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Exegese completa de 1 Pedro

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1 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como meta atender as regras da disciplina metodologia de 
pesquisa exegética do Novo Testamento, especificamente no livro da primeira carta de 
Pedro. Tendo como o objetivo de analisar a carta conforme a intenção autoral, os 
contextos gerais e históricos, bem como a cosmovisão do autor. 
Desenvolvido a partir de uma metodologia de um estudo exegético do texto 
citado acima. Analisando a parte introdutória e primordial do trabalho, bem como uma 
análise mais detalhada sobre o texto em sua língua original. 
Foi trabalhado a estrutura, o esboço da obra, o contexto geral (A autoria, a 
canonicidade do livro, local de origem da escrita, a data, o público destinatário, a ocasião, 
o propósito e as características) e o contexto específico da carta que foi abordado o aspecto 
Histórico – Cultural, como o ambiente sociocultural do autor e dos leitores, Costumes e 
práticas do autor, bem como a cosmovisão do apóstolo Pedro. 
Pesquisamos também mais fundo nos contextos literários (como o contexto 
remoto e imediato, natureza literária, etc.), o contexto textual, onde foi abordada mais 
especificamente a passagem de primeira Pedro 3.7. 
Analisamos também gramaticalmente esta passagem, morfossintaticamente e 
semanticamente, bem como a tradução e o texto original em grego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
2 ESTRUTURA 
 
 Deste ponto em diante será feita uma análise das delimitações apresentadas na 
passagem sugerida. A delimitação do texto é importante para compreender o enunciado 
apresentado pelo autor, neste caso será “apresentado duas partes: uma será o esboço da 
obra e o esboço da estrutura. ” 
Segundo Egger “a estrutura de um texto entende-se a rede ou conjunto das 
relações entre elementos do texto. ” (EGGER, 1994, p.26) 
A estrutura ajuda o exegeta a colher informações importantes sobre as unidades 
do texto. Essa estrutura é chamada de esboço, que deve seguir os padrões originais dos 
textos fazendo as divisões principais da pericope, a partir dele podemos fazer nossas 
observações dentro de uma estrutura mais ampla. ” (STUART; FEE 2008) 
Seguindo os critérios dessa estrutura será feito o esboço o livro em 1 Pedro, logo 
em seguida farei o esboço da passagem em 1 Pedro cap. 3.7. Segue-se o esboço da obra: 
 
2.1 ESBOÇO DA OBRA 1 
Ao que se refere a composição de um livro bíblico, é preciso fazer um resumo 
do que está sendo composto, então se faz necessário dividir os elementos principais de 
um texto, sendo assim, a coerência apresentada, fornece uma compreensão que fica 
melhor entendida pelo exegeta e pelo receptor. (EGGER, 1994) 
Segue-se o Esboço de 1 Pedro: 
 
2.2 Saudação (1.1,2) 
2.3 A confiança da salvação dos cristãos (1.3-12) 
2.4 Efeitos por obter a salvação (1.13-3.12) 
 A. santidade particular (1.13-21) 
B. Santificados pelo amor (1.22-23) 
C. O templo e o sacerdócio são edificados por meio de Cristo (2.4-10) 
D. Os relacionamentos e a conduta cristã nos meios Sociais (2.11-25) 
E. Marido e Mulher e a Graça da Vida (3.1-7) 
 
1 “Este esboço é uma produção do interprete”, Raphael Novaes Da Fonseca Cardoso 
3 
 
F. A unidade do amor fraternal (3.8-12) 
2.5 O sofrimento E o ofício do Cristão (3.13-5.11) 
2.6 Conclusão: Exortações e Benção (5.12-14) 
 
3 ESBOÇO DA PASSAGEM 
A estrutura de uma passagem deve seguir padrões originais, o exegeta deve 
observar e fazer comparações da passagem entre duas traduções diferentes, havendo 
indiferenças, cabe o interprete decidir qual será a sua unidade a ser seguida. (STUART; 
FEE 2008) 
Segue-se o esboço da passagem de 1Pe. 3.1-7 
 
3.1 Marido e mulher e a graça da vida (3.1-7) 
 A. A submissão e os deveres da esposa (1-6) 
3.2 Deveres e compromissos do marido para com a esposa (7). 
A. Os deveres do marido com a esposa 
 
Dentro da estrutura foram feitos os esboços da obra em 1Pedro, e o esboço da 
passagem em 1 Pedro 3.1-7, este passo facilita a melhor compreensão para os passos a 
seguir, como o contexto histórico em geral e os demais que serão trabalhados nesse 
trabalho de exegese. 
 
4 CONTEXTOS 
 
A parte que seguira do trabalho, visa analisar o contexto histórico em geral da 
passagem bíblica de I Pedro, São chamadas de católicas ou gerais as epístolas de Tiago, I 
e II Pedro, I a III João e Judas. Com exceção da 2ª e 3ª epístola de João, todas as outras 
foram endereçadas a mais de uma única localidade. Estudaremos a fundo I Pedro, que 
integra o conjunto de escritos chamados Petrinos. A análise contextual é composta por 
diversos tópicos, tais como: o contexto histórico geral, especifico, textual, literário e 
linguístico. 
Segue-se então a composição dos contextos mencionados: 
 
4.1 CONTEXTO HISTÓRICO EM GERAL 
4 
 
 Esta parte do trabalho engloba as questões sobre a canonicidade e características 
do texto; fontes do texto, autenticidade e integridade do texto; título da obra; autoria; 
destinatários; data e local; ocasião e propósito, e outras informações pertinentes para 
compreensão do mesmo. Logo, é necessário fazer uma pesquisa detalhada do texto, para 
analisarmos questões levantadas sobre a carta Petrina. (GEISLER; NIX, 1997) 
 
4.2 CANONICIDADE E CARACTERÍSTICAS DO TEXTO 
 
A. Canonicidade 
A canocidade se refere a uma junção de fatores traçados como uma linha ou 
régua, para identificar a veracidade de um determinado texto ou livro, segundo J.D. 
Douglas, “o cânon é uma lista de livro que a igreja reconhece como Escrituras inspirada. 
”( Douglas, 1995). 
 
O Cânon do Novo Testamento é formado por livros divinamente inspirados, 
considerando isto pela visão da igreja primitiva. O próprio termo cânon tinha o significado 
de vara de medir passando posteriormente a expressão: padrão. “No que fere ao Novo 
Testamento, refere-se aqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autoritativo de 
crença e conduta” (GUNDRY, 2003, p.61). A expressão Novo Testamento (NT) “é usada 
para denominar a segunda parte da literatura bíblica” (BRUCE, 2009, p. 1384). 
Encontramos então no NT cinco livros narrativos, vinte e uma epístolas e um livro 
totalmente distinto dos demais chamado: Apocalipse. “O ‘cânon’ mais antigo foi aquele 
que a igreja em Tessalônica possuía logo após o ano 50d.C, e consistia em duas cartas, 
ambas de Paulo” (BRUCE, 2009 p.1395). Mas logo após, com os livros do NT circulando 
já por um longo tempo, acabou ocorrendo um reconhecimento universal do conteúdo 
mencionado. 
Os textos no NT em sua maioria, já eram aceitos como livros de autoridade 
divina já nos primeiros anos da Igreja. “Em sua maioria, os documentos do NT são citados 
como autorizado já bem cedo. Isso incluí os quatro evangelhos, as treze cartas paulinas, 
1 Pedro e 1 João.” (CARSON, 2009, p.23), deixando claro que sua inspiração foi 
reconhecida desde os primórdios. Nesse caso em 1 Pedro, nota-se a familiaridade de 
linguagem nos escritos de 1 Clemente (95 d.c.), por Papias (Eusébio H.E. 3.29.17). Já no 
final do século 2º, Irineu, que foi bispo de Lyon e Vienne, no sul da Franca e discípulo de 
5 
 
Policarpo, “não somente citou os textos da epístola, mas também a atribuiu a Pedro, o 
discípulo do Senhor” (HENDRIKSEN, 2006). 
O que podemos concluir é que 1 Pedro foi um texto inspirado divinamente, e por 
isso possui credibilidade e autoridade sendo este transmitido com integridade, trazendo 
então confiabilidade. Sendo necessário somente verificar questões de autenticidade do 
escrito bíblico. 
 
B. Características 
 
A característica da carta é dinâmica, onde seu objetivo não é de narrar os fatos, 
Mas, de ensinar sobre determinados assuntos ou circunstancias. A carta possui algumas 
características específicas. Vejamos: O livro possui uma característica “pastoral,exortativa, consoladora, Cristocêntrica, trouxe fortalecimento da fé dos cristãos que 
estavam sendo perseguidos. ” (DAVIS, 1986) 
 
 
4.2.1 Fontes, Autenticidade e Integridade 
 
A. Fontes 
O autor cita o antigo testamento para manter sua argumentação, ele usa textos 
bíblicos em mente para fomentar sua argumentação, nota-se uma construção de ideias já 
estruturadas nas escrituras, “o conteúdo citado nos versículos 15-16 faz menção a 4 
versículos em levítico 42, os escritos possuem caráter semelhantes, o conteúdo faz 
variação em ordens de palavras. Hintz chega a afirmar que ele pode ter usado textos 
gregos ou hebraicos: ao ser analisado os textos gregos da septuaginta ou do hebraico da 
Torá, há possibilidades de uma citação no texto de Lv. 19.2, nota-se que não tem outra 
ocorrência em levíticos, provavelmente ele tinha algum “destes textos em mãos quando 
escreveu a carta. ” (HINTZ, 2017) 
Há também muitos textos que possuem uma gama de semelhanças com os 
sofrimentos apresentados de Cristo como Isaias 53, alguns ditos de provérbios, a citação 
de Noé, entre outros que dão sustentação e podem evidenciar os escritos sendo de Pedro, 
portanto é notório que essas fontes comprovam a autoria Petrina. (MUELLER, 1988). 
Segue-se as citações de alguns pais da igreja que confirmam as fontes das cartas de Pedro. 
6 
 
 
 
Para evidenciar e comprovar essas fontes, podemos mencionar alguns pais da 
igreja como Eusébio no IV séc. Origenes no III séc., Clemente de Alexandria faz citações 
sobre autor, confirmando sua autoria, em o pastor de Hermas, encontra-se um possível 
paralelo com 1 Pedro, esses pais e entre outros atestam a autoria das cartas de Pedro. 
(MAUERHOFER, 2010) 
Podemos então concluir que há fortes evidencias das cartas Petrinas, realmente 
ter Pedro como o autor, além das citações dos pais da igreja, a evidencias quanto as 
citações do Antigo Testamento, e o sofrimento que os cristãos vinham sofrendo devido 
suas condições sociais. Esses fatores nos dão segurança em credibilizar Pedro como o autor. 
 
