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Seção VIII – Neoliberalismo 
 
Visão geral: 
 Origens e disseminação: Países desenvolvidos e em desenvolvimento 
 Estado e economia: consequências políticas da ciência econômica 
 
Vimos no início do curso o Liberalismo com Smith e Ricardo. O que hoje em dia é chamado de 
neo-liberalismo é a renovação das idéias por eles expostas aplicadas às necessidades de hoje em dia. 
Mas, basicamente, o conjunto central de idéias é muito parecido. Vamos então perceber como o neo é 
meramente cronológico, não significa um liberalismo muito distinto do proposto por Adam Smith no 
final do século XVIII. 
Nós abordamos o neoliberalismo não porque ele foi muito importante aqui na Am Lat, através 
do consenso de washington que veremos na próxima aula, mas também porque tem sido importante 
em alguns países desenvolvidos, como EUA e Inglaterra – Reagan e Thachter trazem essa agenda liberal. 
O que se insere na Am Lat se inciou portanto em países com maior peso econômico e cultural. É esse 
início que iremos abordar. 
 É lógico que não foi de repente, com Reagan e Thachter. No pós-II Guerra, temos o 
Estado do Bem-Estar social nos EUA e Europa. Só que ao procurar induzir a economia ao pleno emprego 
e gasta no bem-estar social, o papel do estado na economia e na sociedade aumentou 
significativamente. Os pensadores liberais evidentemente se opunham a esse crescimento no papel do 
estado, ainda baseado no conjunto central de idéias de Smith. Não eram muitos, era época de 
hegemonia do pensamento keynesiano, mas existiam alguns economistas e pensadores que lutaram 
bravamente pelo pensamento liberal – eles conseguiram de alguma forma se opor ao keynesianismo e 
quando na década de 70 ele entra em crise, conseguem vitória bastante expressiva no campo do 
pensamento economico. Suas idéias pareciam oferecer soluçoes melhores e entender melhor o que 
estava ocorrendo do que o keynesianismo. A partir daí temos o declínio do estado nestes países. 
O segundo ponto é que toda essa discussão que parece técnica, de intervenção estatal, tem 
implicação política: o tamanho e o papel do Estado na sociedade. Não é discussão só tecnica com 
consequencias neutras, tem consequências política expressivas. Muitos partidos de esquerda irão 
adotar o keynesianismo e aqueles que privilegiam o mercado vão desgostar da intervenção estatal. Essa 
discussão tem dimensão muito maior do que uma questão técnica-econômica. 
 
KRUGMAN. Vendendo prosperidade. Cap 1, 1997. 
I) Introdução 
a. Conservadores e liberais 
b. Keynesianismo: revisão 
No livro de 97 de Krugman, ele analisou duas correntes de pensamento que ele considerava 
muito erradas na década de 90, a Economia do lado da oferta de Reagan, um populismo de direita e a 
outra é o populismo de esquerda. A direita subiu com Reagan ao poder, à esquerda era o pensamento 
do comércio exterior estratégico, defendendo políticas mais mercantilistas e protecionistas. O EUA 
estava às voltas com ascenção do Japão e da Europa, está lidando com isso, no momento. A história 
desse livro é essa e nesse primeiro capítulo cobre a ascenção e a reação à política economica 
keynesiana. 
Para fazer explicação conceitual, nos EUA há terminologia própria para designar direita e 
esquerda, usam conservadores, conservadorismo e liberais, liberalismo. Na verdade, os conservadores 
que se concentram no partido republicano, são os mais a direita com redução do papel do Estado. 
George W Bush se dizia conservador passivo – lá não é vergonhoso se dizer conservador. Os liberias, um 
termo mais associado à Smith, acabou nos EUA se colando aos democratas – os políticos mais 
progressistas. Obama é um liberal – no senado, tinha votação bastante à esquerda. Então Krugman usa 
essa terminologia, quando usa o termo liberal, se refere aos progressistas norte-americanos. 
Uma revisão rápida do pensamento keynesiano. Numa depressão, Keynes chegou à conclusão 
de que o Estado deveria intervir, que o mercado não conseguiria sair sozinho desta depressão – os 
empresários não conseguiriam sozinhos fazer os investimentos. Basicamente é este o recado de Keynes 
para a depressão na década de 30. Se fosse o caso de uma depressão mais leve, Keynes aceitava que 
fosse gerida apenas uma política monetária mais frouxa: injeta-se dinheiro na economia e abaixa-se o 
juros para créditos. Então são duas políticas para se gerir a economia: a monetária e a fiscal. Keynes foi 
ousado em dizer que em certos momentos era necessária política fiscal agressiva para sair da recessão, 
o que os liberais não aceitavam mesmo. Neste momento se abre então uma aceitação ao envolvimento 
maior do Estado na economia. Os liberais ficaram um pouco isolados, mas não perderam seu élan. 
 
