Buscar

Hanseníase

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fonte: Aula 
1 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
 INTRODUÇÃO 
➢ Hanseníase é uma infecção bacteriana da pele que é muito comum 
e importante, tendo grande impacto na saúde pública 
➢ Geralmente, é diagnosticada e tratada pelos médicos das 
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e somente os casos mais 
graves são encaminhados para as dermatologistas 
➢ É uma infecção bacteriana de evolução crônica, assim os 
sintomas são insidiosos (demoram a aparecer) 
➢ Inicialmente, é uma doença do nervo periférico e, 
consequentemente, da pele (pois o nervo periférico também 
inerva a pele) 
➢ Não acomete Sistema Nervoso Central (SNC) 
ETIOLOGIA 
➢ É causada pelo Bacilo de Hansen (BH), que é o Mycobacterium 
leprae: 
• É um Bacilo Ácido-Álcool Resistente (BAAR) 
• Parasita intracelular obrigatório → se multiplica dentro 
do macrófago 
➢ Alta Infectividade e Baixa Patogenicidade → muita gente 
adquire a infecção, mas poucos adoecem 
• Alta infectividade → a probabilidade de adquirir a infecção 
é muito alta 
• Baixa patogenicidade → por uma resistência genética, 
dessas pessoas que adquirem a infecção, a maioria cura 
espontaneamente e uma pequena parte adoece 
➢ TRANSMISSÃO → por vias aéreas (Gotículas da respiração) 
• Período de Incubação → varia de 2 a 5 anos 
• A maioria das pessoas que tem Hanseníase não são 
transmissores, pois para que o paciente transmita a doença 
é necessário que ele tenha muitos bacilos em sua árvore 
respiratória, e isso só acontece em algumas formas de 
Hanseníase 
• Doente Bacilífero → libera os bacilos, a outra pessoa inala 
os bacilos, que vão para a árvore traqueobrônquica e, por 
haver uma continuidade de alvéolos e capilares, caem na 
circulação sanguínea e linfática. Esses bacilos tem um 
tropismo pelas Células de Shwann, que ficam na bainha do 
nervo periférico. Assim, como os nervos periféricos 
também são responsáveis pela inervação sensorial da pele 
• Quem mais pega Hanseníase são aquelas pessoas que 
convivem no mesmo ambiente, por duas razões: 
1. Ambiente fechado → faz com que o contato seja muito 
maior 
2. Genética semelhante → essas pessoas que convivem 
na mesma casa podem ter a genética semelhante (ter 
ou não uma boa expressão do fator Th1) 
➢ IMUNOLOGIA: 
• O estado imunológico do paciente é bastante importante, 
pois existe uma resistência específica ao bacilo, e isso é 
geneticamente determinado 
• A determinação de que o paciente vai ou não ter a doença ou 
até mesmo apresentar uma doença mais grave ocorre pelo 
padrão de linfocinas produzidas, que é geneticamente 
determinado: 
▪ Depois que os bacilos são introduzidos pelas vias 
aéreas e atingem a corrente sanguínea, eles são 
fagocitados por macrófagos. Esses macrófagos 
produzem uma série de linfocinas (IL-1, IL-12 e TNF), 
que atuam fazendo com que os linfócitos CD4+ 
aumentem e ativem a atividade macrofágica. Com isso, 
consegue-se que a maioria dos bacilos sejam 
destruídos 
• A maioria das pessoas não desenvolvem a doença devido a 
essas linfocinas destruírem praticamente todos os bacilos 
• Em outros casos, o paciente adoece, mas tem uma doença 
limitada ou os bacilos se multiplicam livremente e ele tem 
uma doença mais grave 
• A imunidade celular é a mais importante para localizar ou 
curar a infecção por hanseníase 
• Padrão Th1 → forma Tuberculoide 
▪ Macrófagos → são os únicos que destroem os 
bacilos, sendo dependentes do padrão Th1 
▪ Produz citocinas (IL-2 e INF-gama) que levam, no final, 
ao fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) 
▪ Faz com que o paciente não adoeça ou adoeça de forma 
localizada (Tuberculóide) 
▪ Se o padrão Th1 estiver reduzido → há multiplicação 
dos bacilos e um aumento na produção de linfocinas 
inflamatórias do tipo Th2 
• Padrão Th2 → forma Virchowiana 
▪ Faz com que haja uma inibição do TNF-α 
▪ Não haverá a atividade de destruição dos bacilos pelos 
macrófagos. Assim, os bacilos continuarão se 
multiplicando 
▪ Junto a essa multiplicação dos bacilos, começa-se a 
produzir anticorpos (IL-10 ativa linfócitos B). Porém, 
esses anticorpos não são capazes de matar os bacilos 
▪ Esses pacientes evoluem para a forma grave da doença 
(Virchowiana) 
• Imunidade Humoral: 
▪ Não é capaz de destruir o bacilo 
▪ Produção específica → Faz com que o organismo 
produza um anticorpo específico do bacilo, o Anti-
PGL-1, que é direcionado contra um lipídeo da parede 
do Mycobacterium leprae 
✓ Esse anti-PGL-1 não é utilizado como ferramenta 
para o diagnóstico. Faz-se uso dele apenas em 
centros de pesquisa 
✓ No paciente Virchowiano, que tem muito bacilo, 
tem-se muitos anticorpos anti-PGL-1. E, mesmo 
assim, esses anticorpos não conseguem destruir 
o bacilo 
▪ Tuberculóide → títulos baixos ou negativos de anti-
PGL-1 
▪ Virchowiano → títulos altos de anti-PGL-1 
 
