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Sistema digestório

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Clinica Círurgica de Pequenos Animais II Maria Eduarda Guimarães
SISTEMA DIGESTÓRIO
CAVIDADE ORAL E OROFARINGE 
Anamnese: 
Relatos de Halitose, salivação, relutância para comer (o animal tem fome mas não consegue comer), dificuldade à apreensão do alimento, à mastigação ou à deglutição, aumento de volume, hemorragia, regurgitação nasal, rinite, dispneia e perda de peso.
Exame físico 
Inspecionar bem a cavidade oral, afim de verificar massas, ver o estado de palato, dentes, etc. Mesmo que a inspeção seja rápida (o animal faça um exercício e assim que o animal abrir a boca para troca de calor olhar a boca) 
Mucosas
	Cor: rósea
	TPC: 2’’
	Hidratação: brilhante 
Oclusão de dentes e mandíbula/maxila 
Odores
Palato duro e mole: corpos estranhos e fendas palatinas 
Tonsilas: são bem profundas 
Língua: massa, lacerações
Glândulas salivares: palpar todas, a sublingual é visualizada 
Exames complementares
	Hematológicos 
	Citológico 
	Rx e US 
	Tomografia Computadorizada 
	Rssonância Magnética 
	Biópsia 
 Pré-operatório 
- corrigir alterações metabólicas 
- jejum 12h em adultos e de 4 a 8 horas em filhotes 
- antissepsia com PVPI diluído ou clorexidine 
- se necessário nutrição por sonda 
Anestesia 
Sondas orotraqueais podem atrapalhar mas trazem bastante segurança na cirurgia > mas se o cirurgião sentir incomodo pode fazer uma faringostomia ou traqueostomia 
Tratamento prévio com corticosteróides em cirurgias de faringe para evitar edema de glote 
Ter disponíveis sangue e soluções colóides hipertônicos pois são cirurgias cruentas. 
Antibióticos 
- no trans e no pós – região contaminada que não vai conseguir ser feito muita limpeza 
Cefazolina (22mg/kg BID) 
Ampicilina (22mg/kg BID) 
Clindamicina (11mg/kg VO BID) 
Amoxicilina + Clavulanato (10 a 20 mg/kg BID) 
Metronidazol (10 a 15 mg/kg BID) > quando há um risco maior ou já tem um processo infeccioso 
DOENÇAS DE LINGUA 
Traumas e lacerações 
Neoplasias: não são tão frequentes mas pode ocorrer 
Abscessos e glossites: secundários a queimaduras e corpos estranhos 
Sinais: sialorreia, halitose, disfagia, dispnéia 
TRATAMENTO CLÍNICO 
	Analgésico
	Antibióticos 
	Limpeza 
TRATAMENTO CIRURGICO 
Glossorafia – ponto simples interrompido com fio absorvível sintético 
Importante para lacerações 
1 plano ou vários planos 
- duas incisões em formato de cunha (em triangulo) 
- depois se une as bordas 
- ela só pode ser feita se isso não passar o suco medial da língua 
Define as margens 
- feito a secção transversal e sejam feitas mais distais suturas em Wolf em toda extensão 
E depois ocluindo a língua 
- de 40 a 60% bem tolerada 
- cães toleram melhor que gatos 
- pode ser necessária alimentação por sondas 
Palato 
mais cranial o palato duro: em cima da lamina palatina em seguida do palato mole 
 a e v. palatina 
Fendas palatina e labial 
Comuninação anômala entre cavidade oral e nasal envolvendo palato mole, palato duro e pre máxima e/lábio 
Ausencia de fusão de laminas platinas 
Causas: hereditário, nutricional ou traumático 
Predisposição: animais braquiocefalios 
Histórico: Dificuldade em mamar, regurgitação nasal(os animais pode aspirar e ter pneumonia por aspiração), déficit de desenvolvimento. 
> quando é mais rostral esses sinais podem ser mais discretos 
Sinais: saída de leite pelas narinas, engasgos, tosse e espirros, crescimento lento e infecção respiratória importante. 
