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Transtornos Mentais Orgânicos

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1 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ Os transtornos mentais orgânicos são representados por: 
• Delirium 
• Demência 
• Transtornos amnésticos → são classificados como 
transtornos neurocognitivos maiores devidos a outras 
condições médicas. Caracterizam-se, principalmente, por 
prejuízo na memória associado com outros sintomas 
cognitivos. Podem ser decorrentes de: 
▪ Condições médicas (Hipoxia) 
▪ Toxinas ou medicamentos (Ex: maconha, Diazepam) 
▪ Causas desconhecidas 
• Outros transtornos mentais orgânicos (decorrentes de 
lesão e disfunção cerebral, mimetizando as síndromes 
funcionais correspondentes): 
▪ Transtornos delirantes 
▪ Transtornos do humor 
▪ Transtornos de ansiedade 
▪ Transtornos de personalidade 
➢ Principal característica em comum → COMPROMETIMENTO DA 
COGNIÇÃO (Ex: linguagem, memória, atenção) 
➢ MINIEXAME DO ESTADO MENTAL (MMSE): 
• É um teste de triagem rápido e útil na clínica, podendo ser 
usado durante o exame clínico de um paciente 
DELIRIUM ou ESTADO CONFUSIONAL AGUDO 
DEFINIÇÃO 
➢ Sinônimos → Estado Confusional Agudo, Confusão Mental ou 
Encefalopatia Metabólica 
➢ Caracteriza-se por confusão de curta duração e alterações na 
cognição 
➢ É uma síndrome caracterizada pela alteração global das 
funções psíquicas e manifesta-se através do comprometimento 
da(s): 
• Consciência 
• Atenção 
• Funções cognitivas 
➢ Pode vir acompanhado de: 
• Alterações no ciclo sono-vigília 
• Alterações da psicomotricidade 
• Outros sintomas psiquiátricos: 
▪ Alterações do humor 
▪ Alterações da percepção 
▪ Alterações do comportamento... 
• Sintomas neurológicos: 
▪ Tremor 
▪ Incontinência urinária... 
➢ CARACTERÍSTICAS CLÁSSICAS DO DELIRIUM: 
• Início súbito (horas a dias) 
• Curso breve e flutuante 
• Melhora rápida quando o fator causal é identificado e 
eliminado 
➢ CAUSAS: 
• Todas as causas resultam em um padrão sintomático 
similar, relacionado ao nível de consciência e 
comprometimento cognitivo do paciente 
• A maioria se situa fora do sistema nervoso central (Ex: 
Insuficiência renal ou hepática) 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ A presença de delirium é sinal de mau prognóstico! 
➢ É um transtorno comum, acometendo cerca de: 
• 10 – 15% dos pacientes em enfermarias cirúrgicas 
• 15 – 25% dos pacientes em enfermarias clínicas 
• 30% dos pacientes em unidades cirúrgicas e cardíacas em 
tratamento intensivo 
• 40 – 50% dos pacientes que estão se recuperando de uma 
cirurgia por fraturas de quadril 
➢ Taxa de mortalidade em 1 ano é de aproximadamente 50% 
➢ PRINCIPAIS FATORES DE RISCO: 
• Idade avançada 
• Lesão cerebral preexistente (Ex: demência, tumor, doença 
cerebrovascular) 
ETIOLOGIA 
➢ Praticamente qualquer alteração importante da homeostase pode 
levar ao delirium 
➢ PRINCIPAIS CAUSAS DE DELIRIUM: 
• Doenças do Sistema Nervoso Central (SNC) → Ex: 
Epilepsia 
• Doenças Sistêmicas → Ex: Insuficiência Cardíaca 
• Intoxicação ou abstinência de agentes farmacológicos 
ou tóxicos 
➢ Principal Neurotransmissor envolvido → ACETILCOLINA 
➢ Principal área neuroanatômica envolvida → FORMAÇÃO 
RETICULAR 
➢ Drogas de ação anticolinérgica podem precipitar um episódio de 
delirium, como: 
 AMITRIPTILINA 
 CLORPROMAZINA 
➢ CAUSAS DE DELIRIUM: 
• Privação do sono 
• Causas intracranianas: 
▪ Epilepsia e estados pós-ictais 
▪ Traumatismo cerebral 
▪ Infecções → Meningite, Encefalite... 
