Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRATAMENTO ENDODÔNTICO DE DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA Resum�: Kayan� Lariss� | endodônti� → Dentes com rizogênese incompleta, o objetivo, nesses casos, é mais complexo, porque são buscados o completo desenvolvimento radicular nos casos de polpa viva e o fechamento do forame apical por tecido duro calcificado, nos casos de necrose pulpar. Quando um dente com rizogênese incompleta é afetado por cárie ou traumatismo, a polpa requer um manejo adequado, de acordo com o seu grau de inflamação e infecção. Traumatismo ou fratura coronária com envolvimento pulpar, assim como a cárie, restauração inadequada e anomalias dentárias como dens in dente, constituem-se, geralmente, nos fatores etiológicos que podem causar patologia pulpar em dentes com ápice aberto. Rizogênese incompleta é um grande desafio na endodontia: quanto ao elemento dentário e quanto à técnica endodôntica. Quanto ao elemento dentário . ❖ Apresentam canais muito amplos ❖ Canais divergentes ❖ Paredes dentinárias muito delgadas; ❖ Maior propensão à fratura Quanto à técnica endodôntica . ❖ Dificuldade em determinação de comprimento de trabalho. (quando é realizada a odontometria, o instrumental deve estar preso no ápice, e nesses casos não é possível) ❖ Dificuldade de controle de irrigante utilizados. (o irrigante pode extravasar por estar muito aberto, podendo causar mais dor pós-operatória). ❖ Tem a necessidade de formação de barreira apical. (para a guta percha não extravasar) ❖ Desinfecção por ação química e medicação. (pois não é indicado instrumentar, pois as paredes estão muito finas) ❖ Dificuldade na técnica obturadora ❖ Manejo e controle dos pacientes (porque normalmente são crianças) Como tratar os dentes permanentes imaturos Existem 2 formas: 1- Apicigênese (pulpotomia): Indicados em polpa vivas. 2- Apicificação e endodontia regenerativa: Indicado em casos de necrose pulpar Dentes portadores de tecido pulpar vivo . Apicigênes� ❖ Indicado em dentes que apresentam tecido pulpar ainda vital. ❖ Realiza-se a pulpotomia PULPOTOMIA: Remoção da porção coronária da polpa e manutenção do remanescente radicular, recoberto por material biologicamente compatível, capaz de formar uma barreira de tecido duto. Objetivo pulpotomia : ❖ Manter a polpa radicular vital ❖ Permitir a complementação radicular. Características clínicas favoráveis à pulpotomia: ❖ O dente deve apresentar uma hemorragia abundante quando da remoção da porção coronária pulpar. ❖ Sangue com uma coloração vermelho-rutilante ❖ Tecido pulpar (remanescente pulpar) com consistência firme e coloração róseo-avermelhada. Medicamentos utilizado na pulpotomia: Diversos materiais podem ser empregados como revestimentos biológicos pulpares. ❖ Hidróxido de cálcio (a pasta ou pó). ❖ Ou MTA O MTA em contato com o tecido vivo, promove uma mineralização do tecido. Existe nas cores branca e cinza. O cinza promove o Escurecimento da coroa. Técnica pulpotomia: 1- Anestesia + isolamento absoluto. 2-Abertura coronária, com remoção completa do teto da câmara pulpar. 3-Remoção da polpa coronária com curetas de intermediário longo e bem afiadas. Imagem: Após a remoção da polpa coronária. 4-Abundante irrigação-aspiração da câmara pulpar com solução fisiológica. 5- Deixe o dente aberto 5 minutos, para causar uma descompressão pulpar. 6- Secagem com bolinha de algodão esterilizada. 