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1 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV 2M3 – Leucemias Agudas – Leucemia Linfoide Aguda LLA NEOPLASIAS LINFOIDES: o Devem-se a alterações em células da linhagem linfoide B, T ou NK. o Sua classificação depende do ponto de maturação do linfócito em que ocorre a alteração (clone tumoral). Podem ser: o Leucemia linfoide aguda B o Leucemia linfoide aguda T o Se forem de células maduras, a depender da contagem de blastos: LNH e LH. Menos que 20% e mais que 20% de blastos – leucemia e linfoma? LEUCEMIAS: o 30% de todas as neoplasias em menores de 15 anos o 25% em menores de 20 anos o 95% dos casos de leucemias infantis são leucemias agudas o São ainda subdivididas em agudas e crônicas o Agudas – proliferação anômala de células imaturas o Crônicas – proliferação anômala de células que mantem a capacidade maturativa, mas infiltram medula óssea. COMO DIFERENCIAMOS? Leucemia linfoide (linfoblástica, linfocítica) aguda B X Linfoma linfoblástico B o Estudos anatomopatológico, imuno- histoquímico, molecular (ou seja, exames diagnósticos) com maior ou menor percentual de blastos (células imaturas) na medula óssea. Blastos – células imaturas: o Conceito: clone maligno originado da stem cell hematopoiética que se prolifera, são células que perderam a capacidade de se diferenciarem. o Se da linhagem linfoide = blastos linfoides ou linfoblastos o Se da linhagem mieloide = blastos mieloides ou mieloblastos LEUCEMIAS AGUDAS: Formam um grupo heterogêneo de doenças com a produção de blastos (maior ou igual a 20% de células imaturas presentes na medula óssea) Os blastos podem infiltrar o sangue periférico Podem ocasionar redução das células sanguíneas normais. Podem infiltrar e afetar outros sistemas do organismo. Complicações como infecções, sangramentos e anemia podem estar presente. LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA (LLA): o É induzida pela expressão de proto-oncogenes, translocações cromossômicas que criam genes de fusão ativando quinases e fatores de transcrição. o Geralmente os blastos linfoides são de dimensões menores do que os mieloides o Características dos blastos: podem ser mono ou pleomorficos, citoplasma basófilo, sem grânulos ou bastonetes de Auer. o A classificação antiga (FAB) nomeava LLA L1, L2 e L3, porém era pouco específica sobre o subtipo leucêmico e índices prognóstico. o LLA L3 atualmente conhecida como LLA Burkitt. Como diferenciar linhagens (linfoide X mieloide, linfoide B x T? o Exames de citoquimica e citogenética, imunofenotipagem, RT-PCR o Através da imunofenotipagem: presença de CD (Cluster Diferenciação) específico presente em cada linhagem podemos diferenciar as linhagens B e T; o ponto de maturação do linfócito neoplásico e os subtipos. 2 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV EPIDEMIOLOGIA GERAL: o Incidência em qualquer faixa etária o Mais frequente em crianças e adultos (acima de 60 anos) o Pouco mais frequente em homens do que mulheres o Taxa de cura: 80% em crianças e 40% em adultos (a depender do subtipo) LLA NA INFÂNCIA: o Pico de incidência na infância: entre 2-5 anos o Fatores de risco: ambientais e genéticos- constitucionais (Sd de Down, Bloom, Neurofibromatose, Sd de Shwachman, Klinefelter, Ataxia-Teleangiectasia) TIPOS DE LLA NA INFÂNCIA E PREVALÊNCIA: o 85% dos casos, em pediatria, são representados pela linhagem LLA – B (3% LLA pro-B, 65% LLA comum, 25% LLA pré-B mais frequente na pele negra. o LLA-B madura (atualmente classificada no grupo de LNH B tipo Burkitt) o LLA-T 15% dos casos em pediatria, sendo mais prevalente em adolescentes, sexo masculino QUADRO CLÍN ICO GERAL: o Fraqueza, cansaço, febre, infecções, sangramento mucoso o Pode haver linfonodomegalia e hepato/esplenomegalia o Dor óssea, hiperuricemia, úlceras orofaríngeas, infecções pulmonares e sinusites. Se