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São dentes cujo ápice radicular NÃO apresenta dentina apical revestida por cemento, apresentando-se radiograficamente, com ápice incompleto, ou seja, o desenvolvimento radicular não foi finalizado por algum motivo: Termos... Erupção... ✓ São necessários 2 a 5 anos para que os dentes posteriores alcancem a crista alveolar após completarem suas coroas. ✓ 10 a 20 meses para que alcancem a oclusão depois de atingirem a margem alveolar. ✓ Geralmente as raízes são completadas alguns meses após alcançada a oclusão. Características anatômicas... ÁPICE INCOMPLETO: Cone com base maior voltada para apical. Amplo e irregular. ÁPICE FORMADO: Canal – cone com base maior voltada para a câmara pulpar. Forame – constricção apical. o Qualquer fator que modifique ou intervém no processo de formação dos ápices radiculares, irá ter como sequelas, falhas no desenvolvimento radicular. Então, quando a polpa sofre necrose antes da rizogênese ser completada, a formação dentinária cessa e o crescimento radicular é interrompido e o canal permanece amplo e com o ápice radicular ficando aberto e a raiz apresentando-se mais curta. o A interrupção do desenvolvimento de raízes ocasiona ausência de uma parada apical, além de paredes radiculares finas e frágeis, tornando-se imperativo que se induza a apicificação (ou seja, que o processo de desenvolvimento radicular seja retomado) a fim de obter um selamento apical adequado. Quando intervir... Diagnóstico... Ápice imaturo Ápice aberto Ápice incompleto Forame jovem Rizogênese incompleta Ápice em bacamarte Trauma (dentes que geraram necrose pulpar/dentes com cárie pulpar) Doença pulpar Restaurações extensas Tratamento de dentes com rizogênese imperfeita Dentes com rizogênese incompleta Formação dos ápices radiculares Os desafios principais de realizar tratamentos endodônticos de dentes com rizogênese incompleta se dá principalmente pela dificuldade durante o preparo químico-mecânico e a obturação endodôntica. Como se tem paredes muito frágeis e finas, sem espessura de dentina normal ou favorável, todos esses processos acabam comprometidos, desde a realização da odontometria até a instrumentação propriamente dita e a obturação em si. Dessa forma, diversas técnicas e procedimentos foram testados e sugeridos na literatura para que o desenvolvimento radicular retome, aconteça ou pelo menos o fechamento do forame apical (ou seja, para que se tenha o ganho em espessura e o fechamento foraminal). A diferença de procedimentos em decorrência do estado pulpar evidencia a importância do diagnóstico. CONCEITOS Materiais utilizados... HIDRÓXIDO DE CÁLCIO AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL ou MTA: ✓ Propriedades de estimular formação de tecido mineralizado; ✓ Ação antimicrobiana; ✓ Processo de presa quando em contato com a umidade; ✓ Outra alternativa para criação de barreira apical; ✓ Vantagem: sessão única (PLUG apical); ✓ Desvantagem: interromper o desenvolvimento radicular, elevando a probabilidade de fratura; Possibilidades de tratamento... Pulpotomia Remoção total do tecido pulpar coronário vivo ou inflamado, mantendo-se a porção radicular. INDICAÇÕES ✓ Dentes com rizogênese incompleta; ✓ Casos que mostrarem evidências clínicas de alterações pulpares que não tenham lesado a polpa radicular; ✓ Não é indicada para casos de necrose; ASPECTOS CLÍNICOS FUNDAMENTAIS PARA INDICAÇÃO DA PULPOTOMIA APICIGÊNESE (polpa normal ou alterações reversíveis) •Processo fisiológico (natural) de formação radicular, visando a manutenção da vitalidade e tratamento concervador. •Vitalidade? Manutenção