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Reabilitação pós-COVID-19 baseada em evidências @eulucassena @ eulucassena@gmail.com Lucas dos Anjos Sena Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares Etiologia e fisiopatologia da COVID-19 Repercussões da COVID-19 Repercussões da Síndrome pós-cuidados intensivos (PICS) O que avaliar no paciente pós-COVID-19? Quais instrumentos de avaliação devo utilizar? Quando iniciar o programa de reabilitação? O que o programa de reabilitação deve incluir? Quando devo dar alta ao paciente? Casos clínicos reais para discussão Conhecendo o inimigo O que esperar depois da alta hospitalar? Estratégias de avaliação do paciente pós-COVID-19 Construindo um programa de reabilitação pós-COVID-19 Vamos praticar? Conteúdo programático Etiologia e fisiopatologia da COVID-19. Conhecendo o inimigo Coronavírus? SARS-Cov2? COVID-19? A COVID-19 é causada por um coronavírus, o SARS-Cov2. Responsável por causar síndromes respiratórias agudas, que podem variar de sintomas leves a condições graves. Apesar do comprometimento respiratório ser o mais comum e conhecido, vários outros sistemas podem ser comprometidos. SARS-Cov Detectado em Foshan, China. Registrados 8.422 casos em 26 países. Resultou em 916 mortes. MERS-Cov SARS-Cov2 2002 2012 2019 Detectado na Arábia Saudita. Registrados 2.494 casos em 27 países. Resultou em 858 mortes. Detectado na em Wuhan, China. Registrados 137 milhões casos em todo o planeta. Resultou em 2,95 milhões de mortes. Três pandemias de coronavírus durante o século Taxa de mortalidade entre coronavírus conhecidos SARS-Cov MERS-Cov SARS-Cov2 9,6% 34,3% 2,14% Embora a taxa de mortalidade seja inferior, seu poder de infecção, contaminação e disseminação é muito maior. Para que as primeiras 1000 pessoas fossem infectadas MERS-Cov demorou 903 dias/ 2,5 anos SARS-Cov demorou 130 dias SARS-Cov2 demorou 48 dias Caseconômica 01/12/2019 Primeiro caso de COVID-19, identificado em Wuhan, China. OMS declara Emergência de Saúde Pública de Importancia Internacional. Primeiro caso de COVID-19 confirmado em Minas Gerais 30/01/2020 11/03/2020 OMS declara situação de pandemia. 09/03/2020 Como ocorre a transmissão do SARS-Cov2? A transmissão do vírus pode ocorrer de 2 a 10 dias antes do indivíduo se tornar sintomático. A grande parcela de casos assintomáticos e a transmissão que antecede o início dos sintomas são os principais fatores que dificultam o controle da disseminação. Direta Indireta Tempo de sobrevida do SARS-Cov2 em diferentes superfícies O SARS-Cov2 é um vírus de RNA positivo que possui um diâmetro de 60 nm à 140 nm. Em sua estrutura podem ser identificadas um total de 29 tipos de proteínas virais. Estrutural viral do SARS-Cov2 Proteína S ou glicoproteína de pico; Proteína N ou proteína do nucleocapsídeo. As mais relevantes são: Nucleocapsídeo Envelope Proteína spike (S) Proteína de membrana (M) Pequena proteína de envelope (E) Proteína do nucleocapsídeo (N) Genoma +ssRNA Após penetrar na célula hospedeira, o vírus se funde com a membrana celular e seu material genético é liberado. É dado início ao processo de replicação, montagem, liberação e transmissão viral. Fisiopatologia da COVID-19 Por meio da glicoproteína de pico, o SARS-Cov2 consegue se ligar aos receptores da ECA-2.. Após o SARS-Cov2 infectar as células do trato respiratório, ocorre uma resposta imunológica na tentativa de conter a infecção. Em casos onde esta resposta imunológica se torna desfuncional e exacerbada, dá-se início à tempestade de citocinas. Os alvéolos pulmonares preenchidos por transudato e exsudato inflamatório comprometem a troca gasosa e torna o hospedeiro susceptível à outras infecções secundárias. Fisiopatologia da COVID-19 Na medida que o SARS-Cov2 