houver presença de massa mediastinal = dispneia pode estar presente. S INAIS E SINTOMAS Mais frequente: o Febre 60% dos pacientes o Hepato/esplenomegalia 70% o Palidez/fadiga (anemia) 80% o Adenomegalias (geralmente não dolorosas, localizadas ou generalizadas) 50% o Sangramento cutâneo/mucoso – geralmente leve 50% o Alargamento mediastinal: 60% dos casos de LLA – T (derrame pleural e dispneia) o Manifestações articular-musculo-esqueléticas – pode iniciar com claudicação, podem apresentar artralgia migratória, associada ou não com edema, 30% dos casos, podendo encontrar imagem Menos frequente: o Envolvimento do SNC – em geral assintomático 5% dos pacientes o Envolvimento ocular: fotofobia, dor ocular, borramento visual o Aumento de glândulas salivares o Aumento testicular não doloroso o Nódulos cutâneos e subcutâneos – geralmente em menores de 1 ano Diagnóstico: o Padrão ouro: mielograma / biopsia medular o Presença de 20% ou mais de blastos 3 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV o Obs: em casos de leucemias com alteração citogenética T(8;21) e T(15;17) e INV (16) não se faz necessário contagem de blastos o Exames laboratoriais: 30% podem apresentar formas aleucêmicas (ausência de blastos no sangue periférico) e 10% cursar com hemograma normal DEMAIS EXAMES LABORATORIAIS : o HMG com anemia, plaquetopenia e alterações no leucograma o LCR – importante avaliação inicial para descartar comprometimento do SNC o Hiperuricemia, acidose metabólica, alteração de potássio, hipocalcemia, hiperpotassemia, aumento de ureia e creatinina, TGO, TGP, DHL, alteração de coagulação, hematúria, cristais de urato, pH ácido Exames complementares: o A depender dos sinais e sintomas e dos subtipos leucêmicos, avaliando demais sistemas o Exames de imagem (raio X tórax, rx ossos longos, USG abdominal, dentre outros) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS : o Não malignas: mononucleose infecciosa, leishmaniose visceral, aplasia medular, trombocitopenia imune primária, artrite reumatoide juvenil. o Neoplásicas malignas: linfoma, neuroblastoma, rabdomiossarcoma, TU de Edwing, Retinoblastoma Dores em membros na criança-doenças não reumáticas leucemia: o O uso indevido de corticosteróides em crianças com artrite aguda pode mascarar o diagnóstico da leucemia, piorando sensivelmente o prognóstico o Na radiografia simples das articulações, especialmente dos joelhos e tornozelos, pode-se observar a tarja leucêmica (faixa radiotranslucida em metáfise); não patognomônica, mas altamente sugestiva. o Outros achados radiológicos, como a periostite, a osteoporose e a osteólise, podem estar presentes. Prognóstico: o Variáveis independentes: idade (alto risco < 1 ou > 10 anos) e leucometria inicial (>=50 mil/mm³) o Ainda: sexo, envolvimento do SNC, grau de hepato/esplenomegalia, demais sistemas o Subtipo TRATAMENTO: o Específico: quimioterapia (a depender do subtipo), se comprometimento do SNC – QTX intratecal o Objetivo inicial: remissão e restauração da hematopoiese, terapia preventiva do SNC, fase de intensificação e fase de manutenção. Geralmente duração de 120 semanas aproximadamente. o Inespecífico: relacionado aos demais sistemas e distúrbios ocasionados pela doença inicial. Referencias: CHAMMAS, ET AL. FUNDAMENTOS DE ONCOLOGIA MOLECULAR. ED. ATENEU. •HTTPS://EMEDICINE.MEDSCAPE.COM/ARTICLE/20 7631-OVERVIEW#A3 •HAMERSCHLAK, NELSON. (2008). LEUCEMIA: FATORES PROGNÓSTICOS E GENÉTICA.JORNAL DE PEDIATRIA,84(4, SUPL. ), S52- S57.HTTPS://DX.DOI.ORG/10.1590/S0021- 75572008000500008 •HTTPS://WWW.INCA.GOV.BR/TIPOS-DE- CANCER/LEUCEMIA/PROFISSIONAL-DE-SAUDE •HTTPS://AGENCIA.FAPESP.BR/ENCONTRADOS- POTENCIAIS-BIOMARCADORES-DE-FORMA- AGRESSIVA-DE-CANCER-INFANTIL/34506/ •DE PRADO ET AL. ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA. DIAGNOSTICO E TRATAMENTO. 2015.
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