7- Aplicação de uma bolinha de algodão embebida com corticosteróide-antibiótico (otosporin) por 10 minutos. (para promover a hemostasia do tecido) Quando o tratamento for realizado em 2 sessões pode deixar o otosporin por 2 a 7 dias e realizar o selamento com CIV. Somente é feito em 2 sessões quando não consegue parar o sangramento. Imagem mostra depois de aplicado otosporin 8- Colocar uma fina camada de pasta de hidróxido de cálcio com soro, adaptada por uma bolinha de algodão esterilizada. (calcar o Hidróxido de cálcio com a bolinha de algodão, até ficar retinha) 9-Coloca-se, sobre a pasta, uma fina camada de cimento de hidróxido de cálcio com a finalidade de protegê-lo. (ou pode colocar o MTA) Exemplo da aplicação com MTA. 10-Selamento com ionômero de vidro como base protetora e/ou restauração coronária definitiva com resina. O objetivo da pulpotomia é manter a polpa radicular, para ocorrer o completo fechamento da raiz. Dentes portadores de tecido pulpar vivo no segmento apical do canal radicular. Como já vimos, o dano começa pela uma fratura coronária ou uma cárie antiga e inicia a necrose da polpa coronária e média do canal radicular, e irá progredindo ao ápice. Nesse caso, já houve a necrose do terço cervical e médio, mas na porção apical continua vivo. ❖ Porção apical inflamada (vital) ❖ Preservação do tecido apical, pela bainha epitelial de Hertwig, causando o desenvolvimento radicular. Técnic� mediat� 1- Isolamento absoluto + abertura coronária 2- Exploração do canal (hipoclorito de sódio 1% e limas hedstrom) até as proximidades do tecido vivo.( 3mm aquém do comprimento aparente (CAD)) 3-Determinar , clínica e radiograficamente, o limite coronário do tecido pulpar vivo existente no segmento apical. 4-Anestesia adequada aos casos clínicos. (não anestesia antes, para poder sentir o terço apical vivo, e ir explorando progressivamente até o paciente sentir. Realiza a radiografia para determinar o comprimento que irá ser instrumentado.) 5- PQP cuidado até atingir tecido pulpar vivo (2 a 3mm aquém do ápice radiográfico) + irrigação / aspiração. 6-Irrigação com soro fisiológico + secagem do canal com pontas absorventes estéreis no comprimento de trabalho CT 7- Aplicação de medicamento intracanal → inserção de pasta de hidróxido de cálcio + iodofórmio { proporção de 3:1 → 3 de hidróxido de cálcio e 1 de iodofórmio} + propilenoglicol ou glicerina. O iodofórmio é um radiopacificador para verificar até onde o medicamento foi. O hidróxido de cálcio quando entra em contato com o tecido vivo, irá causar uma zona de desnaturação proteica superficial no tecido, causando uma necrose de coagulação, induzindo o reparo por deposição de tecido calcificado. Nessa técnica desejamos deixar o segmento apical vital, para induzir a formação radicular completa. E o HC irá induzir a deposição de tecido calcificado nesta região. ● O preenchimento deste medicamento é acompanhado com exame radiogŕafico (o iodofórmio proporciona essa visualização) ● Se usar a lentulo , deve ser 3mm aquém do comprimento de trabalho CT. (no caso será 3mm aquém do ápice + 3 mm aquém do CT = 6mm aquém) Para evitar um trauma nessa região. 8- Compactação da pasta com uma bolinha de algodão estéril. Remoção da pasta de hidróxido de cálcio após 7 dias. (dependendo do tipo de veículo). 9-Selamento com ionômero de vidro (provisório) ou resina composta). Controle clínico e radiográfico: 1, 3 e 6 meses após a execução da técnica. Deve-se observar a complementação e o selamento apical. É realizado o controle, pois quando o dente está formado é necessário o fechamento com guta percha. -A renovação periódica da pasta está relacionada a diversos fatores: ● Composição química da pasta ● Natureza química do veículo ● Selamento coronário ● Diâmetro da abertura do forame apical. Quando a completa a formação radicular deve realizar a obturação. Inicialmente (imagem 1); após o acompanhamento (imagem 2) ; completa formação da raiz (imagem 3 Técnic� Imediat� 1-Mesma técnica inicial da mediata 2-Após uso de curativo intracanal Seleção do cone de guta-percha principal (2mm aquém do comprimento de trabalho). 