▪ Transtornos vasculares 
• Causas extracranianas: 
▪ Drogas (ingestão ou abstinência): 
✓ Sedativos (inclusive álcool) 
✓ Tranquilizantes 
✓ Opioides 
✓ Cocaína 
✓ Fenciclidina (PCP) 
✓ Agentes anticolinérgicos 
✓ Agentes Anticonvulsivantes 
✓ Agentes Antiparkinsonianos 
✓ Anti-hipertensivos 
 
2 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
✓ Insulina 
✓ Esteroides 
▪ Venenos: 
✓ Monóxido de carbono 
✓ Metais pesados 
▪ Disfunção endócrina: 
✓ Hipófise 
✓ Pâncreas 
✓ Adrenal 
✓ Paratireoide 
✓ Tireoide 
▪ Outros órgãos: 
✓ Fígado → encefalopatia hepática 
✓ Rins e trato urinário → encefalopatia urêmica 
✓ Pulmões → hipóxia 
✓ Sistema cardiovascular → insuficiência 
cardíaca, arritmia, hipotensão 
▪ Doenças carenciais → deficiências de: 
✓ Tiamina 
✓ Ácido nicotínico 
✓ Vitamina B12 
✓ Folato 
▪ Infecções sistêmicas: 
✓ Febre 
✓ Sepse 
▪ Desequilíbrio eletrolítico por qualquer causa 
▪ Estados pós-operatórios 
▪ Traumatismo (craniano ou corporal geral) 
SUBTIPOS 
➢ DELIRIUM HIPERATIVO → cursa com: 
• Aumento da atividade psicomotora 
• Ansiedade 
• Agitação 
➢ DLIRIUM HIPOATIVO → caracteriza-se por: 
• Rebaixamento sensório 
• Sonolência 
• Letargia 
➢ DELIRIUM MISTO: 
• É definido por agitação intercalada com rebaixamento do 
sensório 
DIAGNÓSTICO 
➢ Geralmente é dado com o paciente internado em hospital clínico, 
tendo como características o início súbito dos sintomas de 
rebaixamento do nível de consciência e alterações cognitivas 
➢ ANAMNESE: 
• Utilização de um exame de estado mental à beira do leito 
(como o MMSE) pode ser útil para: 
▪ Documentar o comprometimento cognitivo 
▪ Obter um parâmetro de comparação evolutiva 
• História de doença física conhecida (traumatismo craniano 
ou dependência alcoólica) → aumenta a probabilidade do 
diagnóstico de delirium 
➢ EXAME FÍSICO → frequentemente revela indícios quanto à causa 
➢ INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL → de acordo com a situação 
clínica e com a causa do delirium 
➢ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS NEUROCOGNITIVAS: 
• Comprometimento do nível de consciência e da atenção 
→ é obrigatória a presença para a caracterização da 
síndrome 
• Qualquer outra alteração psicopatológica pode acompanha-
la 
• Nível de consciência e capacidade de manter a atenção 
→ flutuam ao longo do dia 
• Orientação temporal → geralmente está perdida, mesmo 
nos casos mais leves 
• Orientação espacial → pode estar prejudicada nos casos 
severos 
• Orientação autopsíquica → raramente é perdida 
• Alterações visuais e auditivas: 
▪ São relativamente comuns 
▪ Tendem a ser vivas e assustadoras 
• Delírios → podem ocorrer, sendo, geralmente, pouco 
estruturados, flutuantes e de conteúdo persecutório 
• Alterações do humor → podem ocorrer na forma de: 
▪ Medo infundado 
▪ Ansiedade 
▪ Depressão 
▪ Euforia 
• Inversão do ciclo sono-vigília 
• Alterações da psicomotricidade → lentificação ou 
agitação 