da vitalidade e tratamento conservador permitindo um processo fisiológico de formação radicular. APICIFICAÇÃO (alterações pulpares irreversíveis e necrose) •São procedimentos que induzem a deposição de tecido mineralizado (tecido duro) que visam finalizar o fechamento apical, tendo um ganho de espessura e eventualmente um ganho em comprimento. • Tem como objetivo promover um ambiente favorável p/a o fechamento apical pela deposição de tecido duro Propriedades de estimular a formação de tecido mineralizado Taxas de sucesso em torno de 95% Trocas frequentes de hidróxido de cálcio para que o processo de desenvolvimento radicular seja retomado Várias sessões/tratamento longo Permanência do HC nos canais radiculares podem causar efeitos negativos nas propriedades mecânicas. Após 28 dias de uso da medicação intracanal já é possível observar alterações na resistência à fratura. Redução em torno de 43% da resistência à fratura após 77 dias de uso da medicação com HC Pulpotomia Apicificação propriamente dita (dentes com necrose total do conteúdo pulpar) Regeneração pulpar 1 PASSO A PASSO PARA REALIZAÇÃO Pode ser realizada em uma ou duas sessões SESSÃO PROCEDIMENTOS 1ª Anestesia + Remoção do tecido cariado + Isolamento absoluto + Antissepsia do campo operatório (álcool iodado 3% ou gel de clorexidina 2%) + Abertura coronária + Curetagem do tecido pulpar (colher de dentina bem afiada) + irrigação (soro fisiológico) Obs: Evitar o uso do hipoclorito de sódio, pois ele pode comprometer o tecido remanescente. Condicionamento do tecido: OTOSPORIN • Aplicação de corticosteróide + antibiótico; • Ação anti-inflamatória e pequena ação antimicrobiana; • Técnica mediata – 2 a 7 dias; • Técnica imediata – 10 a 15 minutos; • Utiliza-se uma bolinha de algodão estéril embebida no otosporin; • Selamento com uma pequena camada de coltosol + CIV; Se realizada a técnica imediata: • Remoção do algodão com otosporin; • Colocação da pasta de hidróxido de cálcio; • Colocação do cimento de hidróxido de cálcio (serve para manutenção da pasta em posição); • Selamento coronário definitivo; VANTAGENS DA REALIZAÇÃO DA PULPOTOMIA ✓ Biológica: permite a complementação da rizogênese em dentes jovens (retomar a apicigênese). ✓ Técnica: tratamento mais rápido e mais fácil (feita em uma ou duas sessões). ✓ Econômica: tratamento mais barato. QUANDO NÃO REALIZAR A PULPOTOMIA? ✓ Reabsorções inflamatórias internas; ✓ Reabsorções inflamatórias externas; ✓ Necessidade de uso de retentor intrarradicular; ✓ Necrose pulpar; ✓ Presença de aumento de volume (tumefação); Apicificação O reparo está na dependência do combate à infecção, ou seja, se eu não tenho controle da infecção, eu não consigo instraurar o processo de reparo. DEFINIÇÃO: É um método de induzir o fechamento apical e o contínuo desenvolvimento radicular de um dente incompletamente formado e com polpa dente não vital. Obs: Diferente da pulpotomia, que só utilizou o soro fisiológico, na apicificação será utilizado hipoclorito de sódio a 2,5%. CARACTERÍSTICAS: ✓ Indução de barreira apical; ✓ Canal amplo; ✓ Predes finas e friáveis; ✓ Menor comprimento da raiz; SEQUÊNCIA TÉCNICA: 2 Uso de NaOCl 2,5% (cuidado de uso para não extravassar) Aferir pelo método radiográfico o comprimento de trabalho do dente (CT 1mm aquém do ápice radiográfico) mesmo que este não esteja completamente formado Uso de medicação intracanal Controle clínico radiográfico: 1, 3 e 6 meses (uso de posicionadores) Eventualmente uso de tampão apical com MTA TÉCNICA MEDIATA: SESSÃO PROCEDIMENTO 1ª Antissepsia da cavidade oral 2ª Isolamento absoluto + Abertura coronária (ao final