B. Autenticidade e Integridade 
Houve objeções a autenticidade de Pedro como autor, “em 1808 Cludius foi o 
primeiro a fazer essa contestação”, eles usam uma argumentação por falta de dados 
pessoais do autor, outro argumento levantado contra sua autoria seria o grego Koinê 
fluente, pelo fato de Pedro ser de Betsaida, mas a cidade tinha dois idiomas, então o grego 
era falado desde cedo. As argumentações contra segue também sobre os estudos do autor, 
sobre sua qualificação, pelo fato de ele não ter uma boa linguagem, as alusões feitas com 
a teologia de Paulo, porém, a explicação segue contra esse argumento, devido a influência 
das escolas Paulinas. (MAUERHOFER, 2010, p.521-522) 
Outros argumentos contra foram pelo fato de “Pedro ter algumas coisas em 
comum com Paulo, sobre os destinatários também na mesma região que Paulo 
evangelizou, como se Pedro não pudesse visitara as mesmas cidades e igrejas que Paulo 
pregou, a falta de crença dos argumentos contra mostram sobre Pedro ter ditado a carta a 
Silvano, para eles a carta pode ter sido escrita por um autor autônomo a fim de apresentar 
evidencias com os escritos Paulinos. (MAUERHOFER, 2010) 
 
 “O peso das evidências, portanto, é favorável à autenticidade de 
ambas as cartas. Além do mais, a igreja primitiva não aprovava, 
em princípio, livros escritos sob nomes falsos. Por exemplo, o pai 
da igreja, Tertuliano (Sobre o batismo, 17), informa que o ancião 
que escreveu a obra pseudônima Atos de Paulo a fim de aumentar 
"a fama de Paulo" foi exonerado, e o chamado Evangelho de 
7 
 
Pedro foi criticado por ser falso (Eusébio, História eclesiástica, 
6.12). Além disso, os materiais pseudônimos tendem a ser 
drasticamente diferentes de 1 e 2Pedro. ” (BIBLIA DE ESTUDO 
ARQUEOLOGICO) 
 
Portanto, a autenticidade da autoria Petrina é válida devido a vários relatos e 
citações dos pais da igreja, os testemunhos internos, a forma como vivia, “a menção que 
ele faz em 2 Pe. 3.1, escrevendo aos destinatários de 1 Pedro. ” A quem ele escreve a 
carta, enfatizando o sofrimento de Cristo e nossa perseverança nos tempos vindouros, 
essas são provas mais que suficientes para mostrar a autenticidade de Pedro como autor. 
 
C. Integridade 
A autoridade das cartas se dá pelo fato de Pedro ser um apostolo e ter vivido e 
andado ao lado de Jesus, ele era conhecedor das circunstâncias que a igreja estava 
vivendo, “alguns alegam que parte de 1 Pedro foram copiladas por tradição oral. ” No 
entanto não há provas suficientes para desconsiderar a integridade do autor. 
(MAUERHOFER, 2010) 
 
4.2.2 Gênero e Título da obra 
 
A. Gênero 
 
O Gênero tem caráter de epistola, que exorta o crente no seu modo de viver e 
perseverar firme diante das perseguições por amor a Cristo. (MARSHALL, 2007) 
 
B. Título da Obra 
 
O título pode ser conhecido como: Encorajados com a esperança de vivermos 
debaixo da graça e da misericórdia de Cristo. 
Podemos então concluir com facilidade em compreender a autoria e os propósitos 
dos escritos de Pedro, as semelhanças entre as duas cartas, as fontes que evidencia, a 
mensagem que a carta trás nos mostra de como Pedro encorajava e exortava os crentes a 
perseverarem na fé. 
 
4.2.3 Autoria e Destinatário; Local e Data; Ocasião e Propósito. 
8 
 
 
A. Autoria 
 
A carta de Pedro foi escrita pelo próprio apóstolo, presbítero e testemunha de 
Jesus Cristo, conforme 1 Pedro 1:1. A sua vontade de ser testemunha pode ser confirmada 
em várias passagens ao longo da carta, confirmações essas que só poderiam vir de alguém 
que esteve com o próprio Jesus. Uma delas está no livro de 2 Pedro 2: 20-25 e Marcos 
14:65. (CARSON, 1992). 
Existem algumas semelhanças entre a carta de Pedro e de Atos, linguagem 
petrina que é encontrada durante toda carta, confirmando essa autoria. A confirmação de 
que Pedro seja o autor é pouco contestada, porém existem fatores que questionam essa 
autoria, aqui estão algumas mais importantes. 
A.1- A primeira alega que o grego da carta é excelente para um homem iletrado 
ter escrito (At. 4.13), mas a referência em Atos era de que Pedro e João não eram versados 
na tradição rabínica e não “analfabetos”. Não existe base para afirmar que Pedro não sabia 
grego. 
A.2- Há também uma correlação entre Pedro e Paulo, eles não estavam pregando 
dois evangelhos desconexos, portanto havia uma semelhança entre os dois, Paulo também 
escreve uma carta a Roma e muito possivelmente Pedro tivesse vínculos com essa igreja. 
Assim se assemelhando com os ensinos de Paulo. 
A.3- Não existem particularidades da vida de Jesus, porém acredita se que não 
há motivos para que Pedro relatasse tais fatos. 
A.4- “Em 1 Pedro 5:13 o autor afirma, que escreveu da “Babilônia”. Apenas dois 
parecem razoáveis, a Babilônia verdadeira na Mesopôtamia, ou uma Babilônia metafórica 
(ROMA), embora o contexto não pareça figurativo ou secreto.”(CARSON, 1992). 
Portanto, a autoria petrina é confirmada através de vários relatos e citações, como 
já mencionei acima, e também a forma como vivia, a menção que ele faz em 2 Pedro 3:1, 
enfatizando o sofrimento de Cristo e nossa perseverança nos tempos vindouros. As 
datações que seguem um enquadramento da perseguição. Essas são provas irrefutáveis 
quanto a autenticidade de Pedro como autor desta carta. 
B. Destinatário 
A carta foi escrita para os crentes em Cristo, que viviam espalhados na região do 
norte da Ásia menor, nome este das antigas províncias em que estava organizado o 
império Romano. 
Não se pode atribuir a evangelização desses crentes a Pedro, pois na própria carta 
ele relata: “Aqueles que vos pregaram o evangelho”. (1:12). 
9 
 
Na carta existem poucos indícios de que os crentes eram judeus, é mais provável 
de que eram gentios convertidos com base em (1:18), onde falam que os leitores foram 
resgatadosde sua vida antiga. Os destinatários seriam trazidos como peregrinos eleitos na 
dispersão, onde a casa final seria o céu e estavam de passagem pela terra. 
(MAUERHOFER, 2010 ). 
Então, a idéia é que Pedro escreveu para os crentes, judeus e gentios, que estavam 
sofrendo com a perseguição daquela época, e em cidades que não haviam sido 
evangelizadas pelo apóstolo Paulo em sua viagem a Ásia menor. Apesar de muitos não 
acreditarem que Pedro pudesse pregar para os gentios por causa de seus costumes 
judaicos, na passagem de Atos 10, Pedro quebra essa barreira cultural em sua vida. 
C. Local e Data 
Em (5:13), entendemos que a carta foi escrita na “Babilônia”, porém não é 
provável que ele escreveu esta carta nas ruínas dessa cidade citada no antigo testamento. 
Tudo indica que o local de origem onde a carta foi escrita foi na cidade de Roma, e que o 
termo “Babilônia”, era uma maneira simbólica, pelo fato de dar um ar de orgulho, 
imoralidade e maldade, também porque os judeus haviam sido expulsos daquela cidade. 
Marcos é conhecido por estar com Pedro em Roma. 
Sendo assim partimos do princípio de que Pedro escreveu a carta na década de 
60, antes dos anos 64-66 D.C., o período se passava pela perseguição de Nero, e tudo 
indica que esta carta foi escrita pouco tempo antes de sua morte. 
D. Ocasião 
A circunstância da carta era de cristãos perseguidos na dispersão, estavam 
enfraquecidos na fé cristã, e havia um esquecimento da conduta cristã, que se assimilava 
aos pagãos. 
E. Propósito 
Pedro escreveu sua carta para encorajar os cristãos perseguidos e confusos e 
orienta-los a resistir na fé.(5:12) Ele traz de volta os pensamentos cristãos os fazendo 
lembrar da alegria e glória no Senhor, e os instrui como se comportarem corretamente 
sobre o sofrimento não merecido. Com base nisso Pedro tem sido chamado como: “O 
Apóstolo da Esperança”. (BÍBLIA DE GENEBRA, 2011). 
Sendo assim, Pedro os encoraja a prosseguir na caminhada, com palavras de fé, 
força e esperança. 
Podemos concluir sobre a finalidade do Apóstolo Pedro em escrever essa carta, 
a igreja estava passando por dias de lutas, os cristãos estavam sendo perseguidos de forma 
cruel, então o autor, vendo a rápida aceitação do evangelho pelos povos daquela região, 
viu a necessidade e o dever de encorajar os crentes a continuarem firmes em Cristo Jesus, 
10 
 
de forma geral, Pedro anuncia as boas novas ao povo e mostra que mesmo diante de todas 
as dificuldades, o alvo que precisavam mirar, eram as promessas em Cristo, que tudo se 
cumpria em tempos vindouros, que a Salvação estava nEle, e diante dessa esperança 
deviam descansar e usufruir desta nova vida. 
 