• Caracteristicamente, ocorre piora ao entardecer 
(sundowing) ou quando o paciente é exposto à estimulação 
excessiva ou escassa 
➢ Confusion Assessmente Method in a Intensive Care Unit (CAM-
ICU): 
• É uma das formas de se fazer o diagnóstico de delirium 
• Caracteriza-se por: 
1. Alterações agudas do estado mental ou de curso 
flutuante 
2. Déficit de atenção 
3. Pensamento desorganizado 
4. Alterações do nível de consciência 
• Delirium = 1 + 2 + (3 ou 4) 
 
3 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
➢ Deve-se sempre fazer o diagnóstico diferencial com a Demência: 
ALTERAÇÃO DELIRIUM DEMÊNCIA 
História Doença aguda Doença crônica 
Início Súbito Insidioso 
Duração Dias a semanas Meses a anos 
Curso Flutuante Cronicamente progressivo 
Nível de consciência Flutuante Preservado 
Orientação Prejudicada Intacta inicialmente 
Atenção Prejudicada de forma 
saliente 
Menos prejudicada 
Pensamento Frequentemente 
desorganizado 
Quantidade diminuída 
Memória Memória recente 
acentuadamente 
prejudicada 
Memória tanto recente 
quanto remota 
prejudicadas 
Percepção Alucinações comuns Alucinações menos 
comuns 
Sono Perturbação do ciclo 
sono-vigília 
Menor perturbação do 
ciclo sono-vigília 
Reversibilidade Frequentemente 
reversível 
Maioria não reversível 
• Demência Nebulosa → ocorre quando um paciente com 
demência apresenta delirium 
▪ Geralmente, faz-se esse diagnóstico duplo quando o 
paciente já tem uma demência preexistente ou quando 
se fazuma boa anamnese 
➢ Delirium x Esquizofrenia ou Depressão: 
• Esquizofrênicos: 
▪ Tem alucinações e delírios mais consistentes e mais 
bem organizados do que os daqueles com delirium 
▪ Não tem alterações em seu nível de consciência nem 
em sua orientação 
• Sintomas hipoativos do delirium x Depressão Grave → 
diferencia-se por meio do Eletroencefalograma (EEG) 
 
CURSO E PROGNÓSTICO 
➢ A duração e evolução dos sintomas costumam estar diretamente 
relacionados aos fatores causadores do Delirium 
➢ Após a identificação e retirada da causa, os sintomas costumam 
cessar em 1 a 2 semanas 
➢ A maior idade e a maior duração do episódio podem ser indícios 
de mau prognóstico 
 
TRATAMENTO 
➢ Base do tratamento → IDENTIFICAR E TRATAR A CONDIÇÃO QUE 
ESTÁ CAUSANDO O DELIRIUM 
➢ Medidas gerais de tratamento: 
• Manter o paciente em ambiente tranquilo, moderadamente 
iluminado, mas evitando o isolamento total 
• Presença de um familiar → tranquilização do paciente 
• Hidratação e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico → 
alterações significativas podem piorar o quadro do paciente 
➢ Os dois principais sintomas do delirium que podem exigir 
tratamento medicamentoso são: 
• Psicose 
• Insônia 
➢ Medicamentos → o uso deve ser criterioso, devido ao risco de 
piora do déficit cognitivo 
• BENZODIAZEPÍNICOS DE MEIA VIDA LONGA: 
▪ Evitar no tratamento do delirium 
▪ Exceção → pode ser usado no tratamento do delirium 
