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1 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como meta atender as regras da disciplina metodologia de pesquisa exegética do Novo Testamento, especificamente no livro da primeira carta de Pedro. Tendo como o objetivo de analisar a carta conforme a intenção autoral, os contextos gerais e históricos, bem como a cosmovisão do autor. Desenvolvido a partir de uma metodologia de um estudo exegético do texto citado acima. Analisando a parte introdutória e primordial do trabalho, bem como uma análise mais detalhada sobre o texto em sua língua original. Foi trabalhado a estrutura, o esboço da obra, o contexto geral (A autoria, a canonicidade do livro, local de origem da escrita, a data, o público destinatário, a ocasião, o propósito e as características) e o contexto específico da carta que foi abordado o aspecto Histórico – Cultural, como o ambiente sociocultural do autor e dos leitores, Costumes e práticas do autor, bem como a cosmovisão do apóstolo Pedro. Pesquisamos também mais fundo nos contextos literários (como o contexto remoto e imediato, natureza literária, etc.), o contexto textual, onde foi abordada mais especificamente a passagem de primeira Pedro 3.7. Analisamos também gramaticalmente esta passagem, morfossintaticamente e semanticamente, bem como a tradução e o texto original em grego. 2 2 ESTRUTURA Deste ponto em diante será feita uma análise das delimitações apresentadas na passagem sugerida. A delimitação do texto é importante para compreender o enunciado apresentado pelo autor, neste caso será “apresentado duas partes: uma será o esboço da obra e o esboço da estrutura. ” Segundo Egger “a estrutura de um texto entende-se a rede ou conjunto das relações entre elementos do texto. ” (EGGER, 1994, p.26) A estrutura ajuda o exegeta a colher informações importantes sobre as unidades do texto. Essa estrutura é chamada de esboço, que deve seguir os padrões originais dos textos fazendo as divisões principais da pericope, a partir dele podemos fazer nossas observações dentro de uma estrutura mais ampla. ” (STUART; FEE 2008) Seguindo os critérios dessa estrutura será feito o esboço o livro em 1 Pedro, logo em seguida farei o esboço da passagem em 1 Pedro cap. 3.7. Segue-se o esboço da obra: 2.1 ESBOÇO DA OBRA 1 Ao que se refere a composição de um livro bíblico, é preciso fazer um resumo do que está sendo composto, então se faz necessário dividir os elementos principais de um texto, sendo assim, a coerência apresentada, fornece uma compreensão que fica melhor entendida pelo exegeta e pelo receptor. (EGGER, 1994) Segue-se o Esboço de 1 Pedro: 2.2 Saudação (1.1,2) 2.3 A confiança da salvação dos cristãos (1.3-12) 2.4 Efeitos por obter a salvação (1.13-3.12) A. santidade particular (1.13-21) B. Santificados pelo amor (1.22-23) C. O templo e o sacerdócio são edificados por meio de Cristo (2.4-10) D. Os relacionamentos e a conduta cristã nos meios Sociais (2.11-25) E. Marido e Mulher e a Graça da Vida (3.1-7) 1 “Este esboço é uma produção do interprete”, Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso 3 F. A unidade do amor fraternal (3.8-12) 2.5 O sofrimento E o ofício do Cristão (3.13-5.11) 2.6 Conclusão: Exortações e Benção (5.12-14) 3 ESBOÇO DA PASSAGEM A estrutura de uma passagem deve seguir padrões originais, o exegeta deve observar e fazer comparações da passagem entre duas traduções diferentes, havendo indiferenças, cabe o interprete decidir qual será a sua unidade a ser seguida. (STUART; FEE 2008) Segue-se o esboço da passagem de 1Pe. 3.1-7 3.1 Marido e mulher e a graça da vida (3.1-7) A. A submissão e os deveres da esposa (1-6) 3.2 Deveres e compromissos do marido para com a esposa (7). A. Os deveres do marido com a esposa Dentro da estrutura foram feitos os esboços da obra em 1Pedro, e o esboço da passagem em 1 Pedro 3.1-7, este passo facilita a melhor compreensão para os passos a seguir, como o contexto histórico em geral e os demais que serão trabalhados nesse trabalho de exegese. 4 CONTEXTOS A parte que seguira do trabalho, visa analisar o contexto histórico em geral da passagem bíblica de I Pedro, São chamadas de católicas ou gerais as epístolas de Tiago, I e II Pedro, I a III João e Judas. Com exceção da 2ª e 3ª epístola de João, todas as outras foram endereçadas a mais de uma única localidade. Estudaremos a fundo I Pedro, que integra o conjunto de escritos chamados Petrinos. A análise contextual é composta por diversos tópicos, tais como: o contexto histórico geral, especifico, textual, literário e linguístico. Segue-se então a composição dos contextos mencionados: 4.1 CONTEXTO HISTÓRICO EM GERAL 4 Esta parte do trabalho engloba as questões sobre a canonicidade e características do texto; fontes do texto, autenticidade e integridade do texto; título da obra; autoria; destinatários; data e local; ocasião e propósito, e outras informações pertinentes para compreensão do mesmo. Logo, é necessário fazer uma pesquisa detalhada do texto, para analisarmos questões levantadas sobre a carta Petrina. (GEISLER; NIX, 1997) 4.2 CANONICIDADE E CARACTERÍSTICAS DO TEXTO A. Canonicidade A canocidade se refere a uma junção de fatores traçados como uma linha ou régua, para identificar a veracidade de um determinado texto ou livro, segundo J.D. Douglas, “o cânon é uma lista de livro que a igreja reconhece como Escrituras inspirada. ”( Douglas, 1995). O Cânon do Novo Testamento é formado por livros divinamente inspirados, considerando isto pela visão da igreja primitiva. O próprio termo cânon tinha o significado de vara de medir passando posteriormente a expressão: padrão. “No que fere ao Novo Testamento, refere-se aqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autoritativo de crença e conduta” (GUNDRY, 2003, p.61). A expressão Novo Testamento (NT) “é usada para denominar a segunda parte da literatura bíblica” (BRUCE, 2009, p. 1384). Encontramos então no NT cinco livros narrativos, vinte e uma epístolas e um livro totalmente distinto dos demais chamado: Apocalipse. “O ‘cânon’ mais antigo foi aquele que a igreja em Tessalônica possuía logo após o ano 50d.C, e consistia em duas cartas, ambas de Paulo” (BRUCE, 2009 p.1395). Mas logo após, com os livros do NT circulando já por um longo tempo, acabou ocorrendo um reconhecimento universal do conteúdo mencionado. Os textos no NT em sua maioria, já eram aceitos como livros de autoridade divina já nos primeiros anos da Igreja. “Em sua maioria, os documentos do NT são citados como autorizado já bem cedo. Isso incluí os quatro evangelhos, as treze cartas paulinas, 1 Pedro e 1 João.” (CARSON, 2009, p.23), deixando claro que sua inspiração foi reconhecida desde os primórdios. Nesse caso em 1 Pedro, nota-se a familiaridade de linguagem nos escritos de 1 Clemente (95 d.c.), por Papias (Eusébio H.E. 3.29.17). Já no final do século 2º, Irineu, que foi bispo de Lyon e Vienne, no sul da Franca e discípulo de 5 Policarpo, “não somente citou os textos da epístola, mas também a atribuiu a Pedro, o discípulo do Senhor” (HENDRIKSEN, 2006). O que podemos concluir é que 1 Pedro foi um texto inspirado divinamente, e por isso possui credibilidade e autoridade sendo este transmitido com integridade, trazendo então confiabilidade. Sendo necessário somente verificar questões de autenticidade do escrito bíblico. B. Características A característica da carta é dinâmica, onde seu objetivo não é de narrar os fatos, Mas, de ensinar sobre determinados assuntos ou circunstancias. A carta possui algumas características específicas. Vejamos: O livro possui uma característica “pastoral,exortativa, consoladora, Cristocêntrica, trouxe fortalecimento da fé dos cristãos que estavam sendo perseguidos. ” (DAVIS, 1986) 4.2.1 Fontes, Autenticidade e Integridade A. Fontes O autor cita o antigo testamento para manter sua argumentação, ele usa textos bíblicos em mente para fomentar sua argumentação, nota-se uma construção de ideias já estruturadas nas escrituras, “o conteúdo citado nos versículos 15-16 faz menção a 4 versículos em levítico 42, os escritos possuem caráter semelhantes, o conteúdo faz variação em ordens de palavras. Hintz chega a afirmar que ele pode ter usado textos gregos ou hebraicos: ao ser analisado os textos gregos da septuaginta ou do hebraico da Torá, há possibilidades de uma citação no texto de Lv. 19.2, nota-se que não tem outra ocorrência em levíticos, provavelmente ele tinha algum “destes textos em mãos quando escreveu a carta. ” (HINTZ, 2017) Há também muitos textos que possuem uma gama de semelhanças com os sofrimentos apresentados de Cristo como Isaias 53, alguns ditos de provérbios, a citação de Noé, entre outros que dão sustentação e podem evidenciar os escritos sendo de Pedro, portanto é notório que essas fontes comprovam a autoria Petrina. (MUELLER, 1988). Segue-se as citações de alguns pais da igreja que confirmam as fontes das cartas de Pedro. 