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ANÁLISE E TRANSFORMAÇÃO DE PROCESSOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Ruy Sidney Nascimento dos Santos Edmundo Sebadelhe Valério Neto CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Jorge Hilário Bertoldi Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2017 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 22 S237a Santos, Ruy Sidney Nascimento dos Análise e transformação de processos / Ruy Sidney Nasci- mento dos Santos; Edmundo Sebadelhe Valério Neto. Indaial : UNIAS- SELVI, 2017. 236 p. : il. ISBN 978-85-69910-82-4 1.Gestão Empresarial. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Ruy Sidney Nascimento dos Santos Mestre em Engenharia de Processos Industriais pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2011). Especialista MBA Executivo em Gestão Empresarial e MBA Executivo em Gerenciamento de Projetos pela Universidade Gama Filho - UGF (2011). Graduado em Análise de Sistemas pela Universidade Paulista - UNIP (2004) e Graduado em Teologia pela Faculdade de Teologia Integrada - FATIN (2014). Possui experiência nas seguintes áreas: Gestor e Diretor Industrial em Processo de Manufatura do Produto, Planejamento e Controle da Produção e Monitoramento no Processo de Máquinas, Ferramentas e Pessoas; Analista e Gestor da Tecnologia da Informação; Coordenador Educacional do Curso de Sistemas de Informação; Professor Educador em Instituições de Ensino Superior nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação; Consultoria e Desenvolvimento de Projetos Pedagógicos de Cursos de Tecnologia, Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão; Pesquisador e Gerente em Projetos e Desenvolvimento Relacionados a Educação, Comércio e Indústria; Palestras, Treinamento e Capacitação de Líderes para o Mercado de Trabalho; Atualmente exerce a função de Consultor Empresarial. Principais Publicações: SANTOS, R. S. N.; COSTA JUNIOR, C. T. . A aplicação da lógica fuzzy para avaliação do produto canote do garfo. In: 1º Congresso de Engenharia de Produção da Região Sul, 2010, Joinville. Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade, 2010. SANTOS, R. S. N.; FARIA, M. A. ; LEITE, J. C. . O uso de ensaios mecânicos para a avaliação do produto canote do garfo. In: VI Conferencia de Engenharia Mecanica, Eletrica e Industrial, 2010, Matanzas. Ingenieria Innovacion Implicacion CIIC 2010, 2010. Me. Edmundo Sebadelhe Valério Neto Engenheiro ambiental (2013) e mestre em engenharia de Processos (2015) pela Universidade Tiradentes. Atualmente constitui o quadro de discentes de doutorado do programa de pós-Graduação em engenharia de processos (PEP) da Universidade Tiradentes desde 2015, atuando principalmente nos seguintes temas: oxidação eletroquímica, nanofios, células a combustível e nanocatalisadores. Possui experiência na área de engenharia de processos, em eletroquímica e no desenvolvimento de novos materiais catalíticos para modificação de eletrodos de trabalho. É revisor do periódico Interfaces Cientificas – Exatas e Tecnológicas desde 2016, participou de 1 banca de trabalho de conclusão de curso em engenharia civil e supervisionou 3 projetos de iniciação cientifica. Sumário APRESENTAÇÃO ...................................................... ....................01 CAPÍTULO 1 Introdução à Análise de Processos ......................................... 11 CAPÍTULO 2 Técnicas de Mapeamento de Processos .................................. 47 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 Elementos da Análise de Processos ....................................... 77 Modelos de Referência ........................................................... 101 Estudo de Caso ........................................................................ 125 Introdução à Transformação de Processos ........................155 CAPÍTULO 7 Amplitudes de Transformação ................................................183 CAPÍTULO 8 CAPÍTULO 9 Gerenciando a Mudança .......................................................... 205 Realizando a Transformação ................................................. 221 APRESENTAÇÃO Todos os dias realizamos diversas atividades contínuas, sejam elas pessoais ou profissionais, repetitivas ou inovadoras, onde na maioria das vezes o resultado nem sempre é o esperado. Na maioria das vezes, chegamos a pensar que se tivéssemos planejado melhor, o resultado seria diferente. Porém, além do planejamento, é preciso entender que as atividades a serem exercidas fazem parte de um processo, o qual deve ser cuidadosamente analisado para evitar surpresas desagradáveis. É justamente esse o objetivo de “analisar processos”. Observando cada fase envolvida no processo, assim como os elementos que fazem parte de um processo e as atividades a serem realizadas pelo mesmo. Para alcançar tal objetivo é preciso que o gestor de processos saiba como utilizar as técnicas de mapeamento de processos, modelando os mesmos conforme o modelo unificado de referência (MUR) a ser utilizado pela organização, tendo como foco o processo de desenvolvimento do produto (PDP). A fundamentação de qualquer atividade ou processo de desenvolvimento de um produto ou serviço é crucial para sua aceitação no mercado, bem como o acompanhamento referente à implantação da gerência de processos, análise, melhoria e avaliação do mesmo. Diante disso, a metodologia utilizada em todo o processo é baseada conforme as normas da família NBR ISO 9000, a qual visa as operações de sistema de qualidade, proporcionando ao cliente garantia do produto e processo. Ainda nesta disciplina de análise de processos, veremos as fases do modelo de referência composta pelo desenvolvimento do produto, projeto do produto e processo e homologação dos mesmos. Lembrando, ainda, que o modelo de referência serve para auxiliar a equipe de desenvolvimento do processo a manter o foco nas atividades, adicionando valores e melhores práticas ao processo. Nesse sentido, o primeiro capítulo trata da introdução da introdução de análise de processos, bem como um breve histórico, conceitos e gerenciamento de processos aplicados a organizações. Durante o estudo desse capítulo veremos também a importância que a gestão de processos exerce em uma organização, assim como, as atividades desempenhadas nas análises de processos e a metodologia pensar, agir e aprender. O segundo capítulo apresenta as técnicas de mapeamento de processos, considerando aspectos introdutórios e pontos chaves que serão utilizados por essas técnicas. A metodologia aplicada como exemplo nas empresas utiliza três técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos. O capítulo finaliza abordando o mapeamento de processos com fluxogramas, mostrando a descrição e o passo a passo das atividades utilizadas em um processo organizacional. O terceiro capítulo trata dos elementos da análise de processos, onde estaremos acompanhando a implantação da gerência desses processos, analisando sua melhoria e avaliação, descrevendo a modelagem dos mesmos. Ainda neste capítulo veremos o processo, o modelo utilizado, bem como a gerencia de recursos manipulados pela empresa, tendo como base de orientação as normas da família NBR ISO 9000, bem como a modelagem de processos, alguns conceitos e tópicos relacionados aomesmos e os elementos que fazem parte ou atuam na modelagem de processos. O quarto capítulo discorre dos modelos de referência de processos, assim como as três etapas das fases deste modelo de referência, o desenvolvimento do produto, projeto do produto e processo e a homologação do produto e processo. Ainda neste capítulo será visto além da aplicação do modelo de referência, a importância da análise do desenvolvimento de processo e produto, apresentando como exemplo um modelo de referência de um processo de desenvolvimento de um produto ou serviço. O quinto capítulo apresenta dois estudos de casos que servirão para relacionar todo o conteúdo teórico compartilhado ao longo dos capítulos à prática. Tendo como tema: “Gestão de Processos: estudo de caso em uma empresa Metalmecânica”, esse primeiro estudo de caso fala da importância da implementação da gestão de processos analisando os elementos envolvidos no mesmo, abordando a importância da utilização dos métodos kaizen para melhoria e kanban para o controle de produção e estoque. Já o segundo estudo de caso fala sobre a aplicação de mapeamento de processos, objetivando a melhoria da qualidade em organizações, tendo como tema: “Mapeamento de Processos: uma revisão”. Uma vez analisados e compreendidos os processos, inicia-se a fase de transformação dos mesmos. Nesse contexto, cabe dizer que a atenção para a gestão de processos e o desenvolvimento dessa área passou a ser uma adequação natural para que as organizações operem de maneira sistemática. Os processos, quando estão em conformidade, bem ordenados, eficientes e documentados, se constituem como o coração e a alma de uma organização. Quando esses processos não estão em conformidade ou dando bons resultados, é necessário realizar uma transformação de processos, que pode ocorrer desde uma amplitude mais simples com poucos riscos, podendo atingir etapas radicais com muito risco. A capacidade de fazer a melhor escolha é uma característica daqueles que vão conduzir o processo de transformação, que flexibilizam a decisão. Esta disciplina discute o conceito e as formas de implantação de uma transformação de processos em uma organização, servindo como uma estrutura teórica, que fornece embasamento teórico para que o aluno possa estudar e se preparar para identificar uma situação de mudança no âmbito organizacional. Além disso, a disciplina fornece