3-Obturação do canal radicular pela manobra do tampão apical. Essa técnica é indicada quando o ápice se encontra mais fechado. Tampão apical : Realizada com pasta de hidróxido de cálcio e MTA. (fazendo uma barreira de 3mm de mta) E realizar a obturação no restante do canal. VANTAGENS: -Menor número de consultas; -Maior previsibilidade quanto à formação da barreira apical. Mineral Trioxide Aggregate (MTA) ● Biocompatibilidade ● Dureza ● Maior adaptação marginal ● Estimula a neoformaçãodentinária ● Atividade antibacteriana. Quando o dente está necrosado, o que fazer? ❖ Apicificação ❖ Revascularização pulpar. Apicificaçã�: Permite que o dente seja desinfetado e selado, não havendo desenvolvimento continuado da dentina e cemento. A apicificação depende da formação de uma barreira em nível apical que controla os materiais obturadores ● Inserção e acomodação de biomateriais. ● Troca de medicação à base de hidróxido de cálcio (trat. longo) estimulando fisiologicamente a formação da barreira. Apicificação por troca de medicações: Irá trocar a medicação por longo período de tempo, promovendo a mineralização, regredindo da lesão e formando o completo ápice. DESVANTAGENS: -Tratamento longo (até 2 anos) -Múltiplas sessões -Aumento do risco de reinfecção -Aumento do risco de fratura pela fragilidade do dente -Formação de barreiras que, na maioria das vezes, não são totalmente impermeáveis. Apicificação por uso de barreira artificiais: ● Material inserido na região apical ● Formam um anteparo consistente ● Realizados em 1 ou 2 sessões ● Facilita a aceitação pelo paciente (por ser mais rápido) Como escolher o tipo de apicificação ? Irá depender do grau de rizogênese. Nesse caso, não é indicado realizar a barreira artificial com MTA, pois o ápice ainda está muito aberto. Isso iria causar um extravasamento do material e/ ou uma fratura pois iria comprimir o terço apical que está muito fino. Apicificaçã� po� troc� d� medicaçã�: Técnica: 1. Anestesia + Isolamento absoluto + abertura coronária 2. Exploração do canal (hipoclorito de sódio 2,5% e limas hedstrom) até o CAD. Utilizada a limas hedstrom porque será realizada uma leve raspagem nas paredes. 3. Odontometria PQM 4. Medicação intracanal: hidróxido de cálcio e iodofórmio (proporção de 3:1 em volume), tendo como líquido 1 gota de Paramonoclorofenol canforado (PMCC) e 1 de glicerina. 5. Selamento coronário como descrito Controle clínico radiográfico: → 1, 3 e 6 meses após a execução da técnica; • Observar a complementação e o selamento apical. - A renovação periódica da pasta está relacionada a diversos fatores como descrito anteriormente. Após fechamento do ápice: (formação da barreira) ❖ Remoção da pasta de hidróxido de cálcio. Comprovação da barreira com uso de instrumento endodôntico (pode utilizar também a ponta do papel absorvente ou uma lima fina). ❖ Obturação: (escolha de uma dessas técnicas). -Cone de guta-percha moldado -Cone invertido ou cone pré-fabricado -Guta-percha termoplastificada e -Compactação lateral. Apicificaçã� po� us� d� barreira� a�tificiai�: Técnica: 1-Primeira sessão como descrito anteriormente 2-Medicação pelo menos 3 dias, livre de sinais e sintomas clínicos; {não pode ter fístula, dor, abscesso..} 3-Tampão apical com MTA. Tampão apical com MTA: 1-barreira apical de hidróxido ou sulfato de cálcio junto aos téc. perirradiculares. (o HC deve ser calcado com o calcador de paiva e colocado para fora, para formar uma barreira externa. 2-Inserção do MTA (até 3mm) com seringas ou compactadores. 