Fonte: Aula 
2 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
• Produção Inespecífica de outros anticorpos (sempre em 
títulos baixos e de uma forma inespecífica): 
▪ VDRL → falsamente positivo 
▪ Fator Reumatóide 
▪ ASO 
▪ FAN 
▪ Níveis elevados de Imunoglobulinas 
PATOGENIA 
➢ Após a Infecção pelo BH, o paciente pode ter: 
• Cura Espontânea (maioria dos pacientes) → a atividade 
macrofágica é capaz de curar 
▪ Pacientes sem sintomas ou pode apresentar gripe leve 
e sensação de mal estar, que passam rapidamente 
• Doença Subclínica → paciente tem alguma sintomatologia, 
mas ainda não tem alteração específica da Hanseníase 
▪ Dentro desses pacientes com a doença subclínica: 
✓ Cura Espontânea (maioria dos casos) 
✓ Hanseníase Indeterminada (HI) → é a forma 
inicial 
o Nesse caso já se tem manifestação de 
Hanseníase 
o 70% → cura espontânea 
❖ Quando se dá o diagnóstico nessa fase 
deve-se tratar, pois não se vai esperar 
que o paciente tenha uma cura 
espontânea (mesmo que a chance seja 
de 70%) 
o 30% → forma mais avançada da doença 
❖ Forma Tuberculóide → dipolo 
❖ Forma Borderline ou Dimorfa → 
forma intermediária (é instável, às 
vezes tem características da 
tuberculoide, às vezes da Vichowiana. 
Ele fica alterado suas características 
de acordo com a imunidade) 
- Na maioria das vezes, esses pacientes 
são multibacilares 
❖ Forma Virchowiana → dipolo 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ HANSENÍASE INDETERMINADA: 
• MANCHA HIPOCRÔMICA: 
▪ Circular ou ovalada → pois o bacilo cresce de forma 
centrífuga, assim esse crescimento circular/oval é 
muito característico 
▪ Geralmente é apenas uma ou em pequeno número, 
podendo ser múltipla 
▪ Alteração de sensibilidade → apresenta de imediato, 
sendo um marco na Hanseníase! Não existe outra 
doença de pele que curse com mancha com alteração 
da sensibilidade. Ordem progressiva de perda da 
sensibilidade: 
✓ 1º) Sensibilidade Térmica → o paciente não 
percebe se é quente ou frio 
✓ 2º) Sensibilidade Dolorosa → Ex: o médico fura 
ou o paciente pisa em algum objeto e não sente 
✓ 3º) Sensibilidade Tátil 
 
 
 