meios para que o aluno possa escolher o melhor método para a mudança, como implementa-las e como gerencia-las durante todo o período de transição, para que a organização atinja o sucesso e a longevidade. Embora, um projeto de mudança normalmente seja conceituado como um problema de mudança de tecnologias, estruturas, habilidades e motivações, a transformação de processos surge com um instrumento para fazer com que as organizações consigam se diferenciar e gerir mais corretamente os seus processos ou atividades. Entretanto, a transformação dos processos necessita ser bem difundida e praticada, para alcançar uma maior aceitação na gestão de processos na cultura organizacional brasileira. A gestão das mudanças organizacionais apresenta basicamente três aspectos. Praticá-la, em um primeiro momento, é modelar o processo de gestão. Conjuntamente, é necessário selecionar entre uma autonomia interna ou dependência externa das competências humanas. Contudo, a modelagem dos processos e competências são condições necessárias, mas insuficientes para minimizar resistências e conflitos. Dessa maneira, é essencial saber lidar com todos os problemas que podem surgir durante a transformação de processos, sendo essencial planejar muito bem a comunicação da mudança. Nesse contexto de transformação de processos, o sexto capítulo desse livro apresenta detalhadamente a definição de transformação de processos, as maneiras de tomar iniciativa para a transformação, expondo os papeis dos gestores e da tecnologia da informação, as formas de acompanhar e medir o grau da transformação e como garantir o comprometimento gerencial. Dando continuidade, o sétimo capítulo apresenta em detalhes alguns métodos para a melhoria dos processos e suas abordagens disciplinadas (Lean, Six Sigma e TQM), redesenho de processos, reengenharia de processos e mudança de paradigma. Por fim, o oitavo capítulo desse livro apresenta algumas atividades para o gerenciamento da mudança, a resistência que pode ocorrer com a mudança, o envolvimento dos interessados, a função do plano de comunicação da mudança e quais os meios que podem ser utilizados e, finalmente, o nono capítulo, apresenta como iniciar a preparação para a transformação dos processos. Boa leitura, bons trabalhos e uma excelente e profunda aprendizagem na transformação de processos. CAPÍTULO 1 Introdução à Análise de Processos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Conhecer um pouco da história e conceitos relacionados a processos. � Descrever metodologias e atividades aplicadas à análise de processos. � Acompanhar a funcionalidade em um processo organizacional. � Aplicar conhecimentos relacionados à análise de processos organizacionais. Prof. Ruy Sidney Nascimento dos Santos 12 Análise e Transformação de Processos 13 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Contextualização Este capítulo trata da introdução à análise de processos, bem como um breve histórico, conceitos e gerenciamento de processos aplicados a organizações. Durante o estudo desse capítulo veremos também a importância que a gestão de processos exerce em uma organização, assim como as atividades desempenhadas nas análises de processos e a metodologia pensar, agir e aprender. O capítulo finaliza abordando o processo organizacional, destacando conceitos, definições e estrutura do mesmo nas empresas. Aspectos Introdutórios Tudo o que fazemos em nosso dia a dia são atividades contínuas, sejam elas pessoais ou profissionais, repetitivas ou inovadoras, em que, na maioria das vezes, o resultado nem sempre é o esperado. Pois bem, essas atividades diárias fazem parte de um processo idealizado ou não por você, o fato é que, querendo ou não, o resultado dependerá diretamente da metodologia utilizada nas atividades processuais. Portanto, se queremos obter resultados positivos, é preciso analisar cada etapa do processo a ser executado, ou seja, observar as atividades a serem desenvolvidas, monitorando cada fase, objetivando sempre a melhoria contínua para produzir com qualidade. Tudo o que consumimos provém de organizações dos mais diversos segmentos, em que a demanda de um produto ou serviço a ser consumido depende da necessidade e qualidade que o mesmo oferece ao seu consumidor. Assim sendo, para que as organizações alcancem suas metas e objetivos, é fundamental saberem analisar seus processos de empreendedorismo, aplicando instrumentos básicos em suas gestões, como: conhecimento, funcionalidade, avaliação e controle, sempre desenvolvendo a melhoria contínua em seus produtos e serviços. Esse conjunto de ações exercidas pelas organizações fortalece sua estrutura, proporcionando melhor eficácia e eficiência em seu modelo de gestão, podendo identificar e minimizar riscos, além de maximizar as oportunidades de desenvolvimento de seus respectivos negócios. Devido às pressões sofridas pelas organizações, tais como: globalização, concorrência, tecnologia, oferta e demanda, satisfação de clientes, necessidade de inovação, impactos ambientais, responsabilidade social e incentivos ou exigências do governo, faz-se necessária a análise de cada um desses processos, gerenciando cada etapa, alinhando a estratégia operacional ao sucesso da gestão Para que as organizações alcancem suas metas e objetivos, é fundamental saberem analisar seus processos de empreendedorismo Devido às pressões sofridas pelas organizações, faz-se necessária a análise de cada um dessesprocessos, gerenciando cada etapa, alinhando a estratégia operacional ao sucesso da gestão organizacional. 14 Análise e Transformação de Processos organizacional. Ora, todas essas pressões sofridas pelas empresas precisam ser analisadas objetivando algumas ações aplicáveis em praticamente todas as situações processuais das organizações. Para isso, é preciso que as organizações se antecipem aos problemas que poderão enfrentar, de forma que possam manter sua postura empresarial. Mediante isso, segue uma pequena lista de sugestões para alcançar tal objetivo: • alinhar, ou seja, atrair, manter e distribuir os talentos, tendo como foco as lideranças; • alinhar a relação entre comportamento e valores de seus colaboradores tendo como indicadores as novas estruturas, processos e tecnologias; • desenvolver, manter e estimular equipes empresariais; • criar flexibilidade de forma a atender o mercado; • desenvolver métodos e normas para gerenciar conflitos em seu processo organizacional; • aprimorar a inovação de seus produtos e serviços objetivando a competitividade e comercialização dos mesmos; • gerenciar a organização com foco na análise de processos, mantendo a coerência gerencial; • utilizar com intensidade a tecnologia da informação explorando os recursos oferecidos por ela; • antever mudanças, desenvolvendo suas estratégias, valores e missão, de forma a alinhá-las com a equipe, implementando-as eficazmente. Para que as organizações consigam superar as pressões apresentadas, são fundamentais a análise e o gerenciamento focado em seus processos organizacionais. Atividades de Estudos: 1) O resultado obtido por uma organização dependerá diretamente da metodologia utilizada nas atividades processuais? Justifique. _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 15 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Breve Histórico Com o objetivo de adquirirmos mais conhecimento no assunto que estamos tratando, vejamos agora um breve histórico sobre a análise de processos organizacionais. Sabemos que analisar um processo é muito mais que acompanhar o mesmo, envolve comprometimento com cada fase, tendo como desafio, além de encontrar possíveis falhas, proporcionar soluções que visem à qualidade, garantia e segurança do processo como um todo. Portanto, o sucesso de um processo organizacional está relacionado diretamente ao desempenho alcançado pelo mesmo, logo, para se avaliar um processo é necessário definir padrões pela equipe conhecida como gestão de desempenho, a qual teve seu surgimento dentro do contexto da administração científica proposta por Taylor no início dos anos 1900. Basicamente, a medição relacionada ao desempenho das pessoas era utilizada pela mesma metodologia aplicada ao desempenho das máquinas, em que, para se alcançar a padronização de produção, tempo e qualidade, usavam-se regras objetivando a eficiência do processo de produção. Foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que a capacidade realizadora das pessoas veio a sustentar o centro da gestão de desempenho, o qual avaliava os oficiais do exército americano pela sua capacidade de liderança, sendo esse tipo de gestão migrado e adotado para outras áreas organizacionais, como governo, indústria, entre outras. A partir do ano de 1922, ferramentas para medir as funções que as pessoas desempenhavam nas empresas foram desenvolvidas. Conhecida como Graphic Rating Scale, ou seja, escala de classificação gráfica, essa ferramenta é responsável por aumentar a acurácia do processo de avaliação das pessoas em seu trabalho, tendo como parâmetros verbos, números ou ambos, conforme a figura a seguir: Avaliar um processo é necessário definir padrões pela equipe conhecida como gestão de desempenho Avaliava os oficiais do exército americano pela sua capacidade de liderança 16 Análise e Transformação de Processos Figura 1 – Exemplo de uma avaliação no modelo Graphic Rating Scales Graphic Rating Scales Qualidae do trabalho 1 2 Não cumpriu as expectativas Cumpriu as expectativas Excedeu as expectativas 3 4 5 Fonte: Disponível em: <http://gestao30.matheus.eti.br/a-evolucao- da-gestao-de-desempenho>. Acesso em: 13 nov. 2017. Depois de 30 anos (1950-1960), a mensuração do desempenho evoluiu, passando a avaliar o resultado