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EXEGESE EM JOÃO 18 28-32

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Prévia do material em texto

SEMINARIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL
CURSO BACHARELANDO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEGESE DOS EVANGELHOS
 
 
 
 
 
 
 
RAPHAEL NOVAES DA FONSECA CARDOSO, 3° ANO.
 
GOIANIA
2021
SEMINARIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL
CURSO BACHARELANDO EM TEOLOGIA DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEGESE DOS EVANGELHOS
JOÃO 18.28-32
Trabalho com o objetivo de cumprir as exigências da disciplina de Exegese dos Evangelhos, como requisito parcial para a conclusão do curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Brasil Central, professora orientadora: profª. Lázara Divina Coelho.
 
 
 
GOIANIA
2021
LISTA DE ABREVIATURAS DOS LIVROS DA BIBLIA
	 ANTIGO TESTAMENTO
Gênesis 	Gn 
Êxodo 	Ex 
Levítico 	Lv 
Números 	Nm 
Deuteronômio 	Dt 
Josué 	Js 
Juízes 	Jz 
Rute 	Rt 
1 Samuel 	1 Sm 
2 Samuel 	2 Sm 
1 Reis 	1 Rs 
2 Reis 	2 Rs 
1 Crônicas 	1 Cr 
2 Crônicas 	2 Cr 
Esdras 	Ed 
Neemias 	Ne 
Ester 	Et 
Jó 	Jó 
Salmos 	Sl 
Provérbios 	Pv 
Eclesiastes 	Ec 
Cântico dos Cânticos 	Ct 
Isaías 	Is 
Jeremias 	Jr 
Lamentações de Jeremias 	Lm 
Ezequiel 	Ez 
Daniel 	Dn 
Oséias 	Os 
Joel 	Jl 
Amós 	Am 
Obadias 	Ob 
Jonas 	Jn 
Miquéias 	Mq 
Naum 	Na 
Habacuque 	Hc 
Sofonias 	Sf 
Ageu 	Ag 
Zacarias 	Zc 
Malaquias 	Ml 
	NOVO TESTAMENTO
Mateus 	 Mt 
Marcos 	 Mc 
Lucas 	 Lc 
João 	 Jo 
Atos dos Apóstolos 	 At 
Romanos 	 Rm 
1 Coríntios	 1 Co 
2 Coríntios 	 2 Co 
Gálatas 	 Gl 
Efésios	 Ef 
Filipenses 	 Fp 
Colossenses 	 Cl 
1 Tessalonicenses 	 1 Ts 
2 Tessalonicenses 	 2 Ts 
1 Timóteo 	 1 Tm 
2 Timóteo 	 2 Tm 
Tito 	 Tt 
Filemon 	 Fm 
Hebreus 	 Hb 
Tiago 	 Tg 
1 Pedro 	 1 Pe 
2 Pedro 	 2 Pe 
1 João 	 1 Jo 
2 João 	 2 Jo 
3 João 	 3 Jo 
Judas 	 Jd 
Apocalipse 	 Ap 
OUTRAS ABREVIATURAS
 
 
a. C. 	 antes de Cristo 
apud 	 citado por, conforme, segundo 
ca. 	 cerca de 
cap. 	 capítulo 
cf. 	 confira, confronte 
coord. 	 coordenador 
d. C. 	 depois de Cristo 
ed. 	 edição 
Ed. 	 editor 
e. g. 	 por exemplo 
et al. 	 e outros 
etc. 	 assim por diante 
gr. 	 grego 
hb. 	 hebraico 
idem, Id 	 mesmo autor 
ibidem, Ibid 	 na mesma obra 
i. e. 	 isto é 
loc. cit. 	 no lugar citado 
op. cit. 	 obra citada e não antecedente 
Org. 	 organizador da obra 
p. 	 página 
pp. 	 aqui e ali, em várias passagens 
s., ss. 	 seguinte, seguintes 
séc. 	 referência ao século 
et seq 	 sequentia, seguinte 
vl., vls. 	 Volume, volumes 
v.. VV. 	 Versículo, versículos 
SIGLAS
AT 	 Antigo Testamento 
BHS 	 Bíblia Hebraica Stuttgartensia 
BG 	 Bíblia de Genebra 
BJ 	 Bíblia de Jerusalém 
CFW 	 Confissão de Fé de Westminster
CMW 	 Catecismo Maior de Westminster
DITAT 	 Dicionário Internacional de Teologia do AT 
DITNT	 Dicionário Internacional de Teologia do NT 
GNT	 The Greek New Testament 
NT	 Novo Testamento 
NVI 	 Nova Versão Internacional 
 
