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Doenças Infecciosas e Parasitarias - Parvovirose canina

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Parvovirose canina  
 
● O parvovírus canino foi isolado pela primeira vez no EUA em 1978  
● Denominado CPV-2 
● Distribuição mundial 
1979: primeira mutação: CPV-2a tornando-se prevalente em vários países  
1984: segunda mutação: CPV-2b tornando-se prevalente nos EUA em 1988   
2000: Terceira mutação: CPV-2c, adaptação de cepa felina 
 
 
 
Ele é intranuclear, multiplica no núcleo. Ele é bem resistente ao ambiente, por ser 
não-envelopado. Fatores que influenciam a durabilidade do vírus no ambiente - sol, umidade. No 
ambiente exposto 30 dias, num ambiente protegido 7 ou 8 meses.  
 
Etiologia: 
 
● Família Parvoviridae   
● Sub-família Parvoviridae   
● Gênero Parvovirus   
● tipos sorológicos; 2, 2a e 2b   
● Muito relacionado com FPV (vírus da panleucopenia felina), algumas cepas (2a e 2b são 
capazes de infectar gatos)   
● Brasil: 1989 – 1996 tipo 2a e 2b / a partir de 1993 tipo 2b 
 
Estrutura do vírus: 
 
● Dimensão de 18 a 26 nm   
● Simetria icosaédrica   
● 60 capsômeros  
● Não possui envelope   
● 3 proteínas estruturais: VP1, VP2 e VP3.   
● Capsídeo composto por 60 subunidades VP2, 6 e 10 cópias de VP1. VP3  
● Resultado da clivagem de 15 a 20 aminoácidos da extremidade amino terminal da 
proteína VP2 somente nas partículas infecciosas.   
● 2 proteínas não estruturais: NS1 e NS2. 
 
Tem uma partícula viral composta por 5 proteínas diferentes, é um vírus extremamente 
pequeno.  
 
Características do vírus​: 
 
O capsídio confere alta estabilidade com resistência a inativação pelo pH; solventes ou altas 
temperaturas (1h / 50o.C) . Necessitam de células na fase S para ocorrer a multiplicação. Tem 
replicação intranuclear. Ácido nucléico é o DNA linear com fita simples e polaridade negativa 
podendo encapsidação fitas com polaridade positiva. 
 
Ecologia do vírus: 
 
● Vírus cosmopolita 
● Encontrado em TODOS os ambientes.  
 
Multiplicação viral: 
 
● Ciclo lítico (as células sempre morrem) - não envelopados  
● Replicação no núcleo   
● Corpúsculos de inclusão intranucleares   
● Liberação por lise celular   
● ocorre em células que estejam na fase S da mitose   
● Predileção por tecidos com intensa proliferação celular: sistema linfóide, medula óssea e 
tecidos fetais   
● A replicação é intranuclear 
 
Um vírus grande trás enzimas, que trás autonomia, já o parvovírus tem 2 enzimas então não tem 
autonomia nenhuma.  
 
> O @ apresenta diarreia hemorrágica com leucopenia = parvovirose.  
 
Sensibilidade e resistência  
 
Resistência  Sensibilidade 
Solventes lipídicos  Hipoclorito de sódio (para uso técnico. Ele é 
inativado por proteína, ou seja, deve-se 
limpar todo o local e depois usar H.S). 
pH 3-9   
60º C   
Vários desinfetantes    
 
Patogenia: 
 
● A transmissão é feita pela via oral  
● A replicação viral inicia-se nas células da naso e orofaringe (tecidos linfóides - tonsilas)   
Ocorre a viremia e após 1 a 3 dias os vírus encontram-se nos linfonodos retro faringeanos, timo e 
linfonodos mesentéricos e nas Placas de Peyer no intestino. Nos próximos 3 a 4 dias o vírus 
encontra novos órgãos contendo células em divisão de alta velocidade: criptas intestinais e 
medula óssea   
 
Na medula óssea o vírus destrói células jovens do sistema imune (queda dos leucócitos). 
Destruição do epitélio intestinal por multiplicação nas criptas de Lieberkuhn. Com a destruição 
das criptas não ocorre reposição do epitélio; Impossibilidade da absorção de nutrientes e 
diarréia; Invasão bacteriana   
 