dessa etapa, fazer novamente a antissepsia do campo operatório) 3ª Neutralização imediata com NaOCl (intercalar com soro fisiológico - fluxo/refluxo – eliminação de microorganismos) + Exploração inicial com limas Hedstrom – estabelecer limite de trabalho aquém do ápice. Fazer radiografia, já que não será utilizado localizador 4ª Pulpectomia – 2 a 3 mm aquém do ápice radiográfico 5ª PQM com limasHedstrom e tipo K (instrumentação inicial) + Colocação de Hidróxido de Cálcio 6ª Troca de Medicação Intracanal após 7 dias 7ª Selamento coronário provisório (ex: bolinha de algodão estéril, coltosol, CIV) 8ª Completada a formação apical, procede-se a obturação endodôntica geralmente pela condensação lateral ou técnicas termoplastificadoras. Obs: O fechamento demora em média 7 a 8 meses. Obs: Técnica Mediata: não necessariamente a cada vinda do paciente será realizada a troca da medicação intracanal presente. Por exemplo, se utiliza-se clorexidina gel (viscoso) e o canal estiver bem preenchido, não há necessidade troca. Será realizado apenas os procedimentos clínicos e radiográficos. Em contrapartida, se observado falhas e bolhas e medicação solubilizada, é realizada a troca, ou mesmo se o paciente apresenta aspecto de infecção (tumefação, dor espontânea – abrir, irrigar, instrumentar e colocação de uma nova medicação). TÉCNICA IMEDIATA (tampão apical): É realizada em um ou duas sessões/ É indicada apenas para os casos em que o segmento apical apresenta-se com as paredes paralelas ou ligeiramente convergentes. 1. Imediatamente após o preparo do canal radicular ou após o uso de um curativo intracanal com a pasta de hidróxido de cálcio (mínimo 3 dias), realiza-se a seleção do cone de guta-percha; 2. Realiza-se o tampão apical utilizando a pasta à base de hidróxido de cálcio ou o MTA ou Plug apical com MTA serve como uma barreira mecânica para que o cone de guta-percha não ultrapasse e, logo após é realizada a obturação e acompanhamento. O tampão apical não é removido, pois ele estimula o fechamento apical. Regeneração pulpar o Reposição de polpa danificada, incluindo formação de nova dentina e novas células do complexo dentinopulpar, ou seja, não só o processo de apicigênese seria retomado, mas uma nova formação tecidual também será conseguida; o Continuidade do desenvolvimento radicular; o Para que esse processo aconteça, é necessária a presença de três fatores: células- tronco/proliferação e desenvolvimento celular; o Controle de infecção do canal radicular. É similar à apicificação, então, se não tenho o controle da infecção, o processo de reparo não consegue se estabelecer; Obs: Sem a interação desses três fatores, a regeneração pulpar não acontece! OBJETIVOS: ✓ Promover o completo desenvolvimento radicular com evidências radiográficas de aumento de espessura de parede do canal e fechamento do forame apical; ✓ Manutenção do dente; 3 Fornece uma abordagem de tratamento alternativa que se baseia nos princípios da medicina regenerativa e engenharia de tecidos. ✓ Tratar a lesão perirradicular; SELEÇÃO DOS CASOS: ✓ Dente permanente com necrose pulpar e ápice radicular aberto – INDICAÇÃO; ✓ Dentes que não necessitem de retentor intrarradicular - INDICAÇÃO; ✓ Pacientes alérgicos; ✓ Pacientes/responsáveis colaboradores e informados sobre todos os procedimentos; Existem alguns fatores em comum nos protocolos clínicos dos processos de REGENERAÇÃO PULPAR e REVASCULARIZAÇÃO PULPAR: 1. Descontaminação mecânica 2. Manter medicação intracanal 3. Sangramento induzido, que serve como matriz para que as células-tronco possam colonizar, se multiplicar e neoformar um tecido MEDICAÇÃO INTRACANAL: ✓ É necessário a máxima eliminação de microorganismos para o sucesso do tratamento ✓ Medicação intracanal mais utilizada: Uso da pasta triantibiótica: Ciprofloxacina, Metronizadol e Minociclina. ✓ Alternativa promissora: Clorexidina (de preferência na formulação gel) + Hidróxido de cálcio = sucesso ✓ Protocolos utilizados mostram alto índice de eficácia o que demonstra que estão adequados para o controle da infecção. TÉCNICA: 1ª consulta... 