 
➢ Relembrando: 
 
• Imunidade Celular Preservada (tem atividade 
macrofágica satisfatória) → geralmente tem-se poucos 
bacilos e, assim, o paciente desenvolve poucas lesões 
▪ Forma Tuberculóide → a imunidade não foi suficiente 
para destruir todos os bacilos, mas ela consegue 
localizar, fazendo com que o paciente tenha poucas 
lesões 
• Sem Resposta Celular Adequada → imunidade humoral é 
exacerbada, mas não consegue matar o bacilo. Assim, os 
bacilos vão se multiplicar livremente, tendo-se muitos 
bacilos e muitas lesões 
▪ Forma Virchowiana → o bacilo se multiplica bastante 
e tem-se lesão em praticamente todo o corpo 
• Forma Dimorfa → está entre as outras duas formas 
 
Paciente com múltiplas lesões 
hipocrômicas. 
Pacientes com muitas lesões, 
provavelmente, evoluem para 
a Forma Virchowiana 
 
Mancha Hipocrômica 
 
Fonte: Aula 
3 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
 
➢ HANSENÍASE TUBERCULÓIDE: 
 
➢ HANSENÍASE DIMORFA OU BORDERLINE: 
• Tem características da forma Virchowianae da forma 
Tuberculóide 
• Fóvea ou Lesão em Queijo Suíço → lesão característica 
da Hanseníase Dimorfa 
 
 
 
 
➢ HANSENÍASE VIRCHOWIANA: 
• Há uma grande quantidade de lesões, chamadas 
Hansenomas = tubérculos 
• Alguns pacientes tem Madarose (perdem a cauda da 
sobrancelha), reforçando o aspecto de fácies leonina 
• Múltiplos bacilos = Múltiplas lesões = Múltiplos nervos 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS 
➢ Ordem dos nervos periféricos mais acometidos: 
1. Cubital/Ulnar 
2. Ciático Poplíteo Externo (CPE) 
3. Radial 
4. Mediano 
5. Tibial Posterior 
6. Auricular 
➢ Qualquer nervo periférico pode ser acometido, tendo-se os mais 
comuns, que foram listados acima 
 
Mancha hipocrômica 
+ 
Infiltração (elevação) do bordo 
- Esse paciente começou com 
a hipocromia, que é típico da 
forma indeterminada, e de 
repente começa a infiltrar o 
bordo, tendo coloração 
eritematosa e ferruginosa 
 
2 lesões com infiltração e 
eritema mais intenso 
 
- Como o nervo é acometido 
primeiro, quando se tem duas 
lesões ou mais, elas estão 
dentro do mesmo trajeto do 
nervo 
 
Fovea 
- Ao redor → Lesão 
eritemato-infiltrado 
- No meio → pele 
aparentemente normal 
- Essa característica se deve 
ao fato de que o organismo 
estivesse tentando, em 
algumas regiões, destruir a 
lesão, conseguindo apenas 
uma parte, dando esse 
aspecto faveolar (“um buraco 
no meio da lesão”) 
 
Foveas 
- Nervo ulnar (no cotovelo) 
→ é o nervo mais acometido 
- Devido a essa quantidade de 
lesão, provavelmente esse 
paciente é multibacilar 
 
 
Hansenomas 
 
Infiltração Difusa da Face 
- Eritema + Infiltração 
- Nódulo 
- Dá o aspecto de Fácies 
Leonina 
 
Hansenomas 
 
Tubérculos ricos em bacilos 
- O pavilhão auricular é outra 
região bastante afetada 
 
Placas Eritemato-infiltradas 
- Déficit de Sensibilidade → 
paciente não sente o pé 
- Esse é o tipo de paciente que 
complica facilmente com o 
“Mal perfurante plantar” 
 
Madarose 
- Não é específico de 
Hanseníase 
 
Fonte: Aula 
4 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
➢ NERVO ULNAR OU CUBITAL: 
• Território de inervação: 
 
 
 
 
 
 
 
• Comprometimento significativo do nervo ulnar → GARRA 
ULNAR (ou do Nervo Cubital) 
 
