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DISTURBIOS RESPIRATÓRIOS DO RN INTRODUÇÃO - Causa de internação, morbidade e mortalidade. - Processo de expansão pulmonar: ocorre redução da resistência vascular pulmonar (RVP), com aumento do fluxo sanguíneo, para inicio da troca gasosa com meio externo (área de 3 a 70m²) - Desenvolvimento pulmonar até 08 anos e se completar ate 25 anos ABORDAGEM - Etiologias maioria são pulmonares, mas pode ter cardiopatia congênita de origem central, metabólicas e hematológicas. ANAMNESE: - Prematuridade: Sind. Do Desconforto Respiratório - Febre materna, perda de filho anterior com sofrim. respiratório, corioamnionite: Colonização por streptococcus do grupo B, deficiência de Proteína B do complexo surfactante. - Parto Cesário em bbs prematuros limítrofes: Taquipneia transitória do RN. - Uso de Aines: Hipertensão Pulmonar - Sofrimento Fetal agudo: Síndrome de aspiração Meconial (SAM) EXAME FÍSICO - Alterações no padrão respiratório (FR e ritmo) - Sinais de esforço respiratório/dispnéia: batimento de asa de nariz (reduzida, pois respiração normal neonato é + pelo nariz) Gemido expiratório: fechamento parcial da glote durante expiração, deixa resíduo e evita o colabamento alveolar. Head Bobbing: movimento da cabeça para cima e para baixo no uso da musc. acessória. Retrações Torácica: (intercostais, subcostais, supraesternal e esternal). Doenças que levam ao endurecimento do parênquima pulmonar, exemplo, doença da membrana hilaina, SAM) - Alterações de cor: cianose periférica: normal cianose central: nariz, língua, lábios. Hipoxemia grave, redução de Hb. - Alteração no padrão respiratório: Neonato 40 – 60 irpm normal -Apneia: pausa respiratória superior a 20 seg. ou superior 10-15seg. (+ cianose e queda da StO2) Neonato: apneia 5-10 seg. normal Boletim de Silverman-Andersen: - acima de 4: dificuldade respiratória grave - sinais cardíacos: bradcardia, taquicardia, associados ou não a hipotensão. - Sinais gerais: hipoatividade, palidez, sudorese, fadiga, irrirabilidade, convulsão, hipoglicemia, abdome escavado, anemia, acidose, pele impregnada por mecônio, coma. LABORATÓRIO - GASOMETRIA -GLICEMIA - HEMOGRAMA, CONTAGEM DE PLAQUETAS -PCR -ESPECÍFICOS AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA - DIAGNÓSTICO ESTRATIFICADO PELA IG DO RN. DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA – DMH - Deficiência de surfactante pulmonar - Principal causa em prematuros - 60 a 80% dos bbs < 28s e 15 a 30% entre 32 e 36s. FATORES DE RISCO: - prematuridade - asfixia perinatal - mãe diabética - hemorragia materna - parto Cesário -Gestações Múltiplas Fisiopatologia Diagnóstico - Definido pela evolução clínica, radiológica e ex. laboratoriais. EVOLUÇÃO CLÍNICA - colabamento alveolar progressivo: taquipneia FR> 60 irpm - esforço respiratório de moderado a grave - retração subcostal, batimento de asa de nariz, palidez cutânea e gemência. No decorrer das horas pode ser seguido de: - cianose - diminuição de entrada de ar e apneia - evolução com piora nas primeiras 24hs após nascimento - Persiste por 03 dias, seguido de melhora gradual ASPECTOS LABORATORIAIS - GASOMETRIA ARTERIAL: HIPOXEMIA, ACIDOSE RESPIRATÓRIA OU MISTA ASPECTO RADIOLÓGICO - imagem de hipotransparência homogênea, descrita como: retículo granular, vidro moído ou esmerilhado), pois há formação de microatelectasias e edema intersticial. - broncogramas aéreo: lobos superiores (desenvolve-se entre 6 e 12h) - Casos graves: piora radiológica evolutiva e deteriorização clínica. TRATAMENTO Cuidados gerais: - Estabilização inicial - Controle da temperatura - Oferta de líquido de forma criteriosa - suporte hemodinâmico e