 
na contratilidade do miocárdio, com eventual perda da função cardíaca. Os estudos 
indicam que a taurina pode conferir um efeito estabilizante sobre o cálcio e o 
potássio no tecido do coração e pode manter a estabilidade catiônica e integridade 
da membrana. Os achados patológicos macroscópicos em gatos são as câmaras do 
coração dilatadas, músculos papilares atrofiados, relações entre o peso do 
coração/peso corporal aumentadas, o que confirma a presença de hipertrofia 
excêntrica do miocárdio. Na maioria dos casos a superfície do miocárdio tem 
aspecto normal, mas ocasionalmente são observadas áreas maculosas, brancas e 
irregulares. A microscopia óptica revela células miocárdicas atrofiadas e separadas 
por edema, substância fundamental excessiva ou tecido conjuntivo, com pouca 
evidência de inflamação ativa. A microscopia eletrônica demonstra áreas focais de 
miocitólise e vacuolização sarcoplasmática, mas, sob os demais aspectos, nada de 
notável. 
A degeneração da zona central da retina do gato foi a primeira síndrome clínica 
causada pela deficiência de taurina. A taurina é primária na função da retina 
envolvendo as células fotoreceptoras, regulando o fluxo de íons cálcio e potássio, 
através da barreira pigmento-epitelial da célula fotorreceptora. Quando a taurina está 
ausente, a membrana da célula fotorreceptor começa a romper e ocorre a disfunção 
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e eventualmente causa a morte celular e perda de células. Concomitantemente, 
pode levar a degeneração de áreas do tapete lúcido. A degeneração progressiva da 
retina começa na camada de bastonetes e cones e, com o tempo, envolve outras 
camadas da retina. A degeneração da retina é associada à redução seletiva nas 
concentrações de taurina no plasma e na retina. A metionina e cisteína (precursoras 
de taurina) ocorrem em concentrações semelhantes às dos animais que não 
apresentam degeneração progressiva da retina, e a suplementação de uma dieta 
com cisteína ou metionina não previne a degeneração da retina. 
Os gatos com degeneração retiniana central ou panretiniana demonstram 
áreas hiper-reflexivas elípticas bilaterais na área central nos primeiros estágios da 
doença, que pode levar até seis meses para se identificar no eletroretinograma. Se a 
taurina for deficiente na dieta do gatinho jovem, a degeneração retiniana poderá ser 
difusa, e poderá causar cegueira. Quando um comprometimento clínico é 
observado, este quadro já se torna irreversível. A doença foi descrita 
experimentalmente em animais que receberam dietas isentas de taurina. 
Uma dieta livre da taurina administrada em gatas em gestação e lactação 
resulta em baixa performance da reprodução, baixo crescimento dos filhotes e baixa 
taxa de sobrevivência Outros problemas reprodutivos têm se destacado como: 
diminuição do número de gestações levadas à cabo, diminuição do número de 
filhotes por ninhada e baixo peso vivo. A gata em lactação parece ser mais sensível 
a deficiência de taurina, devido as grandes quantidades secretados no leite 
(Princípios, 1994). 
A deficiência de taurina tinha sido relacionada como sendo a causa de falhas 
na performance dasninhadas, com pouco número de crias, baixo crescimento e 
sobrevivência dos filhotes. Dentro deste estudo, foram observados nas fêmeas 
reabsorção fetal, abortos e natimortos, com apenas 33% das gestações chegando 
ao fim. A baixa sobrevivência e baixo peso ao nascer foram observados em filhotes 
que nasceram vivos. O baixo crescimento associado a anormalidades do 
desenvolvimento com disfunção cerebelar ocorreu nos filhotes sobreviventes 
(Simpson, 1993). 
2.5.3.2.2. Diagnóstico da deficiência de taurina 
O diagnóstico pode ser feito através dos níveis de taurina na urina e no 
plasma. A concentração normal de taurina no plasma felino e em média de 50-120 
micromols por litro, mas após jejum uma concentração acima de 60 micromols por 
litro é indicativo de gato com adequada dieta de taurina Os níveis plasmáticos 
abaixo de 40 micromols por litro são limitantes. O estado de deficiência de taurina 
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pode ser assumido se a taurina não é detectada em amostra de urina. Uma 
concentração plasmática abaixo de 20 micromols por litro em gatos com 
miocardiopatia dilatada é normalmente encontrada (KIENVLE et al, 1994). 
2.5.3.2.3. Necessidades e suplementação 
A taurina está presente apenas em alimentos de origem animal, logo a dieta 
dos animais deve conter quantidade suficiente de alimentos de origem animal para 
suprir as necessidades nutricionais. Nas rações comerciais para gatos usa-se 
suplementar com as quantidades necessárias. Casos clínicos da doença foram 
descritos em gatos alimentados, experimentalmente, com dietas de caseína 
purificada, gatos “vegetarianos”, gatos alimentados com rações comerciais para 
cães ou que recebem dietas caseiras desbalanceadas (Clerc et al, 1997). 
O NRC (National Research Council) de 1986 recomenda um nível de taurina de 
500 a 750 mg/Kg em alimentos secos, para prevenir a deficiência de taurina e 
maximizar depósitos teciduais. Entretanto, dietas formuladas com esses níveis têm 
se mostrado inadequadas. A maioria dos estudos recentes sugere adicionar um fator 
de segurança, previamente estabelecido, para prover as exigências. Uma estimativa 
mais prudente de 1000 mg/Kg para os alimentos secos e 2500 mg/Kg para as dietas 
úmidas. Altos níveis de taurina têm sido incluídos em dietas enlatadas, pois recentes 
estudos têm mostrado que a exigência de taurina de gatos que consomem alimentos 
enlatados é maior do que aqueles que consomem dietas secas. Isto parece ser 
resultado do aumento das perdas de taurina, embora tenha aumentado a circulação 
enterohepática e a degradação bacteriana do ácido taurocólico. A AAFCO (American 
Association of Feed Control Officials) exige que alimentos enlatados para gatos 
contenham, no mínimo, 2000 mg/Kg e alimentos secos 1000mg/Kg de taurina 
(CASE, 1995). 
Como a deficiência de taurina causa a miocardiopatia dilatada na maioria, mas 
não em todos os gatos, a prática de suplementação com taurina, na maioria das 
rações comerciais, reduziu dramaticamente a incidência de miocardiopatia dilatada 
(Knight, 1997). 
Altas concentrações estão presentes em tecidos animais (200 a 400mg/Kg 
peso líquido) são encontradas na carne bovina, aves e peixes. Alguns moluscos, por 
exemplo as ostras, são uma fonte extremamente rica de taurina, podendo conter até 
2500mg/Kg. É importante um cuidado especial com as rações comerciais de cães a 
base de cereais, as quais contem baixos níveis de taurina. A prática de alimentar 
gatos com ração para cães pode resultar em deficiência de taurina e levar a 
degeneração central da retina (CASE, 1995 e KIENVLE et al, 1994.). 
 
