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Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período APG 20 – S11P2: CEDO DEMAIS 1) DESCREVER A EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO A partir da 4ª semana, o sistema respiratório começa como um crescimento mediano, o sulco laringotraqueal, que aparece no assoalho da extremidade caudal do intestino anterior primitivo (faringe primitiva). Esse primórdio da árvore traqueobrônquica se desenvolve caudal ao quarto par de bolsas faríngeas. O endoderma de revestimento do sulco laringotraqueal forma o epitélio pulmonar e as glândulas da laringe, da traqueia e dos brônquios. O tecido conjuntivo, a cartilagem e o músculo liso dessas estruturas se desenvolvem a partir do mesoderma esplâncnico ao redor do intestino anterior. No final da 4ª semana, há uma evaginação do sulco laringotraqueal que irá desenvolver o broto pulmonar = divertículo laringotraqueal, que vai se manter conectado ao assoalho, esse broto vai desenvolver toda a via respiratória, e ele é envolvido pelo mesoderma esplâncnico conforme se alonga. Com o passar das semanas, esse broto vai sofrer dilatação da extremidade distal, e se ramifica em esôfago, que segue seu crescimento em paralelo, e em broto respiratório globular. O broto respiratório vai dar origem aos brotos brônquicos primários, que vai originar toda a ramificação da árvore respiratória. A parte superior do broto respiratório vai dar origem à traqueia e vai participar também da formação da laringe. O divertículo laringotraqueal logo se separa da faringe primitiva; entretanto, ele se mantém em comunicação com esta através do canal laríngeo primitivo. As pregas traqueoesofágicas longitudinais se desenvolvem no divertículo, se aproximam uma da outra, e se fundem para formar uma divisão, o septo traqueoesofágico, até o final da quinta semana. Esse septo divide a porção cranial do intestino anterior em uma parte ventral (respiratória): o tubo laringotraqueal (o primórdio da laringe, da traqueia, dos brônquios e dos pulmões) e uma parte dorsal (digestória) (primórdio da orofaringe e do esôfago). A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se o canal laríngeo primitivo. DESENVOLVIMENTO DA LARINGE O revestimento interno da laringe se origina no endoderma, mas as cartilagens, tecido conjuntivo e os músculos têm origem no mesênquima do 4º e 6º arcos faríngeos que são derivados das células da crista neural. O mesênquima da extremidade cranial do tubo laringotraqueal rapidamente se prolifera, produzindo um par de brotos aritenoides. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período Os brotos crescem em direção à língua, convertendo a abertura em forma de fenda, a glote primitiva, essa região vai crescer e permitir o espaço para o desenvolvimento das cartilagens da laringe, vai haver também o surgimento das pregas vocais, em um canal laríngeo em formato de T, esse canal permite a comunicação entre o broto e as vias aéreas superiores. O epitélio cresce rapidamente e oclui a luz da laringe, com isso ocorre a recanalização desse tubo na 10ª semana, e ocorre a formação dos ventrículos da laringe que darão origem às pregas vocais e pregas vestibulares. A EPIGLOTE terá uma origem diferente das outras cartilagens: ela terá origem caudal da eminência hipofaríngea (3º e 4º arcos faríngeos). Músculos da laringe: origem nos mioblastos do 4º e 6º arcos faríngeos. Inervação: ramos laríngeos do nervo vago (X). A laringe no neonato: durante os 2 primeiros anos depois do nascimento há uma respiração mais nasal no recém- nascido, a laringe é mais cranial para facilitar a vedação (língua) da via aérea durante a amamentação, para evitar a broncoaspiração. Aos 2 anos de idade ocorre a descida da laringe, permitindo a respiração oral. DESENVOLVIMENTO DA TRAQUEIA A traqueia começa se desenvolver na 4ª semana, a partir do divertículo laringotraqueal, que se separa em trajeto digestivo e respiratório. Entre esses trajetos há o septo traqueoesofágico, em que cada um segue o seu caminho. O tubo laringotraqueal segue com o seu desenvolvimento dando origem à traqueia, brônquios e pulmões (vias aéreas inferiores). O tubo laringotraqueal dará origem na sua parte mais caudal aos brotos brônquicos primários, e a sua parte mais superior temos o orifício que faz a conexão entre a orofaringe e laringe, que é a divisão entre a via respiratória e a via digestiva. O epitélio e as glândulas terá origem do endoderma (interno). A cartilagem, tecido conjuntivo e músculos terá origem do mesoderma esplâncnico (externo). A origem comum do divertículo respiratório e do esôfago torna possível a ocorrência de algumas anomalias que resultam em atresia esofágica associada ou não a fístulas traqueoesofágicas (FTEs). Estas anomalias ocorrem em aproximadamente 1 a cada 3.000 – 4.500 nascimentos, são predominantes no sexo masculino, e 90% delas resultam na porção superior do esôfago terminando em fundo cego e no segmento inferior, formando uma fístula com a traqueia. Uma fístula traqueoesofágica (FTE) é uma passagem anormal entre a traqueia e o esôfago, que resulta da divisão incompleta da parte cranial do intestino anterior nas partes respiratória e esofágica durante a quarta semana do desenvolvimento embriológico. A fusão incompleta das pregas traqueoesofágicas resulta em um septo traqueoesofágico defeituoso e na comunicação entre a traqueia e o esôfago. Os quatro principais tipos de variação da fístula traqueoesofágica (FTE) mostradas em ordem de frequência. As possíveis direções dos fluxos dos conteúdos estão indicadas pelas setas. Atresia esofágica, como ilustrada em A, está associada ao FTE em mais de 85% dos casos. B, Fístula entre a traqueia e o esôfago. C, O ar não consegue entrar na região distal do esôfago e estômago. D, O ar pode entrar na porção distal do esôfago e do estômago e o conteúdo esofágico e gástrico pode entrar na traqueia e nos pulmões. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E PULMÕES Começa a partir da 4ª semana também, através dos brotos respiratórios, que se desenvolveram na extremidade caudal do divertículo laringotraqueal. O broto logo se divide em duas evaginações, os brotos brônquicos primários. Esses brotos crescem lateralmente para dentro dos canais pericardioperitoneais, o primórdio das cavidades pleurais. Posteriormente, os brotos brônquicos secundários e terciários se formam. Juntamente com o mesoderma esplâncnico circundante, os brotos brônquicos se diferenciam nos brônquios e suas ramificações nos pulmões. 2) COMPREENDER A MATURAÇÃO PULMONAR A maturação dos pulmões é dividida em quatro estágios histologicamente distintos: o pseudoglandular, o canalicular, saco terminal e o estágio alveolar. PERÍODO PSEUDOGLANDULAR (5ª – 16ª SEMANAS) Durante a primeira parte deste período, os pulmões em desenvolvimento se assemelham histologicamente a uma glândula exócrina. Durante 16 semanas, todos os principais elementos do pulmão se formam, exceto aqueles envolvidos com a troca gasosa. A respiração não é possível; consequentemente, os fetos nascidos durante este período são incapazes de sobreviver. PERÍODO CANICULAR (16ª – 26ª SEMANAS) Durante este período, os lúmens dos brônquios e bronquíolos terminais aumentam e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado. Durante 24 semanas, cada bronquíolo terminal dá origem a dois ou mais bronquíolos respiratórios, cada um dos quais se divide em três a seis passagens tubulares – os ductos alveolares primordiais. A respiração é possível ao final da fase canalicular, pois alguns sacos terminais de parede fina (alvéolos primordiais) se desenvolveram nas extremidades dos bronquíolos respiratórios, eo tecido pulmonar é bem vascularizado (passa a ser vascular pela formação de novos vasos). Embora um feto nascido em 24 a 26 semanas possa sobreviver se receber cuidado intensivo, muitas vezes, ele morre pelo fato de o seu sistema respiratório e outros sistemas serem relativamente imaturos. PERÍODO DO SACO TERMINAL (24 SEMANAS AO NASCIMENTO) Durante este período, muitos mais sacos terminais se desenvolvem e seu epitélio torna-se muito fino (alvéolos primordiais). Os capilares começam a formar protuberâncias nesses sacos. O contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais forma a barreira sangue-ar (hematoaérea), que possibilita a troca de gases adequada para sobrevivência. Durante 26 semanas, os sacos terminais estão revestidos por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica (pneumócitos tipo I), por meio das quais ocorre a troca gasosa. As células epiteliais secretoras arredondadas e espalhadas por entre as células epiteliais pavimentosas são pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas. PERÍODO ALVEOLAR (FINAL DO PERÍODO FETAL ATÉ 8 ANOS) No início desse período, cada bronquíolo respiratório termina em um conjunto de sacos terminais de paredes finas que são separadas umas das outras por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos terminais representam futuros ductos alveolares. Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros se desenvolvem no período pós-natal. Antes do nascimento, os alvéolos primitivos parecem com pequenas saliências nas paredes dos bronquíolos respiratórios e sacos alveolares. Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina 1º Período Após o nascimento, os alvéolos primitivos aumentam conforme os pulmões expandem; no entanto, o aumento do tamanho dos pulmões resulta muito mais de um aumento contínuo no número de bronquíolos respiratórios e alvéolos primitivos do que simplesmente o aumento em tamanho dos alvéolos. O desenvolvimento alveolar geralmente é concluído até os 3 anos de idade, mas novos alvéolos podem ser adicionados até aproximadamente 8 anos de idade. 3) ENTENDER A IMPORTÂNCIA DO SURFACTANTE E CORTICÓIDES NO PROCESSO DE MATURAÇÃO PULMONAR O surfactante forma um filme monomolecular sobre as paredes interiores dos sacos alveolares e reduz a tensão da superfície alveolar, o que diminui a pressão necessária para manter o alvéolo inflado, facilitando sua expansão e mantendo sua estabilidade. A produção de surfactante tem início entre a 20ª e a 22ª semana, mas não alcança níveis adequados até o final do período fetal. O tempo de produção do surfactante em quantidades suficientes depende de um aumento nos níveis de cortisol do feto, o que acontece entre 32 e 34 semanas de gestação. Ao redor das 34 a 36 semanas há material de superfície ativo suficiente secretado no lúmen alveolar e excretado no fluido amniótico. A síndrome do desconforto respiratório (SDR) ou doença da membrana hialina afeta aproximadamente 2% dos recém-nascidos vivos, sendo os nascidos prematuramente os mais suscetíveis. A deficiência da substância surfactante é uma das principais causas da SDR. A asfixia intrauterina prolongada pode produzir mudanças irreversíveis nas células alveolares tipo II, tornando-as incapazes de produzir a substância surfactante. Os corticosteroides são estimuladores potentes da produção do surfactante fetal e podem ser administrados à mãe se o parto prematuro for um risco. Os recém-nascidos com SDR têm uma respiração anormalmente rápida e dificultada logo após o nascimento. Os pulmões são subinflados e os alvéolos contêm materiais amorfos (membrana hialina) a partir de substâncias na circulação e das lesões do epitélio pulmonar. O tratamento inclui oxigênio suplementar e surfactante artificial. REFERÊNCIA: Embriologia clínica. 10. ed. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 524 . p.
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