▪ Dentro do nervo tem-se 
bacilos, pois eles têm tropismo 
pelas células de Schwann. Além 
disso, dentro desse tecido 
também se tem macrófagos, que 
irão destruir o bacilo e também, 
consequentemente, o nervo 
▪ Embora a forma 
Tuberculóide seja caracterizada 
pela presença de poucos bacilos 
(paucibacilar) e por ser 
localizada, também é uma forma que tem 
comprometimento neural importante, pois a 
imunidade celular, ao mesmo tempo em que destrói o 
bacilo, acaba destruindo o nervo 
➢ NERVO MEDIANO: 
• Território de inervação: 
 
• Geralmente, o 
comprometimento do nervo mediano 
vem associado, depois que o nervo 
ulnar é acometido. Assim, quando o 
paciente tem a GARRA DO NERVO 
MEDIANO, ele tem a Garra total 
(Ulnar + Mediano) 
• Os pacientes que tem 
comprometimento neurológico, 
depois, necessitam de reabilitação/fisioterapia para 
recuperar a função 
• Quando o diagnóstico é dado de forma recente, o tratamento 
é bem mais fácil. Porém, se for uma garra muito antiga o 
tratamento é mais difícil 
➢ NERVO RADIAL: 
• Território de inervação: 
 
• MÃO CAÍDA: 
 
 
 
 
 
 
➢ PÉ: 
• NERVO CIÁTICO POPLÍTEO EXTERNO → PÉ CAÍDO 
▪ O paciente se arrasta, “levando o pé consigo” 
 
• NERVO TIBIAL POSTERIOR: 
▪ Desce pela parte externa da 
coxa, indo para a planta do pé 
▪ MAL PERFURANTE PLANTAR 
→ Ex: paciente tinha uma lesão 
no pé, fazendo com que ele 
perdesse a sensibilidade da 
região, ele fura/machuca o local 
e, por não sentir, continua 
andando, piorando a lesão, que 
vai abrindo e não cicatriza 
D
ER
M
A
TO
LO
G
IA
Manifestações neurológicas
ULNAR OU CUBITAL
GARRA CUBITAL
 
 
 
Garra Cubital 
D
ER
M
A
TO
LO
G
IA
Manifestações neurológicas
MEDIANO GARRA MEDIANO –
CUBITAL
 
 
 
Garra Mediano-Cubital 
D
ER
M
A
TO
LO
G
IA
Manifestações neurológicas
RADIAL
MÃO CAÍDA
 
 
 
Mão Caída 
 
Pé Caído 
 
Mal Perfurante Plantar e Garra 
dos Pododáctilos 
 
Fonte: Aula 
5 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
▪ O mal perfurante plantar é uma síndrome. Não é visto 
apenas na Hanseníase, podendo ser observado em 
pacientes que tem neuropatia periférica da planta 
(Ex: Diabético) 
▪ O mal perfurante plantar é de difícil cicatrização 
➢ NERVO AURICULAR: 
• Não tem nenhuma função motora, assim não há nenhuma 
deformidade 
• Vê-se o nervo apenas ligeiramente espessado 
 
 
 
 
 
 
 