4.3 CONTEXTO ESPECÍFICO 
 O contexto histórico específico de uma passagem precisa abordar o aspecto 
histórico, sociopolítico e cultural do texto, então dentro dessa analise deve ser colocado 
em questão como o povo vivia? Onde o autor escreveu? Como era a forma política da 
época? A cultura e etc. Analisando esses aspectos, facilita a comunicação entre o locutor 
e o receptor. (EGGER 1994). 
 Pedro provavelmente estava na Babilônia juntamente com Marcos e Silvano. A 
hipótese é levantada devido haver outros lugares que poderia ser referida como a 
Babilônia, a primeira hipótese seria de fato a cidade da Babilônia, entre os rios tigres e 
Eufrates, a segunda probabilidade seria o Egito, porém, a mais aceitada pelos estudiosos, 
que a Babilônia citada, não é uma forma literal, seria uma menção a Roma, devido sua 
fama colocada pelos Judeus. (MUELLER, 1988) 
Depois de analisarmos as pesquisas trabalhadas, podemos concluir que Pedro 
estava na Ásia menor, algumas hipóteses podem ser levantadas, quanto ao lugar que foi 
escrita, e sobre a participação de outras pessoas, na melhor das hipóteses, uma carta com 
um conteúdo tão rico que leva o cristão a perseverar na fé, independente da perseguição 
que esteja passando, uma exortação de esperança é trazida pelo apostolo Pedro, para 
permanecermos firmes na fé, então, como já foi supramencionado, o autor da carta 
(Pedro) ele estava com Silvano, provavelmente Silvano foi seu ajudante e o ajudou a 
escrever a carta, embora não sabemos o tamanho de sua contribuição. A carta ela tem um 
aspecto valoroso quanto ao seu conteúdo, podemos desprezar qualquer tentativa de 
mudança do texto, pois o texto já tem suas próprias características. (MUELLER, 1988) 
 
4.3.1 Histórico 
Compreender fatos passados, é importante para conhecer toda a estrutura de um 
texto, e não menos podemos desprezar sua história, dentro de 1 Pedro é necessário analisar 
11 
 
toda a sua história, devido a relevância que a epistola tem para os cristãos. (STUART; 
FEE,2008) 
A. Costumes e práticas do autor 
A origem do apostolo Pedro é a aldeia de Betsaida, embora alguns sugerem que 
ele morava em cafarnaum, devido possuir uma residência na cidade, homem de educação 
limitada, possuía um forte sotaque que era da região da Galileia, (Mt 26.73; Mc 14.70), 
devido sua profissão exigir contato com os gentios, Pedro provavelmente falava um pouco 
de Grego. (GUNDRY. 2008). 
 Pedro é chamado por outros nomes na narrativa bíblica.” Possivelmente seu 
nome original era o hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de Atos 
15.14 e 2 Pedro 1.1, e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia 
semelhante. ” No encontro com Jesus, Ele o chama de Cefas, que no aramaico tem um 
significado de rocha ou pedra. Jo 1.42. (GUNDRY. 2008) 
Gundry considera todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não 
apenas nos quatro Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem 
que ele foi um típico homem do campo, uma pessoa simples, direta e também impulsiva. 
Pedro era comunicativo, algo que facilitou a desenvolver seu ministério, além de exercer 
um papel de líder. (GUNDRY. 2008) 
B. A Cosmovisão do Apóstolo Pedro 
A perseguição dos cristãos foi umas das principais causas que levou o autor a 
escrever a carta, a cosmovisão do autor se baseia na vida de sofrimento que os cristãos 
estavam vivendo, devido a essa situação, Pedro exorta aos cristãos que a compensação 
está nos dias da salvação vindoura. (GUNDRY, 2008). Pedro dava bastante ênfase aos 
sofrimentos de Cristo. Ele não tinha nenhuma dúvida que foi por meio do sofrimento de 
Cristo que Ele nos trouxe a Salvação aos pecadores. Então Cristo deixou para seu povo 
um exemplo de suportar o sofrimento, que deve ter sido importante para os leitores que 
estavam em uma visão parecida. 
Pedro em sua carta trata muitos assuntos que vão dos ensinos sobre Deus e a 
salvação em Cristo, que tivemos por meio da cruz, mas que a morte na cruz não foi um 
12 
 
acidente, mas sim um propósito Divino de lidar com os pecados humanos. (CARSON, 
1992) 
4.3.2. Sociopolítico 
A. Ambiente sociopolítico do autor e leitores 
A política da época era sobre o domínio Romano, esse império perseguia os 
cristãos, o imperador era Claudio e Roma com sua política moderna e globalizada, estava 
em crescimento imperial, mas, também com promiscuidade. Cláudio, ‘morreu 
envenenado por sua esposa. ” Com a morte do imperador Claudio, Nero, torna-se o seu 
sucessor, desde então, uma perseguição aos cristãos tornou-se implacável matando 
covardemente milhares de Cristãos, “ele colocou fogo em Roma para acusar os servos de 
Deus de criminosos, ele ordenou a morte de sua mãe, de seus irmãos e de sua esposa”. 
(GUNDRY. 2008) 
Segundo Gundry, o ambicioso e orgulhoso imperador Vespasiano iniciou a 
construção do Coliseu, monumento arquitetônico no qual morreu por amor a Cristo, um 
elevadíssimo número de cristãos. Em 80 d.c. a edificação foi completada e dedicada a 
Tito, embora o perfeito acabamento do anfiteatro não houvesse acontecido antes do 
governo de Dominicano. No Coliseu as portas do inferno se levantaram contra a igreja de 
Deus, mas não prevaleceram. 
Importante é destacar o governo deNero (54 d.C - 68 d.C.), Quando Paulo estava 
perante Festo, deputado romano, que externou vacilação no caso presente, o apóstolo de 
Cristo apelou para César, isto é, Nero (At 25.10,11). Quando Paulo em Aos Romanos 
13:1-7 exorta o povo de Deus à obediência às autoridades, quem era a autoridade suprema 
de Roma era o estranho e impiedoso Nero. Ainda, quando Pedro escreve sua Epístola, 
endereçada a províncias romanas, exortando também à obediência às autoridades e 
falando do sofrimento por causa de Cristo, era o mesmo Nero quem estava no trono 
romano. (GUNDRY. 2008. p. 77-78). 
 
4.3.3. Cultural 
Nessa parte, a análise será feita para mostrar os aspectos culturais e sociais que 
envolviam o autor e os destinatários da época. 
13 
 
Os destinatários eram formados por pessoas mistas de origem judaica, gentia ou 
pagã, essa mistura de formação heterogênea trazia algumas dificuldades para o apostolo 
organizar sua epistola, principalmente para uma parte da Ásia menor para onde 1 Pedro 
foi primeiro destinada. (MULLER, p. 28) 
Dentro das comunidades cristãs existia uma grande diversidade de etnias, 
podemos então notar que essa gama multicultural era composta devido ao tráfego que iam 
e viam da Ásia menor. Isto incide sobre a forma como lemos historicamente a carta; por 
exemplo, as várias exortações e indicações no sentido de se fazer com que os crentes se 
unam, expressando na vida diária o seu caráter de novo povo de Deus, agregado dos mais 
diferentes povos. Qualquer pessoa com alguma experiência de comunidades cristãs 
multiculturais sabe dos problemas potenciais que esse fato reserva, por si só. ” 
(MULLER, 1988) 
Concluindo, Pedro em sua carta nos mostra uma situação de conflito de extrema 
perseguição ao cristianismo, como Muller (p.33) destaca “ [...]sim todo tipo de hostilidade 
que é comum a nível local, a um grupo que é separado e tem padrões diferentes de 
conduta. Poderia se pensar numa perseguição das autoridades, que também podiam não 
ver com muito bons olhos o movimento cristão, mas nem isso é exigido pelo texto da 
carta. [...]” . Mas, os leitores atuais podem observar que embora a carta apresenta situações 
diversas e uma perseguição implacável, Pedro não desanimou e nem deixou que isso fosse 
um empecilho para continuar pregando o evangelho e encorajando os cristãos a 
continuarem firmes na fé. E isso podemos aplicar para nossos dias atuais, estamos 
passando por crises, perseguições e diversos conflitos, tanto políticos quanto sociais, 
precisamos aprender com o apostolo e não deixar de pregarmos e de nem colocarmos 
nossas esperanças em Cristo, mesmo com as adversidades da vida. 
 
 
4.4 CONTEXTO LITERÁRIO 
 
O objetivo é desenvolver alguns passos que se propõe a apresentar os motivos 
da passagem estudada que nos possibilitará compreendê-la. Devemos observar onde está 
localizada, e porque o autor as colocou ali, e quais suas intenções, para isso 
14 
 
analisaremos a natureza literária, contexto remoto e imediato. (STUART, 2015, P. 
93,94) 
 
4.4.1 Gênero literário da obra 
A identificação da natureza literária é indispensável para colher-se a intenção do 
autor entre a expressão literal e o seu conteúdo. E ao analisar a perícope em questão, ficou 
claro que se trata de uma carta. (STUART, 2008, p 221) 
Na carta de 1 Pedro, podemos identificar suas exortações e cuidados para com 
os crentes recém convertidos, para que eles continuassem firmes de acordo com os 
padrões de uma nova vida, embora os cristãos estivessem passando por perseguições e 
sofrimentos, em toda parte da carta de Pedro nota-se o encorajamento e exortação no seu 
modo de viver diante de um mundo caído, então, podemos notar esse aspecto principal da 
obra, “o modo de como os crentes devem viver no mundo 1 Pe. 1.13-2.10, apesar dos seus 
sofrimentos e colocando as suas esperanças na vinda de Cristo. ” (MARSHALL, 2007, p. 
552). 
 
4.4.2 Natureza literária da passagem 
O gênero da passagem estudada de 1 Pedro 3.1-7, trata-se de como os cristãos 
devem comportar no matrimonio, na praticidade evidenciar o amor mutuo, servindo aos 
outros do lar com reciprocidade e com orações pessoais e uns pelos outros. 
(MARSHALL, 2007). 
 