 
SINAIS E CONVENÇÕES
 
Colchetes, ([ )] 	acréscimos 
Colchetes, ([...)] 	omissões, etc. 
Colchetes, ([sic]) 	incorreções, etc. 
Colchetes, ([ ! ]) 	ênfase, ao texto citado 
Colchetes, ([ ? ]) 	dúvida, ao texto citado 
Grifo, itálico (“grifo nosso”) 	destaque com inscrição “grifo nosso” 
Aspas duplas, (“ “) 	citações diretas, literais ou textuais 
Aspas simples, (´ ´) 	citação de citação 
Asterisco, ( * ) 	comunicações pessoais em notas de rodapé 
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar uma pesquisa exegética, construída a partir dos principais passos que constituem o processo de pesquisa e análise, sendo estes, fundamentais para uma ideal interpretação do texto bíblico no livro do quarto evangelho. 
Os focos estarão sobre o capítulo 18.28-32 do evangelho de João, o autor nos mostra a forma como Jesus foi apresentado perante Pilatos, nesse ponto nota-se que a narrativa possui mais detalhes “que os evangelhos sinóticos”, os relatos apontados por João dentro da Pericope narram os religiosos tentando burlar o sistema em relação a observância do sábado, buscando aos seus próprios interesses, a narrativa segue com Pilatos interrogando o réu e aos “acusadores” que queriam condenar o nosso Senhor. A princípio; esse primeiro fato ocorre fora da casa de Pilatos, diferente do segundo que ocorre dentro do pretório, o autor traz uma clareza sobre a perspectiva do Governador em questionar Jesus sobre o que cometera em relação as acusações que foram levantadas sobre sua pessoa. (CARSON, 2009, p.1595). 
A forma de pesquisa se dará por meio de uma bibliografia adequada, a análise se dará respeitando o contexto histórico, através da observância de aspectos sociais, políticos e culturais, juntamente com a análise gramatical/semântica do texto original Grego e, ao final, explicar o pensamento teológico-bíblico do autor. 
Os passos exegéticos estarão baseados no Manual de Exegese Bíblica, de Douglas Stuart e Gordon D. Fee, da editora Vida Nova. 
O método trabalhado neste trabalho será o histórico-gramatical. Este método submete o texto bíblico a um exame coerente quanto ao seu conteúdo histórico, literário e quanto à sua composição. (FEE; STUART. 2008).
2 ESTRUTURA
Deste ponto em diante será feita uma análise da estrutura apresentada na passagem sugerida. A estrutura do texto é importante para compreender o enunciado apresentado pelo autor, neste caso será apresentado duas partes: uma será o esboço da obra e o esboço da passagem. 
A estrutura ajuda o exegeta a colher informações importantes sobre as unidades do texto. Essa estrutura é chamada de esboço, que deve seguir os padrões originais dos textos fazendo as divisões principais da perícope, a partir dele podemos fazer nossas observações dentro de uma estrutura mais ampla. ” (STUART; FEE 2008) 
Seguindo os critérios dessa estrutura será feito o esboço do evangelho de João, logo em seguida farei o esboço da passagem em João 18.28-32.
2.1 ESBOÇO DO EVANGELHO DE JOÃO[footnoteRef:1] [1: Autoria do Esboço por Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso, aluno do seminário Presbiteriano Brasil Central, Anápolis-Go, 23/08/2021, com referência em CARSON D.A. Comentário ao evangelho de João. São Paulo, Ed. Shedd Publicações, 2007.] 
1. Prólogo: a eficácia da glória de Cristo, 1: 1-18.
a. Pré-encarnação de sua glória, 1-9.
b. A encarnação de sua glória, 10-18.
2. O ministério público de Cristo, 1: 19-12: 50.
1. O primeiro testemunho de Cristo, 1: 19-51.
a. João Batista e o seu testemunho, 19-31.
b. O testemunho para o povo através do batismo, 32-34
c. Mais dois discípulos de Jesus, 35-.51
 3. Os primeiros sinais da glória de Cristo, 2: 1-4: 54.
a. O 1° sinal, a transformação da agua em vinho em Caná da Galiléia 3:1-12
b. Em Jerusalém, 2: 13-3: 21.
i. A purificação do templo, 2: 13-25.
ii. A conversa com Nicodemos, 3: 1-21.
b. Cristo na Judéia, 3: 22-36.
c. Cristo em Samaria, 4: 1-42.
d. O segundo sinal, a cura do filho de um oficial na Galiléia, 4: 43-54.
4. Os conflitos e controvérsias crescentes entre Cristo e os governantes, 5: 1-11: 57. 
a. A cura do homem paralitico no tanque de Betesda, 5: 1-47.
i. A cura do homem, 1-18.
ii. O discurso de Jesus para a oposição, 19-47.
b. Jesus alimenta uma multidão de pessoas e caminha sobre as águas, 6: 1-71.
i. Jesus realiza os milagres, 1-21.
ii. O discurso de Jesus, 22-59.
iii. As implicações em quem ouviu o discurso, 60-71.
c. Cristo na festa dos Tabernáculos, 7: 1-8: 59.
i. O Caminho para a festa, 7: 1-13.
ii. As controvérsias no “meio das festas”, 7: 14-36.
iii. A mensagem “no último dia”, 7: 37- 8:59. 
d. Jesus cura o cego, 9:1-41.
e. Cristo a luz do mundo e a festa da dedicação, 10:1-42.
f. O milagre da ressurreição de Lázaro, 11: 1-57.
5. A conclusão do ministério público de Jesus, 12: 1-50. 
a. As manifestações da fé de várias pessoas, 1-36.
 b. A explicação para os incrédulos e as implicações dos ensinos de Jesus, 37-50.
6. O ministério particular de Cristo junto aos discípulos, 13: 1-17: 26.
a. As várias Instruções de Jesus, 13: 1-38.
i. A humildade do mestre com seus servos, 1-17.
ii. Jesus aponta o traidor, 18-30.
iii. O novo mandamento de amar uns aos outros, 31-35.
iv. O aviso sobre as negações de Pedro, 36-38.b. O consolo de Jesus e a promessa de outro consolador, 14: 1-31.
c. Cristo Exorta aos seus discípulos para amarem uns aos outros, 15: 1-27.
d. Profecia, 16: 8-33.
i. A respeito do ministério do Espírito, 8-15.
ii. A respeito da certeza do triunfo de Cristo sobre a morte, 16-33.
e. Intercessão, 17: 1-26.
i. A oração de Cristo por si mesmo, 1-5.
ii. A oração de Cristo pelos onze apóstolos, 6-19.
iii. A oração de Cristo por todos os crentes, 20-26.
7. A manifestação da glória de Cristo ao mundo, 18: 1-20: 31.
a. A traição, 18: 1-11.
b. As provações, 18: 12-19: 16.
c. A crucificação, 19: 17-37.
d. O enterro, 19: 38-42.
e. A ressurreição, 20: 1-31.
8. Epílogo, 21: 1-25.
a. O aparecimento de Cristo aos sete, 1-14.
b. A conversa com Pedro, 15-23.
c. A conclusão, 24-25.
2.1.2 ESBOÇO DA PASSAGEM DE JOÃO 18.28-32
A estrutura de uma passagem deve seguir padrões originais, o exegeta deve observar e fazer comparações da passagem entre duas traduções diferentes, havendo indiferenças, cabe o interprete decidir qual será a sua unidade a ser seguida. (STUART; FEE 2008)
“Dentro do esboço o objetivo é resumir o contexto, e se possível, seu proposito e função na passagem. ” (GORMAN, 2017, p.109).
Segue-se o esboço da passagem de João 18.28-32
a. Pilatos Busca a verdade acerca das acusações contra Jesus (28-29)
b. As mentiras dos Judeus contra Jesus (30)
c. A omissão de Pilatos (31a)
d. A hipocrisia dos Judeus (31b)
e. O Cumprimento das palavras de Jesus (32)
Dentro da estrutura foram feitos os esboços da obra em João, e o esboço da passagem em João 18.28-32, este passo facilita a melhor compreensão para os passos a seguir, como a análise do texto, delimitação da passagem, analise textual e contexto histórico em geral e os demais que serão apresentados neste trabalho de exegese.
2..1.3 Analise dos tópicos
A estrutura de João se baseia em uma “mistura de palavras e ações”, a sua estrutura é diferente dos evangelhos sinóticos, todavia essa estrutura de João ela se divide em etapas, a primeira é o prologo (1.1-18) esse é como se fosse um apêndice, esse mostra a Glória de Jesus e o estabelecimento do seu reino e sua encarnação, a segunda seção é o ministério público de Cristo (1:19-12:50) essa seção tende a mostrar os fatos de Jesus se dirigir ao mundo, as autoridades, as festas religiosas. Dentro dessa seção ainda vemos os primeiros sinais da glória de Cristo, (2: 1-4:54), como os milagres, sendo o primeiro da transformação da agua em vinho. Devido os diversos milagres realizados por Jesus vemos vários conflitos e controvérsias crescentes entre Cristo e os governantes, (5:1-11:57), os grandes sinais demostrados por Cristo, incomodavam a oposição, levantando assim inimigos contra Ele. A conclusão do ministério público de Jesus, (12:1-50), a conclusão do seu ministério é marcada pela conversão de várias pessoas, e por Jesus trazer uma explicação do resultado de seus ensinos, O ministério particular de Cristo junto aos discípulos, (13:1-17:26), esse tópico é marcado porque é o tempo que Jesus traz vários ensinamentos para os seus discípulos, sai para orar, aponta o traidor, promete o consolador, antes no cap. 13 ele ceia com seus discípulos, esse movimento dentro da Narrativa já nos revela como Jesus estava se preparando para o que estava por vir. 
Nos últimos capítulos o discípulo amado, assim como era chamado, narra a manifestação da glória de Cristo ao mundo, (18:1-20:31), esta seção revela um dos momentos mais importantes para toda a humanidade, pois nela acontece a trajetória do julgamento, morte e ressurreição de Cristo, sem esses fatos descritos aqui, nós não teríamos hoje a vida eterna, a narrativa traz para o mundo esperanças de dias melhores. No final do livro, temos o epilogo que marca a trajetória de Cristo antes de ser assunto aos céus, Ele aparece aos seus discípulos e conversa com Pedro. Estou certo que toda a narrativa demostra a paixão pelo autor ao expor cada fato narrado aqui dentro desse evangelho, expondo o seu pensamento, não só como algo que ouviu, mas como testemunha ocular.[footnoteRef:2] [2: Autoria da análise dos tópicos por Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso, aluno do seminário Presbiteriano Brasil Central, Anápolis-Go, 23/08/2021, com referência em CARSON D.A. Comentário ao evangelho de João. São Paulo, Ed. Shedd Publicações, 2007. p. 101-104. E MICHAELS Ramsey J. Novo comentário Bíblico contemporâneo em João. Deerfild-FL, 1994, Ed.Vida. p.23-26. ] 
Por fim podemos compreender o que o Apostolo João quis nos ensinar dentro da sua narrativa, uma das marcas que difere dos demais evangelhos, foi a organização cronológica da vida do Senhor, a forma detalhada demostrada em cada evento, precisamos considerar a precisão “como o escritor detalhou cada cena e as pessoas para quem a narrativa se destina. ” (LIGHTFOOT, 2018, p. 73)
2.2 DELIMITAÇÃO DA PASSAGEM
Delimitação é a identificação da extensão do texto como unidade literária. “O mais importante é que a Perícope delimitada forme um todo coeso e orgânico de forma que seu início e fim sejam perfeitamente identificáveis” (WEGNER, 1998, p. 85). Segue-se a delimitação da pericope em questão:
28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa. 29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; 32 para que se cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer. [footnoteRef:3] [3: Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Jo 18.28–32). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
] 
O quarto evangelho é uma unidade completa dividida em partes, fazendo uma ordem cronológica do ministério, vida e da Paixão de Jesus. Sendo assim, podemos afirmar que a pericope em questão está em uma unidade dentro do livro da paixão que faz parte da vida privada de Jesus, que se estende do capitulo 13 até o final do livro, no entanto, o livro da paixão se divide em duas partes, a primeira abrange um período que Jesus passa com seus discípulos e ceia com eles e faz os discursos de despedida (13-17), e a outra parte abrange “a narrativa da paixão”, que começa no capitulo 18 e se estende até o cap. 21.25, esse tópico inicia com o episódio da traição de Jesus, segue com sua prisão, morte, ressureição e sua aparição dos seus discípulos. (DODD, 2003, p.503-545)
Quanto a passagem, a narrativa está dentro das narrativas da paixão, o autor traz detalhes sobre os diálogos de Jesus com Pilatos (18.28-19.16), e a sua condenação, quando Pilatos faz a vontade dos Judeus e o entrega para ser crucificado. (MICHAELS, 1994, p.322-334).
Diante disto, para chegarmos a essa conclusão da delimitação, os critérios utilizados foram; observei que a ARA ela tem uma divisão de tópicos que facilita bem a interpretação de cada passagem, busquei ainda ler a passagem na NVI, a pericope em questão estudada ela começa no versículo 28 do cap.18 e segue até o versículo 40 do mesmo capitulo, contudo, optei pela ARA, pois ela tem a divisão em tópicos e facilitou na hora de fazer a análise. Em seguida, buscamos pesquisar em alguns livros e comentários, gostei muito do livro a introdução ao quarto evangelho de Charles Dodd e o comentário de J. Ramsey Michaels, pois eles facilitaram por suas colocações em relação as divisões dos capítulos e das seções das narrativas. Mediantes isso, passaremos agora para a tradução da passagem.
2.3 TRADUÇÃO DA PASSAGEM
A passagem em estudo faz parte da unidade das narrativas da paixão de Cristo, essa passagem nos mostra Jesus diante de Pilatos e das autoridades Judaicas no pretório, a ARA nos apresenta essa narrativa no cap. 18.28-32, portanto para compreendermos como essa pericope é apresentada nos Originais, na tradução literal e na idiomática. Segue as traduções do texto em questão.2.3.1 Texto Original Grego de João 18.28-32.
28 Ἄγουσιν οὖν τὸν Ἰησοῦν ἀπὸ τοῦ Καϊάφα εἰς τὸ πραιτώριον· ἦν δὲ πρωΐ· καὶ αὐτοὶ οὐκ εἰσῆλθον εἰς τὸ πραιτώριον, ἵνα μὴ μιανθῶσιν ⸀ἀλλὰ φάγωσιν τὸ πάσχα. 29 ἐξῆλθεν οὖν ὁ Πιλᾶτος ⸀ἔξω πρὸς αὐτοὺς καὶ ⸀φησίν· Τίνα κατηγορίαν φέρετε ⸀κατὰ τοῦ ἀνθρώπου τούτου; 30 ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν⸃, οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν. 31 εἶπεν οὖν αὐτοῖς ⸀ὁ Πιλᾶτος· Λάβετε αὐτὸν ὑμεῖς, καὶ κατὰ τὸν νόμον ὑμῶν κρίνατε αὐτόν. ⸀εἶπον αὐτῷ οἱ Ἰουδαῖοι· Ἡμῖν οὐκ ἔξεστιν ἀποκτεῖναι οὐδένα· 32 ἵνα ὁ λόγος τοῦ Ἰησοῦ πληρωθῇ ὃν εἶπεν σημαίνων ποίῳ θανάτῳ ἤμελλεν ἀποθνῄσκειν.[footnoteRef:4] [4: Holmes, M. W. (2011–2013). The Greek New Testament: SBL Edition (Jo 18.28–32). Lexham Press; Society of Biblical Literature. Tirado do Software Logos.
] 
2.3.2 Tradução Literal
28. Conduziram, portanto, o Jesus de Caifás para o palácio do governador, era então cedo de manhã e eles não entraram em o palácio do governador para não serem contaminados, mas, para comerem a páscoa.
29. Saiu então o Pilatos a eles e disse, que acusação trazei para contra o homem este?
30. Responderam e disseram a ele, se não fosse este criminoso não a ti teríamos entregue ele.
31. Disse então a eles o Pilatos, tomai-o vós e segundo a lei vossa julgai-o, disseram então a ele os judeus, a nós não é licito matar ninguém.
32. para que a palavra do Jesus fosse cumprida, a que disse indicando com que tipo de morte estava para morrer.
2.3.3 Tradução idiomática
28. Era bem de manhã e levaram, pois, Jesus da casa de Caifás para o palácio do governador, eles não quiseram entrar, para não se contaminarem e poderem participar da páscoa. 
29. Pilatos então saiu e lhes disse: qual a acusação vocês têm contra esse homem?
30. Os judeus disseram, ele é um criminoso, se não nós não teríamos entregado ele a você.
31. Pilatos respondeu, pegue este homem e julgue conforme a vossa lei, os judeus retrucaram, nós não podemos matar ninguém.
32. Essas palavras indicavam o modo da morte de Jesus, para que a sua palavra se cumprisse.
2.4 CRITICA TEXTUAL
 Faz-se necessário neste momento analisar crítica-textualmente a passagem. Conforme já sabemos, a Bíblia foi originalmente escrita nas línguas antigas: hebraica nos livros do Antigo Testamento e grega para os livros do Novo Testamento (com alguns poucos trechos em aramaico). Estes originais (autógrafos) foram perdidos no tempo, porém, inúmeras cópias foram sendo feitas logo nos primeiros anos da era cristã. Sendo assim se torna necessário constatar as diferenças entre os diversos manuscritos que possuem cópias do trecho de nossa análise, e analisar qual das variantes encontradas, poderia melhor corresponder ao texto originalmente escrito pelo autor. (WEGNER, 1998). 
A qualidade dos manuscritos que reproduzem uma variante deve predominar sobre a mera quantidade”. “Variantes cujos manuscritos atestem ampla expansão geográfica devem ser preferidas àquelas originadas em um mesmo local”. ‘Variantes testemunhadas pelo tipo de texto alexandrino devem ser preferidas às demais, sobretudo por sua neutralidade estilística e sua brevidade. ” (WEGNER, 1998) 
Baseando na 4a edição do Novo Testamento Grego de Kurt Aland, encontramos as seguintes variantes no versículo 30 de João Cap.18. 
Texto grego: 30. Ἀπεκρίθησαν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Εἰ μὴ ἦν οὗτος ⸂κακὸν ποιῶν⸃, οὐκ ἄν σοι παρεδώκαμεν αὐτόν.
Texto em ARA: Responderam-lhe: Se este não fosse um Malfeitor, não to entregaríamos.
2.4.1 Aparato critico: 30 {B} κακὸν ποιῶν (a* κακὸν ) B L W ite // κακoνποιῶν C* 33 ita (r1) Cyril 1/2 // κακοποιός A C3 Dsupp  087 0141 f1 f13 28 157 180 205 565 579 597 700 892 1006 1010 1071 1241 1243 1292 1342 1424 1505 Byz [E G H N] Lect itb C' f' ff2'9 vg slav Asterius Chrysostom Cyril1/2; Augustine
2.4.2 Decodificação do Aparato Critico:
“O GNT apresenta 2 variantes para uma leitura que considera originais na passagem (Jo 18.30) cada variante é seguida de uma série de testemunhas e, sinalizando o início de uma nova variante para a leitura proposta, ocorre o uso de dois traços transversais. ” (COELHO, Pág.1) 
Agora será feita a análise das variantes do versículo em questão: 
	30
	