6 Para evidenciar e comprovar essas fontes, podemos mencionar alguns pais da igreja como Eusébio no IV séc. Origenes no III séc., Clemente de Alexandria faz citações sobre autor, confirmando sua autoria, em o pastor de Hermas, encontra-se um possível paralelo com 1 Pedro, esses pais e entre outros atestam a autoria das cartas de Pedro. (MAUERHOFER, 2010) Podemos então concluir que há fortes evidencias das cartas Petrinas, realmente ter Pedro como o autor, além das citações dos pais da igreja, a evidencias quanto as citações do Antigo Testamento, e o sofrimento que os cristãos vinham sofrendo devido suas condições sociais. Esses fatores nos dão segurança em credibilizar Pedro como o autor. B. Autenticidade e Integridade Houve objeções a autenticidade de Pedro como autor, “em 1808 Cludius foi o primeiro a fazer essa contestação”, eles usam uma argumentação por falta de dados pessoais do autor, outro argumento levantado contra sua autoria seria o grego Koinê fluente, pelo fato de Pedro ser de Betsaida, mas a cidade tinha dois idiomas, então o grego era falado desde cedo. As argumentações contra segue também sobre os estudos do autor, sobre sua qualificação, pelo fato de ele não ter uma boa linguagem, as alusões feitas com a teologia de Paulo, porém, a explicação segue contra esse argumento, devido a influência das escolas Paulinas. (MAUERHOFER, 2010, p.521-522) Outros argumentos contra foram pelo fato de “Pedro ter algumas coisas em comum com Paulo, sobre os destinatários também na mesma região que Paulo evangelizou, como se Pedro não pudesse visitara as mesmas cidades e igrejas que Paulo pregou, a falta de crença dos argumentos contra mostram sobre Pedro ter ditado a carta a Silvano, para eles a carta pode ter sido escrita por um autor autônomo a fim de apresentar evidencias com os escritos Paulinos. (MAUERHOFER, 2010) “O peso das evidências, portanto, é favorável à autenticidade de ambas as cartas. Além do mais, a igreja primitiva não aprovava, em princípio, livros escritos sob nomes falsos. Por exemplo, o pai da igreja, Tertuliano (Sobre o batismo, 17), informa que o ancião que escreveu a obra pseudônima Atos de Paulo a fim de aumentar "a fama de Paulo" foi exonerado, e o chamado Evangelho de 7 Pedro foi criticado por ser falso (Eusébio, História eclesiástica, 6.12). Além disso, os materiais pseudônimos tendem a ser drasticamente diferentes de 1 e 2Pedro. ” (BIBLIA DE ESTUDO ARQUEOLOGICO) Portanto, a autenticidade da autoria Petrina é válida devido a vários relatos e citações dos pais da igreja, os testemunhos internos, a forma como vivia, “a menção que ele faz em 2 Pe. 3.1, escrevendo aos destinatários de 1 Pedro. ” A quem ele escreve a carta, enfatizando o sofrimento de Cristo e nossa perseverança nos tempos vindouros, essas são provas mais que suficientes para mostrar a autenticidade de Pedro como autor. C. Integridade A autoridade das cartas se dá pelo fato de Pedro ser um apostolo e ter vivido e andado ao lado de Jesus, ele era conhecedor das circunstâncias que a igreja estava vivendo, “alguns alegam que parte de 1 Pedro foram copiladas por tradição oral. ” No entanto não há provas suficientes para desconsiderar a integridade do autor. (MAUERHOFER, 2010) 4.2.2 Gênero e Título da obra A. Gênero O Gênero tem caráter de epistola, que exorta o crente no seu modo de viver e perseverar firme diante das perseguições por amor a Cristo. (MARSHALL, 2007) B. Título da Obra O título pode ser conhecido como: Encorajados com a esperança de vivermos debaixo da graça e da misericórdia de Cristo. Podemos então concluir com facilidade em compreender a autoria e os propósitos dos escritos de Pedro, as semelhanças entre as duas cartas, as fontes que evidencia, a mensagem que a carta trás nos mostra de como Pedro encorajava e exortava os crentes a perseverarem na fé. 4.2.3 Autoria e Destinatário; Local e Data; Ocasião e Propósito. 8 A. Autoria A carta de Pedro foi escrita pelo próprio apóstolo, presbítero e testemunha de Jesus Cristo, conforme 1 Pedro 1:1. A sua vontade de ser testemunha pode ser confirmada em várias passagens ao longo da carta, confirmações essas que só poderiam vir de alguém que esteve com o próprio Jesus. Uma delas está no livro de 2 Pedro 2: 20-25 e Marcos 14:65. (CARSON, 1992). Existem algumas semelhanças entre a carta de Pedro e de Atos, linguagem petrina que é encontrada durante toda carta, confirmando essa autoria. A confirmação de que Pedro seja o autor é pouco contestada, porém existem fatores que questionam essa autoria, aqui estão algumas mais importantes. A.1- A primeira alega que o grego da carta é excelente para um homem iletrado ter escrito (At. 4.13), mas a referência em Atos era de que Pedro e João não eram versados na tradição rabínica e não “analfabetos”. Não existe base para afirmar que Pedro não sabia grego. A.2- Há também uma correlação entre Pedro e Paulo, eles não estavam pregando dois evangelhos desconexos, portanto havia uma semelhança entre os dois, Paulo também escreve uma carta a Roma e muito possivelmente Pedro tivesse vínculos com essa igreja. Assim se assemelhando com os ensinos de Paulo. A.3- Não existem particularidades da vida de Jesus, porém acredita se que não há motivos para que Pedro relatasse tais fatos. A.4- “Em 1 Pedro 5:13 o autor afirma, que escreveu da “Babilônia”. Apenas dois parecem razoáveis, a Babilônia verdadeira na Mesopôtamia, ou uma Babilônia metafórica (ROMA), embora o contexto não pareça figurativo ou secreto.”(CARSON, 1992). Portanto, a autoria petrina é confirmada através de vários relatos e citações, como já mencionei acima, e também a forma como vivia, a menção que ele faz em 2 Pedro 3:1, enfatizando o sofrimento de Cristo e nossa perseverança nos tempos vindouros. As datações que seguem um enquadramento da perseguição. Essas são provas irrefutáveis quanto a autenticidade de Pedro como autor desta carta. B. Destinatário A carta foi escrita para os crentes em Cristo, que viviam espalhados na região do norte da Ásia menor, nome este das antigas províncias em que estava organizado o império Romano. Não se pode atribuir a evangelização desses crentes a Pedro, pois na própria carta ele relata: “Aqueles que vos pregaram o evangelho”. (1:12). 9 Na carta existem poucos indícios de que os crentes eram judeus, é mais provável de que eram gentios convertidos com base em (1:18), onde falam que os leitores foram resgatadosde sua vida antiga. Os destinatários seriam trazidos como peregrinos eleitos na dispersão, onde a casa final seria o céu e estavam de passagem pela terra. (MAUERHOFER, 2010 ). Então, a idéia é que Pedro escreveu para os crentes, judeus e gentios, que estavam sofrendo com a perseguição daquela época, e em cidades que não haviam sido evangelizadas pelo apóstolo Paulo em sua viagem a Ásia menor. Apesar de muitos não acreditarem que Pedro pudesse pregar para os gentios por causa de seus costumes judaicos, na passagem de Atos 10, Pedro quebra essa barreira cultural em sua vida. C. Local e Data Em (5:13), entendemos que a carta foi escrita na “Babilônia”, porém não é provável que ele escreveu esta carta nas ruínas dessa cidade citada no antigo testamento. Tudo indica que o local de origem onde a carta foi escrita foi na cidade de Roma, e que o termo “Babilônia”, era uma maneira simbólica, pelo fato de dar um ar de orgulho, imoralidade e maldade, também porque os judeus haviam sido expulsos daquela cidade. Marcos é conhecido por estar com Pedro em Roma. Sendo assim partimos do princípio de que Pedro escreveu a carta na década de 60, antes dos anos 64-66 D.C., o período se passava pela perseguição de Nero, e tudo indica que esta carta foi escrita pouco tempo antes de sua morte. D. Ocasião A circunstância da carta era de cristãos perseguidos na dispersão, estavam enfraquecidos na fé cristã, e havia um esquecimento da conduta cristã, que se assimilava aos pagãos. E. Propósito Pedro escreveu sua carta para encorajar os cristãos perseguidos e confusos e orienta-los a resistir na fé.