3-Sobre o MTA, é colocada uma bolinha de algodão estéril umedecida em água. (para provocar uma presa inicial do MTA) 4-Obturação do canal com guta-percha. VANTAGENS: -Menor número de consultas - Maior previsibilidade quanto à formação da barreira apical; - Favorece a não contaminação do canal radicular e - Permite prontamente o restabelecimento da função mastigatória e estética Outras possibilidades: Terapias empregadas nos casos com polpa viva poderiam ser adaptadas aos dentes com polpa morta, ou seja, porque não tentar desinfetar o canal e a seguir estimular o desenvolvimento tecidual e dá continuidade à maturação radicular. Devido aos avanços da regeneração tecidual, foi levado para endodontia e foi estudando a revascularização pulpar. Revascularizaçã� pulpa�: “A Revascularização é um procedimento que visa restabelecer a vitalidade de um tecido que ocupa o espaço do canal radicular de um dente com polpa morta, permitindo assim a regeneração de outros tecidos.” Proposta clínica: ❖ Criar um tecido que substitua a polpa radicular (funções formativa e defensiva) ❖ Diminuir o tempo de tratamento comparado a apicificação por troca de medicação. ❖ Reduzir a fragilidade da raiz (crescer tanto em comprimento como de espessura) ❖ Restabelecimento da vitalidade pulpar ❖ Região do periodonto apical saudável ❖ Formação contínua das paredes dentinárias ❖ Desenvolvimento do comprimento da raiz ❖ Fechamento apical Dente inicialmente com o canal divergente e após a revitalização dente com fechamento do ápice, formação de dentina lateral … Base biológica : Requer a formação de arcabouço (matriz), que normalmente é feita pelo coágulo sanguíneo, mas pode ser feita pelo PRF ou própria matriz de hidrogéis. Necessitam também de células troncos que está presente principalmente na papila apical e dos fatores de crescimento que estão presentes tanto nas plaquetas e na dentina. Tríade da regeneração pulpar: Irá depender dos fatores de crescimento, células tronco, matriz, biomateriais e controle de infecção. Controle da infecção: ❖ Tratamento em duas sessões: O controle será através da descontaminação passiva do canal com solução irrigante associado a medicação intracanal Esses medicamentos tão associações na dentina , faz com que exponhas as moléculas bioativas , que irão estimular a quimiotaxia, angiogênese, ação mineralizadora, diferenciação , neurogênese . Através da quimiotaxia essas serão irão se aderindo a dentina, que terá os fatores de crescimento que irão promover a diferenciação celular, se transformando por exemplo em uma células odontoblastas. Soluções irrigadoras: ❖ Hipoclorito de sódio ❖ Clorexidina ❖ EDTA 17% HIPOCLORITO DE SÓDIO : -Concentrações maiores que 3°, são citotóxicas para células troncos e desnatura os fatores de crescimento. -Concentração mais baixa são recomendadas. CLOREXIDINA: -Tem boa atividade antimicrobiana -Concentração a 2% efeito citotóxicos nas células troncos * A concentração de 2% é a que é utilizada na endo. EDTA 17% -Promove a sobrevivência das células-tronco -Pode expor um reservatório de fatores de crescimento da dentina -Protocolo de irrigação final Medicação intracanal: ❖ Hidróxido de cálcio -Casos de sucesso ❖ Tripla pasta antibiótica (TAP) -Ciprofloxacina + metronidazol + doxiciclina -80% dos casos → A American association of endodontics, recomenda o uso do Hidróxido de cálcio (pois promove a proliferação de células mesenquimais no periápice) e baixa concentração do TAP (pois pode promover efeitos prejudiciais) Associação hidróxido de cálcio + clorexidina 2% -Ação residual (substantividade) -Propriedades antimicrobianas -Baixa toxicidade Triplas pastas antibiótica (TAP) {tipos de associação} ❖ Ciprofloxacina + Metronidazol + Minociclina A mais utilizada era em associação com a minociclina, porém a mesma causa escurecimento da coroa. (ela está sendo substituída pelo HC, cefaclor ou doxiciclina) ❖ Ciprofloxacina + Metronidazol + Hidróxido de cálcio ❖ Ciprofloxacina + Metronidazol + Cefaclor ❖ Ciprofloxacina + Metronidazol + Doxiciclina ❖ Outras substâncias (Própolis) Biomaterial: 1-. Deve ser biocompatível: contato direto com o sistema nervoso regenerado da polpa; 2-. O material deve ser suficientemente resistente para a pressão mastigatória; 3- Deve fornecer uma excelente vedação contra a parede dentinária para prevenir infiltração de microorganismos orais no espaço pulpar. Materiais