	 κακὸν ποιῶν / κακὸν 
	
	 κακoνποιῶν
	κακοποιός
	
Leitura: κακὸν ποιῶν
Tradução: Mau fazendo/Fazer mau
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	 IV 
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	 -
	XIII 
	
	
	
	
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(CATEGORIA) 
	I 
	 I 
	 -
 
	-
	V 
	
	
	
	
	EXPANSÃO 
	- 
	 - 
	 -
	-
	AE 
	- 
	- 
	
	
	TIPO 
TEXTUAL 
	A 
	 B 
	B
	B
	- 
	- 
	- 
	
	
 
Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um referente nível de verdade com base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT, 1983) 
Variante 1: κακoνποιῶν
Tradução: Mau fazendo
	CRITÉRIOS 
	 
	 
	TESTEMUNHAS 
	
	
	
	C
	
	33 
	ita 
	 Cyril1/2
	 
	
	
	
	
	
	IDADE 
	V 
	IX/X
	IX 
	II 
III 
	444
	QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
	II 
	 II
	I 
	II 
	- 
	EXPANSÃO 
	- 
	 -
	- 
	GI 
NA 
	- 
	TIPO 
TEXTUAL 
	A 
	 B/A
	A 
	- 
	A
Interpretação: Essa variante sofreu um acréscimo por parte dos copistas, eles acrescentaram a variante o que pode trazer uma certa dificuldade na interpretação, mas, não muda o sentido do texto. (CHAMPLIN, 2002).
Variante 2: κακοποιός
Tradução: Malfeitor/Criminoso
	CRITÉRIOS 
	TESTEMUNHAS 
	
	A 
	C
	D
	 
	
	087 
	0141 
	f1 
	f13
	 
	
	
	
	
	
	
	
	
	IDADE 
	V 
	V 
	VI
	 IX
	 IX
	XI
	 X
	949
	1200
	QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
	I 
	II 
	 III
	 -
	 -
	III
	 II
	 II
	III
	EXPANSÃO 
	 
	- 
	- 
	 -
	 -
	 -
	 -
	- 
	-
	TIPO 
TEXTUAL 
	A 
	A 
	 O
	 -
	 -
	A 
	B 
	 B
	 B
	CRITÉRIOS 
	TESTEMUNHAS 
	
	
	
	
	
	
	28 
	 157
	180
	205
	565
	579
	 597
	700
	 
	
	
	
	
	
	
	IDADE 
	XI
	1125
	XII 
	XV 
	IX
	XIII
	XIII
	XI
	QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
	III
	 III
	III
	III
	III 
	III 
	III
	III
	EXPANSÃO 
	- 
	- 
	- 
	- 
	 -
	-
	- 
	 
	TIPO 
TEXTUAL 
	Byz
	Byz
	Byz 
	Byz
	Byz
	Byz
	Byz
	Byz
 
	CRITÉRIOS 
	TESTEMUNHAS 
	
	
	
	
	
	
	 Byz 
	[E G H N]
	Lect 
	itb
	C'
	Ff1
	'ff2
	vg
	 
	
	
	
	
	
	
	IDADE 
	-
	VI/IX
	 -
	II 
III 
	V 
	VIII
	V
	IV/V 
	QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
	-
	II
	-
	II 
	II 
	-
	-
	- 
	EXPANSÃO 
	
	-
	-
	-
	- 
	 -
	-
	- 
	TIPO 
TEXTUAL 
	B
	-
	-
	-
	A 
	-
	-
	- 
	CRITÉRIOS 
	TESTEMUNHAS 
	
	
	
	
	
	
	slav 
	Asterius 
	Chrysostom 
	Cyril1/2;
	Augustine
	-
	
	
	 
	
	
	
	
	
	
	IDADE 
	-
	Post 341
	 407
	444
	IV 
V 
	
	
	
	QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
	-
	-
	II
	I
	III 
	-
	
	
	EXPANSÃO 
	
	-
	-
	-
	NA 
	- 
	
	
	TIPO 
TEXTUAL 
	-
	-
	-
	A
	- 
	- 
	
	
AVALIAÇÃO: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o texto contém a leitura superior. ” Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. (GNT, 1983)
INTERPRETAÇÃO: κακοποιός (Malfeitor) {B} 
A variante admitida no presente trabalho é a que contém o adjetivo κακο (mau) junto com o verbo ποιός (fazer), essa junção pode admitir asduas formas para serem usadas. Ela é apoiada por sólida evidência manuscrita, testemunhada pelos melhores (conforme tabela apresentada) e mais antigos textos. Esta opção concorda com Omanson que acrescenta as razões teológicas de alguns copistas que fizeram uma construção gramatical “ (uma construção perifrástica feita do verbo “ser” e de um particípio presente com um substantivo) ” a pesquisa mostra que os copistas introduziram o substantivo κακοποιός a partir da epistola de lPe 2.12; 4.15, portanto, esta foi a melhor opção, κακοποιός, que traduzimos por Malfeitor ou criminoso. (OMANSON,2010). 
Para esta argumentação foi escolhida a variante κακοποιός , pois é a que possui testemunhas mais antigas e unciais dos sécs. IV e V, contém textos com melhor qualidade como o Alexandrino. É também a variantes com maior abrangência. Portanto, seguimos o exemplo de Omanson que explica que essa troca de variantes não altera o sentido e nem o significado do texto. (OMANSON, 2010, p.209). 
CONCLUSÃO 
Conforme as pesquisas realizadas, notamos que o texto alexandrino é considerado o mais fiel ao original, por isso existe uma preferência por estes textos considerados como qualidade “A ou B”. Após análise do versículo 30 com os critérios externos e internos chegamos à conclusão de que as variantes κακoνποιῶν e κακοποιός é contida no texto original, visto que aparece nos manuscritos: {B} κακὸν ποιῶν (a* κακὸν ) B L W ite // κακoνποιῶν C* 33 ita (r1) Cyril 1/2 // κακοποιός A C3 Dsupp  087 0141 f1 f13 28 157 180 205 565 579 597 700 892 1006 1010 1071 1241 1243 1292 1342 1424 1505 Byz [E G H N] Lect itb C' f' ff2'9 vg slav Asterius Chrysostom Cyril1/2; Augustine.
Esses manuscritos são provas textuais dessa narrativa, relembramos aqui que além de ser um texto de qualidade “A e B”, ainda conta com textos de datas mais retrógradas que remontam os séculos I-V, comprovados pelos textos Alexandrinos, como está nos quadros acima. A GNT, no seu aparato, nos traz essa certeza do texto, pelo fato ser de qualidade {B}, e os copistas apesar de introduzirem outras variantes, mesmo assim, por se tratar de um texto Alexandrino, podemos confiar na originalidade do texto. 
Concluímos aqui as primeiras partes desta pesquisa exegética, vimos, portanto, da introdução até a crítica textual, essas analises nos ajudarão com os demais tópicos a seguir, passaremos a partir de agora para as análises contextuais e veremos em seguida a analise gramatical, onde estudaremos as análises das palavras da pericope em questão.
3.ANALISE HISTÓRICA
A parte a seguir do trabalho, visa analisar o contexto histórico em geral da passagem bíblica do evangelho de João, chamado de discípulo amado. Estudaremos o pano de fundo de João, que integra o conjunto de escritos chamados os evangelhos. A análise contextual é composta por diversos tópicos, tais como: o contexto histórico geral, especifico, literário e canônico. Segue-se então a composição dos contextos mencionados: 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO
Esta parte do trabalho engloba as questões sobre a canonicidade; fontes do texto, autenticidade e integridade do texto; título da obra; gênero literário; autoria; destinatários; data e local; ocasião e propósito, e outras informações pertinentes para compreensão do mesmo. Logo, é necessário fazer uma pesquisa detalhada do texto, para analisarmos questões levantadas sobre os escritos Joaninos. (EGGER, 1994, p.191-199).
Portanto, a primeira questão analisada será a canonicidade, autenticidade e integridade da obra. A canonicidade se refere a uma junção de fatores traçados como uma linha ou régua, para identificar a veracidade de um determinado texto ou livro, segundo J.D. Douglas, “o cânon é uma lista de livro que a igreja reconhece como Escrituras inspirada. ”(Douglas, 1995). 
O Cânon do Novo Testamento é formado por livros inspirados pelo Espirito, á ser considerado isto pela visão da igreja primitiva, o próprio termo cânon tinha o significado de vara de medir passando posteriormente a expressão: padrão. “No que fere ao Novo Testamento, refere-se aqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autorizativo de crença e conduta” (GUNDRY, 2003, p.61). 
A expressão do Novo Testamento (NT) “é usada para denominar a segunda parte da literatura bíblica” (BRUCE, 2009, p. 1384). Encontramos então no NT cinco livros narrativos, vinte e uma epístolas e um livro totalmente distinto dos demais chamado: Apocalipse. “O ‘cânon’ mais antigo foi aquele que a igreja em Tessalônica possuía logo após o ano 50d.C, e consistia em duas cartas, ambas de Paulo” (BRUCE, 2009 p.1395). Porém, com os livros do NT circulando já por um longo tempo, acabou-se ocorrendo um reconhecimento universal do conteúdo mencionado. 
Os textos no NT em sua maioria, já eram aceitos como livros de autoridade divina já nos primeiros anos da Igreja. “Em sua maioria, os documentos do NT são citados como autorizado já bem antecipadamente. Isso incluí os quatro evangelhos, as treze cartas paulinas, 1 Pedro e 1 João.” (CARSON, 2009, p.23), deixando claro que sua inspiração foi reconhecida desde os primeiros séculos. Nesse caso em João, nota-se citações nos escritos de por Papias que era discípulo de João (Eusébio nega essa hipotese). Clemente de Alexandria (95 d.c.), Já no final do século 2º, Irineu, que foi bispo de Lyon e Vienne, no sul da Franca e discípulo de Policarpo, Heráclito, Justin mártir,Taciano , 150-170 citações 1: 5; 4:24, todos esses “não somente citou os textos, mas também a atribuiu a João, o apostolo do Senhor” (HENDRIKSEN, 2004, p.19-24). 
Dodd ainda nos mostra uma citação de Augustinho em uma de suas passagens das confissões (VII,9), ele cita parte do prologo de João, essa era uma época dominada pelo platonismo, eles entendiam que esse texto de João era cheio de simbolismo, devido estarem em uma época de várias linguagens filosóficas, dominada pelo mundo Helenístico.(DODD, 2003, p.27-28).
Diante disso, podemos concluir que João foi um texto inspirado divinamente, e por isso possui credibilidade e autoridade sendo este transmitido com integridade, trazendo então confiabilidade. Sendo necessário somente verificar questões de autenticidade do escrito bíblico. 
Em relação a autenticidade, o evangelho de João é autentico podendo ser comprovado no Egito antes de 150 D.C, essa comprovação “se encontra no Papiro de Rylands 457, esse é considerado o mais antigo fragmento do N.T.” além desses podemos comprovar dentro dos evangelhos o uso de João como um texto autoritativo que se encontra dentro “do papiro Egerton 2, datado antes de 150 D.C.” (DOUGLAS, 1995, p.842).
 No que tange a essa comprovação externa, consideramos ainda o seu uso por Tarciano em seu Diatessaron, e por Irineu (em c.de 180 D.C), além desses podemos mencionar as tradições acerca da autoria de João que foram apresentadas por Irineu, ele afirma que o quarto evangelho foi publicado em Éfeso, logo mais tarde essa mesma tradição também é citada por Clemente de Alexandria (c. 200), o evangelho de João também aparece no cânon Muratório, no prólogo antimarcionita de João e em Irineu. (DOUGLAS, 1995, p.842).
A autoridade do Novo Testamento foi reconhecida pelos pais da igreja e no século IV foi encerrado o cânon contendo todos 27 livros, do qual João faz parte. Acreditamos que os pais da igreja, depois de uma minuciosa avaliação, foram divinamente inspirados a aceitar certos livros e rejeitar outros como os apócrifos. Essa autenticidade do Evangelho pode ainda ser confirmada pela quantidade numerosa de manuscritos existentes, dos quais os mais antigos são a partir do segundo século, uma data considerada muito próxima com o tempo de vida do autor e se compararmos com outros escritos pagãos, como: “os gnósticos como Heracleon, Ptolemaeus, Basilides, e o apócrifo Evangelho de Tomé; Marcião que rejeitou todos os evangelhos, exceto Lucas; e o adversário pagão do Cristianismo, Celsus,” embora eles a recusaram ou tenham faltado com a verdade, mesmo assim, atribuíram o quarto evangelho ao apóstolo João. (MACARTHUR, 2015, p.3133-3135)[footnoteRef:5][5: Obs: A paginação pode estar incorreta, devido ser um livro digitalizado para Pdf)] 
Quanto a integridade se dá pelo fato de João ser um apostolo e ter vivido e andado ao lado de Jesus, ele era conhecedor das circunstâncias que a igreja estava vivendo, o apostolo era chamado como discípulo amado de Jesus, as evidencias internas são suficientes para considerar a integridade do autor, tais como: “O autor conhecia os ensinos e rituais judaicos e compartilhou a visão deles do mundo,” João possuía conhecimento geográfico da Palestina e Jerusalém, a principal evidencia são as afirmações dele ser uma testemunha ocular (1.14, 19.35, 21.24), além dele possuir conhecimento do tempo e espaço, evidenciando assim que ele era membro do grupo dos apóstolos. (UTLEY, 2000, p.36). No entanto não há provas suficientes para desconsiderar a integridade do autor. 
As fontes para provar a autoria dos escritos Joaninos, Macarthur, nos mostra que João foi testemunha ocular dos eventos narrados, além disso era um palestino Judeu e conhecia perfeitamente o espaço geográfico da Palestina e lugares arredores, isso era apenas para quem de fato já havia vivido na palestina, ele era um dos doze, “estava familiarizado com o que os outros pensavam ou estava sentido”, além disso, ele foi mencionado nos evangelhos sinóticos cerca de 27 vezes, essas riquezas de detalhes, poderiam vir somente de alguém que tenha vivido passo a passo com Jesus, e também pode ter tido fontes confiáveis como testemunhas que repassaram as imagens e fatos de Jesus. (MACARTHUR, 2015, p.3135-3136) 
Podemos então concluir que há fortes evidencias dos escritos Joaninos, realmente ter João como o autor, além das citações dos pais da igreja, há evidencias quanto as citações do Antigo Testamento e pela clareza como narra os fatos detalhadamente, que só uma pessoa que tenha convivido com o mestre ou com seus Apóstolos para escrever com tanta precisão sobre os ministérios de Jesus, sua morte e ressureição.
3.1.1 Título e Gênero literário
 Em relação ao quarto evangelho, o seu título foi introduzido pelos cristãos da igreja primitiva, pois, assim como os demais sinóticos são anônimos, o autor não faz referência ao seu próprio nome. No entanto, “alguns manuscritos o intitulam de o Evangelho segundo João, ou João. ” Apesar de estar no anonimato, “o quarto evangelho é o menos anônimo, pois traz a referência de como Jesus o chamava, “o discípulo amado”, portanto, analisando as evidencias e a forma intitulada pela a igreja do primeiro século, podemos concluir que o título é “o Evangelho de João. ” (MICHAELS, 1994, p.11).
Quanto ao gênero literário, segundo Bruce, não podemos fazer uma comparação entre os sinóticos e João, pois, os sinóticos tem os fatos apresentados de forma mais histórica e o quarto evangelho tem o seu conteúdo mais teológico, contudo, nas narrativas de João possui também as histórias de Jesus. Portanto, a conclusão que chegamos quanto ao gênero de João, que ele é uma narrativa histórico-teológico. (BRUCE, 2009, p.1704).
3.1.2 Autoria e Destinatário; Local e Data; Ocasião e Propósito
Há muitos argumentos que sugerem os escritos do 4°evangelho para a autoria pertencer ao apóstolo João, podemos apontar algumas evidências internas em apoio às reivindicações de autoria ser do apóstolo. Ramsey, nos mostra que a vindicação do apostolo em seus escritos de ser inspiração do Espirito Santo, aponta com autoridade do mesmo em mandar um consolador (Jo.14.16-17). Sendo assim, nota-se as várias evidencias em diversas passagens nos sermões de despedida de Jesus. Portanto somente alguém que tivesse presenciado ou que tivesse ligação fortíssima com Jesus, teria tantas informações quanto a vinda do consolador. (MICHAELS, 1994, p.20)
As evidências indicam que o autor era judeu, devido seu conhecimento das opiniões judaicas, a partir expectativas messiânicas (1.21, 4.25, 6.14, 7.40, 12.34), atitude em relação às mulheres (4.27), importância das escolas religiosas (7.15) e oposição de judeus e samaritanos (4.9). Ele também está muito familiarizado com as observâncias e costumes judaicos, como a contaminação em relação cerimônia de entrar em um tribunal gentio (18.28), costumes em uma festa de casamento (2.1-10) e costumes de sepultamento (11.17-44). A linguagem que é utilizada pelo autor é a LXX, o jeito de organizar as frase, a proporção e o simbolismo numérico, a expressão e forma dos pensamentos são basicamente hebraicos. (LIGHTFOOT, 2018, p.53-74).
Carson também aponta outras evidencias internas que fortalece a sugestão de João ser o autor. Ele mostra que o apostolo era filho de Zebedeu, em João 21.24 atribui autoria ao apóstolo a quem Jesus amava. Este discípulo é mencionado por este título duas vezes na narrativa da paixão (13.23, 19.26) e duas vezes depois (21.7, 21.20). Outra evidencia que pressupõe que João seja o autor, que certamente era um judeu da Palestina, tendo em vista o seu vasto conhecimento local da geografia de Jerusalém e da área aos arredores. (CARSON, 2007, p.71-73).
Além das evidências internas, temos também as evidências externas que comprovam a autoria Joanina, como os pais da igreja, citados nos parágrafos acima na parte de autoridade e integridade. Portanto, os diversos testemunhos dos Pais Apostólicos (discípulos dos Apóstolos) e seus sucessores ao longo da antiguidade cristã e a evidência interna do próprio quarto Evangelho. Todas as evidências são favoráveis a João, o Apóstolo, como o escritor inspirado pelo Espírito Santo do quarto Evangelho, as provas são suficientes para atribuir a autoria a João. 
Em relação ao destino da carta, ela foi endereçada “para as igrejas da Província Romana da Ásia Menor, particularmente Éfeso. ” (UTLEY, 2000, p.38). Quanto ao local dos escritos, ou onde estava o remetente, é defendido a cidade de Éfeso, embora há algumas divergências quanto ao local. O que devemos levar em consideração que; nenhum outro lugar tem mais apoio dos pais da Igreja do que Éfeso, portanto certo ou errado, concordamos com os pais da Igreja que Éfeso é a cidade de onde o apostolo escreveu a carta por volta de 70 d.C. assim como o local a data também tem divergências de quando foi escrita, devido ao silencio do autor em relação a destruição do templo, esse é um fator fortíssimo para apontar 70 d.C. como a principal data para os Escritos Joaninos. (CARSON, 2007, p.83 e 87).
Quanto a ocasião, a circunstância da carta era de um período marcado pelo Gnosticismo e as falsas religiões helenísticas, o autor tinha a ideia de combater tais heresias e “evangelizar os incrédulos, a fim de que eles pudessem se converter ao cristianismo”. (MICHAELS, 1994, p.26-27).
Em relação ao proposito, a ideia central do propósito de João dentro de sua carta, era promover a fé em Jesus como o Messias e o Filho de Deus, esses foram os dois pontos em que os judeus cristãos mais precisavam se apoiar por causa de seus conflitos com a sinagoga. Eles passaram a acreditar em Jesus como o Cristo e o Filho de Deus, e precisavam perseverar nessa crença se quisessem receber as bênçãos da salvação. A ideia aqui é abordada por Michaels, mostrando que o apostolo não queria que a vida de Jesus e seus feitos não deixassem de ser vista por futuras gerações (20.29), sendo assim, os seus anúncios da vida de Jesus poderiam ser vistos por todos os incrédulos, tendo em vista a conversão dos mesmos. (MICHAELS, 1994, p.26-27).
CONCLUSÃO
Diante dos fatos apresentados dentro da pesquisa, concluímos que o contexto histórico de João, aborda questões cruciais quanto a autoria, confiabilidade, autoridade e integridade do texto. Sendo assim, observamos que foram analisadas as evidências internas e externas, além da data, local, destinatários, ocasião e propósitos, portanto, entendemos que cada item pesquisado nesta analise exegética até aqui, nos ajudará nos demais passos deste trabalho. Seguiremos então, para a análise do contexto especifico. 
3.2 CONTEXTO ESPECIFICO
O contexto histórico específico de uma passagem precisa abordar o aspecto histórico, sociopolítico e cultural do texto,então dentro dessa analise deve ser colocado em questão como o povo vivia? Onde o autor escreveu? Como era a forma política da época? A cultura e etc. Analisando esses aspectos, facilita a comunicação entre o locutor e o receptor. (EGGER 1994).
A. Personagens
Os personagens encontrados na passagem (Jo 18.28-32) são: Jesus que estava na casa de Caifás, Pôncio Pilatos que era governador e interrogou Jesus, e os Judeus que acusaram Jesus. (BIBLÍA DE ESTUDO ARQUEOLOGICA NVI, p.1755)
B. Local
O local onde passa toda a cena, nota-se que eles estavam na casa de Caifás, que era o Sinédrio. De lá eles levam Jesus para o Pretório, o local aqui pretório, Carson explica como sendo um quartel general de um oficial comandante, ou á residência de um governador militar Romano. Nesse caso aqui, essa residência era provisória, pois o local do seu quartel general era em Cesaréia junto a Herodes, na ocasião ele estava em Jerusalém para participar das grandes festas. (CARSON, 2007, p.589)
C. Histórico
O cenário histórico do quarto evangelho se passa em torno do ano 70 d.C., na ocasião o livro foi escrito, durante um período onde se passava duas eras Judaicas, o período do pensamento gnóstico, e uma forte influência paganismo, além disso o contexto de João tinha um domínio fortíssimo do império Romano. Foi um período conturbado, pois foi o “período do começo da guerra Judaica-Romana entre 66 d.C.-70 d.C., ” esse período pois fim ao a nação dos Judaica, devido os Romanos sobre o comando de Tito ter tomado Jerusalém, destruído o templo, e os sacrifícios que Moisés havia ordenado ter parado, essa guerra, fez com que o Judeus sofresse um baque muito difícil de ser revertido. (HALE, 1983, p.s/p.)[footnoteRef:6] [6: Paginação incorreta por ser pdf, a página em Pdf é a 13.] 
D. Sociopolítico e Cultural
Dentro das narrativas dos evangelhos havia o domínio Romano, e isso resultou numa influencia social e política, observando esses aspectos podemos perceber as situações que se passava com os Judeus: 1) A sociedade era dividida por livres e escravos, os livres podiam fazer parte da igreja ou participar da vida pública e desfrutar de direitos civis. 2) por outro lado, os escravos não podiam participar de nada e nem tampouco constituir famílias, a rigidez como eram tratados em Roma pareciam como animais. E isso cooperou mais a frente para o crescimento do cristianismo, pois, eles eram aceitos e considerados irmãos de Cristo. (BRUCE, 2008, p. 1427-1428)
A política Romana era governada por imperadores que foram “Tibério 14-37 d.C. que durante seu governo teve como marco a vida pública e crucificação de Cristo,” ainda diante do seu governo houve o nascimento da igreja e a conversão de Paulo. Tibério apreciava governos longivos, como Procuradores da Judéia Valério “15 d.C. Pilatos 26 d.C. Após a morte de Tibério quem assumiu foi Caio Cesar que reinou até 54 d.C., que fez grande perseguição aos judeus”. Ele foi sucedido por Claudio, e logo, “Nero que reinou entre 54-68 d.C.” ele foi o mais temido imperador, devido a sua acusação aos judeus por colocarem fogo em Roma, levou uma grande perseguição dos judeus. A parte administrativa do império era dividida por províncias e Senado. (BRUCE, 2008, p. 1427-1428).
A religião era pagã e sincretista, havia adoração e rituais de diversos deuses, além disso, existia a religião do império, onde havia cultos ao imperador, na Itália eles não viam com bons olhos a adoração ao imperador, era visto mais como uma forma de bajular por causa dos seus status. “Na época de Nero 64 d.C. houve uma forte perseguição aos cristãos, ” contudo, essa perseguição gerou sementes espalhadas por todas as partes e cooperou para o crescimento do evangelho. (BRUCE, 2008, p. 1428-1429).
Dentro do aspecto cultural, devido ao grande crescimento da comunidade, nota-se, que houve uma mistura de sincretismos, e forte ligação com a cultura Greco-Romana, “as cidades eram grandes promotoras de eventos e teatros, além de serem centros culturais, promovendo instalações de banheiros públicos”. As cidades eram fortes centros de apoio para regiões camponesas, a linguagem usada era o “grego comum”, usada principalmente no comercio. Além das cobranças de impostos que era um forte marco do império Romano. (BRUCE, 2008, p. 1443-1444).
Portanto, a conclusão que chegamos dentro dos aspectos específicos do livro de João, ele passa dentro do contexto de quase todo o N.T., sendo assim, todos os aspectos culturais, políticos, sociais e religiosos passaram por grande domínio do Império Romano, da religião gnóstica e teve forte influência do mundo Helênico.
3.3 CONTEXTO LITERÁRIO
O objetivo é desenvolver alguns passos que se propõe a apresentar os motivos da passagem estudada que nos possibilitará compreendê-la. Devemos observar onde está localizada, e porque o autor as colocou ali, e quais suas intenções, para isso analisaremos o contexto remoto e imediato. (STUART, 2015, P. 93,94)
A. Contexto remoto
O contexto remoto da pericope em questão João 18.28-32, faz parte do chamado livro da paixão, que tem início com os discursos de despedida (13-17), essa parte começa no (13.1-30) que contém a narrativa da Santa ceia, onde Jesus ensina uma das maiores lições de humildade que é o lava pés, nessa mesma seção ele aponta o traidor (21-30). Em seguida dos versos (31-35) há uma admoestação para a obediência do novo mandamento que é amarmos uns aos outros, finalizando essa parte dos versículos (36-38) Jesus prediz e avisa a Pedro que ele o negaria. (DODD, 2003, p.507-508).
Seguindo ainda a parte do discurso, no cap. (14.1-15), Jesus está se referindo a sua segunda vinda, dos versículos (16-31), Jesus promete manda o Espirito Santo para nos consolar. Consequentemente do capitulo (15. 1-16.24) Jesus da instrução e fala sobre a missão do Espirito Santo, nos versículos seguintes finalizando o cap.16, Ele prediz sua hora e diz suas últimas palavras, depois disto no cap. (17.1-26) Jesus faz sua “oração sacerdotal”. (DODD, 2003, p.509-511).
Portanto, nota-se que a intenção de João dentro dessa parte da narrativa era mostrar com detalhes o que antecederia a prisão, o julgamento, a morte e ressureição de Jesus, que foi descrito nos capítulos posteriores.
B. Contexto Imediato
O contexto imediato em relação com anterior e posterior, ou seja, vamos analisar a passagem buscando uma relação entre os textos que antecedem e seguem. Dentro deste raciocínio percebemos que a passagem escolhida segue uma mesma linha da anterior.
Após o discurso de Jesus nos capítulos anteriores, segue-se o ponto principal da passagem que antecede a presença dele perante Pilatos, no cap. (18.1-11), Jesus está com seus discípulos no Getsêmani, nesse momento ocorre o ato da traição de Judas, quando ele trai Jesus com um beijo, o entregando aos soldados. Nos versículos posteriores segue uma série de eventos, inclusive o que Jesus havia previsto a negação de Pedro, depois Jesus é levado a Anás e depois a Caifás, após esses fatos, entramos na pericope em questão (Jo 18.28-32) onde Jesus é interrogado por Pilatos, e nos versículos e capítulos posteriores, ele é interrogado por Pilatos nos versículos (18.33-19.16) nesses versículos posteriores da passagem em questão há as acusações contra Jesus, e por fim todas as cenas são dramáticas, pois, logo em seguida Ele é entregue para a crucificação. (DODD, 2003, p.544-560).
Nos capítulos posteriores da passagem narram o sepultamento de Jesus e nos capítulos 20 e 21, contam sobre a ressurreição e a aparição de Jesus, finalizando as narrativas da paixão. (DODD, 2003, p.566-568).
Essa estrutura do contexto é válida para compreendermos a ideia central do Evangelho de João e logo a pericope em análise do capitulo (18.28-32). Portanto, chegamos a compreensão que existe forte ligação do capitulo (18.1-27) com passagem sugerida e dos capítulos posteriores, pois a prisão resultou na crucificação e ressurreição de Cristo. 
C. Contexto Canônico
O cânon bíblico é a coleção de livros das escrituras que Deus deu ao seu povo para que pudessem ter em mãos as suaspalavras, esse cânon é dividido em duas partes no Antigo e Novo Testamento, constituindo assim um conjunto com 66 livros. Dentro do N.T, possuímos 27 livros que são inspirados e reconhecidos pela igreja, nele contemos um código de ética, “e um manual completo sobre a doutrina da fé. ” (BRUCE, 2008, p.1394). 
Segundo Bruce, antes os judeus só tinham um A.T. como a Bíblia, esse era o cânon que eles usavam como seu código de conduta da fé, que era usado também por Jesus. “O Novo Testamento ainda não havia sido formado, era conhecido apenas como escritura, só depois do terceiro século, “393 d.C. que por meio de um conselho eclesiástico que os 27 livros do N.T. foram reconhecidos. ” Levando em consideração esse período, foram 350 anos para que o cânon do N.T. fosse formado. (BRUCE, 2008, p.1394). 
“A grande maioria dos livros do N T foi escrita entre 50 e 100 d.C. Os autores eram apóstolos e seus colaboradores, e foram homens especialmente preparados e comissionados para transmitir à humanidade a Palavra de Deus como foi revelada nos atos e ensinos do Senhor Jesus. ” (BRUCE, 2008, p.1395). 
Portanto, no segundo século, observamos esse uso do N.T. continuar. Papias, bispo de Hierápolis, parece receber pelo menos os Evangelhos de Marcos e Mateus, bem como 1 Pedro, 1 João, Apocalipse e talvez algumas das epístolas de Paulo (Eusébio, Hist. Eccl. 3.39.15-16). No meio do segundo século, “Taciano, aluno de Justino Mártir compõe uma coleção dos quatro Evangelhos e os organizou em uma narrativa continua”. E na época de Irineu, o bispo de Lyon no final do século II, vemos um documento do N.T. quase completo. Seu cânon consiste em cerca de vinte e dois dos vinte e sete livros do N.T., contudo, observa-se, que o evangelho de João foi um dos percursores que forneceu padrões dentro dos evangelhos para os demais se enquadrarem. (CARSON, 2007, p.25-30).
Quanto ao Evangelho de João, o primeiro fragmento encontrado do Novo Testamento é atribuído a ele, temos então o papiro 52, datado de 130 d.C., aqui são mencionadas palavras João 18. Carson, argumenta sobre outros dois papiros códices, encontrados no final do 2° século, o 66 que contém partes maiores referenciadas nos capítulos 1-14, e parte dos capítulos restantes, o outro papiro encontrado foi o 75, que possui em sua maior parte escritos de Lucas, depois seguem escritos de João 1-11, e partes dos capítulos 12 e 15. No início do 3° século, é datado o papiro 45, esse por sua vez, contém escritos dos evangelhos e de Atos, infelizmente os livros estão incompletos. (CARSON, 2007, p.26). 
Diante dos fatos apresentados, concluímos que os livros canônicos foram escritos por autores escolhidos por Deus: seus profetas e apóstolos inspirados, o que nos leva a crer que nem todos podem falar em nome de Deus. Portanto, podemos ter grande confiança no estado de nossos cânones do A.T. e N.T. Não sabemos muito sobre os processos históricos que trouxeram esses cânones à existência, contudo, Deus nos deu formas de reconhecer os livros que são dEle, ou seja, aqueles que são inspirações divinas, e autores autorizados para compor essa excelente obra prima que é a escritura Sagrada. Sendo assim, reconhecemos o Livro do 4° evangelho como um livro verdadeiramente inspirado por Deus e que é justa a posição que o ocupa dentro do cânone.
4. ANALISE GRAMATICAL
Segundo Fee, neste passo devemos estar atentos e decidirmos sobre todas as questões gramaticais, ele enfatiza que devemos priorizar aquelas palavras importantes para a tomarmos as decisões difíceis em relação ao texto ou que comprometam o nosso entendimento. Iniciaremos o nosso trabalho desenvolvendo a morfologia e sintaxe de todas as palavras envolvidas e depois faremos a escolha daquelas que são mais difíceis para o entendimento do texto. Para isso usaremos gramáticas, dicionários, enciclopédias e os Softwares Logos e Bible Works. (FEE, 2008, p. 214).
A partir do próximo tópico segue-se a classificação morfológica e a analise morfossintático. 
Versículo 28
	Palavra 
	Classificação Morfológica 
	Tradução 
 