(5:12) Ele traz de volta os pensamentos cristãos os fazendo lembrar da alegria e glória no Senhor, e os instrui como se comportarem corretamente sobre o sofrimento não merecido. Com base nisso Pedro tem sido chamado como: “O Apóstolo da Esperança”. (BÍBLIA DE GENEBRA, 2011). Sendo assim, Pedro os encoraja a prosseguir na caminhada, com palavras de fé, força e esperança. Podemos concluir sobre a finalidade do Apóstolo Pedro em escrever essa carta, a igreja estava passando por dias de lutas, os cristãos estavam sendo perseguidos de forma cruel, então o autor, vendo a rápida aceitação do evangelho pelos povos daquela região, viu a necessidade e o dever de encorajar os crentes a continuarem firmes em Cristo Jesus, 10 de forma geral, Pedro anuncia as boas novas ao povo e mostra que mesmo diante de todas as dificuldades, o alvo que precisavam mirar, eram as promessas em Cristo, que tudo se cumpria em tempos vindouros, que a Salvação estava nEle, e diante dessa esperança deviam descansar e usufruir desta nova vida. 4.3 CONTEXTO ESPECÍFICO O contexto histórico específico de uma passagem precisa abordar o aspecto histórico, sociopolítico e cultural do texto, então dentro dessa analise deve ser colocado em questão como o povo vivia? Onde o autor escreveu? Como era a forma política da época? A cultura e etc. Analisando esses aspectos, facilita a comunicação entre o locutor e o receptor. (EGGER 1994). Pedro provavelmente estava na Babilônia juntamente com Marcos e Silvano. A hipótese é levantada devido haver outros lugares que poderia ser referida como a Babilônia, a primeira hipótese seria de fato a cidade da Babilônia, entre os rios tigres e Eufrates, a segunda probabilidade seria o Egito, porém, a mais aceitada pelos estudiosos, que a Babilônia citada, não é uma forma literal, seria uma menção a Roma, devido sua fama colocada pelos Judeus. (MUELLER, 1988) Depois de analisarmos as pesquisas trabalhadas, podemos concluir que Pedro estava na Ásia menor, algumas hipóteses podem ser levantadas, quanto ao lugar que foi escrita, e sobre a participação de outras pessoas, na melhor das hipóteses, uma carta com um conteúdo tão rico que leva o cristão a perseverar na fé, independente da perseguição que esteja passando, uma exortação de esperança é trazida pelo apostolo Pedro, para permanecermos firmes na fé, então, como já foi supramencionado, o autor da carta (Pedro) ele estava com Silvano, provavelmente Silvano foi seu ajudante e o ajudou a escrever a carta, embora não sabemos o tamanho de sua contribuição. A carta ela tem um aspecto valoroso quanto ao seu conteúdo, podemos desprezar qualquer tentativa de mudança do texto, pois o texto já tem suas próprias características. (MUELLER, 1988) 4.3.1 Histórico Compreender fatos passados, é importante para conhecer toda a estrutura de um texto, e não menos podemos desprezar sua história, dentro de 1 Pedro é necessário analisar 11 toda a sua história, devido a relevância que a epistola tem para os cristãos. (STUART; FEE,2008) A. Costumes e práticas do autor A origem do apostolo Pedro é a aldeia de Betsaida, embora alguns sugerem que ele morava em cafarnaum, devido possuir uma residência na cidade, homem de educação limitada, possuía um forte sotaque que era da região da Galileia, (Mt 26.73; Mc 14.70), devido sua profissão exigir contato com os gentios, Pedro provavelmente falava um pouco de Grego. (GUNDRY. 2008). Pedro é chamado por outros nomes na narrativa bíblica.” Possivelmente seu nome original era o hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de Atos 15.14 e 2 Pedro 1.1, e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia semelhante. ” No encontro com Jesus, Ele o chama de Cefas, que no aramaico tem um significado de rocha ou pedra. Jo 1.42. (GUNDRY. 2008) Gundry considera todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não apenas nos quatro Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem que ele foi um típico homem do campo, uma pessoa simples, direta e também impulsiva. Pedro era comunicativo, algo que facilitou a desenvolver seu ministério, além de exercer um papel de líder. (GUNDRY. 2008) B. A Cosmovisão do Apóstolo Pedro A perseguição dos cristãos foi umas das principais causas que levou o autor a escrever a carta, a cosmovisão do autor se baseia na vida de sofrimento que os cristãos estavam vivendo, devido a essa situação, Pedro exorta aos cristãos que a compensação está nos dias da salvação vindoura. (GUNDRY, 2008). Pedro dava bastante ênfase aos sofrimentos de Cristo. Ele não tinha nenhuma dúvida que foi por meio do sofrimento de Cristo que Ele nos trouxe a Salvação aos pecadores. Então Cristo deixou para seu povo um exemplo de suportar o sofrimento, que deve ter sido importante para os leitores que estavam em uma visão parecida. Pedro em sua carta trata muitos assuntos que vão dos ensinos sobre Deus e a salvação em Cristo, que tivemos por meio da cruz, mas que a morte na cruz não foi um 12 acidente, mas sim um propósito Divino de lidar com os pecados humanos. (CARSON, 1992) 4.3.2. Sociopolítico A. Ambiente sociopolítico do autor e leitores A política da época era sobre o domínio Romano, esse império perseguia os cristãos, o imperador era Claudio e Roma com sua política moderna e globalizada, estava em crescimento imperial, mas, também com promiscuidade. Cláudio, ‘morreu envenenado por sua esposa. ” Com a morte do imperador Claudio, Nero, torna-se o seu sucessor, desde então, uma perseguição aos cristãos tornou-se implacável matando covardemente milhares de Cristãos, “ele colocou fogo em Roma para acusar os servos de Deus de criminosos, ele ordenou a morte de sua mãe, de seus irmãos e de sua esposa”. (GUNDRY. 2008) Segundo Gundry, o ambicioso e orgulhoso imperador Vespasiano iniciou a construção do Coliseu, monumento arquitetônico no qual morreu por amor a Cristo, um elevadíssimo número de cristãos. Em 80 d.c. a edificação foi completada e dedicada a Tito, embora o perfeito acabamento do anfiteatro não houvesse acontecido antes do governo de Dominicano. No Coliseu as portas do inferno se levantaram contra a igreja de Deus, mas não prevaleceram. Importante é destacar o governo deNero (54 d.C - 68 d.C.), Quando Paulo estava perante Festo, deputado romano, que externou vacilação no caso presente, o apóstolo de Cristo apelou para César, isto é, Nero (At 25.10,11). Quando Paulo em Aos Romanos 13:1-7 exorta o povo de Deus à obediência às autoridades, quem era a autoridade suprema de Roma era o estranho e impiedoso Nero. Ainda, quando Pedro escreve sua Epístola, endereçada a províncias romanas, exortando também à obediência às autoridades e falando do sofrimento por causa de Cristo, era o mesmo Nero quem estava no trono romano. (GUNDRY. 2008. p. 77-78). 4.3.3. Cultural Nessa parte, a análise será feita para mostrar os aspectos culturais e sociais que envolviam o autor e os destinatários da época. 13 Os destinatários eram formados por pessoas mistas de origem judaica, gentia ou pagã, essa mistura de formação heterogênea trazia algumas dificuldades para o apostolo organizar sua epistola, principalmente para uma parte da Ásia menor para onde 1 Pedro foi primeiro destinada. (MULLER, p. 28) Dentro das comunidades cristãs existia uma grande diversidade de etnias, podemos então notar que essa gama multicultural era composta devido ao tráfego que iam e viam da Ásia menor. Isto incide sobre a forma como lemos historicamente a carta; por exemplo, as várias exortações e indicações no sentido de se fazer com que os crentes se unam, expressando na vida diária o seu caráter de novo povo de Deus, agregado dos mais diferentes povos. Qualquer pessoa com alguma experiência de comunidades cristãs multiculturais sabe dos problemas potenciais que esse fato reserva, por si só. ” (MULLER, 1988) Concluindo, Pedro em sua carta nos mostra uma situação de conflito de extrema perseguição ao cristianismo, como Muller (p.33) destaca “ [...]sim todo tipo de hostilidade que é comum a nível local, a um grupo que é separado e tem padrões diferentes de conduta. Poderia se pensar numa perseguição das autoridades, que também podiam não ver com muito bons olhos o movimento cristão, mas nem isso é exigido pelo texto da carta. [...]” . Mas, os leitores atuais podem observar que embora a carta apresenta situações diversas e uma perseguição implacável, Pedro não desanimou e nem deixou que isso fosse um empecilho para continuar pregando o evangelho e encorajando os cristãos a continuarem firmes na fé. E isso podemos aplicar para nossos dias atuais, estamos passando por crises, perseguições e diversos conflitos, tanto políticos quanto sociais, precisamos aprender com o apostolo e não deixar de pregarmos e de nem colocarmos nossas esperanças em Cristo, mesmo com as adversidades da vida. 4.4 CONTEXTO LITERÁRIO O objetivo é desenvolver alguns passos que se propõe a apresentar os motivos da passagem estudada que nos possibilitará compreendê-la. Devemos observar onde está localizada, e porque o autor as colocou ali, e quais suas intenções, para isso 14 analisaremos a natureza literária, contexto remoto e imediato. (STUART, 2015, P. 93,94) 4.4.1 Gênero literário da obra A identificação da natureza literária é indispensável para colher-se a intenção do autor entre a expressão literal e o seu conteúdo. E ao analisar a perícope em questão, ficou claro que se trata de uma carta. (STUART, 2008, p 221) Na carta de 1 Pedro, podemos identificar suas exortações e cuidados para com os crentes recém convertidos, para que eles continuassem firmes de acordo com os padrões de uma nova vida, embora os cristãos estivessem passando por perseguições e sofrimentos, em toda parte da carta de Pedro nota-se o encorajamento e exortação no seu modo de viver diante de um mundo caído, então, podemos notar esse aspecto principal da obra, “o modo de como os crentes devem viver no mundo 1 Pe. 1.13-2.10, apesar dos seus sofrimentos e colocando as suas esperanças na vinda de Cristo. ” (MARSHALL, 2007, p. 552). 