II) Milton Friedman: Monetarismo 
a. Reação conservadora ao keynesianismo 
b. Recessões acontecem devido a políticas monetárias restritivas. 
c. Solução: o banco central (federal reserve, “fed”) deve sempre manter uma 
quantidade de moeda compatível com as necessidades da economia. 
d. Se assim for feito, não há necessidade de política fiscal. 
e. Exemplo: depressão da década de 1930 
f. Conclusão: não há necessidade de Estado intervencionista para garantir crescimento 
A primeira boa crítica ao keynesianismo foi de Friedman, que batalhou muito no campo das 
idéias economicas pelo liberalismo. Tecnicamente também teve um papel importante para o reerguer 
do liberalismo. Ele dizia que as recessões acontecem, a partir de uma pesquisa que ele fez, porque há 
políticas monetárias restritivas. Diminuição do dinheiro em circulação causaria recessão. Era uma 
pesquisa empírica. De fato, antes da depressão da década de 30 houve uma política desastrada do Fed 
que, para conter a bolha que levou a 29, aumentou as taxas de juros. Mas a consequência disso e o que 
ele recomendava era que, para se evitar recessões se a causa é falta de moeda, basta o Bacen manter 
continuamente uma quantidade de moeda coerente com o momento da economia – deveria ir gerindo 
essa quantidade e aumentando-a gradualmente de acordo com o crescimento da economia (lembrando 
que aqui ainda tinha Bretton-Woods). A idéia era manter quantidade de moeda necessária para a 
economia funcioanr bem e com isso não haver recessão. 
A consequencia dessa idéia para a concepção keynesiana, que desafia o keynesianismo, ao dizer 
que se manter uma quantidade de moeda necessária à economia, não se teria recessão – assim a 
política monetária nem a fiscal mais ativas para evitar recessão e depressão automaticamente não 
seriam necessárias pela recomendação do Friedman. Assim haveria crescimento dentro do estado 
mínimo. O keynesianismo se aplica quando há recessão e depressão – se você tem uma recomendação 
que evita a recessão, não há mais necessidade de keynesianismo, que parte do pressuposto que existe 
tal recessão que pode entrar no estado profundo de depressão. A sagacidade de sua crítica é essa, de 
acabar com a necessidade da política keynesiana na economia. É o primeiro golpe no keynesianismo e o 
monetarismo conquistou corações e mentes de muitos economistas na década de 70 nos EUA e na 
Inglaterra. Temos aqui o primeiro ponto de Friedman. 
 
III) Milton Friedman II: Estagflação 
a. Crescimento, inflação e tava de desemprego no pós-guerra. 
b. Curva de Phillips: “Trade-off” entre inflação e taxa de desemprego 
 