➢ NERVO FACIAL: 
• Acometimento de um ramo do nervo facial que é responsável 
por fechar a pálpebra → LAGOFTALMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMINDO AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ HANSENÍASE INDETERMINADA: 
• Mancha Hipocrômica: 
▪ Geralmente tem poucas manchas 
▪ Podem ser muitas manchas → o que pode indicar uma 
possível evolução para a forma Virchowiana 
➢ HANSENÍASE TUBERCULÓIDE: 
• Eritemato-Infiltrada 
• Geralmente com poucas lesões 
• Coloração eritematosa-acastanhada (“cor de ferrugem”) 
• Comprometimento neural é muito intenso! → 
geralmente cursa com uma neuropatia muito significativa, 
pois a imunidade celular bem funcionante acaba destruindo 
o nervo, ao mesmo tempo em que destrói o bacilo 
• Geralmente há o comprometimento de 1 ou poucos nervos, 
porém esse acometimento é intenso 
➢ HANSENÍASE BORDERLINE/DIMORFA: 
• Apresentação clássica → Fóvea (“queijo suíço”) 
➢ HANSENÍASE VIRCHOWIANA: 
• Pode-se ter qualquer tipo de manifestações, como: 
▪ Hansenoma disseminado 
▪ Mal perfurante plantar 
▪ Infiltração de pavilhão auricular 
▪ Infiltração de face 
▪ Sintomas sistêmicos de infecção... 
• Tem-se múltiplos nervos acometidos (acometimento 
simétrico e disseminado) → Ex: paciente com lesão 
simétrica em botas e luvas 
CLASSIFICAÇÃO (Segundo a OMS) 
➢ Essa classificação facilita o diagnóstico para que a Hanseníase 
seja reconhecida rapidamente pela equipe de saúde da família (a 
própria equipe de enfermagem pode fazer o diagnóstico e o 
tratamento) 
➢ PAUCIBACILAR: 
• Paciente com poucos bacilos e, consequentemente, poucas 
lesões 
• Até 5 lesões e só 1 tronco neural acometido 
• Geralmente, esses pacientes paucibacilares não transmitem 
a doença 
➢ MULTIBACILAR: 
• Muitos bacilos e muitas lesões 
• > 5 lesões e > 1 Tronco neural acometido 
• Transmitem a doença, caso não sejam tratados 
➢ Depois de diagnosticar o paciente com Hanseníase, deve-se saber 
se ele é paucibacilar ou multibacilar para fins de tratamento e 
para que haja um fim na cadeia de transmissão e para evitar a 
evolução da doença 
DIAGNÓSTICO 
➢ Para o diagnóstico da Hanseníase basta ter pelo menos 1 dos 
seguintes elementos: 
• LESÃO COM ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE → pois não há 
outra doença de pele que curse com sensibilidade alterada 
• ACOMETIMENTO NEURAL COM ESPESSAMENTO 
• BACILOSCOPIA POSITIVA 
• HISTOPATOLÓGICO COMPATÍVEL 
➢ Como testar a sensibilidade no local da lesão: 
• Normalmente faz-se pela seguinte sequência: 
1. Térmica 
2. Dolorosa 
3. Tátil 
• Térmica → pega um tubinho com água fria e outro com 
água quente. Primeiramente coloca na pele normal do 
paciente, ele com os olhos abertos, e pede pra ele 
diferenciar as duas. Depois, com o paciente com os olhos 
fechados, testa-se os tubinhos em uma área normal e em 
outra acometida, sempre perguntando ao paciente. Ele não 
consegue perceber a diferença quando ele tem um nervo 
alterado 
 