utilizados: Células-tronco: Células estaminais mesenquimais (MSCs) Essas células são encontradas: -Na polpa humana -Polpa dentária dentes decíduos -Ligamento periodontal -Papilas apicais de dentes imaturos. -E em outros lugares na cavidade oral. Fatores de crescimento: Fatores de crescimento são proteínas que se ligam a receptores na célula alvo e modulam o comportamento celular, induzindo a proliferação e / ou diferenciação celular, quimiotaxia, angiogênese e crescimento neuronal. Dentina pode ser considerada um reservatóriode fatores de crescimento e outras moléculas bioativas. As células indiferenciadas na papila apical irão sofrer diferenciação, através de estímulos ambientais, fatores de crescimento, matriz extracelular etc. e pode se diferenciar em qualquer célula (muscular, sanguínea, nervosa, coração, fígado…). Wei et al. (2007) Demonstra que a exposição da mesma população de células da polpa a três combinações diferentes de fatores de crescimento resultam em células que expressam: - Fenótipo mineralizante , - Fenótipo adipócito (célula gorda)- Fenótipo tipo cartilagem . Matriz: - É uma estrutura tridimensional de matriz extracelular com propriedades biológicas e mecânicas para suporte de células-tronco. - Serve de suporte para a migração, proliferação e diferenciação celular. A matriz pode ser pelo coágulo sanguíneo, plasma rico em plaquetas (PRP) e hidrogéis de metacrilato de gelatina (GeIMA). Plasma rico em plaquetas (PRP). -É um volume de plasma autólogo com maior concentração de plaquetas; -É rico em fatores de crescimento (FC); -Forma uma matriz de fibrina tridimensional que fixam os fatores de crescimento -É biocompatível e bioativo; É tirado o sangue, colocado em uma centrifugadora e é separado o plasma que é injetado dentro do dente. Hidrogéis de metacrilato de gelatina (GELMA) • Aumentam a ligação celular e a degradação da matriz mediada por células, • Promove viabilização e proliferação celular, • É relativamente barato Conclusão de um estudo sobre hidrogéis: -Os hidrogéis GelMA podem apoiar a formação de células altamente celularizadas e vasculares. -Hidrogéis GelMA + hDPC/HUVEC facilitam a ligação de células a superfície dentinária interna da raiz do dente e promove a formação de extensões celulares nos túbulos dentinários e formação de matriz de dentina reparadora. -Terapia promissora para revascularização pulpar. O dente é tratado normalmente , é colocado uma fibra artificial no interior e depois é injetado o hidrogel líquido ao redor dessa fibra. Realizada a fotopolimerização, retira a fibra formando um microcanal, que será injetado sangue no mesmo, dessa forma o sangue irá se disseminando e liberando as células troncos e fatores de crescimento. Quanto maior a porcentagem do hidrogel maior a diferenciação em células odontoblastos. Portanto, o hidrogel é ótimo para diferenciação celular. ❖ Independente do protocolo utilizado (pasta de HC x med. antibiotic) ; (PRP x coágulo sanguíneo); (concentrações diferentes de irrigantes), a taxa de sucesso será quase de 100% Que tipo de tecido irá se formar no interior dos canais radiculares? O que se espera, é que forme um tecido ideal, uma criação de um novo tecido pulpar (regeneração). ❖ Reprodução de respostas pulpares ❖ Produção de dentina reacional ❖ Tecido com células odontogênicas capazes de responder aos estímulos ❖ Tecido com células nervosas. Mas o que acontece de verdade… -Até o momento não foi relatado formação de tecido semelhante ao complexo dentino-pulpar. Wang et al. (2010)– relatou aposição de cemento, formação óssea e tecido fibroso nos canais radiculares revascularizados em cães sem organização do complexo dentino-pulpar. Sugere que não ocorre regeneração tecidual, mas induz a reparação resultando na resolução da periodontite apical. PROTOCOLO CLÍNICO PARA REVASCULARIZAÇÃO PULPAR: -Dente permanente com necrose pulpar e ápice radicular aberto. -Dente que não necessite de retentor intrarradicular. -Paciente sem alergia a medicamentos. -Paciente/responsável colaboradores Esclarecimento e consentimento: -Revascularização X Apicificação (prós e contras) -Número mínimo de 3 sessões -Podem ocorrer efeitos adversos: descoloração coronária, ausência de resposta ao tratamento e dor/infecção. -Necessidade de uso de antibióticos -Custos são dependentes do andamento da terapia Etapas Clínicas: 1. Anestesia + isolamento absoluto + descontaminação. 