do trabalho e o comportamento das pessoas. Com isso, as organizações viram que mensurar o desempenho analisando os resultados de seus processos, como faturamento de um produto, quantidade de clientes, lucros trimestrais, bem como comportamentos organizacionais para alcançar resultados, fez com que as organizações encarassem o desempenho como uma consequência e não como algo que deveria ser controlado continuamente. No ano de 1954, Peter Drucker apresentou o conceito de Administração por Objetivos (APO), sendo rapidamente adotado por diversas empresas. É justamente neste cenário que a avaliação de desempenho passou a ser desenvolvida, alicerçada nos objetivos determinados pelas empresas. No entanto, definir objetivos mensuráveis para cada departamento e funcionário não é algo trivial de ser feito, o que colaborou para que muitas organizações deixassem de usar essa metodologia. Com o decorrer do tempo, a análise e o desempenho dos funcionários de uma organização passaram a ser avaliados pelas medidas de seus comportamentos no trabalho, levando em consideração o desenvolvimento de padrões comportamentais predefinidos, o que levou as organizações a focarem no comportamento organizacional de seus empregados como mensuração avaliativa de desempenho. No início dos anos 1960, as organizações empresariais mantiveram essa abordagem de avaliação e criaram o Behaviorally Anchored Rating Scales (Escalas de classificação com ancoragem comportamental), mais conhecido por suas iniciais “Bars”. Esse tipo de formato avaliativo Bars acabou sendo aperfeiçoado nos anos seguintes, continuando a ser uma marca dos sistemas de gestão de desempenho, tornando-as futuramente mais populares. Com a participação de Comportamento organizacional de seus empregados como mensuração avaliativa de desempenho. 17 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Atividades de Estudos: 1) Com a participação de líderes, funcionários e clientes no processo de análise avaliativa de desempenho, passou-se a avaliar também os aspectos diferentes que cada líder ou gestor possui com seu funcionário devido à função exercida por eles. Assim, ferramentas como a avaliação 360º evoluíram a partir de tendências organizacionais, como: maior foco na satisfação dos clientes. I – Envolvimento de funcionários. II – Equipes de trabalho autogeridas. III – Menor foco na satisfação dos clientes. Assinale a alternativa correta: a) As sentenças I e II estão corretas. b) As sentenças I, II e III estão corretas. c) As sentenças II e III estão corretas. d) As sentenças I e III estão corretas. líderes, funcionários e clientes no processo de análise avaliativa de desempenho, passou-se a avaliar também os aspectos diferentes que cada líder ou gestor possui com seu funcionário devido à função exercida por eles. Assim, ferramentas como a avaliação 360º evoluíram a partir de tendências organizacionais, como o envolvimento de funcionários, equipes de trabalho autogeridas e maior foco na satisfação dos clientes. Foi durante os anos 1990 e 2000 que as competências passaram a ser o centro das atenções no desenvolvimento do capital humano das organizações empresariais, o que levou à diversificação de modelos de competências criados para servirem como base para avaliações de desempenho. Neste contexto, podemos definir competências como conhecimento, habilidades,capacidades e demais características pessoais. Em suma, podemos perceber neste breve histórico que a análise de processos está relacionada diretamente à gestão de desempenho, sendo focada em resultados em conjunto com a avaliação comportamental, o que nos mostra que é fundamental avaliar tanto os resultados quanto o modo como eles foram alcançados, ou seja, o comportamento no trabalho. É fundamental avaliar tanto os resultados quanto o modo como eles foram alcançados., 18 Análise e Transformação de Processos O que são Processos Caro acadêmico, a partir deste momento verificaremos que os processos, bem como os conceitos sobre os mesmos, estão relacionados a tudo o que fazemos, percebemos ou até o que acontece no planeta Terra. Se você observar, a vida na Terra enfrenta constantemente uma sucessão de fenômenos ou eventos, sejam eles causados pelo homem, animais, natureza ou não. Por exemplo, o homem, ao extrair madeira de uma árvore, ele pode transformá-la em uma mesa ou cadeira, tornando-a útil para seu próprio consumo. Nessas atividades, as sequências de transformação da matéria-prima (madeira) em um produto final (mesa) é o que chamamos de processo. O envelhecimento das pessoas nada mais é do que o processo dos tecidos e dos órgãos, de um estado de maior vitalidade para um estado progressivo de menor vitalidade, levando o indivíduo até a morte. Observe que para cada um desses exemplos de processo é possível estabelecer a seguinte relação fundamental: ENTRADA TRANSFORMAÇÃO PRODUTO Um outro exemplo sobre processo pode ser “escovar os dentes”, em que teremos como preocupação a necessidade geradora do processo, ou seja, obter dentes saudáveis. Vejamos esse processo conforme a figura a seguir. Figura 2 – Modelo de processo escovar os dentes Fonte: Disponível em: <https://image.slidesharecdn.com/ processosprofamelisa-120904085646-phpapp02/95/processos-9-728. jpg?cb=1346749381>. Acesso em: 13 nov. 2017. 19 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Podemos ver claramente, conforme a visão esquemática da figura anterior, a possibilidade de identificar, em cada processo, a presença de três agentes, sendo eles: • Entrada, à qual pertence a matéria-prima ou insumo que será transformado em outra coisa. • A transformação em si, composta pelo processo que agrega valor. • O resultado da transformação, ao qual nós chamamos de produto ou saída. Seguem alguns conceitos sobre processo. Conforme a Norma NBR ISO 9000 (2000), processo é um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas). Segundo Thomas H. Davenport (1994, s.p.), em Reengenharia de Processos, processo é: 1. Conjunto de atividades estruturadas e medidas destinadas a resultar em um produto especificado para um determinado cliente mercado. 2. Ordenação específica das atividades de trabalho, no tempo e no espaço, com um começo, um meio, e inputs e outputs claramente identificados. De acordo com Geary A. Rummler e Alan P. Brache (em Melhores Desempenhos das Empresas), processo é uma série de etapas criadas para produzir um serviço ou um produto. Conforme podemos verificar, o termo “processo” possui várias definições, todas analógicas e complementares entre si e alinhadas conforme sua descrição apresentada. Atividades de Estudos: 1) O envelhecimento das pessoas nada mais é do que o processo dos tecidos e dos órgãos, de um estado de maior vitalidade para um estado progressivo de menor vitalidade, levando o indivíduo até a morte. No processo podemos estabelecer a relação fundamental, sendo composta por: I – Entrada II – Transformação III – Produto IV – Resultado 20 Análise e Transformação de Processos Assinale a alternativa correta: a) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) As sentenças I, II e III estão corretas. c) As sentenças II, III e IV estão corretas. d) As sentenças I e II estão corretas. Sabemos que qualquer atividade a ser realizada por uma pessoa, grupos de pessoas ou organizações empresariais, pode ser vista como um processo. Partindo desse princípio, veremos que o sucesso de um produto ou serviço depende do processo em que o mesmo foi desenvolvido, o que nos leva a tratar do tema dessa seção textual, “Como gerenciar processos”, observando as etapas do mesmo e tendo como foco o gerenciamento, ou seja, a administração de processos e demais recursos envolvidos. O desafio que todo empresário, líder ou gestor enfrenta é exatamente levar a organização a conseguir lucros atrativos, porém, para que isso seja possível é fundamental saber gerir com eficácia e eficiência os processos organizacionais da empresa, pois somente assim os gestores poderão reduzir custos, aumentando as receitas para que a organização possa permanecer e tornar-se competitiva com um alto valor agregado no mercado de consumo. No entanto, os processos tendem a tomar duas direções opostas entre si, cujo direcionamento está relacionado diretamente ao gestor do processo e sua equipe envolvida, sendo assim, o processo pode ser controlado por você ou você pode ser controlado por ele. Aplicando essas direções às organizações na prática, o primeiro passo a ser dado é analisar o ambiente de trabalho, para isso é preciso conhecer a rede de processos existentes na organização, cada etapa envolvida, suas interações e seus resultados alcançados, quer sejam positivos ou negativos. Voltando ao controle de processos, vamos analisar o primeiro caminho ou direção que as organizações almejam trilhar, em que o resultado é alcançado conforme o controle positivo do processo, ou seja, resultado esperado (positivo). Controlar o processo envolve relações definidas e planejadas de causa e efeito, em que o domínio e controle da situação geram resultados conforme esperados, os quais são advindos como consequências e estímulos nas variáveis dos agentes de entrada e transformação desses processos. Para obtermos um O processo pode ser controlado por você ou você pode ser controlado por ele. Como Gerenciar Processos 21 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 melhor entendimento do que estamos falando, vejamos o seguinte exemplo: no processo de produção de veículos em uma organização montadora de automóveis, os automóveis são produzidos em três considerações: qualidade, quantidade e prazos planejados. Observe que existe uma disciplina, ou seja, obediência às relações de causa e efeito, determinando assim uma ordem previsível e estável. A figura a seguir representa essa previsibilidade, a qual expressa a “normalidade” esperada. Figura 3 – Processo sob controle São Planejadas Entradas/INPUTS Transformações São Controladas Saídas/Respostas São Esperadas Fonte: Maranhão e Macieira (2004, s.p.). Conforme podemos observar, a figura representa um processo sob controle, em que o resultado ocorre conforme o esperado, ou seja, é positivo. Agora vamos analisar a segunda direção, justamente quando o resultado de um processo não é o esperado. Neste caso, não existe controle do processo, ou seja, infelizmente não temos o domínio da situação, o que nos leva a não conseguirmos determinar ou prever os resultados, pois os estímulos nas variáveis dos agentes de entrada e transformação desses processos estão fora de nosso controle. Novamente convido você a observarmos o exemplo a seguir para uma melhor compreensão desta situação. O processo de emergência de um hospital desestruturado, cujos pacientes politraumatizados, ao chegarem, são atendidos ou não, com recursos insuficientes, contendo pessoal sem treinamento, desinteressado e que não dispõe de rotinas padronizadas de atendimento médico, ou seja, protocolos. A figura a seguir representa essa imprevisibilidade, que é expressada como a “anormalidade” esperada. 