4.4.2 Natureza literária da passagem O gênero da passagem estudada de 1 Pedro 3.1-7, trata-se de como os cristãos devem comportar no matrimonio, na praticidade evidenciar o amor mutuo, servindo aos outros do lar com reciprocidade e com orações pessoais e uns pelos outros. (MARSHALL, 2007). 4.4.3 Contexto Remoto É interessante saber o contexto em que a passagem de primeira Pedro 3.7 está inserida. Ela faz parte de uma série de exortações que se inicia no capitulo 1.13-2.10 ensinando sobre a conduta exemplar de um cristão. Antes de analisarmos a passagem em questão, observamos no capitulo 2.11-3.22, sobre o “comportamento dos servos de Deus”: que trata da submissão as autoridades, submissão de escravos, no e dos deveres da mulher e dos maridos 3.1-7. (MAUERHOFER, 2010) 4.4.4 Contexto Imediato 15 O contexto imediato em relação com anterior e posterior, ou seja, vamos analisar a passagem buscando uma relação entre ela os textos que antecedem e seguem. Dentro deste raciocínio percebemos que a passagem escolhida é diferente da anterior. As passagens anteriores mostram como deveria ser a vida exemplar cristã. Primeiro os deveres dos cristãos com os não crentes e autoridades (2.11-17), e segundo dos servos e escravos (2.18-25). Naquela época, judeus e cristãos sofriam perseguições, era um tempo difícil. Os escravos se sentiam injustiçados pelos seus líderes, cristãos eram discriminados, os maridos que se convertiam as mulheres também deveriam converter. Pedro aconselha as esposas crentes a submeter aos seus maridos 3.1-6, Pedro faz uma exortação aos maridos 3.7, deveriam amar suas esposas e levá-las mais perto de Cristo buscando exercer uma vida devocional e tratando com honra, nesse versículo podemos notar que Pedro segue o mesmo padrão de exortação nos versículos do capitulo 2.11-17, especificamente podemos notar uma semelhança entre os versículos 17 do capitulo 2 e o versículo 7 do capitulo 3. (KISTERMAKER, 2006, p. 165). As passagens posteriores tratam de uma vida exemplar cristã baseada no amor fraternal (3.8-12) e a longanimidade (3.13-22), nos capítulos 4.12 e 5.11, ele traz outras exortações para a sociedade para viver com perseverança em meio aos sofrimentos por causa da sua obediência a Deus. (MUELLER, 1988) Essa estrutura do contexto é válida para compreendermos a ideia central da carta de 1 Pedro e a logo a pericope em análise do capitulo 3.7. Para melhor compreensão seguimos então para o contexto textual. 4.5 CONTEXTO TEXTUAL A necessidade de delimitar o texto advém do fato de que originalmente, os livros do Novo Testamento foram redigidos em escrita contínua, sem espaço ou subdivisões. (WEGNER, 1998). Segundo Fee (2008, p. 207), neste passo devemos nos certificar que escolhemos uma unidade genuína e completa. Por isso, devem-se comparar as versões gregas, bem como as traduções modernas verificando assim se há diferença na paragrafação. 4.5.1 Delimitação da passagem 16 1 Pedro nos ensina que um casamento tem obrigações e deveres uns com os outros, a reciprocidade de um matrimonio é essencial para que possamos viver com felicidade e servindo a Deus através das bênçãos do lar, observamos que a cultura da época, a mulher sofria em relação aos seus direitos limitados, pois todo o dever e direitos dela, era para o marido, porém, esses costumes eram contra os padrões cristãos, por isso vemos no versículo 7, Pedro exortando os maridos quanto aos seus deveres e obrigações com a esposa, que é, a parte mais frágil. (BARCLAY, 2003) De acordo com a Bíblia de estudo de Genebra, a perícopes faz parte de um esboço de exortação à vida cristã exemplar em uma série dos deveres dos casados. Ao contrário dos versículos anteriores que falavam dos deveres das mulheres, este agora trata dos deveres dos maridos. Precisamos identificar a unidade do texto, pois o texto deve ter uma formação para que tenhamos facilidade em identificá-los,a pericope passa por um processo de delimitação, portanto, essa unidade deve ser “coesa e orgânica do início ao fim, ” (WEGNER, 1998). E neste texto a delimitação aconteceu da seguinte forma: 1ª Pedro 3.7: 4.5.2 Texto original 1ª PEDRO 3.7: Οἱ ἄνδρες ὁμοίως συνοικοῦντες κατὰ γνῶσιν, ὡς ἀσθενεστέρῳ σκεύει τῷ γυναικείῳ ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ συγκληρονόμοις χάριτος ζωῆς, εἰς τὸ μὴ ἐγκόπτεσθαι τὰς προσευχὰς ὑμῶν. (O Novo Testamento grego analítico, texto crítico). 4.5.3 Texto Traduzido a) Tradução do interprete 2 : Os maridos, Da mesma forma, morando com ela, conforme o discernimento, com o mais fraco vaso feminino, tratando com honra, porque sois também co-herdeiros da mesma graça de vida, para não serem impedidos as orações de vocês. 2 Traduzido pelo interprete Raphael Novaes da Fonseca Cardoso. 17 b) Texto Majoritário: “Vós também, maridos, convivei cada um com sua mulher, apercebidos de que ela é o vaso mais fraco, e tratai honrosamente, como coherdeira convosco da graça da vida. E assim as vossas orações não sofrerão impedimento. ” c) Almeida Revisada e Atualizada (ARA): “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque são, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida. Para que não se interrompam as vossas orações. ” d) Nova versão Internacional (NVI): “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações. ” 4.5.4 Diagramação Igualmente Vós Maridos Vivei a vida comum do lar, Com discernimento; A parte Mais frágil E Tratai-a a vossa mulher Com dignidade Tendo Consideração Porque sois, juntamente Herdeiros da graça de vida, mesma Para que não se interrompam as vossas orações 18 Em Grego: Οἱ ἄνδρες ὁμοίως συνοικοῦντες κατὰ γνῶσιν, ὡς ἀσθενεστέρῳ σκεύει τῷ γυναικείῳ ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ συγκληρονόμοις χάριτος ζωῆς, ἐγκόπτεσθαι τὰς προσευχὰς ὑμῶν. Essa estrutura de diagramação ajuda o interprete a melhor compreender a pericope em questão, o critério usado para compor essa estrutura foi o mesmo usado na aula de MPE, segue-se agora a crítica textual da pericope e suas variantes. 5. CRITICA TEXTUAL Faz-se necessário neste momento analisar crítica-textualmente a passagem. Conforme já sabemos, a Bíblia foi originalmente escrita nas línguas antigas: hebraica nos livros do Antigo Testamento e grega para os livros do Novo Testamento (com alguns poucos trechos em aramaico). Estes originais (autógrafos) foram perdidos no tempo, porém, inúmeras cópias foram sendo feitas logo nos primeiros anos da era cristã. Sendo assim se torna necessário constatar as diferenças entre os diversos manuscritos que possuem cópias do trecho de nossa análise, e analisar qual das variantes encontradas, poderia melhor corresponder ao texto originalmente escrito pelo autor. (WEGNER, 1998). A qualidade dos manuscritos que reproduzem uma variante deve predominar sobre a mera quantidade”. “Variantes cujos manuscritos atestem ampla expansão geográfica devem ser preferidas àquelas originadas em um mesmo local”. ‘Variantes testemunhadas pelo tipo de texto alexandrino devem ser preferidas às demais, sobretudo por sua neutralidade estilística e sua brevidade. ” (WEGNER, 1998) Baseando na 4a edição do Novo Testamento Grego de Kurt Aland, encontramos as seguintes variantes no versículo de 1 Pedro Cap.3:7. 19 5.1 TEXTO EM GREGO DE 1 PE. 3.7: Οἱ ἄνδρες ὁμοίως συνοικοῦντες κατὰ γνῶσιν, ὡς ἀσθενεστέρῳ σκεύει τῷ γυναικείῳ ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ συγκληρονόμοις χάριτος ζωῆς, εἰς τὸ μὴ ἐγκόπτεσθαι τὰς προσευχὰς ὑμῶν. 5.2 TRADUÇÃO, ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque são, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida. Para que não se interrompam as vossas orações. ” 5.3 APARATO CRÍTICO: אא א 5.3.1 Decodificação do aparato crítico “O GNT apresenta 3 variantes para cada uma das duas leituras que considera originais na passagem (1 Pe 3.7) cada variante é seguida de uma série de testemunhas e, sinalizando o início de uma nova variante para a leitura proposta, ocorre o uso de dois traços transversais. ” (COELHO, Pág.1) Agora será feita a análise das variantes do versículo em questão: LEITURA LEITURAS VARIANTE VARIANTES 20 Primeira leitura: Tradução: co-herdeiras Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS p72 p 81 2א B 33 442 1175 1243 1448 1739 IDADE III IV IV IV IV IX XIII XI XI XI X QUALIDADE (CATEGORIA) I II I I I II I I III I EXPANSÃO - - - - - - - - - - TIPO TEXTUAL M - A B A - - - - - CRITÉRIOS TESTEMUNHAS 1852 2344 2492 l 596 itar.t,z vg sirp arm IDADE XIII XI XIII 1146 II III IV V V V QUALIDADE (CATEGORIA) II III III V II III I III EXPANSÃO - - - - GI NA GI - AR 21 TIPO TEXTUAL - - - B - - - - CRITÉRIOS TESTEMUNHAS eti geo Agostinho - - - - IDADE XIII V IV V - - - - QUALIDADE (CATEGORIA) V III III - - - - EXPANSÃO AE - NA - - - - TIPO TEXTUAL - - - - - - - Variante: Tradução: co-herdeiros Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS A C Y 5 81 307 436 642 161 1 173 5 IDADE V V IX/X XIII 108 4 X XI/XII XIV XII X QUALIDADE (CATEGORIA) III II V II III III - III III EXPANSÃO - - - - - - - - - - 22 TIPO TEXTUAL A A B A - - - r-A - CRITÉRIOS TESTEMUNHAS Biz [K L P] Lec copsa copbo esl Jerônimo REBBTI IDADE - - - III III IV 419/420 198 9 200 8 QUALIDADE (CATEGORIA) - - - II II - - - EXPANSÃO - - AE AE - - - TIPO TEXTUAL - - - - - - Segunda leitura: Tradução: da graça da vida Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS p81vid B C Y 33 81 307 436 642 1175 IDADE IV IV V IX IX 1044 X XI XIV XI QUALIDADE (CATEGORIA) II I II II I II III III V I EXPANSÃO - - - - - - - - - - TIPO TEXTUAL - A A B A A - - - I 23 CRITÉRIOS TESTEMUNHAS 1243 1735 1739 1852 2344 2492 Bizpt [L P] IDADE XI X X XIII XI XIV QUALIDADE (CATEGORIA) III III I II I - EXPANSÃO - - - - - - TIPO TEXTUAL - - A - - - CRITÉRIOS TESTEMUNHAS l 592 l 884 l 1154 l 1159 l 1364 l 1441 lAD IDADE 1576 XIII XII 1331 XII XIII QUALIDADE (CATEGORIA) V V V V V V EXPANSÃO - - - - - - TIPO TEXTUAL B B B B B B CRITÉRIOS TESTEMUNHAS itar, (l), t, z vg copsa Arm - - - IDADE IV/V III V - - - QUALIDADE (CATEGORIA) - - - - - - 24 EXPANSÃO - - - - - - TIPO TEXTUAL - - - - - - CRITÉRIOS TESTEMUNHAS geo (eti) Ambrósio (Speculum) - IDADE V 500 397 V - QUALIDADE (CATEGORIA) - - - - - EXPANSÃO - - - - - TIPO TEXTUAL - - - - - Variante 1: Tradução: da graça (da vida) Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS Bizpt [K] Lec - - - - IDADE - - - - QUALIDADE (CATEGORIA) - - - - EXPANSÃO - - - - TIPO TEXTUAL - - - - 25 Interpretação: Essa variante é difícil de interpreta-la, pois não sabemos se ouve erro do copista, devido a identificação do acréscimo do s, nesse caso pode ter havido omissão. Variante 2: Tradução: da graça da vida (eterna) Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS p72 sirp - - - - IDADE III/IV V - - - - QUALIDADE (CATEGORIA) I e-V?; a-IV? - - - - EXPANSÃO SR - - - - TIPO TEXTUAL “misto” - - - - Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela sigla B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como texto.” No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT, 1983) Variante 3: Tradução: da graça da vida Testemunhas: CRITÉRIOS TESTEMUNHAS 26 ?A 5 442 1448 1611 l 596 sirh copbo א IDADE IV V XII I XII/ XII XII XII 1946 616 Trad. IV; Mss IX QUALIDADE (CATEGORIA) I I III V V II EXPANSÃO AE AE TIPO TEXTUAL A A r-A B Avaliação: Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, a analise pode ser comparada com a variante acima, notamos que essa leitura pode ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela sigla A, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com base em considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como texto.” No caso, a letra A“ significa que há certeza [quanto] a se o texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT 1983) 5.3.2 Interpretação das variantes συγκληρονόμοις (co-herdeiros) {B} A variante admitida no presente trabalho é a que contém a conjunção καί, essa conjunção pode admitir as duas formas para serem usadas. Ela é apoiada por sólida evidência manuscrita, testemunhada pelos melhores (conforme tabela apresentada) e mais antigos textos. Esta opção concorda com Omanson que acrescenta as razões teológicas de alguns copistas que não conseguiram distinguir qual seria a melhor opção, quanto aos maridos de honrar suas esposas. (OMANSON,2010) χάριτος ζωής (graça de vida) {A} Para esta argumentação foi escolhida a variante χάριτος ζωῆς, pois é a que possui testemunhas mais antigas unciais dos sécs. IV e V. Contém textos com melhor qualidade como o Alexandrino. É também a variantes com maior abrangência. Portanto, seguimos o exemplo de Omanson que explica que essa graça se dar pelo fato de termos vida. (OMANSON, 2010). 27 5.4 CONCLUSÃO Conforme as pesquisas realizadas, notamos que o texto alexandrino é considerado o mais fiel ao original, por isso existe uma preferência por estes textos considerados como qualidade “A ou B”. Após análise do versículo 7 com os critérios externos e internos chegamos à conclusão de que as variantes συγκληρονόμοις e χάριτος ζωῆς, é contida no texto original, visto que aparece nos manuscritos: אא א Esses manuscritos são provas textuais desta verdade, relembramos aqui que além de ser um texto de qualidade “A e B”, ainda conta com textos de datas mais retrógradas que remontam os séculos I-V, comprovados pelos textos Alexandrinos, como está nos quadros acima. A GNT, no seu aparato, nos traz essa certeza do texto, pelo fato ser de qualidade A e B, e os copistas apesar de estranharem a similaridade das variantes, mesmo assim, por se tratar de um texto Alexandrino, podemos confiar na originalidade do texto. 6. CONTEXTO LINGUÍSTICO As determinações que estuda a produção dos textos linguísticos que comprometem a interpretação e o significado das passagens servem para compreender o texto e reconstruir sua origem. (EGGER, 1993) Egger traz uma definição que nos auxilia a compreender melhor sobre essa parte linguística. “A análise linguística de um texto examina o seu aspecto linguístico concreto: as relações entre os meios linguísticos utilizados e as regras segundo as quais os elementos estão relacionados. ” (EGGER, 1993, p. 74) A partir do próximo tópico segue-se a analise morfossintático e a classificação morfológica. 6.1 CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA 28 A morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais. (CEGALLA, 2008). Segue a classificação Morfológica de 1 Pedro 3.7: A análise foi feita e modificada a partir de: SOUTER ALEXANDER, M.A, A. (1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: Clarendon Press. Disponivel no Software Biblico do Logos; Faithlife. Palavra Classificação Morfológica3 Tradução Οἱ Artigo definido, nominativo, masculino, plural de ό Os ἄνδρες Substantivo, nominativo, masculino, plural. Maridos ὁμοίως Advérbio Igualmente συνοικοῦντες Verbo particípio, presente ativo, nominativo masculino, plural Convivendo κατὰ Preposição acusativa Conforme γνῶσιν Substantivo acusativo, feminino singular Discernimentoὡς Conjunção subordinada Como ἀσθενεστέρῳ Adjetivo dativo neutro, singular, de grau comparativo como o mais fraco σκεύει Substantivo dativo, neutro, singular Vaso τῷ Artigo definido dativo neutro singular Com o γυναικείῳ Adjetivo normal dativo neutro singular Feminino ἀπονέμοντες Verbo, particípio, Presente ativo, nominativo masculino plural Mostrando τιμὴν Substantivo acusativo feminino singular Honra ὡς Conjunção subordinada Como καὶ Advérbio Também 3 SOUTER ALEXANDER, M.A, A. (1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: Clarendon Press. Disponivel no Software Biblico do Logos; Faithlife, acesso dia 13/10/20. 29 συγκληρονόμοις Adjetivo normal dativo masculino plural Co-herdeira χάριτος Substantivo genitivo, masculino, singular Da graça ζωῆς Substantivo genitivo, feminino, singular Da vida εἰς Preposição acusativa Para τὸ Artigo definido, acusativo, neutro O μὴ Partícula, Não ἐγκόπτεσθαι Verbo, infinitivo presente passivo Serem interrompidas τὰς Artigo definido acusativo feminino plural As προσευχὰς Substantivo acusativo, feminino plural Orações ὑμῶν Pronome, pessoal genitivo plural Vossas 6.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA - SINTÁTICA Nessa perspectiva, realizar a análise sintática significa identificar a função que cada elemento exerce no contexto da sentença, bem como a relação que ele estabelece com os demais constituintes, de modo a se formar um todo organizado e harmônico. Nesta respectiva analise, extrair utilizando os recursos de SOUTER ALEXANDER, M.A, A. (1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: Clarendon Press. Disponivel no Software Biblico do Logos; Faithlife e o VINE. W. F. Dicionário VINE. Rio de Janeiro, Ed. CPAD, 2002. Palavra Palavra Língua Original Análise Morfológica Tradução ἄνδρες ἀνήρ A palavra "maridos", substantivo nominativo no plural e masculino, ou Maridos Homens seja, esse sujeito consta de mais de um "marido". 