oferta calórica Oxigenoterapia: - PaO2 mantida entre 50-70mmhg - StO2 entre 85 e 95% Surfactante Pulmonar exógeno -Exosurf é um surfactante sintético - Naturais: Survanta (bovino), Infasurt (caprino) e o Curosurf (porcino). - O uso de surfactante exógeno melhorou prognóstico nos prematuros -efeitos imediatos: gradiente de oxigenação, diminuição da pressão média das vias aéreas, necessárias para ventilação, maior complacência pulmonar e melhora radiológica - Deve ser iniciado mais cedo possível a cada 6-12 horas, de 2 a 4 doses no total. - MS recomenda administração terapêutica de surfactante endotraqueal nos prematuros com DMH em ventilação mecânica. Ventilação Mecânica Inavasiva: Indicações: - PH arterial <7,2 - PaCO2 > 60 mmHg - PaO2<50 mmHg com Fi02 > 70% no CPAP com 6-10 cm H2O de Peep - Apneia persistente - Principal modo de ventilação é aquela ciclada a tempo, pressão limitada e com fluxo contínuo - sedação com Midazolan Ventilação Mecânica de Alta freqüência - Objetivo de diminuir a injúria pulmonar, decorrente da ventilação mecânica convencional e melhorar a troca gasosa. - Indicações: DMH, SAM, enfisema intersticial e pneumotórax de repetição. Prevenção: - prevenir o parto prematuro - pré- natal adequado - acompanhar gestação de alto risco - uso de corticóide antes de 48h do parto (betametasona intramuscular 12mg a cada 24hs por duas doses, em gravidez de 24 a 34 semanas) Complicações Intubação orotraqueal: asfixia por obstrução do lúmen do tubo, depressão cardíaca durante procedimento, estenose subglótica - deve ter equipe treinada, tubo com menor calibre, técnica asséptica do tubo Cateterização Umbilical: complicar com embolização, trombose, vasoespasmo, necrose, infecção. Persistência do Canal Arterial: Atraso no fechamento do canal, devido hipóxia, acidose e aumento da resistência vascular pulmonar - Displasia Broncopulmonar: devido ventilação mecânica e exposição a oxigênio. - oxigenoterapia: retinopatia da prematuridade TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RECÉM NASCIDO INTRODUÇÃO - Quadro de taquipneia ou dispnéia de início precoce - comum, benigna e autolimitada que ocorre cerca de 1 a 2% de todos os nascimentos - Acomete RN pré-termos tardios e a termo - Apresentam dificuldade respiratória logo ao nascimento - Resolução de 3 a 5 dias Etiopatogenia Fatores associados - Deficiência leve de surfactante -Pequeno grau de imaturidade pulmonar - Retardo na absorção de líquido pulmonar fetal, que contém no pulmão e é reabsorvido antes do nascimento, uma parte é eliminada pelas vias áreas superiores na compressão durante passagem do canal de parto. - Completa secagem do pulmão é concluída em aproximadamente 6h após o parto Fatores de Risco - Cesariana eletiva sem trabalho de parto - Asfixia perinatal - DM e asma maternos - Policetemia Quadro Clínico - Desconforto respiratório - Evolui com taquipnéia (FR variando de 60-100 irpm) - raro: gemência e retrações - Manifestações resolvidas com oferta de Oxigênio em baixas concentrações (FiO2 <40%) - melhora do quadro de 12-24h e no máximo até 72h Aspecto Laboratorial - Gasometria alterada: discreta queda de Oxigênio e pouca repercussão sobre o PH Aspectos Radiológicos - Diminuição da transparência pulmonar - Estrias vascular em direção ao hilo: trama vascular proeminente - Cisuras espessadas (derrame cisural) - hiperaeração, com diafragma achatado - Discreta cardiomegalia e derrame pleural - Alterações simétricas com leve predominância no pulmão direito. Diagnóstico Diferencial - DMH, SAM e pneumonia streptococcica Tratamento - Suporte - Alguns bbs melhoram com oferta de oxigênio (FiO2 < 40%) por cateter nasal ou CPAP - Se FR >60, alimentação