22 Análise e Transformação de Processos Não São Planejadas Entradas/INPUTSTransformações Não São Controladas Saídas/Respostas Não São Esperadas Figura 4 – Processos sem controle Fonte: Maranhão e Macieira (2004, s.p.). Conforme vimos, a figura nos apresenta uma situação próxima do caos, o que muitas vezes é uma realidade vivenciada por algumas organizações. A verdade relevante é justamente sabermos se nós governamos a situação (processos sob controle) ou se somos governados pelos acontecimentos (processos fora de controle). Toda organização precisa ter seu processo sob controle, afinal, é dele que depende o sucesso de seu negócio empresarial, logo, é preciso saber aplicar o gerenciamento dos processos de negócio, pois através dele sua organização se desenvolverá, melhorando a eficiência e a qualidade do trabalho produzido. Vejamos a figura a seguir: Figura 5 – Gerenciamento de Processos Fonte: Disponível em: <http://www.intelly.com.br/img_ processos.html>. Acesso em: 13 nov. 2017. 23 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Conforme a figura anterior, podemos ver cinco etapas que envolvem o gerenciamento de processos, as quais fazem parte do processo e devem ser analisadas, executadas e monitoradas continuamente para que a organização, além de obter qualidade em seus processos, possa mantê-los sob controle, para continuar sendo uma organização competitiva no mercado. A primeira etapa está relacionada a identificar e documentar os processos, os quais serão mapeados, modelados e inter-relacionados. Já na segunda etapa ocorre a integração do gerenciamento dos processos da organização, é nessa etapa que serão trabalhados o alinhamento estratégico, links para documentos e aplicações e portal web de gerenciamento de processos. A terceira etapa é responsável por criar representação gráfica dos processos, desenvolvendo também o portal web de gerenciamento de processos, mapas e fluxos de processos e instruções de trabalho. A quarta etapa atua no monitoramento, análise e melhoria dos processos, em que é trabalhada a medição de desempenho dos processos, análise, simulação e otimização e o gerenciamento de risco. Por fim, a quinta e última etapa está relacionada ao engajamento das pessoas aos processos, nesta etapa sua meta é tornar explícitos os papéis e responsabilidades, personalização da informação e interatividade, feedback e plano de ação. Assim, o gerenciamento do processo de negócio, além de estar envolvido nessas cinco etapas, é responsável pelas atividades relacionadas ao objetivo principal da organização, ou seja, entregar produtos ou serviços aos seus clientes com qualidade, segurança e garantia. Atividades de Estudos: 1) No processo de produção de veículos em uma organização montadora de automóveis, os automóveis são produzidos em três considerações: I – Qualidade II – Quantidade III – Prazos planejados IV – Feedback 24 Análise e Transformação de Processos Assinale a alternativa correta: a) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) As sentenças I e II estão corretas. c) As sentenças II, III e IV estão corretas. d) As sentenças I, II e III estão corretas. Gestão de Processos Agora passaremos a analisar a gestão de processos aplicada às organizações empresariais, iniciaremos abordando a palavra gestão. O que vem a significar gestão? Podemos construir diversos conceitos sobre este assunto, porém relacionaremos gestão em dois sentidos, o primeiro está relacionado ao gestor (líder) e o segundo ao tempo (período). Para assimilarmos melhor a importância de nosso raciocínio lógico, vejamos um exemplo. Digamos que você foi contratado para assumir a gestão de uma fábrica de bicicletas: bom, você tem agora um compromisso com a empresa, a qual passará a estar sob sua gestão. Se sua gestão será boa ou ruim, isso dependerá de sua competência e habilidades adquiridas, ser um excelente gestor envolve liderança e resultados acima da média. Como você pode ver, essa não é uma simples tarefa, mas uma missão que poucos conseguem alcançar. Vimos que a gestão está relacionada à liderança e ao tempo. No entanto, o que você irá gerir, gerenciar, administrar, monitorar? Bom, na verdade são processos. O que vem a ser processos? Conforme vimos anteriormente, processos são séries de etapas criadas para produzir um serviço ou um produto. Infelizmente, muitos gestores fracassam por vários motivos, alguns não têm conhecimento e vivência em liderança, outros não sabem o que significam os processos e nem como interagir com os mesmos, e assim por diante. Caro amigo leitor, precisamos entender a importância que o gestor de processos representa para a organização, e a contribuição que a sua gestão proporcionará não somente para a empresa, mas principalmente para o mercado de trabalho. Voltemos agora ao nosso exemplo da fábrica de bicicletas. Como já sabemos o que é gestão, vamos agora aplicar a gestão de processos na prática. Precisamos extrair algumas informações em nosso exemplo que nos ajudarão a desenvolver uma excelente gestão. Sabemos que toda organização possui normas, valores, missão, objetivos e metas a serem alcançadas, mas para isso é preciso conhecer o produto que iremos produzir, em nosso exemplo, o produto é a bicicleta e seus acessórios, ou seja, os componentes que fazem parte de uma bicicleta. Após 25 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 adquirirmos informações sobre os mesmos, iremos atuar na gestão com maior segurança e confiança no processo organizacional. A gestão de processos tem a responsabilidade de planejar, monitorar, avaliar e fazer a revisão dos processos da organização, sempre com o foco na melhoria contínua e no alcance dos objetivos e metas. Portanto, ao assumirmos o cargo de gestor de uma fábrica de bicicletas, estaremos assumindo um desafio muito importante, gerenciar processos e os recursos envolvidos no mesmo, ou seja, pessoas, ferramentas, máquinas, matérias-primas, stakeholders (partes interessadas) e etc. A eficácia da gestão de processos depende do gestor, para que o mesmo tenha êxito é preciso ter visão empreendedora frente aos desafios enfrentados. As organizações exercem inúmeras atividades cotidianas contínuas, as quais são enquadradas em seus processos organizacionais, atuando de forma integrada para atender e alcançar os principais objetivos e metas da empresa. Imagine os diversos setores que uma fábrica de bicicletas possui: compras, financeiro, logística, pintura, produção, manutenção, estoque, projetos, tecnologia da informação, montagem, testes, fornecedores, clientes, qualidade, vendas, jurídico, contabilidade, entre outros. Imagine agora que cada um desses setores possui subsetores ligados a eles, por exemplo, o setor de vendas possui vendedores internos e externos com salários diferenciados e comissão sobre as vendas. Como você poderia exercer uma excelente gestão nesta fábrica de bicicletas? A resposta está relacionada ao tempo que você disponibilizará para conhecer a fábrica, seu ramo de segmento, produto desenvolvido, mercado de atuação, colaboradores envolvidos, ou seja, você precisa conhecer o processo organizacional da fábrica de bicicletas e os recursos envolvidos no mesmo, para somente depois exercer sua gestão como líder, mas lembre-se que o verdadeiro líder forma outros líderes. Como sabemos, toda organização precisa gerar resultados positivos, logo, aplicar a gestão de processos em uma empresa é exatamente atuar na gestão de processos organizacionais. Partindo desse princípio, a gestão de processos consiste em unificar duas áreas essenciais de uma empresa, a gestão de negócios e a tecnologia da informação, cujo objetivo é otimizar os resultados da organização melhorando o seu processo de negócio. Conforme vimos, a gestão de processos interage com várias atividades realizadas na empresa pelos diversos departamentos existentes, revendo, melhorando e Conhecer o processo organizacional, e os recursos envolvidos no mesmo, para somente depoisexercer sua gestão como líder, mas lembre-se que o verdadeiro líder forma outros líderes. 