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Como avaliar a aprendizagem em tempos de pandemia

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Como avaliar a aprendizagem em tempos de pandemia.
Por: Débora Garofalo Portal Uol
 Com a pandemia foi necessário reinventar a educação, aulas mediadas por tecnologia, ensino híbrido, tudo para que a aprendizagem não parasse nesse momento. No entanto, muitos professores estão procurando caminhos para avaliar o processo cognitivo, um processo importante que permite ao educador traçar novas rotas e mais do que isso, abordar novas metodologias. 
 Os modelos clássicos que quantificam a aprendizagem já vinham sofrendo críticas antes de estarmos vivenciando o processo emergencial. Com a educação mediada por tecnologia surge a oportunidade de repensar práticas, descobrir o que dá certo e encontrar novos caminhos, inclusive para promover uma avaliação que avalie o processo e não somente o produto final e no momento oportuno, combiná-las com a retomada das aulas presenciais
Avaliação com foco no processo 
 A avaliação deve ocorrer em etapas e o professor deve considerar a melhor forma de proceder com a avaliação. No entanto, com aulas mediadas por tecnologia é importante focar em diferentes maneiras de lidar com esse processo, principalmente considerando que muitos estudantes não sendo ouvidos neste momento, outros que possuem uma enorme timidez para lidar nas frentes das câmeras. Neste sentido, reunimos algumas sugestões para que você professor, possa refletir sobre esse momento.
Avaliação diagnóstica 
 A avaliação diagnóstica pode ocorrer em qualquer etapa da escolarização e também no início, no meio e no final de um processo de aprendizagem. Assim, ela pode potencializar e personalizar o processo avaliativo que precisa ser contínuo e diversificado, tanto no quesito de metodologias enquanto instrumentos e ferramentas. 
Diversificar a avaliação. 
 Com o ensino remoto é possível diversificar na avaliação e dividir as responsabilidades com os estudantes, como por exemplo estabelecer critérios para que o estudante possa identificar onde está e onde quer chegar e ainda avaliar o professor e ou ainda realizar um portfólio que pode ser digital e ou de maneira impressa.
 Ambos precisam de critérios em que os estudantes precisam participar de maneira ativa deste processo, seja construindo em conjunto com o professor os critérios, planejando o seu portfólio e realizando metas. Essa é uma maneira eficaz de envolver os estudantes no processo cognitivo, participando ativamente da construção da aprendizagem e tendo um feedback e compreendendo o sistema de avaliação, como uma ferramenta importante ao processo.
Inovação 
 A avaliação pode ocorrer por diversos meios digitais e potencializar e personalizar o ensino com a aprendizagem como fórum de discussões, mensagens diretas e comentários. Essas informações são úteis para determinar o envolvimento do estudante e o esforço para acompanhar o conteúdo. O conteúdo também pode se apresentando de uma maneira diferenciada como por tópicos e ou ainda com projetos em redes sociais, através de áudios, vídeos, storyboards e ou ainda textos criativos. Estamos vivenciando tempos de incerteza e de muitos desafios, mas fundamental não deixarmos nenhum estudante para trás e encontrar novos caminhos para minimizar os impactos e danos na educação. 
LIÇÕES DO CORONAVÍRUS: ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NÃO É EAD
 A educação a distância é a pauta do momento. Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), um sem número de escolas e IES recorreu ao ensino remoto para tentar seguir o ano letivo.
 A mudança exigiu adaptação rápida por parte dos professores, o que levanta debates e questionamentos: os professores estão preparados para lecionar além do formato tradicional? Para fazer um bom currículo de EAD, basta transferir o conteúdo do modelo presencial para o ambiente virtual?
 Em primeiro lugar, é preciso entender a diferença entre ensino remoto de emergência e EAD.
 “O ensino remoto praticado atualmente [na pandemia] assemelha-se a EAD apenas no que se refere a uma educação mediada pela tecnologia. Mas os princípios seguem sendo os mesmos da educação presencial”, afirma Renata Costa, professora de tecnologia do centro universitário Brazcubas.
 Para Costa, a educação a distância pressupõe o apoio de tutores de forma atemporal, carga horária diluída em diferentes recursos midiáticos e atividades síncronas e assíncronas. E isso não é, exatamente, o que está sendo feito durante a quarentena.
 “Não existia um plano de contingência educacional ou administrativo para casos assim. Muitas das entidades educacionais brasileiras não estavam preparadas tecnologicamente, nem teoricamente.”
 Além de lecionar na Brazcubas, Renata Costa também é consultora de EAD. Ela afirma que que ainda há muita resistência das instituições e dos professores com a educação online.
 Costa acrescenta: “A instituição deve incentivar o uso dos recursos interativos desse ambiente para que ele se torne uma extensão da sala física – aí, sim, podemos começar a pensar em EAD”.