Então o animal vem a óbito e pode apresentar alguns sintomas como: Diarréia, vômito, 
desidratação e shock, com invasão bacteriana, septicemia e shock séptico 
 
Até o 3º dia o vírus está se multiplicando no tecido linfóide, mas ele não elimina. De 4 a 7 dias o 
vírus está no intestino, então pode ser eliminado.  
Quadro clínico: @ abatido, desnutrição, anemia e desidratação 
  
Epidemiologia: 
 
● Fonte de Infecção: ​canídeos doentes ou portadores - ​Período de Incubação:​ 7 – 14 dias 
(primeiro dia de infecção até o dia do primeiro sintoma) Quanto mais jovem o animal, 
menor o período de incubação.  
● Via de Eliminação:​ Fezes   
● Via de Transmissão:​ ambiente onde circulam cães   
● PE​:​ Via oral   
● Sustentabilidade:​ Canídeos jovens principalmente - Entre 6 semanas e 6 meses (Raças de 
maior risco: Rottweiler, Doberman, Labrador, American Staffordshire terrier). 
 
O @ mesmo curado dos sintomas e do vírus, ele continua eliminando esse vírus (por semana ou 
até meses). Para pegar outro @ ou deixar em contato com outro, deve fazer um exame de helísa 
até dar negativo.   
 
Eliminação do vírus: ​A dose infectante para um cão não vacinado é de 1000 partículas virais.  
Um cão infectado elimina 35 milhões de partículas virais por evacuação  
 
Viabilidade do virion: ​Em ambientes internos o vírus mantém-se viável por 1 mês; Ambientes 
externos com sombra pode considerar contaminado por 7 meses; Ambientes externos com 
insolação pode considerar contaminado por 5 meses; O melhor desinfetante é o CLORO 
 
Medidas preventivas: 
 
Relativas a Fonte de Infecção:​ Diminuir exposição; Vacinas CPV inativada e viva modifica 
atenuada. CPV-2 atenuada são preferíveis pois são menos atacadas pelos anticorpos maternos.   
Relativas ao Ambiente:​ Utilização de hipoclorito de sódio para a desinfecção 
 
Vacinação: 
 
● Vacinas inativadas (< proteção)   
● Vacina viva modificada (até 3 anos de proteção)  
● Existe uma forte correlação entre Título de anticorpos neutralizantes (IH) e resistência a 
infecção   
● Títulos > que 1:40 (1:80) são protetores   
● Anticorpos maternais são adquiridos durante os 3 primeiros dias de idade e possui ½ vida 
de 10 dias   
● Títulos entre 1:40 e 1:80 de anticorpos maternais não são protetores porém interferem 
com a imunidade   
● Este período é chamado janela de vulnerabilidade   
● 90 % dos cães de populações vacinadas respondem a vacinação por volta das 12 semanas 
 
Uma fêmea prenha transfere o anticorpos para a ninhada (transplacentária), a vacinação então, 
deve ser feita na fêmea antes mesmo dela “prenhar”.  
O efeito que o anticorpo tem sobre o vírus é a inativação.  
A vacina tem vírus vivo, que vai multiplicar no animal, vai começar processo de infecção. Se o 
animal estiver cheio de anticorpos, vai neutralizar o vírus. Não tendo mais vírus e nem 
anticorpos.  
Se faz 3 doses quando filhote por conta dos anticorpos maternos, que podem zerar na primeira 
dose.  
 
Diagnóstico laboratorial: 
 
Isolamento do vírus em culturas celulares utilizando linhagem de rim felino (CRFK) e de rim 
canino (MDCK)   
● Reação de hemaglutinação em hemácias de suínos ou macaco Rhesus   
● Reação de inibição da hemaglutinação utilizando anticorpos específicos 
Imunoeletroforese e imunomicroscopia eletrônica  
Detecção viral através da técnica de PCR Identificação de tipos sorológicos (2, 2a e 2b): Inibição 
dá Hemaglutinação   
Restrição do DNA genômico com endonucleases ◦ PCR ◦ Seqüenciamento ELISA direto das fezes 
 
@ tem parvovirose quando tem vírus nas fezes. Faz elisa, se der negativo faz PCR pois é mais 
sensível ao vírus e vai detectar.

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