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A exigência dietética de taurina em gatos é um pouco dependente do nível de 
aminoácidos sulfurosos presentes na dieta. Estudos têm mostrado que a exigência 
de taurina aumenta quando a dieta contém menos de 1,55% de aminoácidos 
sulfurosos. Outros estudos demonstraram que filhotes alimentados com uma dieta 
deficiente de taurina, contendo níveis próximos as exigências de aminoácidos 
sulfurados, desenvolveram degeneração retiniana central. Entretanto, quando os 
níveis de aminoácidos sulfurados na dieta eram o dobro da exigência, nenhum 
filhote desenvolveu degeneração retiniana central, durante os 12 meses do período 
de estudo. Em geral os alimentos para cães contêm níveis baixos de proteínas e 
aminoácidos sulfurados quando comparados com rações comerciais para gatos 
(CASE, 1995). 
O consumo de dietas comerciais contendo quantidades excessivas de taurina, 
acima da exigência, resulta em baixa concentração plasmática. Estudos preliminares 
sugerem que perdas excessivas de sais biliares nas fezes ocorrem devidos ao tipo 
de processamento da dieta, fonte de proteínas, mudanças na localização e/ou no 
número da microbiota intestinal e/ou aumento da secreção de sais biliares. (Gatos, 
2002). 
Conteúdo de taurina em alimentos, em mg/kg de Matéria Natural e a variação 
da concentração de taurina de acordo com o processamento. 
Processamento Alimento Carne Não Cozida Carne Assada Carne Fervida 
Carne Bovina 362 133 60 
Carne de Cordeiro 473 257 126 
Carne de Galinha 337 229 82 
 