30 ὁμοίως ὅμοιος Advérbio de comparação, está relativo as ser semelhante a outra coisa em certo aspecto - "como, tal como, ser parecido com, ser semelhante a, semelhante". Igualmente do mesmo modo συνοικοῦντες συνοικέω O verbo συνοικέω "viver junto" está no particípio e usado como imperativo. Refere-se ao substantivo "marido" ao modo de como deve viver a vida do lar. Convivendo Vivei juntos γνῶσιν γνῶσις Com a terminação "ν" (ni) no caso acusativo, a palavra tem função de objeto direto em relação ao substantivo συνοικέω (viver junto com) e é objeto da preposição κατά (com). Discernimento Conhecimento Entendimento ὡς ὡς O advérbio ὡς (como), está no sentido causal, indicando a causa da ação (como parte mais frágil) do porque deve ter conhecimento para tratar a esposa como parte mais frágil. Como ἀσθενεστέρῳ ἀσθενής O adjetivo comparativo ἀσθενεστέρῳ (mais frágil), qualifica a mulher como parte mais fraca ou frágil no sentido físico, sendo assim, o motivo que exige do homem γνῶσιν (discernimento) na forma de tratá-la como o mais fraco, Frágil σκεύει σκεῦος Como substantivo dativo, está direcionando a ação do verbo. Este Vaso 31 substantivo também é uma característica reforçando o adjetivo ἀσθενεστέρῳ (frágil, fraco), como parte de algo mais frágil, se comportando com objeto indireto. γυναικείῳ γυναικεῖος Este adjetivo encontra-se em uma posição atributiva, porém, recebe enfâse tanto quanto o substantivo vaso, que enfatiza sua fragilidade. Feminino Mulher ἀπονέμοντες ἀπονέμω verbo no particípio literalmente atribuir honra a, ou seja, mostrar respeito. Ele aplica uma ação ao sujeito ἄνδρες (maridos) e como esta ação é realizada. Mostrando τιμὴν τιμή O substantivo τιμὴν (honra) destaca a forma como o marido deve tratar sua esposa, atribuindo um valor a ela, γυναικείῳ (mulher); demonstrando uma honra ativa, reverência, respeito; reconhecimento passivo, estima, dignidade outorgada. Honra ὡς ὡς O advérbio ὡς (como), está no sentido causai, indicando a causa da ação (como parte mais frágil) do porque deve ter conhecimento para tratar a esposa como parte mais frágil. Como συγκληρονόμοις συγκληρονόμος O adjetivo συγκληρονόμοις (coherdeiro) concorda com o substantivo γυναικείῳ (mulher) em numero e grau, dando também esta qualidade de co-herdeira a mesma Co-herdeira 32 χάριτος χάρις O substantivo χάριτος (graça) esta no caso genitivo, especificando ou definindo o porque o marido deve tratá-la como parte mais frágil, trazendo também um sentido de posse. Graça, 3a) a condição espiritual de alguém governado pelo poder da graça divina. 3b) sinal ou prova da graça, benefício. ζωῆς ζωή O substantivo ζωῆς (vida) no caso genitivo acompanhado da preposição "de" e por estar no singular denota um sentido de posse. Da vida ἐγκόπτεσθαι ἐγκόπτω Este verbo é um substantivo verbal sem significado temporal, mas somente de aspecto, especificando diretamente o que não pode ser interrompido, que são as προσευχὰς (orações) Serem interrompidas προσευχὰς προσευχή O substantivo feminino προσευχὰς (orações), sendo precedido do pronome pessoal ὑμῶν (vossas), indica o sentido de posse, sendo o objeto direto do verbo ἐγκόπτεσθαι (interrompam). Orações 6.3 SEMÂNTICO (TRADUÇÃO E ANÁLISE) A análise semântica nos ajuda a entender o significado das construções linguísticas. O indivíduo pode até conhecer a estrutura de 33 uma palavra, mas é necessário liga-la a semântica, porque talvez ele nunca irá entender o seu significado. (EGGER, 1993) Palavra Tradução Análise Semântica ἄνδρες Maridos Em uma análise diacrônica deste termo, se achava nos tempos do grego clássico, inicialmente homem em contraste com a mulher; marido ou noivo; adulto ou guerreiro; cavalheiro ou herói; varonilidade ou homem como gênero no AT., expressando um modo de vida totalmente original e patriarcal, a palavra pode significar homem/homens; pessoas; senhor/marido; chefe de um lar; guerreiro. Somente ele é competente nos mistérios jurídicos e cúlticos (Ex.23.17; 34.23; 1Sm.1.3-4). Ao lado desse modo de vida, há: alusões ás responsabilidades dos homens para com as mulheres (Dt.20.7; 21.14; 22.13ss; 24.5); ocasionalmente, também no judaísmo posterior. O NT. Usa a palavra sempre no sentido de marido na frase "marido de uma só mulher", nas pastorais e também nas qualificações para os beijos 1Tm.3.2, diáconos 1Tm.3.12 e anciãos Tt.1.16. (BROWN,2010, p. 15). O significado, em geral, "marido, macho, adulto", contrastando com ἄνθρωπος, que na maioria das vezes, significa "ser humano, macho ou fêmea"; é usado acerca de homem em várias relações sendo que o contexto decide o significado; enfim, significa "marido" como em Mateus 1.16, Mc.10.12; Lc.2.36; 16.18; Jo.4.16-18; Rm.7.23. (VINE; UNGER; WHITE JR., 2012, p. 775) 1. No grego clássico o adj. homoios deriva da raiz, homos, que tem conexão com Hama, “ao mesmo tempo”, “junto” (“junto”; “semelhante”), e tem tido uso geral desde Homero. Devem-se distinguir quatro sentidos: (a) “Do mesmo tipo”, “semelhante”, “da mesma condição”, com referência a pessoas ou coisas. Como sinal de semelhante situação, 34 ὁμοίως Igualmente Do mesmo modo homoios ocorre mais frequentemente em conjunto com isso, para expressamente ressaltar a “semelhança” de tipo. Semelhante” a umapessoa ou objeto, e, depois, “estimar igualmente”, “comparar”; pass. “estar como”, “assemelhar-se”. 3. Os subs. homoiotes, homoiosis e homoioma são, às vezes, virtualmente sinônimos, com o significado de “semelhança”, “aparência igual”. (a) homoioma ocorre raras vezes no Gr. secular, e significa “aquilo que tem forma semelhante”, “semelhança”, “imagem”. (VINE; UNGER; WHITE JR., 2012, p. 700) συνοικοῦντες Vivei a vida Convivendo Quer dizer viver em conjunto, pode ser usado como conviver ou coabitar, segundo Regga, essa forma verbal somente é encontrada neste versículo, pois a sua função verbal pode ser usado sintaticamente como particípio imperativo. Portanto, a voz ativa que aponta para o Marido, que é o executor da ação. (REGGA;BERGMAN, 2004) γνῶσιν Conhecimento Entendimento Aqui indica entendimento e tato cristãos, uma sensibilidade consciente à vontade de Deus. O conhecimento de Deus sempre se vincula com os atos divinos de auto revelação, que se ilustra na formula: “E saberás [ou: saberão] que Eu sou Javé.” Esta se acha 54 vezes em Ezequiel, e ocorre noutras partes do AT. No Novo Testamento, ginosko se acha 221 vezes, das quais 82 estão na literatura de Joao, 50 em Paulo (inclusive as Epístolas Pastorais), e 44 em Lucas-Atos; e epiginosko 44 vezes, das quais 12 instâncias estão em Paulo (inclusive nas Pastorais), em Lucas-Atos. gnosis e epignosis ocorrem 29 vezes e 20 vezes respectivamente, sendo que nada menos do que 38 delas se acham em Paulo (gnosis 23 vezes; epignosis 15 vezes). O adj. Verbal gnostos se acha 15 vezes (quase somente em Joao e Lucas); gnome (predominantemente em Paulo e no Apocalipse) 9 vezes. 35 2. A influência do uso do AT, O emprego universal da LXX na igreja primitiva, assim como no judaísmo da diáspora, garantiu uma continuidade linguística entre os documentos do AT e do NT, ou, melhor: entre os termos disponíveis e seu emprego no kerygma do NT. Mesmo assim, o ponto de vista dos escritores do NT, que eram, em parte, cristãos judeus falando a membros do mundo pagão, e o conteúdo da sua mensagem, a saber: a revelação de Deus em Jesus Cristo, modificou o conceito vetero testamentário do conhecimento, dando-lhe nova ênfase. Onde expressa um relacionamento pessoal entre aquele que conhece e aquele que e conhecido, e claro que o conceito de conhecimento no NT e tirado do AT. (VINE; UNGER; WHITE JR., 2012, p.962-963) ἀσθενεστέρῳ como o mais fraco Frágil Palavra formada pela partícula negativa (α) e a raiz de σθενοω (vigor do corpo, tornar forte); (STRONG, 2002). Em análise diacrônica, a fragilidade (fraqueza) é o oposto de força, e abrange a gama total da incapacidade física, emocional, social, econômica e até espiritual. Todas estas noções podem ser expressas mediante as palavras do grupo asthenes. Um papel especialmente importante é desempenhado pela fraqueza do corpo. No Novo Testamento Falando de modo lato, podemos dizer que o grupo de palavras com astheneia se adia no sentido literal mormente nos Evangelhos Sinóticos e em João enquanto o sentido figurado, que resulta da reflexão teológica, ocorre de forma predominante na literatura de Paulo. asthenes ocorre no sentido geral de ‘‘fraqueza” quando, em 1 Pe 3:7, refere-se às mulheres como sendo o sexo mais fraco e quando se descreve a aparência de Paulo em Corinto (2 Co 10:10) como sendo fraca. A fraqueza geral do homem é o sujeito do dito epigramático. (COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.878-880) 36 Na antiguidade, um complexo de palavras reunia-se em derredor do termo básico kerameia, que designa a “arte do oleiro”. Desde Homero, keramion denota “vasos de barro”, e especialmente “jarras de barro” para armazenar vinho ou água. O oleiro era uma figura familiar em todas as aldeias, e nas cidades maiores os oleiros eram organizados em associações profissionais. O bairro dos oleiros em Atenas era chamado Cl. 3 kerameikos Menecles Barqueo. “A ausência de perícia, evidente na obra 37 σκεύει Vaso grosseira de um aprendiz apenas aprendendo sua profissão, deu origem à declaração proverbial”: “aprendeu a arte do oleiro numa jarra grande de vinho!” que descreve aqueles que empreenderam as tarefas mais difíceis sem aprenderem os elementos de uma profissão. A fragilidade dos vasos de barro e a fidelidade com que o estoque de um oleiro