tremens (síndrome por abstinência alcoólica) 
• ANTIPSICÓTICOS EM BAIXAS DOSES → Se sintomas 
psicóticos 
 HALOPERIDOL 2 a 6mg por via IM → repete-se em 1 
hora, caso o paciente se mantenha agitado. Assim que 
o paciente se tranquilizar, deve-se iniciar medicação 
na forma líquida concentrada ou em comprimidos 
• BENZODIAZEPÍNICOS DE MEIA VIDA CURTA OU INTERMEDIÁRIA 
→ Para o tratamento da insônia 
 LORAZEPAM 1 – 2 mg/dia 
• ANTIPSICÓTICOS DE 2ª GERAÇÃO → podem ser considerados 
para o manejo do delirium, mas experimentos clínicos com 
esses agentes para essa condição são limitados 
 RISPERIDONA 
 CLOZAPINA 
 OLANZAPINA → está disponível para uso intramuscular 
e na forma de um preparado oral de desintegração 
rápida (essas vias de administração podem ser 
preferíveis no caso de pacientes delirantes que não 
seguem a medicação ou que estão sedados demais para 
engolir comprimidos de modo seguro) 
 QUETIAPINA 
 ZIPRASIDONA → aparentemente tem efeito ativador e 
pode não ser adequada para o manejo 
 ARIPIPRAZOL 
DEMÊNCIA ou TRANSTORNO 
NEUROCOGNITIVO MAIOR 
DEFINIÇÃO 
➢ Há prejuízo grave na memória, no julgamento, na orientação e na 
cognição 
➢ É uma síndrome caracterizada por múltiplos 
comprometimentos nas funções cognitivas, sem alteração da 
consciência 
➢ PRINCIPAIS FUNÇÕES COGNITIVAS: 
 
4 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
• Memória 
• Linguagem 
• Orientação 
• Solução de problemas 
• Inteligência 
• Percepção 
• Atenção e concentração 
• Julgamento 
• Habilidades sociais 
➢ Os sintomas devem resultar em um prejuízo significativo no 
funcionamento social e ocupacional e representem um declínio 
significativo a partir de um nível anterior de funcionamento 
➢ CAUSAS: 
• Apresenta várias causas, entre elas: 
▪ Causa reversível (15%) → por isso que é de suma 
importância a investigação etiológica inicial 
▪ Doença de Alzheimer (50 – 60%) → é a principal 
causa de demência 
▪ Demência Vascular (15 – 30%) 
➢ SUBCATEGORIAS: 
• Doença de Alzheimer → geralmente ocorre em indivíduos 
> 65 anos e se manifesta por: 
▪ Desorientação intelectual progressiva e demência, 
delírios ou depressão 
• Doença Vascular → causada por trombose ou hemorragia 
de vasos sanguíneos 
• Infecção por HIV 
• Lesão cerebral traumática 
• Degeneração lobar frontotemporal (Doença de Pick) 
• Doença de Príon (Doença de Creutzfeldt-Jakob) → é 
causada por um vírus transmissível de crescimento lento 
• Induzida por substância, causada por toxina ou 
medicamento 
• Etiologias múltiplas 
• Não especificada 
ETIOLOGIA 
➢ TRANSTORNOS QUE PODEM PRODUZIR DEMÊNCIA: 
• Doença de Alzheimer 
• Demência vascular: 
▪ Multi-infartos 
▪ Lacunar 
▪ Doença de Biswanger 
▪ Microinfarto cortical 
• Drogas e toxinas (incluindo demência alcoólica crônica) 
• Massas intracranianas: 
▪ Tumores 
▪ Massas subdurais 
▪ Abscessos cerebrais 
• Anóxia 
• Traumatismo: 
▪ Traumatismo Cranioencefálico (TCE) 
▪ Demência pugilística 