26 Análise e Transformação de Processos Atividades de Estudos: 1) Com a implantação da gestão de processos na organização, você, como gestor, poderá integrar sua equipe, seus sistemas e seus processos, interligando tudo isso ao negócio da empresa, tornando-a uma escolha para seus clientes. Além disso, você poderá: ( ) Concentrar o foco no trabalho e desenvolver aplicações de abordagens inovadoras. ( ) Utilizar com dificuldade os indicadores de desempenho. ( ) Elaborar e implementar estratégias organizacionais. ( ) Facilitar a gestão do conhecimento, tecnologia e informação organizacionais à gestão de incompetências. ( ) Planejar e tomar decisões com resultados esperados. padronizando as operações em seus processos. Devido à crescente concorrência no mercado, o uso da gestão de processos organizacionais não é uma opção, mas uma necessidade para as organizações, pois ela tende a proporcionar o diferencial que as empresas precisam para crescerem no mundo dos negócios. Além disso, com a implantação da gestão de processos na organização, você, como gestor, poderá integrar sua equipe, seus sistemas e seus processos, interligando tudo isso ao negócio da empresa, tornando-a uma escolha para seus clientes. Além disso, você poderá: • concentrar no foco do trabalho; • desenvolver aplicações de abordagens inovadoras; • utilizar com simplicidade os indicadores de desempenho; • elaborar e implementar estratégias organizacionais; • facilitar a gestão do conhecimento, tecnologia e informações organizacionais; • planejar e tomar decisões com resultados esperados. Como gestores de processos organizacionais é fundamental nos aprofundarmos em assuntos relacionados à gestão de processos, ter estilo empreendedor, postura empresarial, conhecimentos sólidos em gestão de equipes e liderança, raciocínio lógico, criativo e inovador, além de domínio de sistemas de informação e comportamento organizacional. Esses são apenas alguns dos requisitos que um gestor organizacional precisa adquirir. 27 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta das respostas: a) F – V – F – V – V. b) V – F – V – V – F. c) V – F – V – F – V. d) V – V – F – V – F. A Importância da Gestão de Processos Através da gestão de processos, o gestor, além de planejar, executar e monitorar cada etapa do processo, ainda projeta, acompanha e analisa o desempenho de cada profissional envolvido no processo. Através desse envolvimento, o gestor de processos possibilita a interação entre os funcionários, motivando-os de forma que eles consigam proporcionar resultados significativos para a empresa, agregando valores aos produtos e serviços oferecidos aos seus clientes por meio de seus processos. A gestão de processos possui alguns objetivos, dentre os quais destacamos: • conhecer e mapear os processos organizacionais; • proporcionar a padronização e uniformidade dos processos; • fornecer informações em procedimentos e manuais de gestão; • fazer implantações de melhoria contínua nos processos, tendo como foco maior eficiência e eficácia; • desenvolver novas metodologias visando alcançar melhores práticas para a gestão de processos; • disponibilizar monitoramento, análise, controle e avaliação de desempenho dos processos. Para que as organizações consigam ter êxito em seus processos é preciso saber qual direção seguir, utilizando ferramentas de qualidade para que o processo obtenha o menor risco possível de uniformidade de produtos e serviços, para isso, é de extrema importância saber utilizar o fluxograma da gestão de processos. Observe a figura a seguir: 28 Análise e Transformação de Processos Figura 6 – Fluxograma gestão de processos Fonte: Disponível em: <http://www.gestaodesegurancaprivada.com.br/ gestao-de-processos-organizacionais>. Acesso em: 13 nov. 2017. Conforme a figura anterior, podemos ver claramente a junção das habilidades que os líderes deverão executar em cada etapa do processo, correlacionando as áreas funcionais com a comunicação das informações advindas do processo, permitindo a harmonização das atividades e estabelecendo diretrizes, de forma a fundamentar o gerenciamento do trabalho em equipes. Outro ponto que não podemos deixar de comentar diz respeito aos objetivos da organização, os quais devem ser divulgados e compreendidos claramente por todos os colaboradores envolvidos na empresa e pelas partes interessadas, pois quando a gestão de processos está alinhada com os objetivos da organização, o alcance de sua missão é inevitável. No decorrer das atividades processuais da organização, os mesmos acabam afetando os objetivos traçados pela empresa, por isso é preciso determinar os objetivos dos processos e suas metas, alinhando, assim, os objetivos destes com os da organização. Diante desse cenário organizacional, os colaboradores envolvidos nos processos precisam ser capazes de identificar de que forma a conclusão de seus objetivos pode interferir nos resultados finais dos produtos e serviços advindos da organização. Como vimos anteriormente, as organizações empresariais vivem em busca de resultados positivos, e estão dispostas a realizar investimento nas mais diversas áreas, tais como: tecnologia, ferramentas, máquinas, processos, pessoas, entre outras. 29 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 O gerenciamento das atividades diárias das organizações é desenvolvido pela gestão de processos, o qual tem como desafio fazer com que o cliente venha a perceber o benefício que a organização tem em seus processos bem definidos e mapeados. Contudo, é imprescindível que a empresa tenha conhecimento de seus processos, tanto internos como externos. Nesta seção, o enfoque está voltado para a importância da gestão de processos aplicados em organizações, sendo assim, vimos que todo processo produz valor agregado ao produto ou serviço a ser oferecido ao cliente, e que até os recursos humanos passam por esse movimento de valorização, tornando- se conhecidos como capital humano. Na gestão de processos é fundamental conhecer as necessidades do cliente, para se evitar desperdícios nos processos, retrabalhos e principalmente insatisfação do cliente, afinal, saber o que o cliente quer não é difícil, mas surpreender a expectativa dele faz toda a diferença no mundo dos negócios. Podemos afirmar que o sucesso de uma organização empresarial está relacionado a sua gestão de processos, e não podemos esquecer que se uma microempresa não consegue ser eficiente em sua gestão de processos, jamais conseguirá ser eficiente sendo uma grande empresa. A seguir, apresentaremos a modelagem de processos, ou seja, as atividades na análise de processos, bem como alguns elementos fundamentais que fazem parte dessa modelagem processual da organização. Atividades de Estudos: 1) De acordo com o texto “A importância da gestão de processos”, analise as seguintes afirmações: I – As organizações empresariais vivem em busca de resultados positivos ou não. II – O gerenciamento das atividades diárias das organizações é desenvolvido pela gestão de processos. III – Na gestão de processos é fundamental conhecer as necessidades do cliente, para se evitar desperdícios nos processos, retrabalhos e, principalmente, insatisfação do cliente. IV – O sucesso de uma organização empresarial está relacionado a sua gestão de processos. 30 Análise e Transformação de Processos Assinale a alternativa correta: a) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) As sentenças I e II estão corretas. c) As sentenças II, III e IV estão corretas. d) As sentenças II e IV estão corretas. Atividades na Análise de Processos Conforme falamos anteriormente, veremos agora a modelagem referente à análise de processos, ou seja, a aplicação das atividadesde análise de processos. Para termos um melhor raciocínio lógico sobre o que estamos falando, convido você a juntos modelarmos o nosso primeiro processo sob a ótica da gestão, para isso usaremos um exemplo simples, o processo de “preparar café”. Primeiramente devemos nos concentrar na qualidade do resultado a ser gerado junto ao nosso cliente, ou seja, a satisfação de quem irá tomar o café, isso é justamente o que chamamos de modelar o processo a partir do valor. Bom, iniciando, devemos ter em mente algumas perguntas, como: Qual o café que satisfará o cliente? O café será passado no coador ou expresso? Puro, com açúcar ou adoçante? Em xícara pequena ou dupla? Normal ou descafeinado? Observe que precisamos realizar uma pesquisa junto ao ciente para sabermos suas necessidades, pois ao modelarmos nosso processo a partir dos objetivos, minimizamos consideravelmente o risco de resultados desagradáveis, como frustração de expectativas, desperdícios e retrabalho. Por isso, é fundamental perguntar ao cliente quais suas verdadeiras necessidades e como ele as deseja. Agora, digamos que em nosso exemplo o cliente deseja o café expresso, servido com açúcar mascavo, xícara tamanho pequena, e normal, ou seja, sem restrição de consumo de cafeína. Temos agora o que chamamos de carta de serviços. Bom, acabamos de realizar a modelagem do processo “preparar café”. Com isso, podemos verificar se realmente temos condição ou não de iniciar a gestão de processos conforme o solicitado pelo cliente. Apesar de o exemplo apresentado ser simples, executivos e gestores de processos fazem cotidianamente a gestão de seus negócios a partir de uma visão similar a essa. Existem alguns conceitos de gestão de processos que fazem parte da análise de processos organizacionais, sendo cinco etapas, conforme a figura a seguir: Primeiramente Devemos nos concentrar na qualidade do resultado a ser gerado junto ao nosso cliente 31 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Figura 7 – Etapas gestão de processos Fonte: Disponível em: <https://www.ecrconsultoria.com.br/biblioteca/artigos/gestao- da-informacao/a-importancia-da-gestao-por-processos>. Acesso em: 13 nov. 2017. Vejamos o papel de cada uma dessas etapas conforme a figura anterior. • Mapeamento: é nesta etapa que ocorrem as pesquisas de informações e