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Infecções parasitárias Leishmaniose Doença do sistema fagocítico mononuclear que apresenta características clinicas e epidemiológicas diversas. Causada por um protozoário da família Trypanosomatidae Gênero: leishmania Existem 3 espécies mais importantes: L. donovani, L. Infantum e L. chagasi. Leishmanias: - Parasitas intracelulares obrigatórios - Sistema fagocítico mononuclear dos mamíferos suscetíveis - Amastigotas: mamíferos - Promastigotas: trato digestivo dos vetores (flebótomos) Leishmaniose cutânea única Trata-se de uma lesão única, que pode ser cicatrizada em 6 meses geralmente sem tratamento - Branda, localizada - Pápula endurecida, prurido - Úlcera única na pele exposta (úlcera tropical ou ulcera de Bauru) - Rasa, plana - Expansão lenta - Margens irregulares L. guyanensis Inicialmente tem-se uma pápula que vai começando a ulcerar. Formando uma úlcera rasa. Biopsia da borda da lesão é capaz de identificar um intenso infiltrado granulomatosa da derme. Não caseosa. Quando se encontra um infiltrado granulomatoso crônico há um infiltrado de macrófagos (citoplasma preenchido por parasitas na forma de amastigotas, dando um aspecto claro clareira macrofágica) Leishmaniose cutânea disseminada - Lesões cutâneas, múltiplas e típicas - Na forma de pápulas e ulceras - Via linfática em direção às diversas partes do corpo - Geralmente acometem a mucosa nasal Típica de L. braziliensis e L. amazonensis Apresenta a face leonina (típica de leishmaniose cutânea disseminada). Leishmaniose cutânea difusa - Deficiência da resposta celular - Evolução insidiosa - Polimorfismo lesional - Reação de Montenegro negativa Leishmania amazonensis Nódulos e pápulas grandes nas regiões de nariz, abdômen, face, braços... A resposta imunológica determina qual tipo de leishmaniose o paciente apresentará. Leishmaniose recidiva cútis Passível de cicatrização. Apresenta coloração acastanhada. Deixa escaras e sequelas. Leishmaniose cutâneo-mucosa - Lesões ulcerativas e não ulcerativas úmidas, desfigurantes em mucosas - Atinge a laringe, septo nasal, anus e vulva Leishmania braziliensis, Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis Microscopia: Infiltrado inflamatório misto: Histiócitos contendo amastigotas, linfócitos e células plasmáticas Granuloma (declínio do número de parasitas) Cicatrização e fibrose Leishmaniose visceral (febre negra, febre Dundun, Kalazar e esplenomegalia tropical): 1° causa de morte - Tropismo pelo sistema fagocítico mononuclear - Acomete fígado, baço, medula óssea e tecido linfóide Leishmania chagasi Hepatomegalia: o fígado cresce em direção à fossa ilíaca direita e o baço cresce em direção à cicatriz umbilical. É preciso suspeitar de todo indivíduo em qualquer idade: 1- Procedente de área de transmissão 2- Febre persistente por 7 dias sem outro diagnóstico clinico evidente 3- Febre de qualquer duração associada à esplenomegalia 4- Febre de qualquer duração associada à hepatomegalia 5- Doença sistêmica, insidiosa 6- Febre 7- Perda de peso 8- Pancitopenia (trompocitopenia, plaquetopenia...) 9- Hemorragias 10- Hiperpigmentação cutânea 11- Hepatoesplenomegalia 12- Linfoadenopatias Lesões múltiplas são típicas de pacientes imunocomprometidas. Microscopia - Macrófagos/histiócitos preenchidos com Leishmania - Numerosos plasmócitos - Depósitos de complexos imunes - Depósito de proteína amiloide - Fibrose Espera-se que ele tenha envolvido e comprometido a medula óssea, pulmões, TGI, rins, pâncreas e testiculos Diagnóstico - Antecedentes epidemiológicos - Manifestações clinicas (hepatoesplenomegalia, linfoadenopatias e alterações na medula óssea (pancitopenia) - Parasitológico (identificação das amastigotas) Esfregaço de lesão Biopsia da