Mais EAD e menos ensino remoto
 O maior desafio desse “ensino remoto de emergência” recai sobre os educadores. Como adaptar os conteúdos, as dinâmicas de sala, as aulas expositivas e as avaliações – sem prejudicar o processo de aprendizagem? Como manter os alunos interessados e engajados? A tarefa é ainda mais complexa para aqueles que atuam em áreas distantes da tecnologia ou que lecionam para crianças.
 Segundo Costa, é papel da instituição de ensino apoiar e instruir o professor. “Espera-se apoio técnico e regras objetivas e definidas para o formato do modelo remoto de aula”, comenta. Para a consultora, o amparo garante a confiança do docente e continuidade dos cursos.
 Escolas e universidades costumam oferecer workshops de ambientação digital para suas equipes durante o ano letivo, mas é fundamental que, nesse período de quarentena, as os times de TI estejam integralmente disponíveis para auxiliar os funcionários com as atividades remotas.
 As instituições também devem estimular a troca de conhecimentos digitais e metodologias entre os professores.
O ideal é tentar estabelecer um padrão no uso das plataformas de ensino online e das redes sociais pelo corpo docente. Roteiros de aula, exibições de vídeos autorais, lives em redes sociais, uso de softwares independentes e a comunicação com os alunos devem ser feitos de acordo com o posicionamento de cada instituição. É importante que as turmas também estejam cientes dos formatos adotados e possam dar feedbacks à IES.
4 Dicas: como otimizar e aproveitar as aulas
 Dentro do combinado com as escolas e universidades, os professores podem utilizar estratégias para tornar o conteúdo mais interessante e garantir a proximidade com os estudantes.
1) Criar um canal no YouTube: Ainda que seja possível compartilhar vídeos no LMS da instituição, pode ser válido abrir uma conta no YouTube. O envio dos vídeos costuma ser mais simples e veloz, e a plataforma permite que os alunos se inscrevam no canal, recebendo notificações sobre novas aulas todas as vezes que a acessarem.
2) Diversificar os materiais: Cada pessoa aprende de uma maneira diferente. O truque é apostar em pelo menos três formatos para alcançar o maior número possível de alunos. Ao invés de publicar dois textos em sequência, é recomendável mesclar com conteúdos em vídeo e em áudio, por exemplo.
3) Manter o espírito de grupo: Com o isolamento social, as turmas estão afastadas. Preservar a sensação de pertencimento a um grupo aumenta o engajamento e permite que os estudantes esclareçam dúvidas entre si. É possível criar um grupo da disciplina em aplicativos de mensagens instantâneas, realizar reuniões por videoconferência e lives nas redes sociais, sempre incentivando os comentários.
4) Aproximar conteúdo e realidade: Estabelecer ligações entre o conteúdo aprendido em aula e o cenário de isolamento social gera identificação. A dica é explorar o tema da pandemia sempre pelo lado positivo, propondo soluções e reflexões para o futuro e proporcionandoque os alunos tragam as suas experiências para o ambiente estudantil.
 A educação a distância ganhou protagonismo em um momento de crise, não há dúvidas. Mas, para a professora Renata Costa, podemos ressignificar esse período construindo novas perspectivas para a educação brasileira.
 No último ano, 1,5 milhão de alunos participaram de cursos superior no formato EAD no Brasil, de acordo com o censo da Abed, a Associação Brasileira de Educação a Distância. Esse número será acachapante em 2020, considerando o cenário atual.
 “Se antes alguns profissionais acreditavam que modelo online não impactaria o quadro educacional em que estamos inseridos, agora eles precisam repensar essa certeza”, afirma Costa.
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO: CORONAVÍRUS: 5 DICAS PARA OS PROFESSORES QUE VÃO MIGRAR PARA O EAD
Por Karina Tomelin
 Sabíamos que a revolução digital chegaria às instituições de educação. Mas nenhum dos professores imaginou que a EAD chegaria tão rápido, de uma hora para a outra, e de forma quase obrigatória devido à expansão do coronavírus. 
 Enquanto a doença avançava, 1,5 bilhão de alunos (crianças e jovens) estavam afastados das escolas e universidades ao redor do mundo na sexta-feira, 27 de março. Isso não significa aulas canceladas, mas provavelmente suspensas ou adaptadas à EAD.  
 O movimento está colocando um número crescente de professores a administrar um formato para o qual eles têm pouca ou nenhuma experiência. Neste instante, docentes e gestores reveem calendários e buscam recursos tecnológicos para desenvolver estratégias de ensino e aprendizagem remota. Tudo isso em um cenário de inseguranças e incertezas.  