 
c. Crítica de Friedman à curva de Phillips 
i. Neutralidade da moeda não é imediata 
Ex: 5% a mais de moeda em circulação não causam de imediato 5% de 
inflação. 
ii. Trabalhadores subestimam a tava de inflação e empresários o aumento dos 
custos. 
1. Resultado: aumento do poder de consumo => a inflação não 
acompanha o aumento da quantidade de moeda. 
2. Consequência: crescimento 
iii. Trabalhadores e empresários, contudo, passam a incorporar a expectativa 
correta da inflação: o aumento de preços e salários passará compensar a 
emissão de moeda. 
iv. O Banco Central não é obrigado a aumentar a inflaçãopara que a política 
montária leve ao crescimento novamente e assim sucessivamente. 
1. Taxas de inflação mais altas apra se obter o patamar anterior de 
crescimento. 
Esta é uma segunda colocação de Friedman que é mais complicada mas mais contundente. Ele 
preve na década de 60 algo que irá ocorrer nos anos 70 e irá abalar o keynesianismo, a estagflação – 
estagnação e inflação. Teoricamente isso num primeiro momento parece estranho. A inflação acontece 
pelo crescimento, onde as demandas são fortes e não há insumos, o crescimento sendo além da 
capacidade da economia. A inflação é fenomeno geralmente aliado a economia aquecida. Economia 
com baixo crescimento e inflação é estranho e inusitado, mas é isso que acontece em meados da década 
0
1
2
3
4
0 1 2 3
Curva de Phillips 
Y-Values
de 70, representando um problema pro keynesianismo. 
Os policy-makers do pós-Guerra, encantados com o keynesianismo, se empolgaram e foram um 
pouco além do que pregado por keynes. Sua teoria foi feita para tirar economias de depressoes, mas ela 
passou a ser usada para manter a economia num estado de crescimento que gerasse empregos 
demandados no pós-guerra. Chegou-se a criar e acreditar naquela época na chamada Curva de Phillips, 
uma compensação entre inflação e desemprego, permitindo que ele fizesse escolhas entre combinações 
dos dois fenômenos. Como naquela época o emprego era chave na demanda social, a crença nessa 
curva era importante – poderia fazer escolha, um mix entre inflação e emprego. Naquela época, o pior 
do males era o desemprego. Então achavam que mexendo no nível de atividade da economia poderiam 
operar na curva de phillips. Friedman bombardeia este instrumento de escolha keynesianista. 
O primeiro conceito que devemos entender é aquilo que se chama de neutralidade da moeda. O 
que faz na verdade, na opiniao do autor, quando o Bacen emite mais moeda, que ela gere crescimento? 
Ele fica aturdido com isso. Se o Bacen emitisse 5% a mais de moeda, pelo teoria quantitativa da moeda, 
isso deveria gerar 5% de inflação. Esses % de inflação iriam corromper o poder de compra da moeda, 
anulando a vantagem de se colocar essa porcentagem a mais. O poder de indução de crescimento da 
moeda é compensado teoricamente pela inflação. O que acontece na prática que faz com que a emissão 
de moeda maior tenha efeito? Ele dizia que trabalhadores e empresários ficavam meio perdidos com a 
política monetária do governo, tendendo a subestimar a inflação e o aumento de custos e a inflação não 
seria entao na mesma porcentagem, seria menor. Mas sendo ela menor, ela não anularia de todo o 
efeito positivo no consumo e no crescimento dessa emissão de moeda – demoraria um certo tempo 
para ser compensada pela inflação, pois os atores economicos estariam perdidos em suas expectativas. 
É por isso que nesse intervalo de tempo esse aumento de moeda acaba ajudando a economia a 
consumir mais e comprar mais, gerando crescimento – essa era sua expectativa. 
Bom, aqui temos um problema: o que aconteceria, supondo que 5%, na curva de Phillips de 
inflaçao tem taxa de 5% de desemprego. Depois de um certo tempo, trabalhadores e empresários irão 
incorporar às suas expectativas essa inflação de 5% e não vai mais haver essa demora no ajuste – irão 
ajustar a inflação à quantidade emitida de moeda. Isso acontecendo, os agentes economicos 
compreendendo e reagindo à economia do governo, anulam a emissao de moeda que deveria gerar essa 
inflação para se obter essa taxa de desemprego. De que forma isso impacta nesse pretenso instrumento 
de política economica? A idéia de que agentes economicos, trabalhadores e empresários captam a taxa 
de inflação e respondem a ela, então não tem como operar na curva de Phillips. Uma vez que as pessoas 
conhecem a intensão de inflação do governo, irão incorporar essa expectativas e a emissão irá perder 
sua eficácia – é a neutralidade da moeda no longo prazo. 
O próximo passo de um keynesiano, ao ver que 5% não gera mais crescimento, aumentaria a 
emissão de moeda para 10%, para novamente contar com o fator supresa, para tentar fazer a economia 
crescer, ocorrendo esse fenomeno sucessivamente. Uma vez os agentes conhecendo essa nova taxa de 
inflação, irão novamente neutralizar o potencial de crescimento. Ao chegar a esse ponto, o governo tem 
que ficar surpreendendo agentes eocnomicos sempre, mas eles conseguem entender a situação, 
reagindo a ela. O governo terá que ter níveis de inflaçào mais altos para induzir ao crescimento. O que 
Friedman está dizendo é que esta política monetária, é que isso tem fim no tempo – a inflação vai 
corroer o poder desta política monetária, acabando com o seu poder de estímulo ao crescimento, 
perdendo a moeda a capacidade de produzir mais compra e crescimento. O resultado disso é a 
estagflação, o que acontece de fato na década de 70. 
O governo usava tanto a política monetária que os agentes economicos passaram a entender 
isso. A política monetária portanto teria um prazo de validade. Isso foi no final da década de 60 e na 
década de 70 isso realmente ocorreu. Então o liberalismo sobe de novo à agenda. 
 
Resumo feito por Ana Paula Pellegrion 
IRischool 2011.2

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