4.4.3 Contexto Remoto 
 
É interessante saber o contexto em que a passagem de primeira Pedro 3.7 está 
inserida. Ela faz parte de uma série de exortações que se inicia no capitulo 1.13-2.10 
ensinando sobre a conduta exemplar de um cristão. Antes de analisarmos a passagem em 
questão, observamos no capitulo 2.11-3.22, sobre o “comportamento dos servos de Deus”: 
que trata da submissão as autoridades, submissão de escravos, no e dos deveres da mulher 
e dos maridos 3.1-7. (MAUERHOFER, 2010) 
 
 
4.4.4 Contexto Imediato 
 
15 
 
O contexto imediato em relação com anterior e posterior, ou seja, vamos analisar 
a passagem buscando uma relação entre ela os textos que antecedem e seguem. Dentro 
deste raciocínio percebemos que a passagem escolhida é diferente da anterior. As 
passagens anteriores mostram como deveria ser a vida exemplar cristã. Primeiro os 
deveres dos cristãos com os não crentes e autoridades (2.11-17), e segundo dos servos e 
escravos (2.18-25). 
Naquela época, judeus e cristãos sofriam perseguições, era um tempo difícil. Os 
escravos se sentiam injustiçados pelos seus líderes, cristãos eram discriminados, os 
maridos que se convertiam as mulheres também deveriam converter. 
Pedro aconselha as esposas crentes a submeter aos seus maridos 3.1-6, Pedro faz 
uma exortação aos maridos 3.7, deveriam amar suas esposas e levá-las mais perto de 
Cristo buscando exercer uma vida devocional e tratando com honra, nesse versículo 
podemos notar que Pedro segue o mesmo padrão de exortação nos versículos do capitulo 
2.11-17, especificamente podemos notar uma semelhança entre os versículos 17 do 
capitulo 2 e o versículo 7 do capitulo 3. (KISTERMAKER, 2006, p. 165). 
As passagens posteriores tratam de uma vida exemplar cristã baseada no amor 
fraternal (3.8-12) e a longanimidade (3.13-22), nos capítulos 4.12 e 5.11, ele traz outras 
exortações para a sociedade para viver com perseverança em meio aos sofrimentos por 
causa da sua obediência a Deus. (MUELLER, 1988) 
Essa estrutura do contexto é válida para compreendermos a ideia central da carta 
de 1 Pedro e a logo a pericope em análise do capitulo 3.7. Para melhor compreensão 
seguimos então para o contexto textual. 
 
4.5 CONTEXTO TEXTUAL 
 A necessidade de delimitar o texto advém do fato de que originalmente, os livros 
do Novo Testamento foram redigidos em escrita contínua, sem espaço ou subdivisões. 
(WEGNER, 1998). 
Segundo Fee (2008, p. 207), neste passo devemos nos certificar que escolhemos 
uma unidade genuína e completa. Por isso, devem-se comparar as versões gregas, bem 
como as traduções modernas verificando assim se há diferença na paragrafação. 
 
4.5.1 Delimitação da passagem 
 
16 
 
1 Pedro nos ensina que um casamento tem obrigações e deveres uns com os 
outros, a reciprocidade de um matrimonio é essencial para que possamos viver com 
felicidade e servindo a Deus através das bênçãos do lar, observamos que a cultura da 
época, a mulher sofria em relação aos seus direitos limitados, pois todo o dever e direitos 
dela, era para o marido, porém, esses costumes eram contra os padrões cristãos, por isso 
vemos no versículo 7, Pedro exortando os maridos quanto aos seus deveres e obrigações 
com a esposa, que é, a parte mais frágil. (BARCLAY, 2003) 
De acordo com a Bíblia de estudo de Genebra, a perícopes faz parte de um esboço 
de exortação à vida cristã exemplar em uma série dos deveres dos casados. Ao contrário 
dos versículos anteriores que falavam dos deveres das mulheres, este agora trata dos 
deveres dos maridos. 
 Precisamos identificar a unidade do texto, pois o texto deve ter uma formação 
para que tenhamos facilidade em identificá-los,a pericope passa por um processo de 
delimitação, portanto, essa unidade deve ser “coesa e orgânica do início ao fim, ” 
(WEGNER, 1998). E neste texto a delimitação aconteceu da seguinte forma: 
 
1ª Pedro 3.7: 
 
4.5.2 Texto original 
 
1ª PEDRO 3.7: Οἱ ἄνδρες ὁμοίως συνοικοῦντες κατὰ γνῶσιν, ὡς ἀσθενεστέρῳ 
σκεύει τῷ γυναικείῳ ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ συγκληρονόμοις χάριτος ζωῆς, εἰς τὸ μὴ 
ἐγκόπτεσθαι τὰς προσευχὰς ὑμῶν. (O Novo Testamento grego analítico, texto crítico). 
 
 
4.5.3 Texto Traduzido 
a) Tradução do interprete 2 : Os maridos, Da mesma forma, morando com ela, 
conforme o discernimento, com o mais fraco vaso feminino, tratando com honra, 
porque sois também co-herdeiros da mesma graça de vida, para não serem 
impedidos as orações de vocês. 
 
 
2 Traduzido pelo interprete Raphael Novaes da Fonseca Cardoso. 
17 
 
b) Texto Majoritário: “Vós também, maridos, convivei cada um com sua mulher, 
apercebidos de que ela é o vaso mais fraco, e tratai honrosamente, como 
coherdeira convosco da graça da vida. E assim as vossas orações não sofrerão 
impedimento. ” 
c) Almeida Revisada e Atualizada (ARA): “Maridos, vós, igualmente, vivei a 
vida comum do lar, com discernimento; tendo consideração para com a vossa 
mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque são, juntamente, 
herdeiros da mesma graça de vida. Para que não se interrompam as vossas 
orações. ” 
d) Nova versão Internacional (NVI): “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam 
sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais 
frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam 
interrompidas as suas orações. ” 
 
4.5.4 Diagramação 
 
Igualmente 
 Vós Maridos 
 Vivei a vida comum do lar, 
 Com discernimento; 
 A parte 
 Mais frágil 
E 
 Tratai-a a vossa mulher 
 Com dignidade 
 Tendo Consideração 
Porque sois, juntamente 
 Herdeiros 
da graça de vida, 
mesma 
Para que 
não se interrompam as vossas 
orações 
18 
 
 
Em Grego: 
Οἱ ἄνδρες 
 ὁμοίως 
 συνοικοῦντες κατὰ 
 γνῶσιν, 
 ὡς ἀσθενεστέρῳ σκεύει τῷ γυναικείῳ 
 ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ 
 συγκληρονόμοις χάριτος ζωῆς, 
 ἐγκόπτεσθαι τὰς 
 προσευχὰς ὑμῶν. 
 
Essa estrutura de diagramação ajuda o interprete a melhor compreender a 
pericope em questão, o critério usado para compor essa estrutura foi o mesmo usado na 
aula de MPE, segue-se agora a crítica textual da pericope e suas variantes. 
 
5. CRITICA TEXTUAL 
 
Faz-se necessário neste momento analisar crítica-textualmente a passagem. 
Conforme já sabemos, a Bíblia foi originalmente escrita nas línguas antigas: hebraica nos 
livros do Antigo Testamento e grega para os livros do Novo Testamento (com alguns 
poucos trechos em aramaico). Estes originais (autógrafos) foram perdidos no tempo, 
porém, inúmeras cópias foram sendo feitas logo nos primeiros anos da era cristã. Sendo 
assim se torna necessário constatar as diferenças entre os diversos manuscritos que 
possuem cópias do trecho de nossa análise, e analisar qual das variantes encontradas, 
poderia melhor corresponder ao texto originalmente escrito pelo autor. (WEGNER, 
1998). 
 
A qualidade dos manuscritos que reproduzem uma variante deve predominar 
sobre a mera quantidade”. “Variantes cujos manuscritos atestem ampla expansão 
geográfica devem ser preferidas àquelas originadas em um mesmo local”. ‘Variantes 
testemunhadas pelo tipo de texto alexandrino devem ser preferidas às demais, sobretudo 
por sua neutralidade estilística e sua brevidade. ” (WEGNER, 1998) 
Baseando na 4a edição do Novo Testamento Grego de Kurt Aland, encontramos 
as seguintes variantes no versículo de 1 Pedro Cap.3:7. 
 
19 
 
5.1 TEXTO EM GREGO DE 1 PE. 3.7: Οἱ ἄνδρες ὁμοίως συνοικοῦντες κατὰ γνῶσιν, ὡς 
ἀσθενεστέρῳ σκεύει τῷ γυναικείῳ ἀπονέμοντες τιμήν, ὡς καὶ συγκληρονόμοις χάριτος 
ζωῆς, εἰς τὸ μὴ ἐγκόπτεσθαι τὰς προσευχὰς ὑμῶν. 
5.2 TRADUÇÃO, ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA: “Maridos, vós, igualmente, 
vivei a vida comum do lar, com discernimento; tendo consideração para com a vossa 
mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque são, juntamente, herdeiros 
da mesma graça de vida. Para que não se interrompam as vossas orações. ” 
 
5.3 APARATO CRÍTICO: 
אא







א

 
5.3.1 Decodificação do aparato crítico 
“O GNT apresenta 3 variantes para cada uma das duas leituras que considera 
originais na passagem (1 Pe 3.7) cada variante é seguida de uma série de testemunhas e, 
sinalizando o início de uma nova variante para a leitura proposta, ocorre o uso de dois 
traços transversais. ” (COELHO, Pág.1) 
 Agora será feita a análise das variantes do versículo em questão: 
 
LEITURA LEITURAS 
 
VARIANTE VARIANTES 
 
20 
 
 
 
 
Primeira leitura:  
Tradução: co-herdeiras 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
p72 p 81 2א B 33 442 1175 1243 1448 1739 
 
IDADE 
III 
IV 
IV IV IV IX XIII XI XI XI X 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
I II I I I II I I III I 
EXPANSÃO - - - - - - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
M - A B A - - - - - 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
1852 2344 2492 l 596 itar.t,z vg sirp arm 
 
IDADE XIII XI XIII 1146 
II 
III 
IV 
V 
V V 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
II III III V II III I III 
EXPANSÃO - - - - 
GI 
NA 
GI - AR 
21 
 
TIPO 
TEXTUAL 
- - - B - - - - 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
eti geo Agostinho - - - - 
 
IDADE XIII V 
IV 
V 
- - - - 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
V III III - - - - 
EXPANSÃO AE - NA - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
- - - - - - - 
 
 
Variante: 
Tradução: co-herdeiros 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
A C Y 5 81 307 436 642 
161
1 
173
5 
 
IDADE V V IX/X XIII 
108
4 
X XI/XII XIV XII 
X 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
III II V II III III - III 
III 
EXPANSÃO - - - - - - - - - - 
22 
 
TIPO 
TEXTUAL 
A A B A - - - r-A 
- 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
Biz [K L P] Lec copsa copbo esl Jerônimo REBBTI 
 