 Diante da crise,  compartilho  cinco dicas para  os  professores  que vão precisar adaptar as aulas presenciais para a EAD. Mas antes… 
1. Aprenda com os outros professores
 Esta é a hora de deixar vaidades de lado e aprender com os colegas. Não é preciso muito esforço para encontrar outro professor que já utiliza tecnologia para apoiar a sala de aula. Peça sugestões para ele. Vai valer a pena.  
2. Compartilhe
 Se você já utiliza recursos ou conhece aplicativos que podem ajudar outros professores, este é o momento de compartilhar. Socialize o que você sabe, compartilhe templates, tutoriais. Quando você compartilha, você inspira outras pessoas.  
3. Tenha vontade de aprender
 Esta motivação é importante. Para encontrar recursos digitais e se sentir seguro na sua adoção, você vai precisar estudar, perguntar para amigos, pesquisar e até criar seu próprio roteiro.  
4. Saiba lidar com imprevistos
 Se não deu certo da primeira vez, não se preocupe. Imprevistos acontecem até aos mais hábeis professores do ensino a distância. Muitas vezes o problema será de conexão, da usabilidade ou do próprio recurso. Não desista e tente novamente.  
5. Tente fazer diferente
 Em tempos de coronavírus, os professores precisarão se reinventar. Dar aulas online não é a mesma coisa que dar aulas presencialmente. A forma de interagir com a câmera, a interação em chats ou fóruns é diferente. Fazer as mesmas coisas que faria em uma aula presencial pode não dar certo. Assim, esteja aberto a novos modelo de ensino e de aprendizagem.  
VAI DAR AULAS A DISTÂNCIA? AQUI ESTÃO 5 PLATAFORMAS QUE VOCÊ PODE USAR
 Sabemos que o home office e o estudo a distância aumentaram exponencialmente devido à pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Hábitos subestimados ou reservados a parcelas pequenas da população agora são colocados em prática do Brasil à Itália, do Sudão à Índia.
 Para manter a interação e garantir que os estudantes acessem conteúdos de qualidade em tempos de isolamento social, professores de todos os segmentos passaram a recorrer à plataformas digitais.
 É perceptível o esforço de adaptação e aprendizagem para o “novo normal”. Há uma necessidade iminente em dominar as ferramentas online. Neste momento de hiperconexão e altamente digital, encontrar novos meios de comunicação que atraiam nossos estudantes para mantê-los ativos em seus estudos é de extrema importância.
 Para que você não passe horas pesquisando, mapiei 5 plataformas digitais e suas principais funcionalidades em termos de aprendizagem. Confira a seguir.
Blackboard Collaborate
 O Collaborate é uma ferramenta do ambiente virtual de aprendizagem Blackboard Learn. Trata-se de uma ferramenta de webconferência capaz de reproduzir uma sala de aula tradicional para uso de metodologias ativas , só que em um ambiente virtual. O professor pode usar quadro branco e ministrar para 40 alunos conectados simultaneamente. E, inclusive, dividi-los em grupos para discutir um projeto e visitar os grupos para ver como está o debate.
 O Blackboard Collaborate pode ser acessado por computador, tablet ou smartphone. A empresa tem dado condições especiais às instituições de ensino que aderirem ao LMS neste momento de pandemia.
Planboard
Plataforma Planboard. Crédito: divulgação.
 Sabemos que nem todos os profissionais estão habituados a se organizarem de maneira online. A ferramenta Planboard, nesse caso, é uma alternativa muito funcional que ajuda professores e coordenadores no planejamento de suas atividades.
Flipgrid
 O Flipgrid é uma plataforma digital muito intuitiva na qual o professor gera um link, lança um desafio ou uma pergunta e envia para os estudantes. Com o link gerado, o estudante tem a oportunidade de produzir e compartilhar pequenos vídeos de até 2 minutos. É uma espécie de mural digital com os vídeos. Os professores e estudantes podem assistir os vídeos postados e deixar suas considerações.
Padlet
 O Padlet é uma ferramenta online que permite a criação de um mural virtual dinâmico e interativo para o registro e compartilhamento de conteúdo. Os professores podem pedir para o estudante publicar suas atividades, como lista de exercícios, resenhas e ou uma explicação em áudio. Desenhos, feedbacks, sínteses, comentários e até foto do estudante pode ser arquivadas na plataforma.
Plataforma Padlet. Crédito: divulgação.
Zoom Meetings
 O Zoom é o “queridinho” das reuniões do mundo corporativo, e está crescendo para fins pedagógicos. Na versão gratuita pode entrar até 100 pessoas e permanecer logado por 40 minutos. Imagine você e seus alunos conectados para um rápido bate papo, uma orientação sobre exercício ou mesmo um necessário alinhamento. Em tempos de isolamento, reservar um horário para uma conversa com os estudantes “cara a cara” será muito motivador para todos.
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