toma todo o sistema respiratório e alcança outros sistemas, como o cardiovascular, digestório, renal e nervoso, os sintomas tornam-se cada vez mais graves e o risco de morte cada vez mais iminente. Fisiopatologia da COVID-19 SARS-Cov2 ou MODS-Cov2? Repercussões da COVID-19. Repercussões da Síndrome pós-cuidados intensivos (PICS). O que esperar depois da alta hospitalar? Estadiamento da COVID-19 Apresentação clínica da COVID-19 Febre Tosse Dificuldade para respirar Dor de garganta Perda do olfato e paladar Dores musulares Cefaléia Diarréia e vômitos Situação da COVID-19 no mundo Estados Unidos Índia Brasil França França Países Casos Óbitos 32 milhões 16,3 milhões 14,2 milhões 5,41 milhões 4,68 milhões 570 mil 187 mil 384 mil 102 mil 105 mil Casos 145 milhões Recuperados 83,2 milhões Óbitos 3,7 milhões JHU CSSE COVID-19 Data Acesso em 22 de abril de 2021 https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19 Situação da COVID-19 no Brasil Casos 14,2 milhões Recuperados 12,5 milhões Óbitos 384 mil São Paulo Minas Gerais Rio Grande do Sul Estados Casos Óbitos 2,79 milhões 1,3 milhões 936 mil 90.810 mil 31.386 mil 23.752 mil JHU CSSE COVID-19 Data Acesso em 22 de abril de 2021 https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19 Vacinados no Brasil Our World In Data Acesso em 22 de abril de 2021 https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19 E o número de casos não para de crescer JHU CSSE COVID-19 Data Acesso em 22 de abril de 2021 https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19 S in to m a s p e rs is te n te s p ó s -C O V I D -1 9 Síndrome pós-cuidados intensivos (PICS) Sobreviventes da COVID-19 que necessitaram de cuidados intensivos, desenvolvem, a longo prazo, consequências multidimensionais patológicos e iatrogênicos. 65% - Descondicionamento cardiorrespiratório 28% - Sintomas de ansiedade e depressão 79% - Comprometimento cognitivo 50% - Alterações neuromusculares Nosso corpo funciona como uma grande engrenagem O que avaliar no paciente pós-COVID-19? Quais instrumentos de avaliação devo utilizar? Estratégias de avaliação do paciente pós- COVID-19 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) Estruturas e funções do corpo Atividades e participação O que avaliar no paciente pós-COVID-19? Durante a avaliação do paciente pós-COVID-19 é fundamental considerar todas as dimensões que permeiam a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia MRC (Medical Research Council); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Angina instável; Infarto agudo do miocárdio no mês anterior; FC e PA descompensada; SpO2 inferior a 90%. Contraindicações Corredor de 30 metros; Cronômetro; Cones de sinalização; Oxímetro/cardiofrequencímetro; Esfigmomanômetro e estetoscópio; Escala de Borg modificada; Fita métrica; Cadeira. Teste de campo amplamente utilizado para mensurar a capacidade de exercício. Materiais: Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6M) Coletar o peso e a altura do paciente; Medir e marcar um percurso de 30 metros; Marcar o percurso a cada 3 metros; Instruir o paciente a caminhar o mais rápido que conseguir, completando voltas em torno dos cones; É permitido parar caso haja necessidade, mas deve retormar a caminhada assim que conseguir; Aferir PA, SpO2, FC e Escala de Borg no início e ao final do teste; Sinalizar quanto tempo falta a cada minuto; Ao final registrar o tempo gasto e a distância percorrida. Procedimentos: Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6M) Como interpretar o teste? Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6M) Equação de predição de distância percorrida no TC6M em indivíduossaudáveis brasileiros (Britto, 2013): DTC6Mpred = 890,46 - (6,11 x idade) + (0,0345 x idade²) + (48,87 x sexo) - (4,87 x IMC) sexo masculino = 1 e feminino = 0 DTC6Mpred = 356,658 - (2,303 x idade) + (36,648 x sexo) + (1,704 x altura) + (1,365 x ΔFC) sexo masculino = 1 e feminino = 0 Degrau de 20 cm de altura; Cronômetro; Oxímetro/cardiofrequencímetro; Esfigmomanômetro e estetoscópio; Escala de Borg modificada; Cadeira. Teste de campo amplamente utilizado para mensurar a capacidade de exercício. Materiais: Teste do Degrau de 6 minutos (TD6M) Medir a circunferência abdominal do paciente; Instruir o paciente a subir o maior número de degraus que puder em 6 minutos; É permitido parar caso haja necessidade, mas deve retormar a caminhada assim que conseguir; Aferir PA, SpO2, FC e Escala de Borg no início e ao final do teste; Sinalizar quanto tempo falta a cada minuto; Ao final registrar o tempo gasto e o número de degraus subidos; O teste é realizado duas vezes com intervalo de 30 minutos entre elas. Procedimentos: Teste do Degrau de 6 minutos (TD6M) Como interpretar o teste? Equação de predição de distância percorrida no TC6M em indivíduos saudáveis brasileiros (Arcuri, 2016): Homens - nº de degraus = 209 - (1,05 x idade) Mulheres - nº de degraus = 174 - (1,05 x idade) Homens - nº de degraus = 262,73 - (0.8 x idade) - (0.67 x Cabd em cm) Mulheres - nº de degraus = 222,09 - (0.8 x idade) - (0.67 x Cabd em cm) Homens - nº de degraus = = 263,17 - (0,876 x idade) - (0,585 x Cabd em cm) Mulheres - nº de degraus = = 222,09 - (0.876 x idade) - (0.585 x Cabd em cm) Teste do Degrau de 6 minutos (TD6M) TD6M 1 TD6M 2 TD6M M Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia MRC (Medical Research Council); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Dinamometria manual Dinamômetro manual. Instrumento utilizado para avaliar a força de preensão palmar. Materiais: Dinamometria manual Solicitar ao paciente sentado que faça a flexão de cotovelo de 90º e apertar o gatilho do dinamômetro utilizando todos os dedos Realizar o teste com a mão dominante e não dominante três vezes em cada uma; Considerar o melhor valor obtido nas três medidas. Procedimentos: Dinamometria manual Como interpretar o teste? Equação de predição de força de preensão palmar em indivíduos saudáveis brasileiros: FPM-Dkgf = 39,996 - (0,382 x idade) + (0,174 x peso em kg) + (13,628 x sexo) sexo masculino = 1 e feminino = 0 FPM-NDkgf = 44,968 - (0,420 x idade) + (0,110 x peso em kg) + (9,274 x sexo) sexo masculino = 1 e feminino = 0 A depender de qual músculo, grupo muscular Teste utilizado para se avaliar a carga máxima suportada por determinado músculo ou grupo muscular em uma única repetição de um exercício. Materiais: será testado e qual o exercício será realizado. Teste de 1 repetição máxima (1RM) Teste de 1 repetição máxima (1RM) Equação de Brzycki para se estimar a carga máxima em 1RM: 1RM = 100 x carga / (102,78 -2,78 x nº de repetições) Teste de 1 repetição máxima (1RM) Aquecimento 1 - 5 à 10 repetições com carga leve (40% a 60% da estimativa de 1RM); 1 minuto de intervalo (realizar leve alongamento da musculatura treinada); Aquecimento 2 - 3 à 5 repetições com carga moderda (60% à 80% da estimativa de 1RM); 2 minutos de intervalo; Tentar 1RM no peso próximo do máximo; Realizar repouso de 3 à 5 minutos e o item anterior até que o paciente consiga realizar 1 repetição executando o exercício de forma perfeita. Caso sejam necessárias mais de 3 tentativas, realizar novo teste após 24 horas. Procedimentos: Caso consiga realizar 2 a 3 repetições adicionar: MMSS - 5% à 10% de 1RM estimada MMII - 10% à 20% de 1RM estimada Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia MRC (Medical Research Council); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Sentado, o paciente deverá tocar o nariz com