IDADE - - - III III IV 419/420 
198
9 
200
8 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
- - - II II - - - 
EXPANSÃO - - AE AE - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
- - - - - - 
 
Segunda leitura:  
Tradução: da graça da vida 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
p81vid B C Y 33 81 307 436 642 1175 
 
IDADE IV IV V IX IX 1044 X XI XIV XI 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
II I II II I II III III V I 
EXPANSÃO - - - - - - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
- A A B A A - - - I 
 
23 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
1243 1735 1739 1852 2344 2492 Bizpt [L P] 
 
IDADE XI X X XIII XI XIV 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
III III I II I - 
EXPANSÃO - - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
- - A - - - 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
l 592 l 884 l 1154 l 1159 l 1364 l 1441 lAD 
 
IDADE 1576 XIII XII 1331 XII XIII 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
V V V V V V 
EXPANSÃO - - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
B B B B B B 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
itar, (l), t, z vg copsa Arm - - - 
 
IDADE IV/V III V - - - 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
 - - - - - - 
24 
 
EXPANSÃO - - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
 - - - - - - 
 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
geo (eti) Ambrósio (Speculum) - 
 
IDADE V 500 397 V - 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
- - - - - 
EXPANSÃO - - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
- - - - - 
 
Variante 1:  
Tradução: da graça (da vida) 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS 
 TESTEMUNHAS 
Bizpt [K] Lec - - - - 
 
IDADE - - - - 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
 - - - - 
EXPANSÃO - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
 - - - - 
 
25 
 
Interpretação: Essa variante é difícil de interpreta-la, pois não sabemos se ouve erro do 
copista, devido a identificação do acréscimo do s, nesse caso pode ter havido omissão. 
 
Variante 2: 
Tradução: da graça da vida (eterna) 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS 
TESTEMUNHAS 
p72 sirp - - - - 
 
IDADE III/IV V - - - - 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
I e-V?; a-IV? - - - - 
EXPANSÃO SR - - - - 
TIPO 
TEXTUAL 
“misto” - - - - 
 
Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, notamos que essa leitura pode 
ser considerada com o texto original. “Os editores apresentaram-na precedida pela sigla 
B, dentre de chaves { }”, para indicar “ um respectivo nível de veracidade com base em 
considerações internas, bem como de provas externas, para a leitura adotada como texto.” 
No caso, a letra B“ significa que há um grau elevado de certeza [quanto] a se o texto 
contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da pesquisa, vamos observar que: o 
comitê não encontrou dificuldades para decidir qual melhor decisão tomar sobre o texto 
e qual variante foi melhor para ser colocada diante do texto. ” (GNT, 1983) 
 
 
Variante 3:  
Tradução: da graça da vida 
Testemunhas: 
CRITÉRIOS TESTEMUNHAS 
26 
 
 ?A 5 442 1448 1611 l 596 sirh copbo א
 
IDADE IV V 
XII
I 
XII/
XII 
XII XII 1946 616 
Trad. IV; 
Mss IX 
QUALIDADE 
(CATEGORIA) 
I I III V V II 
EXPANSÃO AE AE 
TIPO 
TEXTUAL 
A A r-A B 
 
Avaliação: 
Avaliação: Ao observarmos os critérios usados pela GNT, a analise pode ser comparada 
com a variante acima, notamos que essa leitura pode ser considerada com o texto original. 
“Os editores apresentaram-na precedida pela sigla A, dentre de chaves { }”, para indicar 
“ um respectivo nível de veracidade com base em considerações internas, bem como de 
provas externas, para a leitura adotada como texto.” No caso, a letra A“ significa que há 
certeza [quanto] a se o texto contém a leitura superior. ” “Fazendo uma análise da 
pesquisa, vamos observar que: o comitê não encontrou dificuldades para decidir qual 
melhor decisão tomar sobre o texto e qual variante foi melhor para ser colocada diante do 
texto. ” (GNT 1983) 
5.3.2 Interpretação das variantes συγκληρονόμοις 
(co-herdeiros) {B} 
A variante admitida no presente trabalho é a que contém a conjunção καί, essa 
conjunção pode admitir as duas formas para serem usadas. Ela é apoiada por sólida 
evidência manuscrita, testemunhada pelos melhores (conforme tabela apresentada) e mais 
antigos textos. Esta opção concorda com Omanson que acrescenta as razões teológicas de 
alguns copistas que não conseguiram distinguir qual seria a melhor opção, quanto aos 
maridos de honrar suas esposas. (OMANSON,2010) 
 χάριτος ζωής (graça de vida) {A} 
Para esta argumentação foi escolhida a variante χάριτος ζωῆς, pois é a que possui 
testemunhas mais antigas unciais dos sécs. IV e V. Contém textos com melhor qualidade 
como o Alexandrino. É também a variantes com maior abrangência. Portanto, seguimos 
o exemplo de Omanson que explica que essa graça se dar pelo fato de termos vida. 
(OMANSON, 2010). 
 
27 
 
5.4 CONCLUSÃO 
Conforme as pesquisas realizadas, notamos que o texto alexandrino é 
considerado o mais fiel ao original, por isso existe uma preferência por estes textos 
considerados como qualidade “A ou B”. Após análise do versículo 7 com os critérios 
externos e internos chegamos à conclusão de que as variantes συγκληρονόμοις e χάριτος 
ζωῆς, é contida no texto original, visto que aparece nos manuscritos: 
אא





א

Esses manuscritos são provas textuais desta verdade, relembramos aqui que além 
de ser um texto de qualidade “A e B”, ainda conta com textos de datas mais retrógradas 
que remontam os séculos I-V, comprovados pelos textos Alexandrinos, como está nos 
quadros acima. A GNT, no seu aparato, nos traz essa certeza do texto, pelo fato ser de 
qualidade A e B, e os copistas apesar de estranharem a similaridade das variantes, mesmo 
assim, por se tratar de um texto Alexandrino, podemos confiar na originalidade do texto. 

 
6. CONTEXTO LINGUÍSTICO 
 
As determinações que estuda a produção dos textos linguísticos que 
comprometem a interpretação e o significado das passagens servem para compreender o 
texto e reconstruir sua origem. (EGGER, 1993) 
Egger traz uma definição que nos auxilia a compreender melhor sobre essa parte 
linguística. 
“A análise linguística de um texto examina o seu aspecto linguístico concreto: 
as relações entre os meios linguísticos utilizados e as regras segundo as quais 
os elementos estão relacionados. ” (EGGER, 1993, p. 74) 
 
A partir do próximo tópico segue-se a analise morfossintático e a classificação 
morfológica. 
 
6.1 CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA 
28 
 
A morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a 
classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo 
sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, 
adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais. (CEGALLA, 
2008). Segue a classificação Morfológica de 1 Pedro 3.7: 
A análise foi feita e modificada a partir de: SOUTER ALEXANDER, M.A, A. 
(1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: Clarendon Press. 
Disponivel no Software Biblico do Logos; Faithlife. 
 
Palavra Classificação Morfológica3 Tradução 
 
Οἱ Artigo definido, nominativo, masculino, plural 
de ό 
Os 
ἄνδρες Substantivo, nominativo, masculino, plural. Maridos 
ὁμοίως Advérbio Igualmente 
συνοικοῦντες Verbo particípio, presente ativo, nominativo 
masculino, plural 
Convivendo 
κατὰ Preposição acusativa Conforme 
γνῶσιν Substantivo acusativo, feminino singular Discernimentoὡς Conjunção subordinada Como 
ἀσθενεστέρῳ Adjetivo dativo neutro, singular, de grau 
comparativo 
como o mais 
fraco 
σκεύει Substantivo dativo, neutro, singular Vaso 
τῷ Artigo definido dativo neutro singular Com o 
γυναικείῳ Adjetivo normal dativo neutro singular Feminino 
ἀπονέμοντες Verbo, particípio, Presente ativo, nominativo 
masculino plural 
Mostrando 
τιμὴν Substantivo acusativo feminino singular Honra 
ὡς Conjunção subordinada Como 
καὶ Advérbio Também 
 
3 SOUTER ALEXANDER, M.A, A. (1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: 
Clarendon Press. Disponivel no Software Biblico do Logos; Faithlife, acesso dia 13/10/20. 
 
29 
 
συγκληρονόμοις Adjetivo normal dativo masculino plural Co-herdeira 
χάριτος Substantivo genitivo, masculino, singular Da graça 
ζωῆς Substantivo genitivo, feminino, singular Da vida 
εἰς Preposição acusativa Para 
τὸ Artigo definido, acusativo, neutro O 
μὴ Partícula, Não 
ἐγκόπτεσθαι Verbo, infinitivo presente passivo Serem 
interrompidas 
τὰς Artigo definido acusativo feminino plural As 
προσευχὰς Substantivo acusativo, feminino plural Orações 
ὑμῶν Pronome, pessoal genitivo plural Vossas 
 
 
6.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA - SINTÁTICA 
 
Nessa perspectiva, realizar a análise sintática significa identificar a função que 
cada elemento exerce no contexto da sentença, bem como a relação que ele estabelece 
com os demais constituintes, de modo a se formar um todo organizado e harmônico. 
Nesta respectiva analise, extrair utilizando os recursos de SOUTER ALEXANDER, 
M.A, A. (1917). A Pocket Lexicon to the Greek New Testament Oxford: Clarendon Press. Disponivel no 
Software Biblico do Logos; Faithlife e o VINE. W. F. Dicionário VINE. Rio de Janeiro, Ed. 
CPAD, 2002. 
 
Palavra Palavra Língua 
Original 
Análise Morfológica Tradução 
ἄνδρες ἀνήρ A palavra "maridos", substantivo 
nominativo no plural e masculino, ou 
Maridos 
Homens 
 
 seja, esse sujeito consta de mais de 
um "marido". 
 
