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psicopatologia

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Kathrin Lunardelli – RA: 7524745 – 4º semestre Psicologia – Disciplina: Psicopatologia
Trabalho individual para disciplina de psicopatologia do adulto
Escolha um dos casos abaixo e:
1-      Realize o exame psíquico.
2-      Levante a (s) hipótese (s) diagnóstica (s) justificando sua resposta.
CASO 2
Michel, 64 anos, casado, três filhos, 2 netos, empresário. Procurou o médico com a queixa de falhas na memória e dificuldade de concentração. Foi solicitado exames clínicos e avaliação neuropsicológica. Queixa principal está envolto a perda das capacidades de execução de tarefas básicas do dia a dia, além de presença pontual de esquecimentos e “desconexões”.
Michel relata que seus dias estão diferentes do que costumavam ser. Acorda disposto, mas já se pegou errando o caminho para o trabalho diversas vezes, assim como, durante reuniões de negócios, sente dificuldade em se concentrar “fico lá como se minha mente fosse uma tela em branco” “imagina errar o caminho que faço há mais de 30 anos”” assinei um documento do banco e nem me recordo” “fora que sempre estou com a sensação que fiz algo errado” “sempre acreditei que iria morrer trabalhando” “onde já se viu, um velho como eu, sentindo tristeza” “minha secretária vive me trazendo chazinho, eu lá sou de chazinho” “sem contar meu filhos, que conferem tudo o que faço e resolvo ” ”tênis? não tenho mais paciência para aquele bando de velhos, levando um tempão para rebater uma bola” “outro dia meu neto falou que eu sou bravo, só porque falei para ele sair de perto q estava assistindo o jornal”
 
AMNAMENESE QUE ANTECEDE O EXAME PSIQUICO
Identificação:
Michel da Silva
Idade: 64 anos
Sexo: masculino
Cor: branca
Nacionalidade: Brasileiro
Grau de instrução: alfabetizado, terceiro grau completo
Profissão: Administração de empresas
Estado civil: casado
Religião: católica
Queixa principal(QP):Falha de memória e dificuldade de concentração.” Imagine errar o caminho de que faço a mais de 30 anos” “Onde já se viu, um velho como eu, sentir tristeza” “ Assinei um documento no banco e nem me recordo”
História da doença atual (HDA) / sintomas: Paciente informa falhas na memória e dificuldade de concentração. Conforme relato do paciente, tem perda das capacidades de execução de tarefas básicas do dia a dia, além de presença pontual de esquecimentos e “desconexões.
 Perguntas feitas ao paciente: 
Quando começou os sintomas: há alguns meses
Com que frequência: algumas vezes ao dia
Foi súbito ou progressivo: progressivamente
Houve alterações nos hábitos? Sim.
 O paciente relata que acorda disposto, mas já se pegou errando o caminho para o trabalho diversas vezes, assim como, durante reuniões de negócios, sente dificuldade em se concentrar “fico lá como se minha mente fosse uma tela em branco”
Alteração no humor? Sim. ”tênis? não tenho mais paciência para aquele bando de velhos, levando um tempão para rebater uma bola” “outro dia meu neto falou que eu sou bravo, só porque falei para ele sair de perto q estava assistindo o jornal”
 