2.6. DIGESTIBILIDADE DAS PROTEÍNAS 
Entende-se como “digestibilidade” a medida do desaparecimento da proteína e 
dos aminoácidos durante sua passagem pelo sistema digestivo e não sob a idéia de 
absorção. Por sua vez a absorção refere-se aos intercâmbios que acontecem entre 
o sangue e o lume digestivo O “valor biológico” é parte da proteína que foi retida 
pelo organismo em relação ao total que foi ingerido. As proteínas animais, em sua 
maioria, possuem melhor qualidade que as proteínas vegetais para cães e gatos. 
 
 
A tabela 29 registra um resumo das mais importantes técnicas utilizadas para 
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avaliar de maneira integral a disponibilidade da proteína nos não ruminantes. 
TABELA 29. Técnicas mais utilizadas pelos métodos integrais de avaliação da 
proteína dos alimentos para caes e gatos. 
TÉCNICAS DEFINIÇÃO 
Retenção de Nitrogênio N consumido (g) – N excretado (fezes e urina) (g) 
N consumida (g) 
Relação de Eficiência Protéica (P.E.R) Ganho de peso corporal (g) 
Proteína Bruta consumida (g) 
Relação de Proteína Líquida (N.P.R) Ganho de peso corporal ajustado (g) 
Proteína Bruta consumida (g) 
 
Ajuste: Perda de peso de um grupo controle 
alimentado com uma ração livre de proteína 
Índice de Crescimento de Nitrogênio (I.C.N) Valor da inclinação da linha que associa o ganho de 
peso corporal com a ingestão de Nitrogênio (b) 
Utilização Bruta da Proteína (B.P.U) Ganho de Nitrogênio corporal (g) 
Nitrogênio consumido (g) 
 Utilização Líquida da Proteína (N.P.U) Ganho de Nitrogênio corporal ajustado (g) 
Nitrogênio consumido (g) 
Ajuste: Perda de Nitrogênio de um grupo controle 
alimentado com uma ração livre de Proteína 
Valor Biológico (V.B) 
 
Ganho de Nitrogênio corporal ajustado (g) 
Nitrogênio realmente digerido (g) 
Ajuste: Perda de Nitrogênio de um grupo controle 
alimentado com uma ração livre de Proteína 
 
V.B = N.P.U 
 Digestibilidade Verdadeira 
 
A digestibilidade verdadeira é estimada pelo ajuste das perdas de Nitrogênio 
endógeno fecal dos animais controle alimentados com uma ração livre de Nitrogênio. 
Na tabela 30 encontra-se a digestibilidade de diversas fontes protéicas para 
cães e gatos, segundo Dunn (1995). 
 