borda da lesão Punção aspirativa do baço (sensibilidade de 90-95%) Punção aspirativa de medula óssea Isolamento em meio de cultura Imunológico - Intradermorreação de Montenegro - Imunofluorescência indireta - Escarificação da borda da lesão e esfregaço da lesão (raspa a lesão com a cureta dermatológica e estende o conteúdo na lamina e faz a identificação a fresco) - Punched biopsy (por perfuração) É uma doença de notificação compulsória dos casos suspeitos. Doença de Chagas (Tripanossomíase americana) Trypanosoma cruzi Hospedeiros: seres humanos e animais Vias de transmissão: Vetorial clássica Vertical Acidentes de laboratório Transfusões Transplantes de órgãos Via oral O parasita no vetor encontra-se na forma de tripomastigotas. E no homem como amastigotas. Período de incubação: Transmissão vetorial: 4-15 dias Transmissão vertical: qualquer período da gestação, durante o parto Transmissão oral: 3-22 dias Transmissão transfusional: 30-40 dias ou mais Transmissão por acidentes laboratoriais: até 20 dias após a exposição Quando suspeitar da doença de Chagas aguda? - Residente/visitante de área com ocorrência de triatomíneo - Transfusão/transplante recente - Ingestão de alimentos suspeitos de contaminação pelo T.cruzi - Recém-nascidos de mãe infectada (transmissão congênita) Notificação compulsória imediata até 24 horas após a suspeita. - Febre prolongada por mais de 7 dias além das manifestações clínicas: Edema de face e membros Exantema Adenomegalia Hepatoesplenomegalia Cardiopatia aguda: taquicardia, sinais de IC Manifestações hemorrágias Icterícia Chagoma de inoculação (pápula em qualquer local do corpo) Sinal de Romanã: complexo oftalmo-ganglionar (pápula na região dos olhos, associado ao edema bipalpebral) Forma aguda: Miocardite chagásica aguda: - Taquicardia, não depende do grau de elevação térmica - Sopro sistólico mitral com características de sopro funcional - Arritmias de excitabilidade - Insuficiência cardíaca global - Tumefação das fibras miocárdicas - Edema intersticial (fibras musculares separadas por edema) - Áreas de necrose focal miocárdica (células fantasmas) - Áreas de formação de pseudocistos intracelulares (ninhos de amastigotas) - Inflamação intersticial densa de células mononucleares, com neutrófilos e macrófagos Fase crônica: 20% dos pacientes infectados 5-10 anos após a infecção. Indivíduo infectado na fase crônica com anticorpos anti-T.cruzi da classe IgG detectados por meio de dois testes sorológicos de princípios distintos ou com diferentes preparações antigênicas. Inicialmente assintomático - Evolução: 1- Forma ideterminada: assintomática ou comprometimento, pode perdurar por toda a vida ou se agravar tardiamente 2- Forma cardíaca: miocardiopatia dilatada, ICC (insuficiência cardíaca congestiva) 3- Forma digestiva: megacólon e megaesôfago 4- Forma mista: lesões simultâneas das formas cardíacas digestivas Pouca quantidade de parasitas - Infiltrado inflamatório crônico - Cardiopatia chagásica - Megacólon chagásico - Megaesôfago chagásico (esôfago em bico de pássaro ao exame radiológico) Cardiopatia chagásica crônica - Infiltrado inflamatório crônico - Fibrose intersticial - Escassos ou ausentes ninhos de amastigotas - Afilamento do miocárdio da região póstero-lateral e basal do VE, fibrose (típico da cardiopatia chagásica crônica dilatada) - Aneurisma apical (do vértice do coração) afilamento do ápice (aneurisma em dedo de luva) - Miocardite Diagnostico Clinico: dados epidemiológicos e achados clínicos Laboratorial: exame parasitológico, testes sorológicos (detecção de IgG), diagnósticos moleculares e intradermorreação de Machado guerreiro Necessária a notificação compulsória 24 horas após suspeita da doença.
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