Poderia explicar o que sente? O paciente relata que sente tristeza, algumas vezes.
Toma algum medicamento? Não
Já foi internado por algum motivo? Não
Está em algum tratamento no momento ou antes? Não
Houve algum episódio que ocorreu que pudesse desencadear esses sintomas? Não, que ele tenha notado.
História pessoal (HP): O paciente declara que teve uma infância normal, conta que a mãe teve uma gestação tranquila que ele nasceu de parto normal. Lembra muitas histórias de infância e relata que sempre conta aos filhos e netos seus feitos. Não tem problema algum para lembrar de sua infância e adolescência, mas relata dificuldade severa em lembrar coisas recentes e do dia a dia.
O paciente relata também, que teve um ótimo relacionamento com o pai e mãe, cuidou do pai que teve Alzheimer, até sua morte. Teve apenas uma irmã que não tem mais contado, pois mora fora.
Afirma ter frequentado a escola regularmente até o fim dos estudos, com notas medianas e altas. Sempre teve facilidade para fazer amizades e se casou com a colega de faculdade, com que está casada até hoje, mas afirma que sempre foi muito namorador. Ao perguntar uma lembrança marcante do passado, o paciente relata o primeiro dia que conheceu sua esposa.
 O paciente relata que trabalhou a vida inteira e não pretende parar, começou a trabalhar com 16 anos e fica triste quando fala que está tendo dificuldades para efetuar tarefas básicas da rotina de seu trabalho, pois anda repetindo tarefas que já foram feitas, por ele mesmo. Trabalhou em 3 empresas a vida toda. Sempre foi de sair à noite com os amigos e beber até tarde, chegava em casa alcoolizado, mas parou de fumar há 10 anos, quando iniciou a jogar tênis com os amigos, coisa que agora não tem mais paciência para fazer.
HISTÓRIA FAMILIAR (HF)
Os pais do paciente são falecidos. O pai, faleceu com Alzheimer, aos 75 anos, a mãe, faleceu mais nova, aos 50 anos, de infarto. Descreve que não se dá com a única irmã que tem. O paciente conta que a esposa tem 62 anos e está bem de saúde, ele tem 3 filhos e dois netos.
Os filhos, são todos casados e trabalham e os netos são filhos de sua única filha mulher, que é a filha do meio que tem 35 anos e os meninos têm 23 e 38 anos. O paciente relata que todos gozam de boa saúde.
O paciente relata que os filhos ficam preocupados com ele e ficam fiscalizando, “sem contar meus filhos, que conferem tudo o que faço e resolvo.”
EXAME PSÍQUICO
1. Aparência:  “Paciente é alto, atlético e apresenta-se para a entrevista com vestes limpas”.
 Atividade psicomotora e comportamento: fisionomia de preocupação e um pouco triste; gesticula bastante as mãos ao falar; caminha a passos lentos.
 Atitude para com o entrevistador: cooperativo, bem-humorado, mas se mostra meio irritado ao falar de seu problema quanto a memória.
Atividade verbal:  fala muito e de maneira calma ao contar das lembranças do passado, mas quando fala da vida atual, tem dificuldade para lembrar acontecimentos da semana, ou do próprio dia, fala com mais lentidão, tentando pensar.
2. Consciência: Paciente em estado vígil, entrou sozinho, lúcido, percebeu bem tudo ao seu redor e respondeu bem a entrevista. O filho o trouxe de carro. De acordo com a paciente, as falhas de atenção e memória, acontecem em alguns momentos do dia, enquanto estava na entrevista, houve momentos de perde de orientação de tempo e espaço.
3. Orientação: PARCIAL: Orientado Alo e Auto e desorientado no tempo e espaço.
 Autopsíquica: ok, paciente reconhece sua identidade, sabe quem é;
 Alopsíquica: ok, paciente reconhece informações do ambiente que o rodeia. 
 Espacial:  desorientado no espaço em que se encontra no momento.
Temporal: Desorientado quanto ao tempo, momento cronológico.
4. Atenção: Distração: paciente tem superconcentração no entrevistador, com atenção diminuída do restante do ambiente.
5. Memória: Paciente não é capaz de fornecer dados com cronologia correta de acontecimentos recentes; consegue lembrar de informações mais antigas, como seu casamento com sua esposa”, tem dificuldade em realizar cálculos e falta de concentração e relata que tudo começou quando ele percebeu que esquecia coisas simples, como o lugar onde deixou certos objetos que normalmente tinha lugar certo.
6. Inteligência: Durante as entrevistas percebe-se que o paciente tem boa capacidade de compreensão, estabelecendo relações e respostas adequadas.
7. Sensopercepção: “Não apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias”.
8. Pensamento: Curso: Bradipsiquismo: O paciente tem lentificação, fala meio arrastado entre as frases.
· Perseveração: há uma repetição dos mesmos conteúdos de pensamento (comum nas demências).
 Forma:  O paciente demonstra fuga de ideias, quando o assunto são eventos atuais. Conteúdo: As perturbações no conteúdo do pensamento estão associadas a determinadas alterações, como as obsessões, hipocondrias, fobias e especialmente os delírios.
9. Linguagem “Expressa-se de maneira mais lenta em algumas situações que o deixa nervoso, usa linguagem correta...,maspára pra pensar as vezes”.        
10. Afetividade É sensível frente à frustração de saber que está perdendo suas funções e não está mais conseguindo trabalhar, apresentando ligações afetivas fortes com a família e amigos...”.
11. juízo crítico: tem expectativas com relação ao tratamento, tem medo de perder todas as suas funções, se achando ainda tão jovem.
12. Psicomotricidade: “apresenta tique de balançar as pernas, quando sente dificuldade em se lembrar coisas do cotidiano....”.
13. Volição: o paciente apresenta Hipobulia: Diminuição da atividade volutiva, se percebe muito triste as vezes.
14. Pragmatismo: Parcial: consegue exercer funções como comer e se vestir, mas já se percebe errando caminhos que fazia há anos e dificuldade no trabalho.
15. Humor: O paciente relata que muitas vezes sente tristeza.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: 
      De acordo com o que pode ser observado durante a entrevista, a hipótese diagnóstica é que o paciente pode estar sofrendo de Alzheimer, doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e de memória de curto prazo  A indicação é que o paciente faça exames neurológicos. O paciente relata vários sintomas : 
· Falta de memória para acontecimentos recentes e do cotidiano, confusão mental em suas rotinas;
· Apresenta bradifasia, fala muito vagarosa em determinados momentos; 
· Irritabilidade e dificuldade de raciocínio ao final do dia.
· Esquecimento de trajetos que faz há muitos anos.
· Dificuldade para acompanhar a rotina do trabalho;
· Apresenta quadro depressivo e mudanças de humor.

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