podia ser desfeito por quebras deu origem a certo número de provérbios que sugerem que o oleiro às vezes era o alvo de piadas: “transformar em pote o oleiro”. No Antigo Testamento, Na LXX o termo gr. keramion designa um “ pote” ou “jarra” de cerâmica, talvez de uma medida fixa. Em Is 5:10 Deus adverte Israel, que não corresponde à Sua mensagem, que dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato de vinho. A possessão de jarras cheias de vinho era um símbolo de prosperidade e bênção. No Novo Testamento, A única ocorrência de keramion no NT ocorre em conexão com as disposições para a refeição pascal (Mc 14:13; Lc 22:10). As instruções dadas aos dois discípulos incumbidos com a preparação da refeição da Páscoa mostram que eles deviam seguir um homem que encontrariam na cidade e que os levaria para a casa onde a festa deveria ser celebrada. Reconheceriam o homem pelo fato de este carregando um “cântaro” , um jarro de água feito de barro. subs. skeuos, “coisa” , “objeto” , “jarro” , “ tigela” , ocorre para mulheres em Paulo e em outros escritos do NT. Em 2 Co 4:7 Paulo fala em ter o tesouro do conhecimento da glória de Deus “em vasos de barro”. skeuos geralmente significa uma “ coisa” ou “ objeto” usado para qualquer propósito (Mc 11:16), “ bens” ou “ posses” (Mt 12:29; Mc 3:27; Lc 17:31). O acréscimo de uma frase qualificante pode definir mais precisamente a sua natureza. O sentido de “vaso” , “jarro” , “ tigela” , etc., que é bem atestado no Gr. acha-se em Lc 8:16; Jo 19:29; Rm 9:21 e 2Tm 2:20-21; Ap 2:27. Para a discussão do significado em 1Ts 4:4 e 1Pe 3:7 no contexto das relações conjugais Mulher, art. gynê NT 2. σκευος skeuos; Denota “vaso pequeno” por exemplo, para levar óleo “vasilha” vaso, implemento, no plural utensílios caseiros, ferramentas domésticas equipamento ou armamento de barcos, usado especialmente de velas e cordas metáf. homem de qualidade, instrumento escolhido, num mau sentido, alguém que ajuda na 38 realização de uma obra má “vaso” era uma metáfora grega comum para “corpo”, já que os gregos pensavam das almas como vivendo temporariamente nos corpos. (STRONG, 2002, p. 1659, palavra 4631). γυναικείῳ Feminino Mulher Mulher, feminino, fêmea, esposa. Em análise diacrônica, nos tempos bíblicos, conforme a situação que a mulher ocupava na vida, sendo ela solteira ou casada, sem filhos ou viúva, variava consideravelmente a sua significância social, e tal fato se reflete na utilização das palavras tratadas neste artigo, gyne, que pode significar “amante”, “empregada”, “noiva”, “esposa” ou “viúva”, e uma designação geral para toda pessoa do sexo feminino em contraste com o masculino. No Novo Testamento, gyne significa (a) “mulher”, “criatura fêmea” (Mt 9:20; Lc 13:11, em contraste com o homem, At 5:14); (b) “esposa” (Mt 5:28; 31-32; 1 Co 7:2 e segs,); também “noiva” (Mt 1:20,24; cf, Dt 22:23-24), gyne no voc. e comum como modo de trato (e.g. Mt 15:28; Jo 2:4; 19:26; ver supra, CL 1), Além de gyne, existem thelys, “feminino” (também como subs.) em Mc 10:6, e com um significado especial de “virgem” (cf Maria em Mt 1:23; mas cf. G1 4:4), parthenos, “virgem” e chera, “viúva”. As “hapax legomena” gynaikarion., que e o diminutivo de gyne, “mulherzinha”, mas que se emprega com desprezo para “mulher estulta”, e gynaikeion,“mulher” (lit. “fêmea”) ocorrem em 2 Tm 3:6 e 1 Pe 3:7, respectivamente. (COENEN; BROWN, 2000). ἀπονέμοντες Monstrando Por causa do contexto mais amplo, esse particípio presente ativo do verbo composto (Eu mostro, ofereço), torna-se imperativo ao ser traduzido. (KISTERMAKER, 2006, p. 173.) 39 Honra (atribuir um preço a) em uma análise diacrônica, dois grupos diferentes de palavras gr. são representados pelas palavras em Port., “glória” e "honra”. A partir do gr. clássico em diante, time significa o reconhecimento da obra de outra pessoa, dando-lhe a posição e as honras que merece. Sempre é algo que se dá a Deus ou ao próximo (embora não seja necessariamente alguém que é superior na escala social), frequentemente se emprega como sinônimo; na Bíblia, porém, é uma qualidade que pertence a Deus e é reconhecida pelo homem somente em 40 τιμὴν Honra resposta a ele. Mais frequentemente, traduz-se “glória”. Sugere alguma coisa que irradia daquele que a tem, deixando uma impressão. Como tal, não se aplica a relacionamentos entre os homens. (COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.99). Na análise sincrônica, time, primariamente "avaliação, apreço, valorização”, por conseguinte, no caso acusativo: (a) "preço pago ou recebido” (por exemplo, Mt 27.6.9; At 4.34; 5.2,3: 7.16, "soma": At 19.19; 1 Co 6.20; 7.23); (6) acerca da "preciosidade de Cristo” para os crentes (1 Pe 2.7), ou seja. a honra e o valor inestimáveis de Jesus que e apropriado pelos crentes, que. como pedras vivas, estão unidos a Ele, a principal pedra de esquina; [...] (10) a ser dado aos presbíteros que administram bem (1 Tm 5.17, ( 12) a ser dado as esposas pelos maridos (1 Pe 3.7); 13) dito do uso que o marido faz da esposa, em contraste com o exercício da paixão da concupiscência (1 Ts 4.4; alguns consideram que o “vaso” seja alusão ao corpo do crente). (VINE; UNGER; WHITE. 2002, p.694-695). No Novo Testamento, o grupo de palavras não se representa fortemente no NT. “Timê” se acha 41 vezes, timaô 21 vezes, e as outras formas mais raramente. Somente Paulo emprega atimia. Tiramos a seguinte conclusão: timê é uma alta avaliação que se baseia na posição em um todo organizado. Este todo é o mundo de homens, animais e coisas, que pertence a Deus. É importante a distribuição distintiva da honra entre as coisas de valor variável. A ordem e as graduações de honra que disto resultam devem ser respeitadas não somente por aquele que é colocado numa posição inferior, como também por aquele que tem posição superior. Embora a esposa esteja colocada abaixo do marido, também deve receber plena honra da parte do seu marido (1Pe 3:1, 7). (COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.903-907) συγκληρονόμοις Co-herdeiro, herdeiro palavra formada pela preposição συν primária que denota união mais κληρονομος (no seu sentido original de dividir, i.e. [reflexivamente] obter por partilha). (STRONG,2002). Em análise diacrônica, A idéia de herança na Bíblia é uma lembrança de que não era 41 Co-herdeiro a intenção de Deus que o homem tivesse uma vida autônoma, isolada e auto-suficiente. A vida do homem tem um lugar alocado no grande movimento da história. Deus lhe deu dons e responsabilidades a serem exercidos no que diz respeito aos outros. A palavra gr. kleros, “herança”, e outras palavras afins se empregam para expressar aquilo que se recebe do passado. Mesmo assim, também olham para o futuro. A herança do crente, no seu sentido teológico o mais profundo, é algo que advém do como direito, mas, sim, é uma dádiva divina, ainda a ser recebida. Conforme Paulo expressa a ideia em G1 3:18: “foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão”. (COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.956-961) 42 χάριτος Graça Em análise sincrônica χάρις, -ιτος, ἡ, (ac. χάριν e χάριτα): (1) encanto, doçura, simpatia, favor, graça, Luc. 2:40, 52; 4:22; At. 2:47; 7:10; Ef. 4:29; Col. 4:6; (2) favor não merecido mas livremente outorgado, boa vontade, proteção, bondade, Luc. 1:30; Rom. 11:6; Tito 2:11; (3) “favor divino, contrário ao merecimento humano especialmente a bondade pela qual Deus manifesta favores aos que estão destituídos de mérito e concede aos pecadores o perdão das suas ofensas e os convida a aceitar a salvação eterna em Cristo”. (TAYLOR. 2011, p. 242). Em análise diacrônica, no grego clássico. Palavras que se formam da raiz gr. char indicam coisas que produzem bem-estar. Derivam deste significado básico do substantivo os significados individuais de charis: “graça”, “favor”, “beleza”, “gratidão”, “agradecimento”, “deleite”, “bondade”; expressões de “favor”, “serviço prestado”, “benefício”; no plural., “dívida de gratidão”, “gratidão”, “recompensa”, “agradecimentos”. 