 
 
TABELA 30. Digestibilidade das proteínas para cães e gatos. 
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ALIMENTO 
DIGESTIBILIDADE 
(em relação á clara do ovo) 
Clara de ovo 1,00 
Carne de músculo (galinha, boi, cavalo, ovelha)0,92 
Vísceras (fígado, rins) 0,90 
Leite, queijo 0,89 
Peixe 0,75 
Soja 0,75 
Arroz 0,72 
Aveia 0,66 
Levedura 0,63 
Trigo 0,60 
Milho 0,54 
Adaptada de Dunn (1995). 
2.6.1. Balanço de nitrogênio 
O animal é alimentado com quantidades conhecidas de proteína (N), 
observando-se os seguintes pontos: 
Quantidade consumida = Quantidade oferecida - sobras 
Coleta de fezes e urina 
Retenção de N = Nitrogênio consumido - nitrogênio nas fezes e urina 
 
 Balanço negativo: o animal esta perdendo peso 
 Balanço positivo: o animal está ganhando peso 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA 31. Utilização líquida das proteinas (NPU) de fontes proteicas animais 
e vegetais para não Ruminantes. 
 UNP 
Fontes protéicas animais 
Ovo inteiro 91,0 
Peixe (bacalhau) 83,0 
Albumina de ovo 82,5 
Soro desidratado 82,0 
Leite desidratado 75,0 
Músculo de bovino 71,5 
Coração de bovino 66,6 
Fígado de bovino 65,0 
Caseína 60,0 
Farinha de carne 35,5 
Farinha de pescado 44,5 
Farinha de penas 21,2 
Farinha de pelo 11,14 
Sangue 3,8 
Gelatina 2,0 
Fontes protéicas vegetais 
Germe de trigo 67,0 
Pasta de soja 56,0 
Salvado de trigo 55,3 
Milho 55,0 
Pasta de amendoim 42,8 
Levedura desidratada 42,3 
Algas marinhas 42,0 
Glúten de trigo 37,0 
Glúten de arroz 36,0 
Adaptado de Church (1987). 
2.6.2. Métodos químicos 
 Determinação do perfil de aminoácidos 
 Solubilidade da proteína (saliva artificial, soro fisiológico) 
 Digestibilidade pela pepsina (método in vitro) 
 Fracionamento do nitrogênio (desdobramento da PB em proteína 
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verdadeira e NNP) 
 Disponibilidade da lisina (reações com 1-flúor-4-dinitrobenzeno e o grupo -
amino livre da lisina) 
2.6.3. Valor biológico 
VB = N consumido - (N fetal + N da urina) x 100 
N consumido - N fecal 
 
No entanto, uma parte do N das fezes é metabólico, assim como parte do N da 
urina é endógeno, desta forma, foi sugerido modificações na formula anterior. 
 
VB = N consumido - (N fetal - NFM) - (N da urina - NEU) x 100 
N consumido - (N fecal - NFM) 
 
onde: 
MFN = Nitrogênio fecal metabólico 
NEU = Nitrogênio endógeno urinário 
 
A primeira equação fornece o valor biológico aparente e a segunda o valor 
biológico real. 
Na tabela abaixo se apresentam os valores biológicos da proteína em vários 
alimentos para não ruminantes 
TABELA 32. Valor biológico (VB) de fontes proteicas animais e vegetais para 
não ruminantes. 
Alimento Valor Biológico 
Leite 95-97 
Farinha de peixe 74-89 
Farelo de soja 63-76 
Farelo de algodão 63 
Milho 49-61 
Cevada 57-71 
Ervilha 62-65 
Adaptado de Borges e Nunes (1998). 
2.7. CONCEITO DE PROTEÍNA IDEAL 
O conceito de proteína ideal trata de estabelecer a proporção ótima de 
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aminoácidos indispensáveis em relação a lisina (considerada como 100% com base 
nas necessidades dos tecidos), com o objetivo de otimizar o crescimento e a 
utilização da dieta. O perfil de aminoácidos ideal é independente do nitrogênio e dos 
níveis energéticos da dieta. 
 