o dedo indicador de uma mão e em seguida tocar o dedo do avaliador, alternando com a mão contralateral; Realizar primeiro com olhos abertos e em seguida com olhos fechados(sem necessidade de atingir o dado do avaliador); Observar tremores e dificuldade em atingir os alvos propostos. Teste utilizado para se avaliar a coordenação e a integridade cerebelar. Procedimentos: Teste índex-nariz Deitado, o paciente deverá elevar uma das pernas, tocar o hálux da perna contralateral com o calcanhar e deslizá-lo em direção ao joelho. Repetir com o membro contralateral. Realizar primeiro com olhos abertos e em seguida com olhos fechados. Observar tremores e dificuldade em atingir os alvos propostos. Teste utilizado para se avaliar a coordenação e a integridade cerebelar. Procedimentos: Teste calcanhar-joelho Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia MRC (Medical Research Council); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Escala de equilíbrio de Berg Cadeira com encosto; Banco sem encosto; Cronômetro. Teste para avaliar o equilíbrio por meio de 14 tarefas, em que cada tarefa pode ser pontuada de 0 à 4 pontos. Materiais: 31Escala de equilíbrio de Berg Procedimentos: 1) Sentado para de pé; 2) Em pé sem apoio; 3) Sentado sem apoio; 4) Em pé para sentado; 5) Transferência entre cadeiras; 6) Em pé com olhos fechados; 7) Em pé com os pés unidos; 8) Alcançar à frente com braços estendidos; 9) Apanhar um objeto do chão; 10) Virar-se para olhar para trás; 11) Girando 360º; 12) Colocar os pés altenardos em um banco; 13) Em pé com um pé em frente ao outro; 14) Apoio unipodal; Escala de equilíbrio de Berg Como interpretar o teste? A pontuação máxima é de 56 possíveis pontos. Os itens são pontuados 0-4 sendo que 0 representa a incapacidade de completar a tarefa e 4 a capacidade de concluir independente a tarefa proposta. 0 a 20 - prejuízo do equilíbrio; 21 a 40 - equilíbrio aceitável; 41-56 - bom equilíbrio. Brief BESTest Cronômetro; Almofada de Esponja de média densidade, de aproximadamente 60x60x10 cm; Fita métrica colocada na parede na horizontal para o teste de alcance funcional; Cadeira estável com apoio de braços e uma marcação de 3 metros de distância à frente para o teste Timed Up and Go (TUG); Fita adesiva para marcar 3 e 6 metros de distância no chão para o Timed Up and Go (TUG). Teste para avaliar o equilíbrio por meio de 6 tarefas, em que cada tarefa pode ser pontuada de 0 à 3 pontos. Materiais: Brief BESTest Procedimentos: Os indivíduos deverão ser avaliados com calçado raso ou descalços e sem meias; Em seguida, deverão ser solicitadas ao paciente as seguintes tarefas: 1) Força lateral do quadril; 2) Alcance funcional para frente; 3) Manter-se de pé em uma perna; 4) Correçãocom passo compensatório; 5) Manter-se de pé com olhos fechados em superfície de espuma; 6) Teste Timed Up and Go (TUG) Brief BESTest Como interpretar o teste? A pontuação máxima é de 24 possíveis pontos. Cada item é avaliado entre 0 e 3 (0 comprometimento severo e 3 sem comprometimento de equilíbrio). Caso o paciente precise de apoio ou assistência física em alguma tarefa, atribuir a pontuação 0. Uma pontuação de 16 já indica prejuízo do equilíbrio. Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia MRC (Medical Research Council); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Cadeira com um assento firme e uma Cronômetro. Teste utilizado para se avaliar a força e resistência de membros inferiores, mobilidade e risco de queda. Materiais: altura entre 43 – 46 cm, sem braços; Teste de sentar e levantar em 30 segundos Teste de sentar e levantar em 30 segundos A cadeira deve estar encostada a uma parede, para impedir que se mova; O indivíduo deve sentar-se no meio do assento da cadeira; Os pés do indivíduo devem estar no mesmo alinhamento dos ombros, com um pé ligeiramente à frente do outro para ajudar a manter o equilíbrio durante o levante; Os braços do indivíduo devem estar cruzados no peito; O avaliador deve estar posicionado lateralmente ao indivíduo; Solicitar ao indivíduo que levante e se sente novamente na cadeira o mais rápido que conseguir durante 30 segundos. Procedimentos: Teste de sentar e levantar em 30 segundos Como interpretar o teste? Idade Homens Mulheres Valores de referência para o número de vezes em que se sentou e levantar em 30 segundos: 60 - 64 65 - 69 70 - 74 75 - 79 80 - 84 85 - 89 90 - 94 15 17 15 16 14 15 13 14 12 13 11 11 9 9 Cadeira com um assento firme e uma Cronômetro; Fita métrica; Cone. Teste de avaliação da mobilidade funcional, cujo desempenho está relacionado com o equilíbrio, marcha e capacidade funcional. Materiais: altura entre 45 cm a 48 cm. Timed Up and Go (TUG) Timed Up and Go (TUG) Solicitar ao paciente que se levante sem apoio, caminhe e retorne ao local de origem, sentando-se novamente. Deverá ser avaliado o tempo de percurso e as condições em que o paciente realiza o trajeto. Procedimentos: Timed Up and Go (TUG) Como interpretar o teste? O teste é considerado normal quando o tempo do percurso for inferior a 10 segundos. Se o tempo estiver entre 10 e 19 segundos, considera-se que o paciente apresenta risco moderado de queda, sendo este risco aumentado, quando o tempo obtido for acima de 19 segundos, ou seja, 20 segundos ou mais. Estrutura e função do corpo Teste de caminhada de 6 minutos; Teste do degrau de 6 minutos Redução da tolerância ao exercício Dinamometria manual; Teste de 1RM. Redução da força muscular Teste índex-nariz; Teste calcanhar-joelho. Redução da coordenação Escala de equilíbrio de Berg; Brief BESTest. Alteração do equilíbrio Teste de sentar e levantar em 30 segundos; Timed Up and Go (TUG). Alteração da mobilidade Manovacuometria; Pico de fluxo expiratório; Escala de dispneia Modified Medical Research Council (MMRC); Oximetria de pulso. Alterações respiratórias Manovacuômetro; Mangueira de látex; Bocal; Clipe nasal. Instrumento utilizado para se avaliar o grau de força muscular respiratória por meio dos valores de Pressão Inspiratória Máxima (PiMáx) e Pressão Expiratória Máxima (PeMáx). Materiais: Manovacuometria Manovacuometria Posicionar o paciente sentado, sem hiperflexão ou hiperextensão cervical; Acoplar o bocal à boca do paciente sem que haja escape aéreo; Colocar o clipe nasal no nariz do paciente de modo que não haja escape aéreo; Solicitar uma expiração total até volume residual (VR); Ocluir o orifício presente no bocal solicitar e em seguida uma inspiração vigorosa e máxima, incentivando verbalmente; Realizar três medidas reprodutíveis com intervalo de 1 minuto (diferença de 10% entre cada) e considerar a melhor medida. Procedimentos para mensurar a PImáx: Manovacuometria Posicionar o paciente sentado, sem hiperflexão ou hiperextensão cervical; Acoplar o bocal à boca do paciente sem que haja escape aéreo; Colocar o clipe nasal no nariz do paciente de modo que não haja escape aéreo; Solicitar uma inspiração profunda até atingir a capacidade pulmonar total (CPT); Ocluir o orifício presente no bocal solicitar e em seguida uma expiração vigorosa e máxima, incentivando verbalmente; Realizar três medidas reprodutíveis com intervalo de 1 minuto (diferença de 10% entre cada) e considerar a melhor medida. Procedimentos para mensurar a PEmáx: Manovacuometria Como interpretar o teste? Equações preditivas para PImáx e PEmáx na população brasileira (Pessoa, 2014): PImáx (cmH2 O)= 63,27–0,55 (idade)+17,96 (sexo)+0,58 (peso) PEmáx (cmH2 O)= –61,41+2,29 (idade)–0,03 (idade2 )+33,72 (sexo)+1,40 (cintura) Peak