2. (a) O emprego da palavra hen esclarece o sentido de “graça” na história e nas ações. Denota o mais forte que vem ao socorro do mais fraco que precisa de socorro por causa das suas circunstâncias ou da sua fraqueza natural. Age mediante uma decisão voluntária, embora seja impulsionado pela dependência ou a petição da parte mais fraca. O Novo Testamento emprega o termo charis 155 vezes, principalmente nas Epístolas de Paulo (100 vezes), especialmente em 1 e 2 Co (10 e 18 vezes), Rm (24 vezes) e Ef (12 vezes). Nas Epístolas Gerais, acha-se mais frequentemente em 1 Pe (10 vezes); ocorre em Hb (8 vezes). Atos emprega charis 17 vezes, Lucas, 8, e João, 4; a palavra falta em Mateus e Marcos. Com a exceção de um só texto em 1 Pedro, charisma é um conceito exclusivamente paulino (16 vezes), charizesthai ocorre somente em Paulo (16 vezes) e em Lucas (Lucas, 3 vezes; Atos, 4 vezes), como também charitoun (uma vez cada). Em 1 Pe 3.7, podemos concluir que os dois serão herdeiros do mesmo favor imerecido, ou seja, da salvação eterna. (VINE, p.680) 43 A partir de uma análise sincrônica, o termo “vida” denota o funcionamento orgânico das plantas, dos animais e dos homens. A vida e a morte são categorias opostas, que são básicas para todas as coisas vivas; as duas categorias se relacionam entre si, e se interpretam mutuamente. A vida humana é única no seu gênero. Não é meramente instintiva, como também é capaz de auto realização e está aberta a influências formadoras. Em análise diacrônica, zoe (em português, “zoológico, zoologia") e usado no Novo Testamento acerca” da vida como princípio, vida no sentido absoluto, vida como Deus a tem. aquilo que o Pai tem em Si e o que Ele deu ao Filho encarnado ter em Si mesmo (Jo 5.26), e a qual o Filho manifestou no mundo (1 Jo 1.2). Desta vida, o homem foi alienado por causa da Queda (Ef 4.18), e desta vida os homens tomam-se participantes pela fé no Senhor Jesus Cristo (Jo 3.15), que e o Autor dessa vida a todos os que confiam nEle (At 3.15), o qual. portanto, se diz que e a ‘vida’ do crente (Cl 3.4), pois a vida que Ele dá Ele a sustem (Jo 6.35,63). No Novo Testamento, ocorrem referências ao assunto importante que é a vida, conforme se pode esperar, em todos os Livros do NT. É na teologia de Paulo e de João que se expressa mais claramente a doutrina da vida, e é evidente que o ensino do NT contém elementos que são veterotestamentário, judaicos posteriores e também quanto à sua origem. (COENEN, BROWN, 2000, pag. 2641 a 2649) ἐγκόπτεσθαι ἐγκόπτεσθαι - interromper, evitar, proibir: Esta palavra é uma junção entre a preposição εν (que denota posição fixa (de lugar, tempo ou estado) e, (por implicação) instrumentalidade) e o verbo κοπτω (remover, interromper). 44 Serem Interrompida Impedir, evitar, proibir, Em análise diacrônica, Impedimentos podem assumiruma variedade de formas. Podem ser sólidos e físicos (como rochas) ou psicológicos (como a falta de entendimento). Podemos nos encontrar com eles de repente, de uma só vez, ou como impedimentos contínuos. Podem afetar um plano específico, ou a totalidade do nosso ser. Os verbos gregos enkopto e kolyo correspondem a esta variedade de significados, enkopto denota um obstáculo temporário (originalmente militar), kolyo, do outro lado, geralmente significa um obstáculo humano que frequentemente afeta a totalidade da pessoa, e, no NT especificamente, o relacionamento entre o indivíduo e Deus. Porém, na análise sincrônica da palavra, o verbo se comporta como: “parar, dar fim a, acabar com”, e usado primariamente na voz media no Novo Testamento, significando “chegar a um fim, descansar. Uma cessação voluntariosa” (em contraste com a voz passiva que denota uma cessação forcada). No Novo Testamento o subs. ocorre uma vez, e o vb. 5 vezes (3 vezes em Paulo e uma vez cada em Atos e 1 Pedro). No NT, estas palavras indicam uma ocorrência que impede o progresso no âmbito da fé ou da vida cristã, causando uma paralisação que, se não é permanente, pelo menos é momentânea. Semelhante impedimento sempre é de um tipo que pode ser vencido. Uma insuficiência de conhecimento também pode agir como impedimento às orações dos homens (1 Pe 3:7). O problema é que, sob a influência de costumes pagãos que prevaleciam, os homens tendiam a desprezar suas esposas ao invés de as reconhecerem como parceiras. A passagem não diz respeito às orações em comum dos casais, nem ao casamento como obstáculo à oração. Conceitos semelhantes de impedimentos ocorrem em 1 Co. 13.1 e 11:20-29 (onde não se emprega o vb.). No primeiro trecho, trata-se da falta de amor que impede a pregação eficaz, e, no segundo, a falta egoística de consideração. (COENEN; BROWN, 2000. Vol. 1, p.1008-1009) 45 προσευχὰς Orações Oração, pedir, ajoelhar-se, suplicar, adorar, bater. A partir de uma análise sincrônica, No NT, o termo mais compreensivo para “orar” é proseuchomai denota a “oração” em geral, e pode ser empregado sem mais qualificação. Do outro lado, deomai e deesis, assim como aiteo e aitema, incluem a “súplica falada”. Usualmente, indica-se o seu conteúdo, bem como a pessoa a quem se dirige o pedido. Estes termos também se confinam a atos específicos de oração. Empregam-se geralmente quando a oração a Deus ou a Jesus surge da grande necessidade ou aflição humana, sendo, portanto, um “grito por socorro” (e.g. no caso de doença ou medo), gonypeteo também expressa a urgência na oração ou em fazer petição, enquanto proskyneo tende a dar a entender a “adoração” , “ culto” e “homenagem” . A oração de louvor e ações de graças se expressa por aineo e eucharisteo O vb. krouoy “bater”, se emprega como metáfora da procura de acesso a Deus. No grego clássico (proseuchomai) é um termo técnico para a “invocação” de uma divindade, e abrange, portanto, todos os aspectos desta invocação: “pedir”, “ suplicar”, “votar”, “ consagrar”, etc. (igualmente os subs.: “pedido” , “petição” , “voto” ); numa palavra: “orar”, “oração” . Visto que o significado básico do vb. é “fazer declarações confiantes acerca de si mesmo”, pode significar, outrossim: “jactar-se”, “ufanar-se” e “asseverar”. No gr. profano, a oração frequentemente se faz acompanhar por uma oferenda, cujo objetivo é tornar o deus favorável. Aqui, a oração assume sobretudo a forma da “súplica”. Embora originalmente se empregasse, já no gr. miceneano, quase exclusivamente no tocante a benefícios tangíveis, num período posterior as palavras têm em mira valores espirituais e éticos ou denotam a oração pela preservação de danos espirituais ou morais. É característica a falta da certeza de ser ouvido, pois a crença num princípio divino onipresente excluía qualquer possibilidade de uma epifania. Na piedade que se associa com os mistérios helenísticos, o adorador que ora experimenta a proximidade da divindade, especialmente naqueles raros momentos culminantes quando lhe é concedido um vislumbre do 46 respectivo deus. Em tais momentos, extingue-se toda a oração, que é substituída por um enlevo silencioso. A intercessão, e a súplica por coisas terrestres, ficam totalmente ausentes deste tipo de oração. (VINE, p.835). Aqui analisamos gramaticalmente as palavras de 1 Pe. 3.7, observamos os seus significados, seu funcionamento de contexto e origem, agora segue-se as considerações finais do trabalho. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho buscou atender as normas da disciplina metodologia de pesquisa exegética do Novo Testamento, especificamente no livro da primeira carta de Pedro. Trabalhou como objetivo, analisando a carta de primeira Pedro conforme a intenção autoral, os contextos gerais e históricos, bem como a cosmovisão do autor. Desenvolvemos uma pesquisa exegética, onde aprendemos importantes elementos a respeito desta passagem que contribuirá essencialmente em nosso conhecimento e trabalho. Foi trabalhado a estrutura, o esboço da obra, o contexto geral (A autoria, a canonicidade do livro, local de origem da escrita, a data, o público destinatário, a ocasião, o propósito e as características) e o contexto específico da carta que foi abordado o aspecto Histórico – Cultural, como o ambiente sociocultural do autor e dos leitores, Costumes e práticas do autor, bem como uma pesquisa profunda sobre os contextos literários (como o contexto remoto e imediato, natureza literária, etc.), o contexto textual, onde foi abordada mais especificamente a passagem de primeira Pedro 3.7. Analisamos também gramaticalmente esta passagem, morfossintaticamente e semanticamente, bem como a tradução e o texto original em grego de acordo com a cosmovisão do apóstolo Pedro. 47 REFERENCIAS ALAND, Kurt e Barbara; KARAVIDOUPUOLOS, Johannes; MARTINI, Carlo M.; METZGER, Bruce M. (eds.). The greek New Testament. 4a. ed. rev.Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft/United Bible Societies,1983. 1118 páginas.em Castellano, traduzida por J. Sanchez Bosch. BARCLAY. William, Comentário do Novo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2003. BROWN, Colin. O novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000. CARSON. D. A, Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1992. CEGALLA. Paschoal Domingos. Dicionário da língua Portuguesa. São Paulo: Cia ed. Nacional, 2008. CHAMPLIN. R. N, O Novo Testamento Interpretado. São Paulo: Editora Hagnos, 2002. COELHO Lazara, Artigo de MPE, Critica Textual. 2019, 5 páginas DAVIS. D, John. Dicionário da Bíblia, 1986, Juerp: Rio De Janeiro EGGER Wilhelm. Metodologia do Novo Testamento, Introdução aos métodos lingüísticos e histórico-críticos, 1994, Ed. Loyola: São Paulo-SP. ELWELL walter; YARBROUGH Robert W, Descobrindo o Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã.2002 FEE Gordon D.; STUART. 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