30 
 
ὁμοίως ὅμοιος 
 
Advérbio de comparação, está 
relativo as ser semelhante a outra 
coisa em certo aspecto - "como, tal 
como, ser parecido com, ser 
semelhante a, semelhante". 
Igualmente do 
mesmo modo 
συνοικοῦντες συνοικέω 
 
O verbo συνοικέω "viver junto" está 
no particípio e usado como 
imperativo. Refere-se ao substantivo 
"marido" ao modo de como deve 
viver a vida do lar. 
Convivendo 
Vivei juntos 
γνῶσιν γνῶσις 
 
Com a terminação "ν" (ni) no caso 
acusativo, a palavra tem função de 
objeto direto em relação ao 
substantivo συνοικέω (viver junto 
com) e é objeto da preposição κατά 
(com). 
Discernimento 
Conhecimento 
Entendimento 
ὡς ὡς O advérbio ὡς (como), está no 
sentido causal, indicando a causa da 
ação (como parte mais frágil) do 
porque deve ter conhecimento para 
tratar a esposa como parte mais 
frágil. 
Como 
ἀσθενεστέρῳ ἀσθενής O adjetivo comparativo 
ἀσθενεστέρῳ (mais frágil), qualifica 
a mulher como parte mais fraca ou 
frágil no sentido físico, sendo assim, 
o motivo que exige do homem 
γνῶσιν (discernimento) na forma de 
tratá-la 
como o mais 
fraco, Frágil 
σκεύει σκεῦος 
 
Como substantivo dativo, está 
direcionando a ação do verbo. Este 
Vaso 
 
31 
 
 substantivo também é uma 
característica reforçando o adjetivo 
ἀσθενεστέρῳ (frágil, fraco), como 
parte de algo mais frágil, se 
comportando com objeto indireto. 
 
γυναικείῳ γυναικεῖος 
 
Este adjetivo encontra-se em uma 
posição atributiva, porém, recebe 
enfâse tanto quanto o substantivo 
vaso, que enfatiza sua fragilidade. 
Feminino 
Mulher 
ἀπονέμοντες ἀπονέμω 
 
verbo no particípio literalmente 
atribuir honra a, ou seja, mostrar 
respeito. Ele aplica uma ação ao 
sujeito ἄνδρες (maridos) e como esta 
ação é realizada. 
Mostrando 
τιμὴν τιμή 
 
O substantivo τιμὴν (honra) destaca 
a forma como o marido deve tratar 
sua esposa, atribuindo um valor a 
ela, γυναικείῳ (mulher); 
demonstrando uma honra ativa, 
reverência, respeito; 
reconhecimento passivo, estima, 
dignidade outorgada. 
Honra 
ὡς ὡς O advérbio ὡς (como), está no 
sentido causai, indicando a causa da 
ação (como parte mais frágil) do 
porque deve ter conhecimento para 
tratar a esposa como parte mais 
frágil. 
Como 
συγκληρονόμοις συγκληρονόμος 
 
O adjetivo συγκληρονόμοις 
(coherdeiro) concorda com o 
substantivo γυναικείῳ (mulher) em 
numero e grau, dando também esta 
qualidade de co-herdeira a mesma 
Co-herdeira 
32 
 
χάριτος χάρις 
 
O substantivo χάριτος (graça) esta no 
caso genitivo, especificando ou 
definindo o porque o marido deve 
tratá-la como parte mais frágil, 
trazendo também um sentido de 
posse. 
Graça, 
3a) a condição 
espiritual de 
alguém 
governado pelo 
poder da graça 
divina. 
3b) sinal 
 ou prova 
da graça, 
benefício. 
 
ζωῆς ζωή 
 
O substantivo ζωῆς (vida) no caso 
genitivo acompanhado da preposição 
"de" e por estar no singular denota 
um sentido de posse. 
Da vida 
ἐγκόπτεσθαι ἐγκόπτω Este verbo é um substantivo verbal 
sem significado temporal, mas 
somente de aspecto, especificando 
diretamente o que não pode ser 
interrompido, que são as προσευχὰς 
(orações) 
 
Serem 
interrompidas 
προσευχὰς προσευχή O substantivo feminino προσευχὰς 
(orações), sendo precedido do 
pronome pessoal ὑμῶν (vossas), 
indica o sentido de posse, sendo o 
objeto direto do verbo ἐγκόπτεσθαι 
(interrompam). 
Orações 
 
 
6.3 SEMÂNTICO (TRADUÇÃO E ANÁLISE) A análise semântica nos ajuda a entender 
o significado das construções linguísticas. O indivíduo pode até conhecer a estrutura de 
33 
 
uma palavra, mas é necessário liga-la a semântica, porque talvez ele nunca irá entender o 
seu significado. (EGGER, 1993) 
 
 
 
Palavra 
Tradução 
Análise Semântica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ἄνδρες 
Maridos 
Em uma análise diacrônica deste termo, se achava nos tempos do grego 
clássico, inicialmente homem em contraste com a mulher; marido ou 
noivo; adulto ou guerreiro; cavalheiro ou herói; varonilidade ou homem 
como gênero no AT., expressando um modo de vida totalmente original e 
patriarcal, a palavra pode significar homem/homens; pessoas; 
senhor/marido; chefe de um lar; guerreiro. Somente ele é competente nos 
mistérios jurídicos e cúlticos (Ex.23.17; 34.23; 1Sm.1.3-4). Ao lado desse 
modo de vida, há: alusões ás responsabilidades dos homens para com as 
mulheres (Dt.20.7; 21.14; 22.13ss; 24.5); ocasionalmente, também no 
judaísmo posterior. O NT. Usa a palavra sempre no sentido de marido na 
frase "marido de uma só mulher", nas pastorais e também nas 
qualificações para os beijos 1Tm.3.2, diáconos 1Tm.3.12 e anciãos 
Tt.1.16. (BROWN,2010, p. 15). 
O significado, em geral, "marido, macho, adulto", contrastando com 
ἄνθρωπος, que na maioria das vezes, significa "ser humano, macho ou 
fêmea"; é usado acerca de homem em várias relações sendo que o 
contexto decide o significado; enfim, significa "marido" como em Mateus 
1.16, Mc.10.12; Lc.2.36; 16.18; Jo.4.16-18; Rm.7.23. (VINE; UNGER; 
WHITE JR., 2012, p. 775) 
 
 
 
 
 
1. No grego clássico o adj. homoios deriva da raiz, homos, que tem 
conexão com Hama, “ao mesmo tempo”, “junto” (“junto”; “semelhante”), 
e tem tido uso geral desde Homero. Devem-se distinguir quatro sentidos: 
(a) “Do mesmo tipo”, “semelhante”, “da mesma condição”, com 
referência a pessoas ou coisas. Como sinal de semelhante situação, 
 
34 
 
 
ὁμοίως 
Igualmente 
Do mesmo modo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
homoios ocorre mais frequentemente em conjunto com isso, para 
expressamente ressaltar a “semelhança” de tipo. 
Semelhante” a umapessoa ou objeto, e, depois, “estimar igualmente”, 
“comparar”; pass. “estar como”, “assemelhar-se”. 
3. Os subs. homoiotes, homoiosis e homoioma são, às vezes, virtualmente 
sinônimos, com o significado de “semelhança”, “aparência igual”. (a) 
homoioma ocorre raras vezes no Gr. secular, e significa “aquilo que tem 
forma semelhante”, “semelhança”, “imagem”. (VINE; UNGER; 
WHITE JR., 2012, p. 700) 
συνοικοῦντες 
Vivei a vida 
Convivendo 
Quer dizer viver em conjunto, pode ser usado como conviver ou coabitar, 
segundo Regga, essa forma verbal somente é encontrada neste versículo, 
pois a sua função verbal pode ser usado sintaticamente como particípio 
imperativo. Portanto, a voz ativa que aponta para o Marido, que é o 
executor da ação. (REGGA;BERGMAN, 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
γνῶσιν 
Conhecimento 
Entendimento 
 
 
Aqui indica entendimento e tato cristãos, uma sensibilidade consciente à 
vontade de Deus. O conhecimento de Deus sempre se vincula com os atos 
divinos de auto revelação, que se ilustra na formula: “E saberás [ou: 
saberão] que Eu sou Javé.” Esta se acha 54 vezes em Ezequiel, e ocorre 
noutras partes do AT. 
 No Novo Testamento, ginosko se acha 221 vezes, das quais 82 estão na 
literatura de Joao, 50 em Paulo (inclusive as Epístolas Pastorais), e 44 em 
Lucas-Atos; e epiginosko 44 vezes, das quais 12 instâncias estão em Paulo 
(inclusive nas Pastorais), em Lucas-Atos. gnosis e epignosis ocorrem 29 
vezes e 20 vezes respectivamente, sendo que nada menos do que 38 delas 
se acham em Paulo (gnosis 23 vezes; epignosis 15 vezes). O adj. Verbal 
gnostos se acha 15 vezes (quase somente em Joao e Lucas); gnome 
(predominantemente em Paulo e no Apocalipse) 9 vezes. 
35 
 
 
 
 
 
2. A influência do uso do AT, O emprego universal da LXX na igreja 
primitiva, assim como no judaísmo da diáspora, garantiu uma 
continuidade linguística entre os documentos do AT e do NT, ou, melhor: 
entre os termos disponíveis e seu emprego no kerygma do NT. Mesmo 
assim, o ponto de vista dos escritores do NT, que eram, em parte, cristãos 
judeus falando a membros do mundo pagão, e o conteúdo da sua 
mensagem, a saber: a revelação de Deus em Jesus Cristo, modificou o 
conceito vetero testamentário do conhecimento, dando-lhe nova ênfase. 
Onde expressa um relacionamento pessoal entre aquele que conhece e 
aquele que e conhecido, e claro que o conceito de conhecimento no NT e 
tirado do AT. (VINE; UNGER; WHITE JR., 2012, p.962-963) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ἀσθενεστέρῳ 
como o mais 
fraco Frágil 
Palavra formada pela partícula negativa (α) e a raiz de σθενοω (vigor do 
corpo, tornar forte); (STRONG, 2002). Em análise diacrônica, a 
fragilidade (fraqueza) é o oposto de força, e abrange a gama total da 
incapacidade física, emocional, social, econômica e até espiritual. Todas 
estas noções podem ser expressas mediante as palavras do grupo asthenes. 
Um papel especialmente importante é desempenhado pela fraqueza do 
corpo. No Novo Testamento Falando de modo lato, podemos dizer que o 
grupo de palavras com astheneia se adia no sentido literal mormente nos 
Evangelhos Sinóticos e em João enquanto o sentido figurado, que resulta 
da reflexão teológica, ocorre de forma predominante na literatura de 
Paulo. asthenes ocorre no sentido geral de ‘‘fraqueza” quando, em 1 Pe 
3:7, refere-se às mulheres como sendo o sexo mais fraco e quando se 
descreve a aparência de Paulo em Corinto (2 Co 10:10) como sendo fraca. 
A fraqueza geral do homem é o sujeito do dito epigramático. 
(COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.878-880) 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na antiguidade, um complexo de palavras reunia-se em derredor do termo 
básico kerameia, que designa a “arte do oleiro”. Desde Homero, keramion 
denota “vasos de barro”, e especialmente “jarras de barro” para armazenar 
vinho ou água. O oleiro era uma figura familiar em todas as aldeias, e nas 
cidades maiores os oleiros eram organizados em associações 
profissionais. O bairro dos oleiros em Atenas era chamado Cl. 3 
kerameikos Menecles Barqueo. “A ausência de perícia, evidente na obra 
 