1ª Isolamento absoluto + Abertura coronária + Antissepsia do campo operatório 2ª Determinação da odontometria 3ª Irrigação com NaOCl a 1,5% + Soro fisiológico 4ª Secagem do canal com cones de papel absorventes 5ª Preenchimento com pasta à base de hidróxido de cálcio ou pasta bi ou tri-antibiótica (ciprofloxacino + metronidazol + minociclina) 6ª Selamento coronário provisório (bolinha de algodão estéril + coltosol + CIV) 2ª consulta (2 a 4 semanas após) ... 1ª Exame clínico prévio – avaliar sinais e sintomas (tumefação, aumento intra ou extra-oral, presença de fístula, caso o paciente apresente, será realizada a técnica apicificação propriamente dita, mas caso o paciente esteja bem, com controle da infecção, realiza o procedimento propriamente dito) 2ª Isolamento absoluto + Abertura coronária e remoção da MIC com EDTA 17% 3ª Secagem do canal com cones de papel absorventes 4ª Indução do sangramento girando uma lima #25 ou #30 pré-curvada até 2mm além do forame apical (a ideia é que esse sangue preencha todo o canal e que dentro do processo de reparo, tenha a formação do coágulo, que vai servir como matriz para a adesão/proliferação/neoformação tecidual de células-tronco) 5ª Coloca-se MTA (3mm) sobre o coágulo (tampão cervical) 6ª Selamento coronário provisório e/ou definitivo 7ª Avaliação clínica e radiográfica e observação se o desenvolvimento radicular foi retomado Exemplos... REGENERAÇÃO PULPAR •Engenharia genética, Diferenciação e crescimento celular. Fatores de crescimento. Estrutura em 3D. •Formação de novo tecido com características e funções semelhantes a de um tecido pulpar. REVITALIZAÇÃO/ REVASCULARIZAÇÃO PULPAR •Estimula o crescimento de um tecido conjuntivo no espaço pulpar. •O novo tecido pode não apresentar características semelhantes do tecido pulpar. REGENERAÇÃO PULPAR Quando se tem uma replicação do tecido pulpar exatamente igual. Atualmente não existe previsibilidade nas técnicas instituídas, então não necessariamente o tecido obtido/neoformado é um tecido pulpar, as vezes é um tecido conjuntivo mais próximo do tecido perirradicular, periodontal e que consegue finalizar o desenvolvimento radicular, mas não necessariamente ele vai ter características ou responder como tecido pulpar. Então, hoje temos a REVASCULARIZAÇÃO PULPAR, e não a regeneração pulpar propriamente dita. REGENERAÇÃO PULPAR DESAFIOS DA TÉCNICA DE REGENERAÇÃO PULPAR: FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE: ✓ Paciente jovem; ✓ Necrose pulpar e ápice radicular aberto; ✓ Uso de medicação intracanal; ✓ Criação de scaffold; ✓ Pouca ou nenhuma instrumentação; ✓ Adequada restauração coronária; VANTAGENS •Fácil execução; •Sem risco de rejeição pelo sistema imune; •Baixo risco de complicações para o paciente; DESVANTAGENS •Poucos casos reportados; maioria associados a dentes jovens; •Novo tecido pode não apresentar características de tecido pulpar; •Calcificação total do novo tecido; Não necessariamente o elemento dental responde aos testes térmicos e elétricos; Eventualmente o comprimento radicular não é atingido, mas há ganho de espessura e fechamento radicular.
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