	 Ἄγουσιν
	Verbo presente, ativo, indicativo, 3°P. plural.
	Levaram
	 οὖν
	Conjunção continuativa transicional 
	Depois, portanto
	 τὸν
	Artigo acusativo masc. Sing.
	 O, A
	Ἰησοῦν 
	Substantivo acusativo, masc. singular 
	Jesus
	ἀπὸ
	Preposição de separação
	de 
	τοῦ
	Artigo genitivo singular masc.
	O, A
	Καϊάφα
	 Substantivo gen. Masc. singular 
	Caifás 
	εἰς
	Preposição de direção
	 Para
	τὸ
	Artigo acusativo, neutro, singular 
	O, a
	πραιτώριον
	 Substantivo acus. neut. singular 
	Pretório
	ἦν
	Verbo, imperfeito, ativo, indicativo 3° P. singular 
	Ser, estar
	δὲ
	Conjunção conectiva 
	Mas, é, ora
	πρωΐ·
	Adverbio
	cedo
	 καὶ
	Conjunção conectiva 
	 E, também, mas
	 αὐτοὶ
	Pronome pessoal, 3° P, nominativo plural, predicativo intensivo masc. 
	 Ele, o mesmo
	 οὐκ
	Advérbio 
	Não
	εἰσῆλθον
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural.
	 Entrar
	 εἰς
	Preposição 
	 Em, para dentro
	τὸ
	Artigo acusativo, neutro, singular 
	O, a
	πραιτώριον
	 Substantivo acus. neut. singular 
	Pretório
	 ἵνα 
	Conjunção adverbial de proposito 
	 Para que; que
	 μὴ
	Advérbio negativo 
	 Não
	μιανθῶσιν
	verbo, aoristo, subjuntivo, passivo, 3°p. plural.
	Profanar, poluir
	ἀλλὰ
	 Conjunção lógico contrativo 
	 Mas, pelo contrário 
	 φάγωσιν
	verbo, aoristo, ativo, subjuntivo, 3°p. plural.
	 Comer
	πάσχα.
	 Substantivo acus. neut. Singular/ obj. direto da oração subordinada.
	Páscoa
 