levantamento de dados sobre todos os processos, é fundamental realizar entrevistas com todos os envolvidos no processo. • Modelagem: é o desenho do fluxo dos processos, o qual pode ser realizado em diferentes ferramentas e notações. Podemos também dizer que é o caminho que as matérias-primas (informações ou materiais) percorrem até se tornarem produtos ou serviços finais da organização. • Oportunidade de melhoria: ocorre através das etapas anteriores, levando em consideração a análise e a verificação de gargalos objetivando a aplicação da melhoria contínua. • Implantação/padronização: nesta etapa descrevemos cada uma das tarefas a serem executadas no processo, a padronização é muito importante, pois qualquer colaborador com as competências exigidas para a atividade poderá exercer o processo. O POP (Procedimento Operacional Padrão) é um modelo muito utilizado pelas organizações para padronização. • Monitoramento: depois de todas as aplicações, é necessário que o desempenho do processo seja acompanhado e monitorado, sendo feito através da identificação de indicadores de desempenho dos processos para mensurar o alcance dos resultados esperados. Essas cinco etapas merecem atenção e comprometimento de todos da organização. Esse estilo de gestão deve ser compartilhado com todos, tornando- se imprescindível sua participação, a qual vai da gestão até o pessoal da linha de frente, pois são as pessoas que executam os processos, sendo os principais responsáveis pelos resultados atingidos. 32 Análise e Transformação de Processos Dentre as vantagens da gestão de processos podemos citar a agilidade da execução dos processos, bem como a multiplicação do conhecimento, a padronização da produção, a eficácia da gestão, a eficiência no processo e a melhoria contínua da qualidade dos produtos e serviços. É preciso não somente saber como fazer, mas principalmente o porquê estamos fazendo, pois essas premissas nos proporcionam mais qualidade, com melhores desempenhos, objetivando sempre resultados inovadores ao mercado consumidor. Ao aplicarmos as atividades na análise e gestão por processos, temos: • maior facilidade e agilidade na execução dos processos; • melhor eficácia e eficiência; • implementação de melhorias contínuas; • visão corporativa; • produtos e serviços com garantia e qualidade. As atividades nas análises de processos envolvem a cadeia de valor, que é um modelo de estruturação das atividades desenvolvidas pelas empresas, visando garantir a máxima qualidade do serviço e produto ao cliente final. Em nosso exemplo sobre o processo “preparar café”, a cadeia de valor é composta por três etapas conhecidas, os insumos, ou seja, as matérias-primas que serão transformadas (pó de café, açúcar e água), as referências que serão observadas (manual de instrução da cafeteira) e recursos de infraestrutura que serão consumidos (cafeteira). É importante saber que cada processo pode ser produzido por uma pessoa diferente, o que nos leva a uma cadeia de valor interagindo em prol de um produto ou serviço, por isso é importante que cada pessoa possa modelar seus resultados pessoais de suas atividades individualmente. Quando envolvemos todos os participantes na descrição de um processo e não apenas um grupo de trabalho, conseguimos um comprometimento bem maior na iniciativa de gestão de processos. Vejamos algumas vantagens na modelagem de análise de processos: • Conformidade – o responsável pelo resultado é quem o descreve. • Qualidade – todos podem aprofundar suas descrições. • Comprometimento – todos modelam os processos e não somente um grupo de trabalho. • Velocidade – todos descrevem os resultados de seu trabalho simultaneamente. 33 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Agora, podemos fazer gestões a partir de modelagens, por exemplo: identificando quais seriam os potenciais fornecedores de insumos, referências e infraestruturas. As organizações mais eficientes entendem que elas entregam valor ao cliente através da execução dos seus processos de negócio, e que seus resultados estão intimamente ligados ao desempenho dos mesmos. Mediante isso, precisamos entender que as atividades desenvolvidas durante a modelagem de um processo é que proporcionarão aos clientes um produto ou serviço satisfatório. Atividades de Estudos: 1) Quando envolvemos todos os participantes na descrição de um processo e não apenas um grupo de trabalho, conseguimos um comprometimento bem maior na iniciativa de gestão de processos. Vejamos algumas vantagens na modelagem de análise de processos: I – Conformidade II – Qualidade III – Comprometimento IV – Velocidade ( ) O responsável pelo resultado é quem o descreve. ( ) Todos modelam os processos e não somente um grupo de trabalho. ( ) Todos descrevem os resultados de seu trabalho simultaneamente. ( ) Todos podem aprofundar suas descrições. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta das respostas: a) I – III – IV– II. b) I – II – IV – III. c) I – III – II – IV. d) II – III – IV – I. 34 Análise e Transformação de Processos Tarefas Definidas como: Pensar, Agir E Aprender Conforme falamos anteriormente, a modelagem de um processo são atividades desenvolvidas com o objetivo de produzir um produto ou serviço ao cliente, porém, para que essas atividades sejam executadas, é necessário primeiramente serem prescritas objetivando melhoria na execução. Essa prescrição é o que chamamos de tarefa, ou seja, é um trabalho prescrito, o qual se refere àquilo que a pessoa vai realizar. As tarefas para gerenciaros processos no cotidiano estão relacionadas aos conceitos de viabilização da execução, realização dos processos, acompanhamento e controle do desempenho dos processos, ajustando ou realizando modificações no processo de curto prazo. Diante desse contexto, aplicaremos a metodologia das tarefas definidas como pensar, agir e aprender. Pensar: ao trabalharmos com processo devemos pensar ou idealizar o que será prescrito, esse raciocínio lógico nos leva ao projeto desenho dos processos, os quais estão centrados na importância da estratégia da associação de processos com a modelagem e melhoria dos processos. Para isso, é preciso ter conhecimento, ou seja, entender o ambiente interno e externo e a estratégia da organização, estabelecendo métricas ou indicadores de desempenho para acompanhar o desempenho dos processos, bem como os subprocessos e atividades que sejam alocadas para os diferentes níveis e unidades organizacionais envolvidas no processo. O gestor de processos deve analisar os elementos internos e externos envolvidos no processo, observando os resultados gerados pelos mesmos, objetivando orientações ou direcionamentos para o desenho de processos, definindo a abordagem de mudança e seleção de processos, condicionando todas as tarefas necessárias para o desenho de processos. Devemos ter em mente que os elementos do ambiente externo, além de impactarem o desenho do processo, possuem influência sobre como os processos serão gerenciados diariamente, bem como a escolha metodológica que a organização deve utilizar para se sustentar, buscando inovação, visando assim, aumento de valor agregado aos seus clientes atuais e futuros. Para isso, é preciso que as organizações estabeleçam estratégias, objetivos e abordagem para poderem promover mudanças no projeto do processo. Para termos uma ideia da importância de patrocínio para mudança, boa parte das falhas que ocorrem na gestão de processos está associada à dificuldade e à incapacidade de se promoverem mudanças no comportamento dos indivíduos, e 35 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 consequentemente nas organizações. Para solucionar esse problema, além da conscientização do patrocínio para mudança pelos funcionários, é preciso que os que estão envolvidos no processo entendam a forma como ele está definido ou como ele é compreendido, pois somente assim a tarefa de entendimento, seleção e priorização de processos obterá êxito pela organização, tanto no ambiente externo como interno. Existem alguns elementos que são usados na seleção de processos, tais como: análise competitiva, análise da cadeia de valor, fatores críticos de sucesso, objetivos e metas da organização e indicadores de desempenho. Esses elementos são responsáveis por reforçarem o relacionamento desta tarefa com a tarefa de análise externa e interna. Além da seleção de processos, é preciso também entender, selecionar e priorizar ferramentas de modelagem, que, conforme vimos, está fortemente associada à gestão de processos, bem como aplicar as técnicas de melhoria nos mesmos, além de desenvolver e formar equipes de gestão de processos. Afinal, sabemos que toda organização enfrenta problemas em seus processos, por isso é fundamental definir e priorizar problemas oriundos de resultados indesejáveis, assim como desenvolver soluções que eliminem o problema e estabilize o processo. Mediante esse entendimento, podemos concluir que as soluções são ações que devem ser implementadas sobre os processos, de forma que venham a minimizar os problemas que impactavam o desempenho e a qualidade do processo. Conforme a figura a seguir, podemos ter uma visão do que estamos falando: Figura 8 – Tríade: característica – solução – problema Características: Dificuldades para atendimento das particularidades e natureza dos processos Pressupostos Centrais: - Interdependência sequencial característica-proble-solução - Falta de quadros conceituais específicos para a caracterização de processos Soluções: Dificuldades para formular e colocar em prática as soluções para as causas dos problemas Problemas: Dificuldades para entendimento das causas dos efeitos indesejados ou das consequencias negativas decorrentes do desempenho dos processos Fonte: Paim et al. (2009, s.p.). 