através de sonda nasogástrica para evitar a broncoaspiração do leite (devido a taquipneia favorecer incoordenação de respiração e deglutição) - Necessida de VMI é rara - Não usae antibióticos ou diuréticos. SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO MECONIAL - SAM Introdução - Disturbio respiratório, decorrente da aspiração de líquido amniótico meconial, durante trabalho de parto difícil e prolongado - material pode impactar nas vias aéreas e dificultar oxigenação e eliminação de CO2. Grupos de Risco: -RN pós-termo, Os com CIUR, Asfíxicos, RN pélvicos, Macrossômico Fisiopatologia Quadro Clínico - Geralmente pós-maturo, - Com impregnação meconial em cordão umbilical, - Pele seca, enrrugada e sem vérnix - Ausculta respiratória: pouco específica, estertores médios egrossas bolhas em ambos campos. - Expiração prolongada, com pequeno comprometimento de vias aéreas - Sinais de insuf. Respiratória nas primeiras horas de vida - hiperdistensão do tórax: proeminente Quadros leves: Necessid. FiO2 < 40% por 48hs Quadros moderados: Necessid. FiO2 > 40% por > 48hs. Quadros Graves: Necessid. ventilação mecânica ou desenvolvem HAP (hipertensão pulmonar) Aspecto Radiológico - Aspecto Clássico: Infiltrado Grosseiro e difuso e alterna com área de hipotransparência e hiperinsuflação (aumento do diâmetro Antero-posterior do tórax e achatamento do diafragma) - Opacidades irregulares e áreas de atelectesia - Identificar precocemente: áreas de extravasamento de ar, enfisema intersticial, cardiomegalia e pneumotórax. Outros achados - gasometria: hipoxemia e acidadose respiratória ou mista - ecocardiograma: disfunção miocárdica e sinais de hipertensão pulmonar Diagnóstico - Presença de mecônio na traquea de um RN deprimido - Insuficiência respiratória precoce após nascimento - Radiografia com achados de SAM Tratamento - Boa assistência de parto: evitar que o feto entre em sofrimento - Se nascer vigoroso: (bom tono, chorando, respirando e FC> 100bpm), os cuidados podem ocorrer no colo materno, Neonato deprimido: -mesa de reanimação, -colocar fonte de calor radiante, -cabeça e pescoço em leve extensão, - aspiração do excesso de secreções em boca e narinas - reavaliação da FC - Se apneia ou respiração irregular e/ou FC <100 bpm: VENTILAÇÃO COM MASCARA FACIAL E PRESSÃO POSITIVA - Intubação orotraqueal e aspiração de traquéia (via aérea obstruída, analise caso a caso) Tratamento pós-natal Cuidados Gerais - Temperatura - Glicemia - Calcemia - Restrição de Líquidos - Hematócrito > 40% (pct em ventilação Mecânica). Oxigenoterapia - Oxigenação adequada para evitar hipoxia repetidas e assim a vasoconstrição pulmonar e HAP Ventilação: - CPAP Nasal: necessidade de FiO2 ou Vetilação mecânica Invasiva - VMI: doença pulmonar grave com PaCO2 > 60 mmHg e PaO2 < 50 mmHg - casos de SAM, maior pressão inspiratória do que na DMH: 30 a 50 cm H2 O - Pressão inspiratória final (PEEP): 3-6 cm H2 O, tempo inspiratório 0,4 a 0,5 seg., Frequencia de 20 a 25 ciclos/min Antibioticoterapia - Está indicada, pois aspecto clínico e radiológico não permite distinção pneumonia bacteriana associada. - Escolha: ampilicina + gentamicina, com duração dependendo dos resultados de cultura de sangue. Surfactante Em casos progressivos de piora: via tubo orotraqueal Obs.: Não se recomenda lavem broncoalveolar com surfactante Tratamento da HAP - manter Pa02 > 100mmHg - se não tiver HAP: Pa02 entre 60 e 90 mmHg Complicações - Extravasamento de ar: pneumotórax e penumomediastino - HAP - Sequelas Pulmonares: alguns casos tornam-se dependentes de oxigênio por mais de um mês ou desenvolve pneumonia de repetição - Deve-se fazer avalaição de prognóstico especialmente no que