TABELA 33. Perfil da proteína ideal para cães e gatos. 
Aminoácido Ideal por espécies 
 Gatos Cães 
Lisina 100 100 
Metionina + Cistina 100 64 
Triptofano 19 22 
Treonina 87 67 
Arginina 112 71 
Isoleucina 63 57 
Valina 75 75 
Leucina 150 100 
Histidina 38 29 
Fenilalanina + tirosina 112 100 
Necessidade de lisina cães = 0,7%; para então para aa sulfurados = 0,45%, arginina = 
0,6%, triptofano = 0,16%, etc. 
Necessidade de lisina gatos = 0,85%; então para aa sulfurados = 0,85%, arginina = 
1.0%, triptofano = 0,15%, etc. 
Adaptada de Baucells & Serrano (1992). 
2.8. PROTEÍNA E DISTÚRBIOS CLÍNICOS 
2.8.1. Deficiência protéica 
 
Entre os sinais de deficiência protéica estão o atraso do crescimento no 
animais jovens, perda de peso, deterioração do rendimento reprodutor e de 
trabalhos nos animais adultos. Uma deficiência de proteínas usualmente ocorre em 
caso de deficiência energética. Este estado é chamado de desnutrição 
protéica/calórica (DPC). Quando ocorre a DPC, o animal apresenta letargia, redução 
da eficiência digestiva e menor resistência às doenças infecto-contagiosas. A 
diminuição dos níveis plasmáticos de proteínas ocorre na seqüência de uma 
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deficiência protéica prolongada e pode provocar edema ou ascite. Em outras 
espécies, a subnutrição geral e a deficiência protéica durante os períodos de 
desenvolvimento podem afetar o desenvolvimento cerebral e as capacidades de 
aprendizagem em fases posteriores da vida (Silva 2004). 
Quando uma deficiência protéica se manifesta, este fato se deve, usualmente, 
aos proprietários tentarem economizar nos gastos de alimentação, proporcionando 
alimentos de qualidade inferior e mal formulados, principalmente nas fases de 
grande necessidade de nutrientes, como gestação e lactação. Além disso, gatos 
alimentados com alimentos para cães baseados em cereais, que contêm níveis de 
proteínas limitados, correm o risco de desenvolver uma deficiência de proteína e/ou 
taurina. 
A deficiência protéica não tem um quadro clínico bem definido, principalmente 
na subdeficiência. O quadro geral em todos os animais, dependendo da gravidade e 
duração do estado carencial, situa-se dentro dos seguintes sintomas. 
 anorexia, parada de crescimento; eficiência alimentar reduzida; 
 baixa proteína sérica; 
 anemia e degeneração gordurosa hepática; 
 anasarca (edema generalizado); 
 infertilidade e tamanho ao nascimento reduzido; 
 queda de produção; 
 síntese reduzida de certas enzimas e hormônio; 
 atraso de desenvolvimento mental; etc. 
2.8.2. Excesso de proteína 
Segundo Silva (2004) pode-se acrescentar uma quantidade adicional de 
proteínas para proporcionar reservas protéicas que contribuam para a capacidade 
do organismo enfrentar as exigências do estresse e das doenças infecciosas. A 
proteína dietética que excede as necessidades totais do corpo pode ser empregada 
de duas formas possíveis. A primeira quando o animal se encontra em balanço zero 
de energia, o excesso de proteínas será usado como fonte de energia e a segunda, 
quando o animal se encontra em equilíbrio positivo de energia, o excesso se 
metabolizará em lipídios para armazenar energia no organismo. O organismo não 
armazena o excesso de aminoácidos para emprego futuro, como faz com os lipídios 
e os carboidratos. 
Todos os animais domésticos têm a capacidade de metabolizar o excesso de 
proteínas, originando a produção de uréia e sua excreção pela urina. A 
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administração de níveis elevados de proteínas na dieta durante períodos 
prolongados noutra espécies pode contribuir para o desenvolvimento de uma 
nefropatia crônica. O excesso também pode originar uma nefropatia em animais que 