Versículo 29
	Ἐξῆλθεν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural
	Sair
	 οὖν
	Conjunção continuativa transicional 
	Depois, portanto
	 ὁ
	Artigo nominativo singular masc.
	O, a
	Πιλᾶτος
	 Substantivo nom. Masc. singular 
	Pilatos
	ἔξω
	Advérbio de Lugar
	fora
	πρὸς
	Preposição
	Em direção
	αὐτοὺς
	Pronome pessoal, 3° P, acusativo plural, masc.
	Ele, o mesmo
	 καὶ
	Conjunção conectiva 
	 E, também, mas
	φησίν
	verbo, presente, ativo, indicativo, 3°p. singular.
	Dizer
	Τίνα
	Adjetivo acusativo singular fem.
	Que, quem
	κατηγορίαν
	Substantivo acus. fem. singular 
	Acusação
	φέρετε
	verbo, presente, ativo, indicativo, 2°p. plural.
	Carregar 
	κατὰ
	Preposição
	De acordo com
	τοῦ
	Artigo genitivo singular masc.
	O, A
	ἀνθρώπου
	Substantivo gen. masc. singular 
	Ser humano
	τούτου
	Pronome demos. Gen. Sing. Masc.
	Este 
Versículo 30
	ἀπεκρίθησαν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural
	Responderam-lhe
	 καὶ
	Conjunção conectiva 
	 E, também, mas
	εἶπαν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural
	Falar, dizer
	αὐτῷ
	Pronome pessoal, 3° P, dat. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
	εἰ
	Conjunção adverbial condicional
	se
	 μὴ
	Advérbio negativo 
	 Não
	ἦν
	verbo, imperfeito, ativo, indicativo, 3°p. sing.
	Ser, estar
	οὗτος
	Pronome dem. nom. Sing. Masc
	Este
	κακὸν
	Adjetivo, acus. Sing. neutro
	Mau 
	ποιῶν
	verbo, presente, ativo, partic. nominativo, 3°p. singular.
	Fazer
	οὐκ
	Advérbio negação
	Não
	ἄν
	Partícula
	------
	σοι
	Pronome pessoal. dativo. 2°p Sing. 
	Você
	παρεδώκαμεν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 1°p. plural
	Entregar/trair
	αὐτόν
	Pronome pessoal, 3° P, acusativo. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
Versículo 31 
	εἶπεν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. sing.
	Falar, dizer
	οὖν
	Conjunção lógico inferencial
	Portanto, pois
	αὐτῷ
	Pronome pessoal, 3° P, dat. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
	 ὁ
	Artigo nominativo singular masc.
	O, a
	Πιλᾶτος
	 Substantivo nom. Masc. singular 
	Pilatos
	Λάβετε
	verbo, aoristo, ativo, imp. 2°p. Plural
	Receber, tomar
	αὐτὸν
	Pronome pessoal, 3° P, acus. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
	ὑμεῖς
	Pronome pessoal. nom. 2°p plural. 
	Você
	 καὶ
	Conjunção conectiva 
	 E, também, mas
	κατὰ
	Preposição
	De acordo com
	τὸ
	Artigo acusativo, masc., singular 
	O, a
	νόμον
	Substantivo, acus. , singular, masc.
	Lei
	ὑμῶν
	Pronome pessoal. gen. 2°p plural. 
	Você
	κρίνατε
	verbo, aoristo, ativo, imp. 2°p. Plural
	Julgar
	αὐτὸν
	Pronome pessoal, 3° P, acus. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
	εἶπενverbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plu.
	Falar, dizer
	αὐτῷ
	Pronome pessoal, 3° P, dat. Sing., masc.
	Ele, o mesmo
	 ὁ
	Artigo nominativo plural masc.
	O, a
	Ἰουδαῖοι
	Adjetivo, nom. plural masc.
	Judeu
	Ἡμῖν
	Pronome pessoal, dativo, 1°p., plural
	Eu
	οὐκ
	Advérbio negação
	Não
	ἔξεστιν
	Verbo presente, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. sing.
	É licito
	ἀποκτεῖναι
	Verbo, aoristo, ativo, infinitivo.
	Matar
	οὐδένα
	Adjetivo acus. Sing. Masc.
	Ninguém, nada
Versículo 32
	 ἵνα 
	Conjunção adverbial de proposito 
	 Para que; que
	 ὁ
	Artigo nominativo sing. masc.
	O, a
	λόγος
	 Substantivo nom. Masc. singular 
	Palavra
	τοῦ
	Artigo genitivo singular masc.
	O, A
	Ἰησοῦν 
	Substantivo gen., masc. singular 
	Jesus
	πληρωθῇ
	Verbo, aoristo, passivo, subjuntivo, 3°p, singular.
	Encher, cumprir
	ὃν
	Pronome, relativo, acusativo, singular, mascu.
	Quem, o que
	εἶπεν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. sing.
	Falar, dizer
	σημαίνων
	verbo, presente, ativo, particípio, nominativo, masc.
	Significar, indicar
	ποίῳ
	Adjetivo, dat. Sing. masculino
	Que, qual
	θανάτῳ
	Substantivo, dativo, singular, masc.
	Morte
	ἤμελλεν
	Verbo imp. Ativo, ind. 3°p. singular
	Estar prestes a
	ἀποθνῄσκειν
	Verbo presente, ativo, infinitivo
	Morrer
4.1 ANÁLISE MORFOLÓGICA - SINTÁTICA 
 
Nessa perspectiva, realizar a análise sintática significa identificar a função que cada elemento exerce no contexto da sentença, bem como a relação que ele estabelece com os demais constituintes, de modo a se formar um todo organizado e harmônico. Diante disso, separamos os principais verbos, substantivos, adjetivos, conjunções e outras formas gramaticais dos versículos em analise. 
Nesta respectiva analise, extraimos utilizando os recursos Disponível no Software Bíblico do Logos; Faith Life e o VINE. W. F. Dicionário VINE. Rio de Janeiro, Ed. CPAD, 2002. ANGLADA, Paulo. Introdução a hermenêutica reformada. Belém: Knox Publicações, 2006. BROWN, Colin; COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000. REGA, Lourenço Stelio; BERGMANN, Johannes. Noções do grego bíblico. São Paulo, Vida Nova, 2004. WALLACE, Daniel B. Gramática grega. São Paulo-SP, Ed. Batista, 2009. 
Segue-se, portanto, a analise morfológica-sintática dos versículos da pericope.
Versiculo 28.
	Palavra 
	Classificação Morfológica 
	Tradução 
 
	 Ἄγουσιν
	Verbo presente, ativo, indicativo, 3°P. plural. Ἄγουσιν, esse verbo tem o sentido de trazer, porém aqui, não aparece quem estava os levando, o sujeito é indeterminado.
	Levaram
	 οὖν
	Conjunção continuativa transicional. οὖν, essa conjunção está dando continuidade dentro da narrativa.
	Depois, portanto
	Ἰησοῦν 
	Substantivo acusativo, masc. Singular. Ἰησοῦν, por estar no acusativo, aqui o substantivo nesse caso, Jesus é o objeto direto da ação, ou seja, aquele que sofre a ação.
	Jesus
	τοῦ
	Artigo genitivo singular masc. τοῦ, esse artigo ele define a origem que foi dada dentro da ação, no caso, por estar no genitivo.
	O, A
	Καϊάφα
	 Substantivo gen. Masc. Singular. Καϊάφα, esse substantivo por estar no genitivo, ele define que foi daqui que Jesus, saiu depois que o levaram para Pilatos. 
	Caifás 
	εἰς
	Preposição de direção, εἰς, essa preposição da direcionamento para onde Jesus iria depois da casa de Caifás, nesse caso o Pretório. 
	 Para
	τὸ
	Artigo acusativo, neutro, singular, aqui o artigo define o lugar para onde estavam levando Jesus, que é o objeto direto na oração. 
	O, a
	πραιτώριον
	 Substantivo acus. neut. Singular, πραιτώριον, lugar para onde levaram Jesus, nesse caso por estar no acusativo tem um função direta com Jesus. Ou seja, quem ou que? 
	Pretório
	 καὶ
	Conjunção conectiva , “Conjunção é a palavra que relaciona palavras, cláusulas, orações ou parágrafos, e, como resultado, interliga partes e unidades de pensamento de uma língua. É uma palavra de interligação”. (Wallace, 2009, p. 667), nesse caso a conjunção aqui está dando conexão para a próxima ação dentro da frase.
	 E, também, mas
	εἰσῆλθον
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural. O verbo por estar no Aoristo, remete a uma ação sem tempo determinado. Aqui, a ação deles entrarem no pretório.
	 Entrar
	πραιτώριον
	 Substantivo acus. neut. singular . Já explicado acima.
	Pretório
	 ἵνα 
	Conjunção adverbial de proposito, ἵνα, essa conjunção, ela está explicando a causa ou o motivo porque eles não entraram no pretório. 
	 Para que; que
	 μὴ
	Advérbio negativo, μὴ, o advérbio aqui, faz a ligação entre a conjunção que explica o motivo e o verbo que define o motivo.
	 Não
	μιανθῶσιν
	verbo, aoristo, subjuntivo, passivo, 3°p. plural. O verbo por estar no Aoristo, remete a uma ação sem tempo determinado. Aqui, a ação se refere caso eles entrassem no pretório, ficariam contaminados e impedidos de comerem a pascoa. 
	Profanar, poluir
	 φάγωσιν
	verbo, aoristo, ativo, subjuntivo, 3°p. plural. Ver item acima.
	 Comer
	πάσχα.
	 Substantivo acus. neut. Singular/ obj. direto da oração subordinada. Πάσχα, O substantivo no qual está empregado é o acusativo, ou seja, limita o verbo quanto à sua extensão, direção ou alvo, o acusativo indica o objeto imediato da ação de um verbo transitivo direto (WALLACE, 2009, p. 179). 
	Páscoa
 