flow meter; Bocal; Clipe nasal. Instrumento utilizado para se avaliar o pico de fluxo expiratório. Materiais: Pico de fluxo expiratório Pico de fluxo expiratório Posicionar o paciente sentado, sem hiperflexão ou hiperextensão cervical; Colocar o clipe nasal no nariz do paciente de modo que não haja escape aéreo; Solicitar uma inspiração profunda até atingir a capacidade pulmonar total (CPT); Acoplar o bocal à boca de forma que não haja escape aéreo e solicitar uma expiração vigorosa e máxima, incentivando verbalmente; Realizar três medidas reprodutíveis com intervalo de 1 minuto (diferença de 10% entre cada) e considerar a melhor medida. Procedimentos: Pico de fluxo expiratório Como interpretar o teste? Equações preditivas para pico de fluxo expiratório na população brasileira (Leiner, 1963): Escala de dispneia Modified Medical Research Council (MMRC) Instrumento utilizado para se avaliar nível de dispneia ao realizar atividades de vida diária (AVDs). 0 - Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso. 1 -Tenho falta de ar quando apresso meu passo, ou quando subo escadas ou ladeira. 2 - Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que outras pessoas da minha idade. 3 - Preciso parar muitas vezes devido à falta de ar quando ando perto de 100 metros, ou poucos minutos de caminhada no plano. 4 - Sinto falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajuda para me vestir ou tomar banho sozinho. Oximetria de pulso 92% à 96% < 90 - Hipoxemia > 98 - Hiperoxemia Instrumento utilizado para avaliar a saturação periférica de oxigênio (SpO2). Valores de normalidade: Atividades e participação Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC); Medida de Independência Funciona (MIF); Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional -20 (IVCF-20). Funcionalidade Questionário de Qualidade de Vida - WHOQOL-bref. Qualidade de vida Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC) Alta hospitalar; 4 semanas após a alta; 8 semanas após a alta; 6 meses após a alta. Promove avaliação funcional de sequelas e monitora a recuperação direta. Esta escala ainda não é validada - no entanto, se implementada junto com os resultados existentes, pode gerar evidências para orientar o cuidado pós-COVID-19. É utilizada: Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC) Em quanto você está atualmente afetado em sua vida cotidiana pela COVID-19? Grau 0 (sem limitações funcionais) - Não tenho limitações na minha vida cotidiana e não tenho falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade relacionados à infecção. Grau 1 (limitações funcionais insignificantes)- Tenho limitações insignificantes no meu dia a dia,pois posso realizar todas as tarefas ou atividadeshabituais, embora eu ainda tenha falta dear/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade. Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC) Grau 2 (limitações funcionais leves) - Eu sofro de limitações na minha vida cotidiana e ocasionalmente preciso evitar ou reduzir deveres e atividades usuais ou necessidade de espalhar estes ao longo do tempo devido a falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade. Eu sou, no entanto, capaz de realizar todas as atividades sem qualquer assistência. Grau 3 (limitaçõesfuncionais moderadas) - Eu sofro de limitações na minha vida cotidiana e não sou capaz de realizar todas as tarefas ou atividades habituais devido a falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade. Sou, no entanto, capaz de cuidar de mim mesmo sem qualquer ajuda. Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC) Grau 4 (limitações funcionais graves) - Eu sofro de limitações severas no meu dia a dia: não sou capaz de cuidar de mim e portanto, sou dependente de cuidados de enfermagem e/ou assistência de outra pessoa devido a falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade. Medida de Independência Funcional (MIF) Autocuidados; Controle de esfíncteres; Transferências; Locomoção; Cognição Comunicação social. Instrumento para avaliação da independência funcional motora e cognitiva. É subdividida em 6 domínios: Medida de Independência Funcional (MIF) Como interpretar o teste? O questionário contempla um total de 17 tarefas dentro dos 6 domínios. Cada tarefa pode ser pontuada de 0 à 7 de acordo com o nível de dependência funcional. A pontuação mínima para a MIF é de 17 e a pontuação máxima de 119. Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional -20 (IVCF-20) Idade (1 questão) Auto-percepção da saúde (1 questão); Incapacidades funcionais (4 questões); Cognição (3 questões); Humor (2 questões); Mobilidade (6 questões); Comunicação (2 questões); Comorbidades múltiplas (1 questão). O IVCF-20 é um questionário que contempla aspectos multidimensionais da condição de saúde do idoso, sendo constituído por 20 questões distribuídas em oito seções: Como interpretar o teste? Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional -20 (IVCF-20) Cada questão tem uma pontuação variável, que somadas podem chegar ao total de 40 pontos. 0 a 6 pontos: BAIXO RISCO DE VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL 7 a 14 pontos: MODERADO RISCO DE VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL ≥ 15 pontos: ALTO RISCO DE VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL Atividades e participação Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC); Medida de Independência Funciona (MIF); Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional -20 (IVCF-20). Funcionalidade Questionário de Qualidade de Vida - WHOQOL-bref. Qualidade de vida Questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-bref Domínio físico; Domínio psicológico; Relações sociais; Meio ambiente. World Health Organization Quality of Life-Bref (WHOQOL-bref). Instrumento para avaliação da qualidade de vida que contempla 4 domínios divididos em um total de 26 questões que podem ser pontuadas de 1 à 5. Domínios do WHOQOL-bref: Questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-bref Como interpretar o teste? Uma pontuação inferior à 60 pontos indica uma provável pior qualidade de vida e insatisfação com a saúde. Devido à complexidade de computação do score do WHOQOL-bref, existem diversos softwares para calculá-lo. Quando iniciar o programa de reabilitação? O que o programa de reabilitação deve incluir? Quando devo dar alta ao paciente? Construindo um programa de reabilitação pós- COVID-19 Quando iniciar o programa de reabilitação? O programa de reabilitação deve ter início após 7 dias sem a presença dos sintomas iniciais da COVID-19. FC = 60 - 100 bpm FR = 12 - 20 irpm PA = PAS 100 - 130/ PAD 60 - 90 mmHg SpO2 = 92% - 96% Ausência de dispneia e sinais de esforço respiratório. Contraindicações absolutas Doença sistêmica aguda ou febre; Frequência cardíaca de repouso menor que 50 e maior que 100 bpm; Saturação de oxigênio menor que 88%; Sinais de desconforto respiratório em repouso; Hipertensão não controlada; Arritmia não controlada; Miocardite ativa; Diabetes mellitus descompensada. Frequência e duração dos atendimentos Grau de incapacidade Pacientes com sintomas leves DuraçãoFrequência Pacientes com sintomas moderados à graves 20 a 30 minutos 2 a 3 vezes/semana 3 a 5 vezes/semana 20 minutos Prescrição fisioterapêutica Caminhada, exercícios ativos, esteira, cicloergômetro de membros superiores e inferiores, degrau. 60% e 80% da FC de reserva para estabelecer a FCalvo. Escala de Borg modificada entre 4 e 6 (leve à moderado), SpO2 ≥90%. 