• Hidrocefalia de pressão normal 
• Transtornos neurodegenerativos: 
▪ Doença de Parkinson 
▪ Doença de Huntington 
▪ Doença de Pick 
• Infecções: 
▪ HIV 
▪ Encefalite viral 
▪ Neurossíflis 
• Transtornos nutricionais: 
▪ Deficiência de B12 
▪ Deficiência de folato 
• Transtornos metabólicos: 
▪ Hipotireoidismo 
▪ Hipertireoidismo 
▪ Insuficiência hepática 
▪ Insuficiência renal severa 
• Transtornos inflamatórios crônicos (LES) 
DIAGNÓSTICO 
➢ EXAMES LABORATORIAIS→ são importantes tanto para 
estabelecer o diagnóstico de demência quanto para determinar a 
etiologia 
• Hemograma completo 
• VHS 
• Glicemia 
• Ureia e creatinina 
• Eletrólitos 
• Hepatograma 
• Hormônios tireoidianos 
• Dosagem de vitamina B12 
• Sorologia para Sífilis e HIV 
• Tomografia Computadorizada de crânio 
• Eletrocardiograma (ECG) 
• Ressonância Magnética (RNM) de crânio 
➢ Diagnóstico de Doença de Alzheimer: 
• O ideal seria a realização de um exame neuropatológico do 
cérebro, porém, não é possível 
• Geralmente é diagnosticada no contexto clínico, após serem 
excluídas as demais causas de demência 
➢ QUADRO DEMENCIAL: 
• Início insidioso → geralmente, tem como sua primeira 
manifestação o déficit de memória, na forma de 
esquecimentos 
▪ O paciente começa a esquecer de fatos comuns do seu 
cotidiano → Ex: deixar a panela no fogo, trocar objetos 
de lugar e se esquecer onde colocou... 
• Linguagem → pode estar alterada 
▪ Evidenciada pela troca do nome de objetos 
• Desorientação: 
▪ Inicialmente → tempo e espaço 
▪ Depois, em fases mais avançadas → orientação 
autopsíquica 
 
5 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
• Com a progressão da doença, o paciente se torna 
dependente de terceiros para auxiliá-lo nas atividades de 
vida diária 
• Pode ocorrer, em fase mais avançada, a perda do controle 
esfincteriano: 
▪ Incontinência urinária 
▪ Disfagia 
▪ Convulsões 
• Alterações do comportamento: 
▪ Inquietação e agitação → esses sintomas são mais 
comuns quando há sintomas psicóticos associados, 
como delírios paranoides e alucinações visuais e 
auditivas 
• Sintomas depressivos e ansiosos → podem fazer parte 
do quadro clínico 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
➢ Causas reversíveis de demência devem ser identificadas 
através de exames laboratoriais e de imagem 
➢ Quando não se identifica nenhum componente clínico e nenhuma 
outra causa de demência → faz-se o diagnóstico de Doença do 
Alzheimer (DA): 
• Inicia-se com déficits de memória 
➢ Demência Vascular: 
• Costuma cursar, frequentemente, com sinais neurológicos 
focais 
• Início do quadro é abrupto 
• Evolução → em degraus, ou seja, há períodos de piora 
progressiva a cada nova crise de insuficiência vascular 
cerebral, seguidos por estabilização das alterações 
cognitivas 
• Pode haver história prévia de Hipertensão Arterial Sistêmica 
(HAS), Diabetes Mellitus (DM), Colagenoses, Vasculites, 
Doença Aterosclerótica... 