Versículo 29
	Ἐξῆλθεν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural. O aoristo, descreve a ação expressa pelo verbo, o evento ou o estado em si, como um todo. Em função de que o aoristo se refere à ação em si, sem dizer o tempo de duração, nem a maneira em que acontece, nem os resultados, muitas vezes, em muitos casos, um tempo indefinido. O verbo Ἐξῆλθεν é um aoristo constativo, sem intenções de destacar o início ou o fim da ação, o aoristo constantivo contempla a ação como um todo; este é o seu significado básico. É também um primeiro aoristo, chamado de aoristo “fraco”. (REGA; BERGMANN, 2004, p. 138).
	Sair
	Πιλᾶτος
	 Substantivo nom. Masc. Singular. O substantivo Πιλᾶτος está nominativo, ou seja ele é o sujeito principal da oração, nesse caso a pergunta deve ser o que é ou o que que é?[footnoteRef:7] [7: https://www.elo.pro.br/cloud/aluno/atividade.php?id=1955&etapa=1#:~:text=Nominativo%20%E2%80%93%20quando%20um%20substantivo%20se,quem...%3F%E2%80%9D%20. Acesso 12/10/21 as 15:43] 
	Pilatos
	αὐτοὺς
	Pronome pessoal, 3° P, acusativo plural, masc. Para evitar a repetição de nomes é usado o pronome, ou seja, sua função na gramática é substituir o substantivo. O pronome pessoal é aquele que representa a pessoa de uma oração (REGA; BERGMANN, 2004, p. 110). Nesse caso esse pronome αὐτοὺς foi usado com a finalidade de substituir os Judeus a quem Pilatos falara. 
	Ele, o mesmo
	κατηγορίαν
	Substantivo acus. fem. Singular. O substantivo é aquele que especifica algo que possui existência, designando pessoas, animais, lugares ou coisas. Nesse caso no qual está κατηγορίαν é o acusativo, ou seja, há uma limitação do verbo quanto à sua extensão, direção ou alvo, o acusativo indica o objeto imediato da ação de um verbo transitivo direto (WALLACE, 2009, p. 179). 
	Acusação
	ἀνθρώπου
	Substantivo gen. masc. singular. ἀνθρώπου está no caso genitivo, especificando ou definindo o porquê da acusação contra o homem, uma vez que ele não havia feito nada de errado.
	Ser humano
Versículo 30
	ἀπεκρίθησαν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural. Ver a definição no inicio do vers. 29 acima.
	Responderam-lhe
	οὗτος
	Pronome dem. nom. Sing. Masc, esse pronome está substituindo o nome Jesus, ao qual queriam colocar como um malfeitor.
	Este
	κακὸν
	Adjetivo, acus. Sing. Neutro. adjetivo é a palavra que qualifica um substantivo ou atribui uma qualidade. Neste caso a palavra κακὸν está qualificando o substantivo ἀνθρώπου. Conforme a gramática o adjetivo concorda em gênero, número e caso com o substantivo por isso está no caso acusativo. (REGA; BERGMANN, 2004, p. 92).
	Mau 
	σοι
	Pronome pessoal. Dativo. 2°p Sing. Pronome é a palavra que substitui o nome evitando a sua repetição. Os pronomes pessoais sãoaqueles que representam as pessoas de uma oração. O caso dativo indica a pessoa ou coisa em quem recai o proveito ou dano de uma ação (REGA, 2004, p. 69, 111). Aqui o caso σοι está substituindo a palavra Pilatos.
	Você
Versículo 31 
	νόμον
	Substantivo, acus. , singular, masc. O caso acusativo limita o verbo quanto à sua extensão, direção ou alvo, o acusativo indica o objeto imediato da ação de um verbo transitivo direto (WALLACE, 2009, P. 179). Nesse caso a finalidade do substantivo é designar o fato de Pilatos entregar Jesus para os Judeus juga-lo conforme as leis (νόμον) dele.
	Lei
	κρίνατε
	verbo, aoristo, ativo, imp. 2°p. Plural O κρίνατε está no indicativo expressa um fato, um acontecimento, algo afirmado com certeza; no tempo imperfeito, expressando uma ação contínua no passado (ANGLADA, 2006, p.362). 
	Julgar
	Ἰουδαῖοι
	Adjetivo, nom. plural masc.O Adjetivo são palavras que qualificam um substantivo. O adjetivo Ἰουδαῖοι é um adjetivo que funciona com sentido predicativo. Nesse caso, o adjetivo faz uma afirmação sobre o verbo κρίνατε, declarando alguma qualidade considerada digna de destaque. (REGA; BERGMANN, 2004, p. 96). 
	Judeu
	ἔξεστιν
	verbo, aoristo, ativo, indicativo, 3°p. plural. O aoristo, descreve a ação expressa pelo verbo, o evento ou o estado em si, como um todo. Em função de que o aoristo se refere à ação em si, sem dizer o tempo de duração, nem a maneira em que acontece, nem os resultados, muitas vezes, em muitos casos, um tempo indefinido. O verbo ἔξεστιν é um aoristo constativo, sem intenções de destacar o início ou o fim da ação, o aoristo constantivo contempla a ação como um todo; este é o seu significado básico. É também um primeiro aoristo, chamado de aoristo “fraco”. (REGA; BERGMANN, 2004, p. 138). Nesse caso os Judeus não queriam sujar as mãos de sangue, tentando se livrar da responsabilidade e jogando para as mãos de Pilatos.
	É licito
	ἀποκτεῖναι
	Verbo, aoristo, ativo, infinitivo. O verbo no infinitivo pode ser usado como substantivo ou como verbo. O verbo ἀποκτεῖναι é um infinitivo que indica o propósito do adjetivo Ἰουδαῖοι. O aoristo observa o evento como um todo sem levar em conta o tempo e os resultados. (REGA; BERGMANN, 2004, p.293).
	Matar
Versículo 32
	 ἵνα 
	Conjunção adverbial de proposito, essa conjunção faz uma conecção trazendo uma explicação sobre qual o propósito Jesus deveria e o modo que ele iria morrer.
	 Para que; que
	λόγος
	 Substantivo nom. Masc. Singular. O substantivo λόγος está nominativo, ou seja ele é o sujeito principal da oração, nesse caso a pergunta deve ser o que é ou o que que é?[footnoteRef:8] Aqui o propósito é conectar com o substantivo Ἰησοῦν. [8: https://www.elo.pro.br/cloud/aluno/atividade.php?id=1955&etapa=1#:~:text=Nominativo%20%E2%80%93%20quando%20um%20substantivo%20se,quem...%3F%E2%80%9D%20. Acesso 12/10/21 as 15:43] 
	 Palavra
	Ἰησοῦν 
	Substantivo gen., masc. Singular. Ver definição acima. 
	Jesus
	ἤμελλεν
	Verbo imp. Ativo, ind. 3°p. singular. Ver definição acima, aqui é ligação do substantivo Ἰησοῦν com o próximo verbo ἀποθνῄσκειν que se refere ao modo como Jesus morreria. 
	Estar prestes a
	ἀποθνῄσκειν
	Verbo presente, ativo, infinitivo. Esse é o resultado das palavras de Jesus ao qual Ele anunciou.
	Morrer
4.2 SEMÂNTICO (TRADUÇÃO E ANÁLISE) 
A análise semântica nos ajuda a entender o significado das construções linguísticas. O indivíduo pode até conhecer a estrutura de uma palavra, mas é necessário liga-la a semântica, porque talvez ele nunca irá entender o seu significado. (EGGER, 1993) 
 