já padecem de alguma alteração renal, porém não existe nenhuma prova conclusiva 
que demonstre que a ingestão de proteínas contribua para o desenvolvimento de 
uma disfunção renal em cães. 
A redução de peso renal e um declive gradual da função renal são episódios 
normais do envelhecimento. O envelhecimento do rim normal origina uma perda de 
nefróns que pode chegar até 75% antes da manifestação de sinais clínicos ou 
bioquímicos. Os animais domésticos com uma perda inferior a 75% costumam 
permanecer clinicamente normais, mas é possível que sejam mais suscetíveis às 
lesões renais do que os animais mais jovens, que ainda possuem uma capacidade 
de reserva renal. Com esta informação, leva-seà prática de reduzir 
sistematicamente o conteúdo protéico das dietas dos animais velhos, tentando 
assim evitar ou minimizar a progressão da disfunção renal. No entanto, também é 
importante que os cães e gatos velhos normais recebam quantidades adequadas de 
proteínas de alta qualidade para minimizar as perdas de reservas protéicas 
corporais e satisfazer as necessidades protéicas de manutenção. Ainda que existam 
provas de que a redução da ingestão protéica tem um efeito significativo sobre os 
sinais clínicos quando existe um alto nível de disfunção renal, não existe nenhuma 
evidência que indique a necessidade de reduzir de forma sistemática os níveis 
protéicos da dieta de animais domésticos velhos são. Recomenda-se que não se 
limitem as proteínas da dieta de animais domésticos velhos simplesmente por causa 
da idade avançada. Os animais geriátricos devem receber dietas que contenham 
níveis adequados de proteínas de alta qualidade. Se for diagnosticada nefropatia 
crônica num animal, pode-se fazer uma restrição moderada de proteínas para 
minimizar efeitos extra-renais com o objetivo de melhorar as alterações bioquímicas 
e de alguns sinais clínicos associados a ela (Silva 2004) 
O excesso de proteína e sua qualidade (escleroproteinas) podem acarretar 
problemas digestivos, uma vez que as mesmas podem passar ao intestino grosso 
sem sofrer o processo de hidrólise e transformar em substratos para a flora. Neste 
caso pode-se observar fezes escuras com odor putrefato (fermentação por 
Clostridium), pastosas a muito líquidas e pH alcalino.A utilização de tendões, 
cartilagem e colágenos nas rações poderia levar a este quadro. 
A utilização das matérias primas acima, assim como a gelatina, pode levar a 
problemas de ordem metabólica. O perfil de aminoácidos é muito desbalanceado, 
com altos níveis de hidroxiprolina, acarretando uma limitação da síntese de proteína 
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por excesso, além da competição com outros aminoácidos pelos mesmos sítios de 
absorção. 
A presença de determinadas proteínas podem tornar outros nutrientes 
indisponíveis - fator antitripsínico na soja crua, enzima tiaminase no peixe cru 
(destrói tiamina), avidina na clara de ovo crua (torna biotina indisponível). Além disso 
as proteínas são as principais responsáveis por processos alérgicos, como será 
detalhado mais adiante. 
2.9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
ALIMENTOS-FUNCIONAIS, [On line]. Disponível em: http://www.alimentos-
funcionais.com/taurina.html. Acesso em:01/10/2002. 
 
AMINOÁCIDOS, [On line]. Disponível em: http://www.blakkatz.com. Acesso em: 
01/10/2002. 
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BAUCELLS, M.D., SERRANO, X. Nutrición y alimentación del perro. In: I Symposio 
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n.5. p 301- 307. 1992. 
BORGES, F. M., NUNES, I. J. Nutrição e manejo alimentar de cães na saúde e na 
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BURGER, I. H. The Waltham Book of Companion Animal Nutrition. Pergamon Press, 
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