➢ Doença de Pick (Demência Frontotemporal): 
• Os primeiros sinais costumam ser alterações 
comportamentais 
• Incide principalmente em indivíduos de meia-idade 
• Caracteriza-se por: 
▪ Deterioração intelectual e afetiva 
▪ Afasia e outras alterações da linguagem 
• Comprometimento do desempenho das atividades diárias → 
em quadro mais avançados 
➢ Demência causada pela doença de Huntington: 
• Diferencia-se da Doença do Alzheimer pela presença de 
movimentos coreoatetoides 
• Caracteriza-sepela associação de Demência + Coreia + 
Antecedente familiar positivo para a doença 
• Quadro: 
▪ Início → alterações do humor, personalidade ou 
sintomas psicóticos 
▪ Outras alterações neurológicas que podem estar 
presentes: 
✓ Ataxia 
✓ Rigidez extrapiramidal 
✓ Convulsões 
➢ Demência na Doença de Parkinson: 
• Características: 
▪ Disfunções cognitivas 
▪ Síndrome Parkinsoniana: 
✓ Bradicinesia 
✓ Tremor de repouso 
✓ Rigidez muscular 
✓ Perda do reflexo postural 
• Pacientes com Parkinson podem desenvolver outros 
quadros psiquiátricos além da demência, como: 
▪ Transtornos afetivos 
▪ Alterações de personalidade 
➢ PSEUDODEMÊNCIA: 
• A pseudodemência ocorre em pacientes deprimidos que 
apresentam esquecimentos 
PSEUDODEMÊNCIA DEMÊNCIA 
Início mais facilmente identificável Início insidioso 
Autorrecriminação Confabulações 
Valorização dos sintomas Encobre os sintomas 
Não se esforça para realizar tarefas Luta para realizar tarefas 
Ansiosos quanto à sua condição Despreocupados 
Alterações afetivas Afeto superficial 
Não há variação noturna Piora noturna comum (“efeito do pôr 
do sol”) 
Memória recente e remota 
igualmente acometidas 
Memória remota mais preservada 
que a recente 
 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ DEMÊNCIA SUBCORTICAL: 
• Caracteriza-se por: 
▪ Deterioração intelectual 
▪ Prejuízo cognitivo 
▪ Apatia 
▪ Alterações motoras 
• Exemplos: 
▪ Biswanger 
▪ Parkinson 
▪ Huntington 
▪ HIV 
➢ DEMÊNCIA CORTICAL: 
• Caracteriza-se por apresentar com mais frequência: 
▪ Amnésia 
▪ Acalculia 
▪ Afasia 
▪ Apraxia 
▪ Agnosia 
• Exemplos: 
▪ Alzheimer 
▪ Vascular (menos Biswanger) 
▪ Pick 
 
 
 
6 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Gizelle Felinto 
TRATAMENTO 
➢ É diretamente relacionado à causa da demência 
➢ Medidas importantes para o tratamento: 
• Suporte psicossocial 
• Saúde física 
• Orientação familiar 
➢ Causa reversível → deve-se iniciar terapêutica o mais rápido 
possível, para evitar a progressão da doença 
➢ Doenças degenerativas → trata-se as alterações 
comportamentais adequadamente, como: 
• ANTIPSICÓTICOS → se sintomas psicóticos 
➢ Doença de Alzheimer → pode ter seu curso estabilizado pelo 
uso de INIBIDORES DE COLINESTERASE 
➢ Demência Vascular → deve-se controlar a doença de base com 
medidas profiláticas que evitem a instalação de novos infartos 
➢ AGITAÇÃO PSICOMOTORA E QUADROS PSICÓTICOS → devem 
ser tratados sintomaticamente 
➢ INSÔNIA E ANSIEDADE: 
 BENZODIAZEPÍNICOS 
➢ DEPRESSÃO: 
 ANTIDEPRESSIVOS 
➢ DELÍRIOS E ALUCINAÇÕES: 
 ANTIPSICÓTICOS 
➢ A escolha dos psicofármacos deve ser criteriosa em razão da 
maior incidência de efeitos colaterais na população idosa, além do 
risco de agravamento do déficit cognitivo. Os efeitos 
idiossincráticos dos fármacos em idosos são, por exemplo: 
• Excitação paradoxal 
• Confusão 
• Aumento da sedação 
➢ Deve-se evitar, de modo geral, os fármacos com atividade 
anticolinérgica elevada

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