	Palavra Tradução 
	Análise Semântica 
 
	Ἰησοῦν/ Jesus
	No antigo testamento o nome de Jesus era escrito na origem Judaica de Yesua, para facilitar na “declinação da transcrição do nome foi acrescentada a letra s.
“Yesua ou Josué provavelmente veio ter o seu uso de forma geral” próximo do exilio da Babilônia, “fazendo assim a substituição da forma mais antiga ehosua. ” A maneira como a LXX interpretava tanto antigamente como recentemente, possuía um jeito mais “uniforme”, como Iesous. Possivelmente quem apareceu com o nome transcrito dessa forma foi Josué, sucessor de Moisés, 
“(cf. Êx 17:8-16; 24:13; 32:17; 33:11; Nm 11:27 e segs.; 13:8; 14:6-9; 30-38; 27:28,21 e segs.; Dt 31:3, 7, 8, 14-15, 23;34:9; e no Livro de Josué).” “É o nome mais antigo” que se junta com javé, e significa “Javé é socorro” ou “Javé é salvação”. 
No meio dos povos Judeus, o nome de Jesus era entre os judeus da Palestina, assim como entre os judeus da dispersão, o nome “Jesus” era difundido por todos os lados, “durante o período pré-cristão e na parte interior da era cristã. ” (COENEN; BROW, 2000,p.1075)
Assim como no A.T., o N.T., mostra que o nome de Jesus era muito comentado entre os judeus, principalmente “nos tempos de Jesus de Nazaré e seus Discípulos. ”
Os relatos em Lucas 3.29, menciona o nome ancestral parecido com este, e “em Cl 4:11 menciona um cristão judeu com o nome de “Jesus”, e este, conforme o costume da época e, talvez também como cidadão romano, tinha um segundo nome. ”
“No NT (At 7:45; Hb 4:8), Há indicações que parecem ser claras, de que Barrabás, o Zelote, que Pilatos colocou como escolha alternativa com Jesus para o povo escolher, 
Devido esse nome “Jesus” provavelmente não ter uma boa reputação nos tempos passados.
“Assim, a maioria dos MSS, inclusive alguns muito antigos e valiosos, suprime este nome. ” 
O nome de Jesus exige profunda reverencia, ao analisarmos e pensarmos que “Ele é o Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12:2) .” (COENEN; BROW, 2000,p.1076)
	Πάσχα/ Pascoa 
	O nome páscoa significa, “passagem, Ex. 12.23, ” essa festa é o nome das três festas Anuais que deveriam comparecer todos os homens de Israel. 
Essa festa foi instituída para comemorar a saída do Povo do Egito, as comemorações foram celebradas em “Honra ao Senhor”. O inicio das festas se davam por volta do dia catorze do mês de Abide, o ritual da festa começava ao entardecer com matando e assando os cordeiros, comia-se com pães asmos e alfaces bravas. (DAVIS, 1986, p.446).
	Κατηγορίαν/ Acusação
	No A.T. essa palavra tem sua derivação vinda de “kaleó “chamar”, enkaleõ”, tem o significado de exigir Direito, possui características judiciais, que pode reivindicar direitos sobre alguém ou prestar queixas formais acusando. “A LXX canônica emprega enkaleo 3 vezes, cada vez para representar uma palavra Heb. diferente, mas não emprega enklema em lugar algum. ” 
O N.T, utiliza essa palavra em um sentido mais clássico, usando no “ativo com o Dativo da pessoa acusada, e o passivo com o genitivo para a pessoa que faz a acusação.
Em Rm 8.33, vemos o “único emprego teológico da palavra”, que faz a abordagem onde Paulo dissipa apreensões de que Satanás ou outro possa cassar os eleitos no dia do Juízo. (COENEN; BROW, 2000, p.20)
	νόμον/lei
	O sentido dessa palavra abrange muitas áreas, porém “nas escrituras elas só possui dois sentidos especiais. ” Davis, nos mostra esses sentidos da seguinte forma: 1° É uma força operacional que rege os acontecimentos segundo a sua vontade, 2° É empregada no sentido Penal, sua formulação da por meio de autoridades que possuam competência para redigir e fazer valer tais normas ou leis. Geralmente são essas leis que são abordadas dentro das escrituras. A lei no Antigo Testamento são conhecidas pelo “hebraico como a Torá, e é governada e aplicada por um governador Divino ou humano. ” (DAVIS, 1986, p.356).
“O subs. nomos deriva do vb. nemo, “distribuir”, “partilhar” “atribuir”, “conceder”, especialmente no sentido de “distribuir” propriedades, ‘partilhar” pastagens ou terras de agriculturas.” (COENEN; BROW, 2000, p. 1152).
A “LXX”, apresenta a palavra nomos ocorre cerca de 430 vezes, sendo 200 sem equivalentes “heb.; quanto às demais, o equivalente mais comum é torá, com a ocorrência de dat. 16 vezes, e hoqt huqqah, 12 vezes. “No AT canônico, nomos concentra-se mais pesadamente nos livros do Pentateuco fora de Gênesis, e ocorre ali cerca de 60 vezes, das quais 25 em Dt e 20 em Lv. Depois, háEsdras e Neemias, se for contado o livro apócrifo 1 Ed (53 vezes), depois os Salmos (40 vezes, das quais 26 no SI 119 [LXX 118]). Entre os profetas, Jr emprega a palavra mais frequentemente (15 vezes).” O uso frequente nos livros extra canônicos (ocorre cerca de 100 vezes nos Livros dos Macabeus e 30 vezes em Sir.). Diante disso nota-se o quão é importante “a lei no pensamento judaico durante os dois últimos séculos a.C.” (COENEN; BROW, 2000, p. 1153).
 “No NT, o subs. nomos (191 vezes), ocorre mais frequentemente em Paulo vezes, predominando em Romanos (72 vezes), Gálatas (32), 1 Coríntios (9), livros não-paulinos nos quais a palavra ocorre com certa frequência são: Atos (17 vezes), João e Hebreus (14 cada), Tiago (10), Lucas (9), Mateus (8). nomos não aparece em Marcos, nas Epístolas Gerais fora de Tiago, nem no Apocalipse. O fato que Jesus tratou intensivamente do problema da lei (cf. Mc 2:23-28; 10:1-12). ” (COENEN; BROW, 2000, p. 1156).
	Κρίνατε/Julgar
	krinõ significa “separar, selecionar, escolher”; por conseguinte, “determinar", e, assim, “julgar, pronunciar julgamento”.
“Os usos deste verbo no Novo Testamento podem ser analisados assim: (a) assumir o ofício de juiz (Mt 7.1; Jo 3.17); (b) sofrer processo de julgamento (Jo 3.18: 16.11; 18.31; Tg 2.1 2); (c) dar sentença (At 15.19; 16.4:21.25); (d) condenar (Jo 12.48; At 13.27; Rm 2.27); (e) executar julgamento em (2 Ts 2.12; At 7.7); (/) estar envolvido num processo, quer como querelante (Mt 5.40; 1 Co 6.1); quer como acusado (At 23.6); (g) administrar negócios, governar (Mt 19.28; cf. Jz 3.10); (h) formar opinião (Lc 7.43; Jo 7.24; At 4.19; Rm 14.5); (/') fazer uma resolução (At 3.13; 20.16; 1 Co 2.2)” (VINE, 2002, p.731).
	ἀποκτεῖναι/ Matar
	“Ἀποκτεῖναι é usado a tradução matar, essa palavra possui muitos sentidos diferentes, porém aqui na passagem de Jo.18.31, se refere a Jesus a sua morte física, também ocorre em Ap 2.13; 9.15; 11.13; 19.21); (b) metaforicamente, aparece em Rm 7.11, acerca do poder do pecado, que e personificado, como “tomando ocasião pelo mandamento” e infligindo engano e morte
Espirituais, ou seja, separação de Deus.” (VINE, 2002, p.776).
	ἀποθνῄσκειν/Morrer
	Tem o mesmo sentido de matar, significa extinção violenta da vida.
“matar” “ocorre mais de 150 vezes na LXX, mormente para traduzir as raízes heb. harag, “matar”, e mut, “morrer” (especialmente hiph., “fazer morrer”). “Pode se referir ao homicídio (Gn 4:8, de Caim), à execução penal (Êx 32: 27), ou o levar a efeito uma matança em massa numa guerra santa (Nm 31:7-8; 1 Sm 15:3). Ocorre, também, nas visões proféticas do julgamento (Am 4:10; 9:1 ;Ez 23:10). 2. Em cerca de 70 ocorrências na LXX, teleutao é usado para traduzir o heb. mut, “morrer”, quase sempre no sentido de “expirar” , “chegar ao fim da vida”. Nenhuma distinção aqui se tira quanto a ser a morte de causas naturais (e.g. Êx 1:6; Jz 1:2), ou repentina e violenta (thanato teleutesei, “certamente morrerá”, Êx 19:12; 21:16-17; Am 9:10).” (COENEN; BROW, 2000, p. 1317).
Concluímos essa parte da analise morfológica, morfológica-sintática e semântica, essa etapa contribuirá para a próxima etapa da pesquisa que será a argumentação teológica, visto que, é argumentação teológica tem uma profunda conexão dos sentidos das palavras aqui analisadas. 
5. ARGUMENTAÇÃO TEOLOGICA 
Essa argumentação exegética tem o propósito de afirmar e confirmar o sentido original do texto do evangelho de João 18.28-32, dentro do seu contexto cultural, analisando-o semanticamente e morfologicamente, à luz de toda a Sagrada Escritura e com o apoio das teologias bíblica e sistemática. O método utilizado para a realização deste passo exegético se dará com o início de uma análise da teologia do texto, bem como a Teologia Bíblica e em seguida a teologia sistemática, após feita essa análise, prosseguiremos com a argumentação teológica e suas implicações dentro da passagem pesquisada. 
5.1 TEOLOGIA BIBLICA
A teologia bíblica busca fazer comparações entre vários textos dentro do A.T. e N.T., visando identificar se há paralelos de palavras, ideias e históricos. Diante disto, trataremos algumas partes do texto de forma individual buscando localizar os paralelos existentes. (ANGLADA 2006, p.205)
No v. 28 destacamos a presença da palavra Ἰησοῦν (Jesus), a palavra aparece dentro de um contexto ao qual Jesus estava inserido, logo após ele ser preso, o levaram para a casa de Anás, depois para Caifás, em seguida o levaram para a casa de Pilatos. O fato ocorre logo cedo entre as 03:00-06:00 da manhã, horário de trabalho dos oficiais Romanos. (MACARTHUR, 2015, p.3731).
Dentro dessa passagem o nome Jesus é o centro de todo o evangelho, pois nele se cumpre toda as interpretações do A.T. O A.T., “Trata-se da revelação progressiva de Deus e de seus propósitos para a salvação de seu povo”, ou seja, Jesus perante Pilatos, onde ele seria acusado, julgado e condenado, tudo isso fazia parte do cumprimento da vinda do Salvador, revelada no A.T., há dois indicadores precisos que nos ajudam a compreender sobre a vinda do Messias, conforme Goldswhorty nos esclarece:
São eles as promessas da aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e o reino de Davi. Três pessoas, Abraão, Davi e Jesus, unem os propósitos e atos da salvação de Deus numa única grande obra da salvação. A história inteira de Israel inclui-se, portanto, na revelação redentora de Deus, cujo ponto culminante é Jesus Cristo. (GOLDSWHORTY, 2018, p.59)
Além disso, ele também argumenta sobre o nascimento virginal de Jesus, e afirmar o que Paulo e Pedro já havia confirmado sobre as promessas feitas a Abraão se cumpria em Jesus. (GOLDSWHORTY, 2018, p.59). Outra narrativa que nos revela sobre a vinda de Jesus e seus propósitos é o cântico de Ana, sua oração (1 Samuel 2.1-10) não foi apenas um agradecimento pelo seu filho, mas, algo que fazia de um projeto maior, ela sendo profetisa, provavelmente ela tenha visto que seu filho faria parte da linhagem da qual viria o Salvador. (GRONINGEN, 1995, p.251). 
A revelação de Jesus ser o que Ele afirmava ser, são confirmadas ao longo de todo o A.T., um dos relatos impressionantes que revelam a sua vinda, podemos notar em (Isaias 7.14), quando o profeta dá um sinal para o Rei Acaz, revelando a vinda de um bebê que viria de uma virgem, no entanto no capitulo 9 de Isaias temos uma figura ideal do rei, mais a frente o profeta revela como seria a vinda e glória futura do Messias, no capitulo 53, Isaias já profetizava toda essa humilhação que Jesus estava passando aqui perante Pilatos, ele ainda recebeu quatro nomes “Conselheiro maravilhoso”, “Deus heroico”, “Pai pela eternidade” e “Príncipe da paz”. A ênfase apresentada aqui sobre o Messias, traz “duas representações dentro do quarto evangelho e nos Sinóticos. ” (VOS, 2010, p.357)
Esse contexto ao qual Jesus estava inserido era durante a festa da páscoa, essa palavra Πάσχα, que significa passagem, “passagem, Ex. 12.23, ” essa festa é o nome de uma das três festas Anuais que deveriam comparecer todos os homens de Israel. Essa festa foi instituída para comemorar a saída do Povo do Egito, as comemorações foram celebradas em “Honra ao Senhor”. O início das festas se davam por volta do dia catorze do mês de Abide, o ritual da festa começava ao entardecer matando e assando os cordeiros, comia-se com pães asmos e alfaces bravas. (DAVIS, 1986, p.446). 
A menção sobre a pascoa em diversos do antigo testamento, além dos evangelhos, o livro de Hebreus no cap. 11.23-29, lista Moisés como herói da fé por ter conduzido o povo e observada a importância da pascoa durante a Jornada no deserto, Groningen, especifica que o ponto de partida para falarmos sobre o cordeiro pascoal começa em (Êx 12.3-11), esta referência serve para as demais quando referirmos sobre a páscoa, o sentido da pascoa no “A.T. não tinha um conceito messiânico”, pois para ter um significado pascal, era necessário um derramamento de sangue com o proposito redentivo, portanto para o cordeiro ter utilidade era preciso derramar os seu sangue, nesse caso podemos considerar

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