37 
 
σκεύει 
Vaso 
 
 
 
 
 
 
 
grosseira de um aprendiz apenas aprendendo sua profissão, deu origem à 
declaração proverbial”: “aprendeu a arte do oleiro numa jarra grande de 
vinho!” que descreve aqueles que empreenderam as tarefas mais difíceis 
sem aprenderem os elementos de uma profissão. A fragilidade dos vasos 
de barro e a fidelidade com que o estoque de um oleiro podia ser desfeito 
por quebras deu origem a certo número de provérbios que sugerem que o 
oleiro às vezes era o alvo de piadas: “transformar em pote o oleiro”. No 
Antigo Testamento, Na LXX o termo gr. keramion designa um “ pote” ou 
“jarra” de cerâmica, talvez de uma medida fixa. Em Is 5:10 Deus adverte 
Israel, que não corresponde à Sua mensagem, que dez jeiras de vinha não 
darão mais do que um bato de vinho. A possessão de jarras cheias de vinho 
era um símbolo de prosperidade e bênção. 
No Novo Testamento, A única ocorrência de keramion no NT ocorre em 
conexão com as disposições para a refeição pascal (Mc 14:13; Lc 22:10). 
As instruções dadas aos dois discípulos incumbidos com a preparação da 
refeição da Páscoa mostram que eles deviam seguir um homem que 
encontrariam na cidade e que os levaria para a casa onde a festa deveria 
ser celebrada. Reconheceriam o homem pelo fato de este carregando um 
“cântaro” , um jarro de água feito de barro. subs. skeuos, “coisa” , 
“objeto” , “jarro” , “ tigela” , ocorre para mulheres em Paulo e em outros 
escritos do NT. Em 2 Co 4:7 Paulo fala em ter o tesouro do conhecimento 
da glória de Deus “em vasos de barro”. skeuos geralmente significa uma 
“ coisa” ou “ objeto” usado para qualquer propósito (Mc 11:16), “ bens” 
ou “ posses” (Mt 12:29; Mc 3:27; Lc 17:31). O acréscimo de uma frase 
qualificante pode definir mais precisamente a sua natureza. O sentido de 
“vaso” , “jarro” , “ tigela” , etc., que é bem atestado no Gr. acha-se em Lc 
8:16; Jo 19:29; Rm 9:21 e 2Tm 2:20-21; Ap 2:27. Para a discussão do 
significado em 1Ts 4:4 e 1Pe 3:7 no contexto das relações conjugais 
Mulher, art. gynê NT 2. σκευος skeuos; Denota “vaso pequeno” por 
exemplo, para levar óleo “vasilha” vaso, implemento, no plural utensílios 
caseiros, ferramentas domésticas equipamento ou armamento de barcos, 
usado especialmente de velas e cordas metáf. homem de qualidade, 
instrumento escolhido, num mau sentido, alguém que ajuda na 
 
38 
 
 realização de uma obra má “vaso” era uma metáfora grega comum para 
“corpo”, já que os gregos pensavam das almas como vivendo 
temporariamente nos corpos. (STRONG, 2002, p. 1659, palavra 4631). 
 
γυναικείῳ 
Feminino 
Mulher 
 
 
 
 
Mulher, feminino, fêmea, esposa. Em análise diacrônica, nos tempos 
bíblicos, conforme a situação que a mulher ocupava na vida, sendo ela 
solteira ou casada, sem filhos ou viúva, variava consideravelmente a sua 
significância social, e tal fato se reflete na utilização das palavras tratadas 
neste artigo, gyne, que pode significar “amante”, “empregada”, “noiva”, 
“esposa” ou “viúva”, e uma designação geral para toda pessoa do sexo 
feminino em contraste com o masculino. No Novo Testamento, gyne 
significa (a) “mulher”, “criatura fêmea” (Mt 9:20; Lc 13:11, em contraste 
com o homem, At 5:14); (b) “esposa” (Mt 5:28; 31-32; 1 Co 7:2 e segs,); 
também “noiva” (Mt 1:20,24; cf, Dt 22:23-24), gyne no voc. e comum 
como modo de trato (e.g. Mt 15:28; Jo 2:4; 19:26; ver supra, CL 1), Além 
de gyne, existem thelys, “feminino” (também como subs.) em 
Mc 10:6, e com um significado especial de “virgem” (cf Maria em Mt 
1:23; mas cf. G1 4:4), parthenos, “virgem” e chera, “viúva”. As “hapax 
legomena” gynaikarion., que e o diminutivo de gyne, “mulherzinha”, mas 
que se emprega com desprezo para “mulher estulta”, e gynaikeion,“mulher” (lit. “fêmea”) ocorrem em 2 Tm 3:6 e 1 Pe 3:7, 
respectivamente. 
(COENEN; BROWN, 2000). 
 
ἀπονέμοντες 
Monstrando 
Por causa do contexto mais amplo, esse particípio presente ativo do verbo 
composto (Eu mostro, ofereço), torna-se imperativo ao ser traduzido. 
(KISTERMAKER, 2006, p. 173.) 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Honra (atribuir um preço a) em uma análise diacrônica, dois grupos 
diferentes de palavras gr. são representados pelas palavras em Port., 
“glória” e "honra”. A partir do gr. clássico em diante, time significa o 
reconhecimento da obra de outra pessoa, dando-lhe a posição e as honras 
que merece. Sempre é algo que se dá a Deus ou ao próximo (embora não 
seja necessariamente alguém que é superior na escala social), 
frequentemente se emprega como sinônimo; na Bíblia, porém, é uma 
qualidade que pertence a Deus e é reconhecida pelo homem somente em 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
τιμὴν 
Honra 
resposta a ele. Mais frequentemente, traduz-se “glória”. Sugere alguma 
coisa que irradia daquele que a tem, deixando uma impressão. Como tal, 
não se aplica a relacionamentos entre os homens. (COENEN; BROWN, 
2000. Vol.1, p.99). 
Na análise sincrônica, time, primariamente "avaliação, apreço, 
valorização”, por conseguinte, no caso acusativo: (a) "preço pago ou 
recebido” (por exemplo, Mt 27.6.9; At 4.34; 5.2,3: 7.16, "soma": At 
19.19; 1 Co 6.20; 7.23); (6) acerca da "preciosidade de Cristo” para os 
crentes (1 Pe 2.7), ou seja. a honra e o valor inestimáveis de Jesus que e 
apropriado pelos crentes, que. como pedras vivas, estão unidos a Ele, a 
principal pedra de esquina; [...] (10) a ser dado aos presbíteros que 
administram bem (1 Tm 5.17, ( 12) a ser dado as esposas pelos maridos 
(1 Pe 3.7); 13) dito do uso que o marido faz da esposa, em contraste com 
o exercício da paixão da concupiscência (1 Ts 4.4; alguns consideram que 
o “vaso” seja alusão ao corpo do crente). (VINE; UNGER; WHITE. 2002, 
p.694-695). 
No Novo Testamento, o grupo de palavras não se representa fortemente 
no NT. “Timê” se acha 41 vezes, timaô 21 vezes, e as outras formas mais 
raramente. Somente Paulo emprega atimia. 
Tiramos a seguinte conclusão: timê é uma alta avaliação que se baseia na 
posição em um todo organizado. Este todo é o mundo de homens, animais 
e coisas, que pertence a Deus. É importante a distribuição distintiva da 
honra entre as coisas de valor variável. A ordem e as graduações de honra 
que disto resultam devem ser respeitadas não somente por aquele que é 
colocado numa posição inferior, como também por aquele que tem 
posição superior. Embora a esposa esteja colocada abaixo do marido, 
também deve receber plena honra da parte do seu marido (1Pe 3:1, 7). 
(COENEN; BROWN, 2000. Vol.1, p.903-907) 
 
 
 
 
συγκληρονόμοις 
Co-herdeiro, herdeiro palavra formada pela preposição συν primária que 
denota união mais κληρονομος (no seu sentido original de dividir, i.e. 
[reflexivamente] obter por partilha). (STRONG,2002). Em análise 
diacrônica, A idéia de herança na Bíblia é uma lembrança de que não era 
41 
 
 
Co-herdeiro 
 
 
 
 
 
a intenção de Deus que o homem tivesse uma vida autônoma, isolada e 
auto-suficiente. A vida do homem tem um lugar alocado no grande 
movimento da história. Deus lhe deu dons e responsabilidades a serem 
exercidos no que diz respeito aos outros. A palavra gr. kleros, “herança”, 
e outras palavras afins se empregam para expressar aquilo que se recebe 
do passado. Mesmo assim, também olham para o futuro. A herança do 
crente, no seu sentido teológico o mais profundo, é algo que advém do 
como direito, mas, sim, é uma dádiva divina, ainda a ser recebida. 
Conforme Paulo expressa a ideia em G1 3:18: “foi pela promessa que 
Deus a concedeu gratuitamente a Abraão”. (COENEN; BROWN, 2000. 
Vol.1, p.956-961) 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
χάριτος 
Graça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em análise sincrônica χάρις, -ιτος, ἡ, (ac. χάριν e χάριτα): (1) encanto, 
doçura, simpatia, favor, graça, Luc. 2:40, 52; 4:22; At. 2:47; 7:10; Ef. 
4:29; Col. 4:6; (2) favor não merecido mas livremente outorgado, boa 
vontade, proteção, bondade, Luc. 1:30; Rom. 11:6; Tito 2:11; (3) “favor 
divino, contrário ao merecimento humano especialmente a bondade pela 
qual Deus manifesta favores aos que estão destituídos de mérito e concede 
aos pecadores o perdão das suas ofensas e os convida a aceitar a salvação 
eterna em Cristo”. (TAYLOR. 2011, p. 242). Em análise diacrônica, no 
grego clássico. Palavras que se formam da raiz gr. char indicam coisas 
que produzem bem-estar. Derivam deste significado básico do 
substantivo os significados individuais de charis: “graça”, “favor”, 
“beleza”, “gratidão”, “agradecimento”, “deleite”, “bondade”; expressões 
de “favor”, “serviço prestado”, “benefício”; no plural., “dívida de 
gratidão”, “gratidão”, “recompensa”, “agradecimentos”. 2. (a) O emprego 
da palavra hen esclarece o sentido de “graça” na história e nas ações. 
Denota o mais forte que vem ao socorro do mais fraco que precisa de 
socorro por causa das suas circunstâncias ou da sua fraqueza natural. Age 
mediante uma decisão voluntária, embora seja impulsionado pela 
dependência ou a petição da parte mais fraca. 
O Novo Testamento emprega o termo charis 155 vezes, principalmente 
nas Epístolas de Paulo (100 vezes), especialmente em 1 e 2 Co (10 e 18 
vezes), Rm (24 vezes) e Ef (12 vezes). Nas Epístolas Gerais, acha-se mais 
 