concerne a integridade do SNC. PNEUMONIA NEONATAL Introdução: - Inflamação do parênquima pulmonar por bactéria, vírus, fungos etc. - Pneumonia pode ser a primeira manifestação clínica de infecção sistêmica, associada a sepse e meningite Classificação: 1- Precoce: início até 48hs de vida - Adquiridas antes do Nascimento: são congênitas, causadas por CMV, toxoplasmose, rubéola, sífilis, TB, AIDS ou por corioamnionite - Adquiridas Durante o Nascimento: Microorganismos que colonizam o canal de parto (streptococcus beta-hemolítico do grupoB). Observações da P. precoce: -forma clínica radiológica semelhante a DMH. -Distinguir Pneumonia de Taquipneia Transitória é difícil 2- Tardias: após 48hs de vida: Geralmente flora hospitalar. Bactérias gram-negativas (S. Aureus, fungos..) Obs.: A Pneumonia deve sempre ser suspeita em bbs com desconforto respiratório Fisiopatogênese Diagnóstico - Taquipneia - Apneia - Retrações subcostais, intercostais ou esternais - Batimento de asa de nariz, - Cianose - Gemência - Bbs com desconforto respiratório E hemocultura positiva ou dois critérios abaixo: - risco de sepse - sinais clínicos de sepse: Intolerância alimentar, letargia, hipotonia, hipo ou hipertermia, e distensão abdominal - Alterações radiológicas persistentes > 48hs - Triagem laboratorial positiva para sepse: Infiltrado nodular (grosseiro) ou granular (fino) - Consolidação - Broncogramas aéreos, edema pulmonar - Escore hematológico de Rodwell ≥ 3. Neste escore é atribuído o valor de 1 a cada um dos sete critérios: → leucometria total anormal → contagem absoluta de neutrófilos (PMN) anormal → contagem absoluta de neutrófilos (PMN) imaturos anormal → percentual de formas imaturas PMN elevado em relação à contagem global, → relação entre contagem de PMN maduros/ PMN imaturos maior ou igual a 0,3, → contagem de plaquetas inferior a ou igual a 150.000/mm3 , → pronunciadas alterações degenerativas PMNs - Proteína C reativa positiva Tratamento - PENICILINA CRISTALINA (250.000 a 450.000 UI/kg/dia) ou - AMPICILINA (200 a 300 mg/kg/dia), Duração total de: -10 dias para SEPSE -14-21 dias para MENINGITE - 28 dias para OSTEOMIELITE O MS recomenda: escolha empírica para tratamento da pneumonia neonatal : - AMPICILINA 200 mg/kg/dia (dose elevada para cobertura de S. agalactiae) -GENTAMICINA 05 mg/kg/dia (que tem ação sinérgica com a ampicilina contra S. agalactiae, é efetiva contra Gram-negativos entéricos e cobre a L. monocytogenes) - Em algumas unidades prefere-se a substituição da gentamicina por amicacina (20 mg/kg/dia) em função da resistência antimicrobiana. - A pneumonia neonatal tardia (> 48 horas) pode ser tratada com a associação de OXACILINA + AMICACINA Profilaxia - culturas de triagem vaginorretal para o S. agalactie (GBS) 24 devem ser realizadas para todas as mulheres grávidas a partir de 35-37 semanas de gestação - O uso de antibiótico intraparto com Penicilina Cristalina EV (quimioprofilaxia da sepse neonatal precoce) está indicado nas situações abaixo: - Qualquer mulher com uma cultura de rastreio positivo pré-natal, - Bacteriúria por GBS (Streptococcus do Grupo B) durante a gravidez, - História de uma criança anterior com doença invasiva por GBS, - Mulheres sem cultura vaginorretal, ou incompleta, ou cujos resultados são desconhecidos, e que entram em trabalho de parto prematuro ou apresentam ruptura prolongada das membranas (≥ 18h) ou febre intraparto (≥ 38,0ºC), - A quimioprofilaxia intraparto de rotina não é recomendada para mulheres com colonização por GBS que tem cesariana planejada e que não entram em trabalho de parto ou tenham rompido as membranas amnióticas.
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