2. Acesso coronário + Irrigação com Hipoclorito de sódio 2,5% 3-Tratamento desinfetante (descontaminação e neutralização do conteúdo necrótico do canal). ➢ Hipoclorito de sódio 2,5% ou clorexidina gel 2% ➢ Protocolo da USP: hipoclorito de sódio 2,5 % (20ml), agitação: lima K ou PUI com pontas tipo irrisonic. ➢ Protocolo UNICAMP: clorexidina gel 2% (20 ml) sem desgaste. 4-Tratamento medicamentoso: ➢ Protocolo USP: Ciprofloxacina 40%; metronidazol 40%; hidróxido de cálcio 20%. Veículo : anestésico ➢ Protocolo UNICAMP: Hidróxido de cálcio PA.veículo : clorexidina gel 2% Esse medicamento é inserido com a lêntulo, é colocado uma bolinha de algodão, e realiza um selamento provisório. 5-Selamento de 2-3 mm de cimento provisório 6-Restauração: Resina ou RIV 7-Aguardar de 2 a 4 semanas Nesse período deve ter atenção: ❖ por dor espontânea ou provocada por mastigação. ❖ Formação de edema e exsudato purulento via fístula, ❖ Preservação da restauração No caso de acontecer qualquer uma dessas coisas, deve comunicar o dentista e repetir todo o protocolo. 2°SESSÃO: após 2 a 4 semanas: → Avaliação clínica detalhada → Anestesia sem vasoconstritor para não atrapalhar na formação do coágulo → Isolamento absoluto → Remoção da pasta antimicrobiana. → Realiza o protocolo de irrigação: ➢ Protocolo USP: Hipoclorito de sódio 2,5% (20mL) Agitação: Lima K ou PUI com pontas tipo irrisonic ➢ Protocolo UNICAMP: Clorexidina gel 2% (20ml) sem desgaste. →Irrigação final com EDTA 17% (30ml/canal por 10 min) e aspiração com cânulas finas e secagem do canal. → Depois da secagem, indução do coágulo: ➢ Debridamento apical (via forame) com lima manual (#25) ➢ Ultrapassar de 2-3 mm até 3 tentativas ➢ Após 15 min forma-se o coágulo { estimular o sangramento para o interior do canal (coágulo sanguíneo)} O coágulo servirá como uma matriz para o desenvolvimento tecidual (Scaffold) pela presença celular. Dessa forma, facilitará a regeneração e a reparação dos tecidos dentro do canal radicular. -Realizar o tamponamento por 3 a 5 min com uma bolinha de algodão. → Sobre o coágulo pode-se colocar uma membrana colágena absorvível. Ex.:CollaTape, lumina coat e GenDerm → Inserção do biomaterial (MTA) Com espessura de 3 mm 2mm abaixo do colo clínico da coroa. para não causar escurecimento → Limpeza da cavidade e selamento Selamento com Cimento de Ionômero de vidro + resina → Ajuste oclusal O resultado da revascularização pulpar, irá depender dos resultados do paciente , quanto da clínica e da base científica. Paciente: Deve ter a ausência de edema, o dente deve estar funcional Clínica: É observado na radiografia que está ocorrendo desenvolvimento radicular e tem uma resposta de vitalidade positiva. Base científica: base histológica de completa regeneração Considerações finais : -O tratamento de revascularização já é reconhecido como uma excelente alternativa à apicificação; -Tecido formado: tecido conjuntivo + cemento e osso É impossível esse tecido formado apresentar características tão peculiares como o da polpa (comp. neurais). -Avanços da bioengenharia tecidual → tecido com função vascular - Principal dificuldade: combate ao potencial microbiano (patogenicidade e virulência) - Utilização de diversos tipos de protocolos - Casos de insucesso → repetição do protocolo ou apicificação ou tratamento endodôntico.
Compartilhar