36 Análise e Transformação de Processos Podemos verificar, conforme a figura, que o redesenho de um processo gera resultado nas melhorias que foram implantadas pela organização, padronizando um novo método para realizar os processos que foram melhorados, porém é preciso definir práticas de gestão e execução dos processos, modelando-os, e caso haja necessidade, definir mudanças de novos processos, bem como a implantação dos mesmos. Agir: é utilizar a gestão dos processos diariamente, gerenciando de forma que o trabalho ocorra conforme o esperado ou projetado. Conforme vimos, essa metodologia de tarefas é progressiva e contínua, objetivando sempre alcançar resultados esperados, por isso a sequência lógica das tarefas deve ser desenvolvida passo a passo. Após a primeira tarefa “pensar”, devemos agir, ou seja, executar conforme o planejado, isso envolve prescrever essa segunda tarefa de forma que a pessoa que for agir consiga obter êxito. Essa ação envolve tarefas de implementar, colocando em prática novos processos, de tal forma que venha a promover a realização dos processos, os quais envolvem planejamento, programação e alocação de recursos, acompanhando não somente a execução e controle dos processos, mas, sobretudo, realizar mudanças em curto prazo. A característica da implementação de novos processos e das mudanças, as quais ocorrem no início da execução dos processos, chamamos de “operação assistida”. No entanto, para promovermos a realização dos processos, é fundamental que você possa gerir com dinamismo o funcionamento dos mesmos, lembrando que para tal tarefa devemos utilizar novas práticas de gestão. Mediante isso, precisamos acompanhar, monitorando a execução desses processos, cujo objetivo visa identificar a trajetória de desempenho, sendo possível controlar o processo e formar um histórico de desempenho para se conhecer melhor o processo relacionado às tarefas interna ou externa. Ao aplicarmos a comparação de desempenho nestas tarefas, podemos utilizar dados acumulados no acompanhamento dos processos, isso facilita a realização de benchmarking, que é um processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais, sendo uma importante ferramenta utilizada pelas organizações na gestão de seus processos. Conforme falamos anteriormente, quando temos o controle de processos, os resultados são favoráveis e, além disso, esse controle de processos advém da intervenção da mudança da trajetória de desempenho. Controlar um processo envolve, além do monitoramento, analisar ou diagnosticar os desvios tomando decisões de ações de controle corretivo ou preventivo. A figura a seguir apresenta na letra (a) uma intervenção de controle preventivo, mostrando que o processo pode sair dos limites de controle conforme a plotagem dos dados. Já no gráfico da letra (b) podemos ver que os limites de controle do processo superior e inferior já foram ultrapassados, necessitando, portanto, de uma intervenção corretiva. Para tal tarefa devemos utilizar novas práticas de gestão. Quando temos o controle de processos, os resultados são favoráveis e, além disso, esse controle de processos advém da intervenção da mudança da trajetória de desempenho. 37 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Figura 9 – Gráfico de controle: exemplos de ações de controle corretivas e preventivas Fonte: Paim et al. (2009, s.p.). O objetivo desses gráficos de controle é justamente prover melhorias no processo, para que o desempenho do mesmo permaneça dentro dos limites de controle. Outros métodos de melhorias podem ser utilizados também, por exemplo, o Seis Sigma,que é um conjunto de práticas desenvolvidas para maximizar o desempenho dos processos dentro da empresa, eliminando os seus defeitos e as não conformidades de acordo com as especificações de fábrica; e o CEP, que é o controle estatístico de processos, ou seja, é uma ferramenta de análise de dados que consiste na aplicação de técnicas estatísticas, objetivando a análise comportamental da plotagem dos dados, bem como mensurar possíveis falhas no processo. Portanto, ao aplicarmos o CEP na gestão de processos, podemos avaliar o desempenho do processo visando proporcionar suporte para correção de falhas, pois o CEP serve para prevenir perda de qualidade no processo, focando na melhoria contínua. Ao ocorrerem mudanças nas organizações, como aquisição de novas máquinas, utilização de novos sistemas de informação, novos procedimentos no processo, entre outros, é fundamental que a empresa possa adaptar tais mudanças ao seu processo, utilizando os seus indicadores de desempenho 38 Análise e Transformação de Processos para dar feedback às pessoas envolvidas no processo. A flexibilidade é um fator insubstituível quando falamos sobre adaptações em processos, pois o resultado final depende da ajustagem do processo. Agora vamos analisar a terceira tarefa metodológica, “aprender”. Aprender: essa terceira tarefa nos proporciona valor agregado tanto nos conhecimentos teóricos como práticos, através da promoção do aprendizado sobre processos. Se observarmos todos os recursos que temos envolvidos no processo de um produto ou serviço, veremos que tais recursos são advindos da evolução da tecnologia e da informação, portanto é crucial que o gestor de processos entenda a trajetória evolutiva dos processos ao longo dos anos, a qual tem contribuído para aumentar a capacitação do processo. Como seria gerir um processo sem os recursos que temos? Sem tecnologia, computadores, programas, sistemas, e assim por diante? A verdade é que teríamos muitas dificuldades para controlar ou manter o processo sob controle, porém, graças ao avanço da tecnologia, temos os mais diversos recursos tecnológicos ao nosso dispor, os quais nos auxiliam não somente no controle de processos, mas, principalmente, na obtenção de resultados conforme o esperado, ou seja, satisfatórios. Através dos recursos computacionais podemos registrar o desempenho dos processos ao longo do tempo, esse registro fica alocado no banco de dados de desempenho dos processos, podendo ser acessado quando precisarmos. Através dos recursos computacionais podemos registrar o desempenho dos processos ao longo do tempo. Figura 10 – Recursos computacionais Fonte: Disponível em: <http://committi.com. br/?pagina=virtualizacao>. Acesso em: 13 nov. 2017. 39 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 De acordo com a figura anterior, os recursos computacionais possibilitam ao gestor de processos organizacional criar, reter e transferir conhecimentos. O registro de desempenho do processo serve para ser utilizado com as técnicas de controle de processos, que através da análise de desempenho dos processos organizacionais, comparada às melhores práticas, podemos encontrar possíveis problemas de desempenho e as causas que levaram aos mesmos. Sendo assim, é preciso registrar e controlar também os desvios de desempenho que são mais significativos, tudo isso faz parte desta terceira tarefa de aprendizado. Quando percorremos o caminho do processo registrando o seu desempenho, estamos na realidade avaliando sua trajetória de desempenho, podendo criar conhecimento sobre o que pode ou não ser esperado do desempenho do processo. Sabendo que o conhecimento é a fonte de energia para que as organizações possam sobreviver no mercado e obter crescimento, é indispensável manter registrado o conhecimento criado sobre processos, por exemplo: quando uma empresa contrata um novo funcionário para atuar em um de seus processos, ela precisa dar treinamento a esse colaborador, basta apenas acessar o banco de desempenho do processo e repassá-lo ao novo funcionário, o qual, após um tempo, saberá gerir o processo graças ao conhecimento criado e armazenado, o qual descreve todo o processo para a pessoa que irá utilizá-lo, ou seja, o gestor, isso é o que chamamos de gestão de processos organizacionais. Em síntese, conforme o avanço diário da gestão de processos nas organizações, o gerenciamento das informações sobre processos torna-se um fator primordial para as empresas que oferecem produtos e serviços ao mercado de consumo. É preciso registrar e controlar também os desvios de desempenho Atividades de Estudos: 1) As tarefas para gerenciar os processos no cotidiano estão relacionadas aos conceitos de viabilização da execução, realização dos processos, acompanhamento e controle do desempenho dos processos, ajustando ou realizando modificações no processo de curto prazo. Diante desse contexto, aplicaremos a metodologia das tarefas definidas como pensar, agir e aprender. 40 Análise e Transformação de Processos I – Pensar II – Agir III – Aprender ( ) Responsável por idealizar o que será prescrito, este raciocínio lógico nos leva ao projeto desenho dos processos. ( ) Responsável por proporcionar valor agregado tanto nos conhecimentos teóricos como práticos. ( ) Responsável por utilizar a gestão dos processos diariamente, gerenciando de forma que o trabalho ocorra conforme o esperado ou projetado. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta das respostas: a) II – I – III. b) I – II – III. c) I – III – II. d) II – III – I. Processo Organizacional Nesta seção falaremos um pouco sobre processo organizacional, sua composição, funcionamento e atividades desenvolvidas. Primeiramente, sabemos que processos são compostos por etapas ou fases que visam ao desenvolvimento de produtos e serviços e possuem recursos dos mais diversificados possíveis, tais como: matéria-prima, tecnologia, ferramentas, máquinas, pessoas, procedimentos etc. Já a palavra organizacional está relacionada à forma como uma empresa é organizada ou administrada. Então, quando fazemos a junção das palavras “processo organizacional”, podemos dizer que significa um conjunto de atividades inter-relacionadas, envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e informações, que após serem executadas acabam transformando entradas (insumos) em saídas (produtos ou serviços), de forma a atender as necessidades de seus clientes. O processo organizacional é gerenciado por gestores que utilizam sistemas de informação como ferramenta de auxílio para armazenagem, manipulação, aplicação e transferência de informações para os demais setores da empresa envolvidos no processo, de forma que a organização consiga alcançar seus objetivos e metas. Como vivemos na era da tecnologia da informação e 41 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 comunicação, as empresas atuam no comércio eletrônico conhecido como e-business, oferecendo seus produtos e serviços de forma que consigam expandir seus empreendimentos mundo afora. Para termos um conhecimento mais aprofundado e transparente sobre a composição, funcionamento e atividades de um processo organizacional, vejamos um exemplo analógico. Digamos que você foi contratado para gerenciar um processo organizacional de uma empresa, a primeira coisa que você precisa saber é como gerenciará tal processo de forma que consiga gerar resultados satisfatórios para a organização, o qual está relacionado à redução de custos e aumento da produção. Como toda empresa trabalha com negócio, vamos utilizar como ferramenta de auxílio o gerenciamento de processos de negócios (BPM), que é uma abordagem de gerenciamento adaptável, com a finalidade de sistematizar e facilitar processos organizacionais, dentro e fora das empresas. Observe a figura a seguir: Figura 11 – Metodologia de Gestão de Processos deNegócio (BPM) Fonte: Disponível em: <http://www.dheka.com.br/6-fases-ciclo- gestao-processos-negocio/>. Acesso em: 13 nov. 2017. Metodologia de Gestão de Porcessos de Negócio ( BPM ) Projeto 01 02 03 04 05 06 - Método - Meta-modelo - Notação - Ferramenta - Entendimento e documentação de processo - Identificação de atividades candidatos à automação - Definição de sistemas de apoio - Simula alternativas para o comportamento do processo - Testa as regras pré-estabelecidas para verificar se estão de acordo com o objeto da empresa - Testa se as terefas estão sendo executadas de maneira correta - Ideias - Mudanças - Inovação - Acompanhamento do processo implantado - Monitora e controla a execução das instâncias dos processos - Implantação do processo - Execução do processo pelos seus usuários Modelagem Simulação Execução Monitoramento Melhoria 42 Análise e Transformação de Processos Conforme a figura anterior, temos seis etapas que você poderá desenvolver como gestor de processos organizacionais, sendo elas: projeto, modelagem, simulação, execução, monitoramento e melhoria. Aplicando cada uma na prática, temos: 1) Projeto: é a etapa inicial, em que você poderá planejar como o projeto será realizado, identificando os problemas e como resolvê-los. 2) Modelagem: é a etapa do mapeamento e realização das atividades, porém, conforme vimos, é preciso conhecer bem as necessidades do cliente. 3) Simulação: é a etapa em que o processo é simulado com base nas medidas de desempenho do mesmo, podendo ser executado quando o resultado estiver conforme o esperado. 4) Execução: é a etapa de implantação do processo após seu planejamento, podendo ocorrer mudanças na estrutura organizacional, necessitando de treinamento e adaptações ao processo. 5) Monitoramento: é a etapa em que os processos são acompanhados por meio de indicadores de desempenho, verificando se houve desvio, caso isso ocorra, deve-se agir para controlar os desvios. 6) Melhoria: é a etapa em que ocorre a avaliação do processo e levantamento das melhorias, visando modelagens no processo futuro. Após a aplicação do BPM no processo, você conseguirá alcançar seus objetivos na empresa, pois essa ferramenta de gerenciamento de gestão de processos (BPM) atua no alinhamento dos processos da organização às necessidades dos clientes, proporcionando uma metodologia simples e eficiente, focada na melhoria contínua de processos organizacionais. Atividades de Estudos: 1) O gerenciamento de processos de negócios (BPM), que é uma abordagem de gerenciamento adaptável, com a finalidade de sistematizar e facilitar processos organizacionais, dentro e fora das empresas, possui: a) Seis etapas. b) Quatro etapas. c) Cinco etapas. d) Três etapas. 43 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 Conceito, Definição e Estrutura Conforme vimos na seção anterior, o conceito de processos organizacionais está relacionado à entrada de matéria-prima, que são os insumos; a agregação de valor, que é a transformação; e o resultado final, que é a saída de produtos ou serviços destinados aos consumidores. Um processo organizacional também pode ser conceituado como um conjunto de atividades ou tarefas estruturadas, que após se relacionarem produzem um serviço ou produto específico direcionado para seus clientes ou para um cliente particular. Sendo assim, para que a organização defina seu processo, precisamos analisar duas situações correlacionadas entre si, o produto e o processo. Analisar um produto é exatamente buscar conhecimento sobre o mesmo, tais como: que tipo de matéria-prima será utilizada, qual fornecedor deve ser contratado, se o mesmo é local ou não, vida útil do produto, mercado de consumo, normas relacionadas à qualidade do produto, entre outras questões. Depois, devemos buscar conhecimento sobre o processo, ou seja, a metodologia que iremos trabalhar em prol do desenvolvimento do produto e os recursos envolvidos no processo, tais como: que máquinas e ferramentas serão utilizadas, quais tecnologias serão necessárias, que tipo de sistemas iremos utilizar, quais procedimentos metodológicos serão usados, bem como mão de obra especializada etc. Lembrando também que podemos utilizar ferramentas de qualidade e melhoria contínua, como o PDCA, que se baseia em quatro princípios: Plan (planejar), Do (fazer), Chek (checar) e Action (agir), essa ferramenta é muito utilizada por empresas que querem melhorar a gestão através de controle eficiente de seus processos; e o BPM, que, conforme vimos, atua no alinhamento dos processos da organização às necessidades dos clientes, tendo como foco a melhoria contínua. Conforme a figura a seguir, podemos utilizar o PDCA em qualquer processo organizacional para controlar e melhorar o mesmo, de tal forma que os objetivos e metas elaborados pela empresa sejam alcançados. 44 Análise e Transformação de Processos Figura 12 – Ciclo PDCA Fonte: Disponível em: <http://www.gestaodesegurancaprivada.com. br/pdca-o-que-e-conceito-ciclos>. Acesso em: 13 nov. 2017. Quanto à estrutura do processo organizacional, a mesma dependerá de alguns fatores, como: o ramo de atividade da organização, os departamentos existentes na empresa, a quantidade de processos desenvolvidos, o número de funcionários etc. Afinal, essa estrutura será caracterizada pelos produtos e serviços entregues por meio de seus processos aos clientes. Para se ter uma estrutura forte, equilibrada, competitiva, é fundamental que os departamentos existentes não estejam separados, pelo contrário, precisam estar integrados no processo através do sistema integrado de gestão (SIG). Assim, as organizações que atuam com sistema integrado de gestão conseguem fluir em seu processo, evitando possíveis paradas, gargalos e desperdícios, pois a conectividade entre os processos é contínua. Mediante isso, a estrutura do processo organizacional adquire eficiência e eficácia, aumentado o seu valor agregado frente ao mercado de consumo. Atividades de Estudos: 1) Lembre-se de que também podemos utilizar ferramentas de qualidade e melhoria contínua, como o ciclo PDCA. Esse ciclo é baseado em quatro princípios, assinale a alternativa que os apresenta: 45 Introdução à Análise de Processos Capítulo 1 a) Planejar, fazer, correlacionar e agir. b) Projetar, fazer, checar e agir. c) Planejar, desenvolver, checar e agir. d) Planejar, fazer, checar e agir. Algumas Considerações Conforme foi observado neste primeiro capítulo sobre introdução à análise de processos, as organizações exercem suas atividades cotidianas através de tarefas repetitivas ou não em seus processos, porém, para que estas empresas possam obter resultados conforme o esperado, é crucial terem o controle de seus processos. Para que isso seja possível, as organizações precisam buscar conhecimentos aprofundados sobre seus processos, produtos e serviços a serem desenvolvidos. Analisar um processo envolve saber escolher uma excelente metodologia para se aplicar no mesmo, a qual será executada por meio de tarefas como pensar, agir e aprender, pois tão importante quanto analisar e controlar um processo, é saber avaliar e acompanhar o desempenho do mesmo, diagnosticando possíveis desvios através de gráficos de controle, para que tais desvios sejam corrigidos, de forma a prover melhoria contínua no processo. Em suma, tudo o que fazemos em nosso dia a dia são atividades exercidas por processos sequenciais, em que o resultado está relacionado à forma como pensamos e à maneira como agimos, porém, independente do resultado, o processo é um aprendizado contínuo que adquirimos com o tempo. Referências DAVENPORT, Thomas H. Reengenharia de Processos. Rio de Janeiro: Campus, 1994. MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O Processo Nosso de Cada Dia – Modelagem de Processos de Trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. PAIM, Rafael et
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