Espessamento do Nervo Auricular 
 
Lagoftalmo 
 
Fonte: Aula 
6 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
• Dolorosa → pega-se uma agulha/alfinete e vai alternando 
entre a ponta grossa e a ponta fina da agulha/alfinete, 
sempre perguntando ao paciente se ele está sentido grosso 
ou fino. O procedimento é semelhante ao teste da 
sensibilidade térmica (olhos abertos e depois fechados). 
Quandoo paciente tem o nervo alterado, ele não consegue 
sentir a agulha na lesão 
• Tátil → faz-se com um algodão com éter/álcool e outro 
com nada 
• Limitações desses testes: 
▪ Crianças → pois não colaboram 
▪ Deficiente auditivo 
▪ Paciente com nível intelectual baixo, que dificulte o 
entendimento → pois pode ser duvidoso em algumas 
situações (ele não entende a importância do 
diagnóstico) 
▪ Face → pois a parte sensitiva é responsável pelo nervo 
trigêmeo, que tem vários ramos que se comunicam 
com outros ramos. Assim, tem-se um ramo acometido, 
mas a inervação de outro ramo que se comunica atinge 
essa reunião, confundindo o procedimento 
➢ Acometimento neural com espessamento: 
• Se o médico tiver experiencia, pode-se conseguir palpar o 
nervo periférico espessado 
• Paciente com alguma garra (Ex: garra ulnar) 
• É um procedimento bem mais difícil, pois é necessário se ter 
um conhecimento muito grande de exame físico de nervo 
periférico 
➢ Baciloscopia: 
• Como colhe → colhe-se a linfa 
• 5 locais de coleta da linfa: 
▪ Pavilhões auriculares 
▪ Cotovelos 
▪ Uma das Lesões (se tiver lesão) 
• Baciloscopia negativa NÃO afasta o diagnóstico! 
▪ Ex: paciente paucibacilar tem poucos bacilos e, 
provavelmente, a baciloscopia dará negativa 
▪ A forma indeterminada e a Tiberculóisa, às vezes, 
negativam na baciloscopia 
• Assim, não se pode utilizar apenas a baciloscopia com 
critério, a menos que ela dê positiva 
➢ Histopatológico Compatível: 
• Faz-se quando se tem dúvida em relação aos outros 
procedimentos (Baciloscopia negativa ou não conseguiu 
palpar o nervo espessado ou não se conseguiu realizar o 
teste de sensibilidade) 
• Tira-se um pedaço da lesão, que será analisada pelo 
Patologista 
➢ TESTE DE MITSUDA: 
• Não serve para diagnóstico → no momento da doença ele 
não vai ser útil 
• Esse teste é importante na epidemiologia, para a 
investigação de contactantes 
• É um teste de memória imunológica 
• A maioria dos pacientes que tiveram Hanseníase irão 
positivar esse teste 
• Basta ter tido o contato com o bacilo uma única vez que o 
teste já positiva 
➢ ANTICORPO ANTI-PGL-1 → não está disponível na clínica, sendo 
utilizado apenas em centros de pesquisa 
TRATAMENTO 
➢ Deve-se tratar os Paucibacilares e Multibacilares de forma 
diferente 
➢ MEDICAÇÕES: 
 RIFAMPICINA 600mg (dose mensal supervisionada) → é a 
droga que mata os bacilos, sendo a mais importante 
 CLOFAZIMINA 300mg (dose mensal supervisionada) e 50mg 
(dose diária autoadministrada) 
 DAPSONA 100mg (dose mensal supervisionada) e 100mg 
(dose diária autoadministrada) 
• Clofazimina e Dapsona → diminuem o processo 
inflamatório e atuam como bacilostáticos, mas são menos 
capazes de matar o bacilo 
• Faz-se o esquema de 3 doses para diminuir resistência e 
processo inflamatório 
• Dose supervisionada → o paciente vai no posto com sua 
carteirinha e toma as medicações na frente do técnico 
• A primeira dose é sempre 
supervisionada, incluindo: 
▪ 600mg de Rifampicina (são 
2 comprimidos) 
▪ 300mg de Clofazimina (3 
comprimidos) 
▪ 100mg de Dapsona (1 
comprimido) 
• Depois dessa dose 
supervisionada, o paciente vai 
para casa com: 
▪ Clofazimina 50mg 
▪ Dapsona 100mg 
➢ Tanto a Paucibacilar quanto a Multibacilar fazem o mesmo 
esquema, o que muda é apenas o tempo de tratamento 
➢ TEMPO DE TRATAMENTO: 
• PAUCIBACILAR → 6 MESES 
• MULTIBACILAR → 12 MESES 
➢ É UMA DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA! 
 
Os de cima são a dose 
supervisionada e os demais 
são autoadministrados 
 
 
 