3 vezes por semana durante 30 minutos. Exercício aeróbico: FCalvo = [(FCmáx - FCrep)%] + FCrep Prescrição fisioterapêutica 50-80% da carga obtida no teste de 1RM. Três séries de 8-12 repetições e intervalo de dois minutos. Com aumento progressivo da carga entre 5-10% semanalmente. 2 a 3 vezes por semana. Exercício resistido: Prescrição fisioterapêutica Powerbreath® ou Threshold IMT®. 30-60% da PImáx. Cinco a sete vezes por semana Uma a duas sessões diárias com 30 repetições ou até 30 minutos. Treinamento muscular inspiratório: Shaker®, Flutter® ou Acapella®. 4 a 8 repetições, com intervalos de 2 a 3 segundos, durante 15 minutos. Manobras de desobstrução de acordo com a ausculta pulmonar. Desobstrução de vias aéreas: Prescrição fisioterapêutica 36 EPAP - Pressão positiva expiratória nas vias aéreas; Iniciar com 0 cmH2O, progredindo gradualmente até 10 cmH2O. 3 séries de 10 a 12 repetições. Associar com pausa pós inspiratória. Reexpansão pulmonar: Prescrição fisioterapêutica Prescrição fisioterapêutica Treinar as atividades de vida diária que o paciente encontre dificuldade para realizá-las. Treinamento funcional: 37 Critérios para interrupção dos exercícios Náusea ou sensação de enjoo; Tontura; Falta de ar e/ou fadiga intensa; Queda de 4% da saturação de oxigênio em relaçãoao valor de repouso e valores menores que 88%; Sudorese excessiva; Crise de ansiedade; Palpitações; Dor ou sensação de aperto no peito. Critérios para alta ambulatorial Sugere-se que os pacientes devem ser reavaliados à cada 10 atendimentos, para acompanhamento e realização de ajustes necessários para boa evolução. A alta do programa de reabilitação deve acontecer após a resolução dos sintomas incapacitantes. Critérios para alta ambulatorial O paciente obter score 1 (limitações funcionais insignificantes) na Escala de Status Funcional Pós-COVID-19 (ESFPC); O paciente apresentar PImax e força muscular periférica dentro da normalidade; O paciente apresentar um aumento da distância percorrida no TC6min. Sugere-se que a alta ocorra quando: Não se esqueça de utilizar os EPIs adequadamente e fazer a adequada higienização dos materiais e equipamentos utilizados; Fique atento aos sinais de descompensação durante a prática dos exercícios; O paciente e seus familiares são partes ativas no processo de reabilitação. Invista na educação em saúde de forma que o paciente sinta-se protagonista e responsável pelo tratamento; É recomendado que os casos moderados à grave sejam acompanhados por uma equipe multiprofissional. Importante Casos clínicos reais para discussão. Vamos praticar? Paciente deu entrada no Hospital Unimed relatando dispneia e cansaço aos mínimos esforços, náuseas e tosse produtiva. FC 110 bpm, SpO2 89%, FR 20 irpm, PA 110/60 mmHg. Testou positivo para COVID-19 e ficou 28 dias hospitalizada (7 dias na enfermaria com CNAF e 21 dias na UTI COVID em VM). Após a alta alta hospitalar procurou serviço de Fisioterapia ainda referindo cansaço e dispneiaaos moderados esforços, tosse produtiva recorrente, fraqueza generalizada e dificuldade para cozinhar, tomar banho, se vestir e ir à igreja. R.S.T., 67 anos, sexo feminino, cozinheira. Há 20 dias paciente iniciou quadro gripal com cansaço aos moderados esforços, tosse seca, coriza, mialgia e cefaleia. Testou positivo para COVID-19 e manteve a quarentena por 14 dias. Paciente procura serviço de Fisioterapia ainda referindo cansaço aos moderados esforços, agitação, perda de peso, confusão mental e dificuldade para dirigir e lavar o carro. C.C.P., 32 anos, sexo masculino, motorista de aplicativo. @ Escaneie o QR Code para ter acesso às referências utilizadas na apresentação @eulucassena eulucassena@gmail.com Obrigado!
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