 
 
 
 
 
frequentemente em 1 Pe (10 vezes); ocorre em Hb (8 vezes). Atos 
emprega charis 17 vezes, Lucas, 8, e João, 4; a palavra falta em Mateus e 
Marcos. Com a exceção de um só texto em 1 Pedro, charisma é um 
conceito exclusivamente paulino (16 vezes), charizesthai ocorre somente 
em Paulo (16 vezes) e em Lucas (Lucas, 3 vezes; Atos, 4 vezes), como 
também charitoun (uma vez cada). Em 1 Pe 3.7, podemos concluir que os 
dois serão herdeiros do mesmo favor imerecido, ou seja, da salvação 
eterna. (VINE, p.680) 
43 
 
 A partir de uma análise sincrônica, o termo “vida” denota o 
funcionamento orgânico das plantas, dos animais e dos homens. A vida e 
a morte são categorias opostas, que são básicas para todas as coisas vivas; 
as duas categorias se relacionam entre si, e se interpretam mutuamente. A 
vida humana é única no seu gênero. Não é meramente instintiva, como 
também é capaz de auto realização e está aberta a influências formadoras. 
Em análise diacrônica, zoe (em português, “zoológico, zoologia") e usado 
no Novo Testamento acerca” da vida como princípio, vida no sentido 
absoluto, vida como Deus a tem. aquilo que o Pai tem em Si e o que Ele 
deu ao Filho encarnado ter em Si mesmo (Jo 5.26), e a qual o Filho 
manifestou no mundo (1 Jo 1.2). Desta vida, o homem foi alienado por 
causa da Queda (Ef 4.18), e desta vida os homens tomam-se participantes 
pela fé no Senhor Jesus Cristo (Jo 3.15), que e o Autor dessa vida a todos 
os que confiam nEle (At 3.15), o qual. portanto, se diz que e a ‘vida’ do 
crente (Cl 3.4), pois a vida que Ele dá Ele a sustem (Jo 6.35,63). No Novo 
Testamento, ocorrem referências ao assunto importante que é a vida, 
conforme se pode esperar, em todos os Livros do NT. É na teologia de 
Paulo e de João que se expressa mais claramente a doutrina da vida, e é 
evidente que o ensino do NT contém elementos que são 
veterotestamentário, judaicos posteriores e também quanto à sua origem. 
(COENEN, BROWN, 2000, pag. 2641 a 2649) 
 
 
ἐγκόπτεσθαι 
ἐγκόπτεσθαι - interromper, evitar, proibir: Esta palavra é uma junção entre 
a preposição εν (que denota posição fixa (de lugar, tempo ou estado) e, 
(por implicação) instrumentalidade) e o verbo κοπτω (remover, 
interromper). 
 
44 
 
Serem 
Interrompida 
Impedir, evitar, proibir, Em análise diacrônica, Impedimentos podem 
assumiruma variedade de formas. Podem ser sólidos e físicos (como 
rochas) ou psicológicos (como a falta de entendimento). Podemos nos 
encontrar com eles de repente, de uma só vez, ou como impedimentos 
contínuos. Podem afetar um plano específico, ou a totalidade do nosso 
ser. Os verbos gregos enkopto e kolyo correspondem a esta variedade de 
significados, enkopto denota um obstáculo temporário (originalmente 
militar), kolyo, do outro lado, geralmente significa um obstáculo humano 
que frequentemente afeta a totalidade da pessoa, e, no NT 
especificamente, o relacionamento entre o indivíduo e Deus. 
Porém, na análise sincrônica da palavra, o verbo se comporta como: 
“parar, dar fim a, acabar com”, e usado primariamente na voz media no 
Novo Testamento, significando “chegar a um fim, descansar. Uma 
cessação voluntariosa” (em contraste com a voz passiva que denota uma 
cessação forcada). 
No Novo Testamento o subs. ocorre uma vez, e o vb. 5 vezes (3 vezes em 
Paulo e uma vez cada em Atos e 1 Pedro). No NT, estas palavras indicam 
uma ocorrência que impede o progresso no âmbito da fé ou da vida cristã, 
causando uma paralisação que, se não é permanente, pelo menos é 
momentânea. Semelhante impedimento sempre é de um tipo que pode ser 
vencido. 
Uma insuficiência de conhecimento também pode agir como 
impedimento às orações dos homens (1 Pe 3:7). O problema é que, sob a 
influência de costumes pagãos que prevaleciam, os homens tendiam a 
desprezar suas esposas ao invés de as reconhecerem como parceiras. A 
passagem não diz respeito às orações em comum dos casais, nem ao 
casamento como obstáculo à oração. Conceitos semelhantes de 
impedimentos ocorrem em 1 Co. 13.1 e 11:20-29 (onde não se emprega o 
vb.). No primeiro trecho, trata-se da falta de amor que impede a pregação 
eficaz, e, no segundo, a falta egoística de consideração. (COENEN; 
BROWN, 2000. Vol. 1, p.1008-1009) 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
προσευχὰς 
Orações 
Oração, pedir, ajoelhar-se, suplicar, adorar, bater. A partir de uma análise 
sincrônica, No NT, o termo mais compreensivo para “orar” é 
proseuchomai denota a “oração” em geral, e pode ser empregado sem 
mais qualificação. Do outro lado, deomai e deesis, assim como aiteo e 
aitema, incluem a “súplica falada”. Usualmente, indica-se o seu conteúdo, 
bem como a pessoa a quem se dirige o pedido. Estes termos também se 
confinam a atos específicos de oração. 
 
Empregam-se geralmente quando a oração a Deus ou a Jesus surge da 
grande necessidade ou aflição humana, sendo, portanto, um “grito por 
socorro” (e.g. no caso de doença ou medo), gonypeteo também expressa 
a urgência na oração ou em fazer petição, enquanto proskyneo tende a dar 
a entender a “adoração” , “ culto” e “homenagem” . A oração de louvor e 
ações de graças se expressa por aineo e eucharisteo O vb. krouoy “bater”, 
se emprega como metáfora da procura de acesso a Deus. 
No grego clássico (proseuchomai) é um termo técnico para a “invocação” 
de uma divindade, e abrange, portanto, todos os aspectos desta invocação: 
“pedir”, “ suplicar”, “votar”, “ consagrar”, etc. (igualmente os subs.: 
“pedido” , “petição” , “voto” ); numa palavra: “orar”, “oração” . Visto que 
o significado básico do vb. é “fazer declarações confiantes acerca de si 
mesmo”, pode significar, outrossim: “jactar-se”, “ufanar-se” e 
“asseverar”. 
No gr. profano, a oração frequentemente se faz acompanhar por uma 
oferenda, cujo objetivo é tornar o deus favorável. Aqui, a oração assume 
sobretudo a forma da “súplica”. Embora originalmente se empregasse, já 
no gr. miceneano, quase exclusivamente no tocante a benefícios tangíveis, 
num período posterior as palavras têm em mira valores espirituais e éticos 
ou denotam a oração pela preservação de danos espirituais ou morais. É 
característica a falta da certeza de ser ouvido, pois a crença num princípio 
divino onipresente excluía qualquer possibilidade de uma epifania. Na 
piedade que se associa com os mistérios helenísticos, o adorador que ora 
experimenta a proximidade da divindade, especialmente naqueles raros 
momentos culminantes quando lhe é concedido um vislumbre do 
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 respectivo deus. Em tais momentos, extingue-se toda a oração, que é 
substituída por um enlevo silencioso. A intercessão, e a súplica por coisas 
terrestres, ficam totalmente ausentes deste tipo de oração. (VINE, p.835). 
 
 
Aqui analisamos gramaticalmente as palavras de 1 Pe. 3.7, observamos os seus 
significados, seu funcionamento de contexto e origem, agora segue-se as considerações 
finais do trabalho. 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este trabalho buscou atender as normas da disciplina metodologia de pesquisa 
exegética do Novo Testamento, especificamente no livro da primeira carta de Pedro. 
Trabalhou como objetivo, analisando a carta de primeira Pedro conforme a intenção 
autoral, os contextos gerais e históricos, bem como a cosmovisão do autor. 
Desenvolvemos uma pesquisa exegética, onde aprendemos importantes 
elementos a respeito desta passagem que contribuirá essencialmente em nosso 
conhecimento e trabalho. 
Foi trabalhado a estrutura, o esboço da obra, o contexto geral (A autoria, a 
canonicidade do livro, local de origem da escrita, a data, o público destinatário, a ocasião, 
o propósito e as características) e o contexto específico da carta que foi abordado o aspecto 
Histórico – Cultural, como o ambiente sociocultural do autor e dos leitores, Costumes e 
práticas do autor, bem como uma pesquisa profunda sobre os contextos literários (como 
o contexto remoto e imediato, natureza literária, etc.), o contexto textual, onde foi 
abordada mais especificamente a passagem de primeira Pedro 3.7. 
Analisamos também gramaticalmente esta passagem, morfossintaticamente e 
semanticamente, bem como a tradução e o texto original em grego de acordo com a 
cosmovisão do apóstolo Pedro. 
 
 
 
 
 
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