 
Fonte: Aula 
7 HANSENÍASE 
Gizelle Felinto 
PROFILAXIA 
➢ BUSCA ATIVA → após o diagnóstico, deve-se fazer uma busca 
ativa dos contactantes intradomiciliantes dos últimos 5 anos, 
ou seja, todos aqueles que tiverem contato no mesmo domicílio 
com o paciente. Deve-se examinar os contactantes para ver se 
eles têm alguma lesão 
• Lesão compatível → deve-se encaminhá-lo para o 
tratamento 
• Sem lesão compatível → deve-se ver o esquema vacinal 
do contactante 
▪ A vacina da Hanseníase é a BCG → a proteção é de 
apenas 50%, mas vale a pena, pois se o paciente 
estiver com Hanseníase ele não evolui para uma das 
formas mais graves 
▪ Deve-se ver a cicatriz de BCG do contactante 
(normalmente, a maioria das pessoas tem apenas 1 e 
outra parte tem 2 cicatrizes): 
✓ Sem cicatriz ou 1 cicatriz → reforço da BCG 
✓ 2 cicatrizes → não faz mais nada (não é preciso 
vacinar) 
ESTADOS REACIONAIS OU REAÇÕES HANSENICAS 
➢ A hanseníase é uma doença de evolução crônica, com sintomas 
insidiosos e o paciente não tem manifestações sistêmicas, 
podendo-se ter, no meio dessa doença, estados de agudização, 
que são chamados de reação. Assim, às vezes, o paciente está 
bem e tratando a doença, mas de repente entra em reação 
➢ Existem 2 tipos de reação: 
• REAÇÃO TIPO 1 (REVERSA): 
▪ Geralmente nos pacientes Paucibacilares 
▪ Ocorre no início do tratamento → paciente começou 
ou tratamento (1º mês), as lesões já estão 
desinfiltrando e o paciente já está melhor, mas de 
repente surgem outras lesões em outras partes do 
corpo e a lesão que ele tinha começa a ficar dolorosa. 
A impressão que o paciente tem é que ele piorou, mas 
isso não é uma piora, trata-se apenas da morte dos 
bacilos que levou a uma produção de citocinas contra 
a esse bacilo. Por isso é tão comum no início do 
tratamento, pois é quando se tem uma maior morte de 
bacilos 
▪ Agudização das lesões já existentes e surgimento 
de novas lesões 
▪ É muito comum o paciente parar o tratamento, pois 
acha que está piorando 
▪ Deve-se continuar o tratamento e tratar a reação 
▪ Neurite (dor no nervo) → é muito comum o 
desenvolvimento de neurite devido ao processo 
inflamatório 
▪ Sem sintomas sistêmicos → é uma doença 
localizada 
▪ Tratamento do Estado Reacional: 
 CORTICOIDE 1 a 2 mg/Kg até as lesões 
desaparecerem 
✓ Mantém-se o tratamento da Hanseníase 
✓ Quando as lesões desaparecerem → desmame 
do corticoide 
• REAÇÃO REVERSA (ERITEMA NODOSO): 
▪ Em pacientes Multibacilares 
▪ São múltiplos nódulos com eritema que se 
disseminam por todo o corpo, além de serem 
dolorosos 
▪ Muitos nervos estão envolvidos na patologia → pode-
se ter dor neural em muitos nervos 
✓ Mão reacional → edema nos pés e nas mãos 
▪ Pode ocorrer em qualquer época do tratamento, até 
mesmo após o tratamento (pós-cura) 
▪ Tratamento do Estado Reacional: 
 TALIDOMIDA → é o tratamento de escolha, mas 
não pode ser usada em mulheres em idade fértil, 
pois causa um tipo de reação chamada 
FOCOMELIA, que é, por exemplo, faltar um 
braço/perna no bebê 
 CORTICOIDE → faz-se em mulheres em idade 
fértil, da mesma forma que no tratamento da 
Reação Tipo 1 
ESTADO REACIONAL ≠ RECIDIVA 
➢ Uma reação Hansenica ocorreu tardiamente, no final ou até 
mesmo após o tratamento, como saber se é uma reação ou se o 
paciente está recidivando? 
➢ RECIDIVA: 
• É muito raro de ocorrer (se o paciente tiver feito o 
tratamento de maneira correta, sem abandono ao 
tratamento), mas pode acontecer, pois a doença não deixa o 
paciente imune e livre de não ter a doença novamente 
• Características: 
▪ Poucas lesões 
▪ Ocorre muito tempo depois 
▪ Sem resposta ao corticoide → quando se está com 
dúvida entre ser uma recidiva ou um estado reacional, 
deve-se administrar corticoide. Se houver resposta, 
tratava-se de uma reação e se não responder é uma 
recidiva 
➢ ESTADO REACIONAL: 
• São com as características da Reação Reversa ou do 
Eritema Nodoso

Continue navegando