Exame físico
	Examinar toda ninhada 
	Inspeção visual de narinas e cavidade 
	Asculta pulmonar 
	Realizar radiografias torácicas > para avaliar se tem ou não pmeumonia 
CONDUTA MÉDICA 
	Alimentação por sonda até idade para correção cirúrgica ( 8 a 12 semanas) 
	Tratar pneumonia aspirativa se houver: antibióticos, fluidoterapia, broncodilatadores e oxigenioterapia 
CONDUTA CIRÚRGICA 
Decúbito dorsal com a boca aberta com bandagem, esparadrapo 
Retalhos bipediculado (técnica de Von Langebeck) 
Palato mole 
	Ressecção da bordinha com uma tesoura e é feitou ma sutura de uma borda na outra com ponto simples interrompido com fio absorvível sintético 
Palato Duro 
Soltar segmentos do palato duro das laterais e trazer para o centro. 
Incisão o palato na área central, seguindo duas incisões no comprimento do palato perto da raíz dentária depois soltar o palato duro da lamina palatina e começa a fazer a sutura das bordas. As falhas das laterais se cicatrizam super rápido e a lamina palatina esta integra nos dois lados então não tem problema. 
Dieta só liquida no pós operatório 
Técnica de sobreposição 
Incisão da borda de apenas um lado, perto da raiz dentário depois duas transversais e fazer a divulsão e girar parar o centro. A sutura vai ser de sobreposição (WOLF)
Labio leporino 
Ela não é só da pele mas sim da mucosa que cobre 
Utilizar a mucosa sobre a raiz mucosa fazer uma incisão paralela e duas incisões transversais e e ele vai ser usado como um flapzinho. Faz uma incisão paralela a base da narina que estã noa e do lado vertical ao lado que tem um problema. 
Cuidados Pós operatórios 
- fornecer alimentos pastosos por 2 semanas 
- não deixar animal morder objetos duros 
- Alimentos por sonda por 7 a 14 dias 
Complicações 
Deiscência de sutura 
Cicatrização incompleta 
Fistula oronasal 
Prognóstico: Bom se o reparo é bem sucedido. 
DOENÇAS DAS GLANDULAS SALIVARES 
 
Para acesso a essas glândulas, a gente precisa divulsionar o m. platisma 
Cuidar com os principais vasos a. facial (região de parotida), a. sublingual (sublingual), a. carotifa e a v. ajulgular 
Nercos da face: com o n. facial bem próximo com a parótida. 
MUCOCELE 
Coleção de saliva secretada por glândula ou ducto salivar lesionado e que é envolvido por tecido de granulação > Compressão do tecido glandular e destruição desses tecidos, com o tempo pode até ter o rompimento dessa glândula 
Mucocele cervical – gl. Mandibular – esquerda, direita, ventral e bilateral
Mucocele sublingual – embaixo da língua -> ranula 
Mucocele de região faringiana- mais perigosa (dificuldade respiratória) e mais difícil de ser relatada – perto das tonsilas 
Mucocele orbital – gl. Zigomática 
Sialólito – sialolitíase - deposição de sais minerais, muco, bactérias e células de descamação + ph alcalino levam a solidificação e a formação de sialólito 
Causas: Traumas, Corpo estranhos e Sialólitos – difícil descobrir a causa 
Fisiopatogenia: Saliva irrita os tecidos e causa inflamação, forma tecidos de granulação 
Predisposição: cães em mais em gatos 
Históricos e sinais: 
Maioria assintomática 
Aumento de volume gradual 
Alteração da preensão de alimento 
Hemorragia oral 
Disfagia 
Enoftalmia (zigomática)
Angustia respiratória (faríngea)
Exames complementares 
Rx: 
Sialólitos 
CE
Neoplasias 
Punção (aspiração de secreção) 
Sialografia (constraste de iodo) 
DF: Sialodenite, Abcesso, Neoplasia, Hematoma, Linfoadenomegalia e Cistos 
TRATAMENDO MÉDICO 
	Aspiração 
	Raramente se resolve sem cirúrgia 
TRATAMENTO CIRÚGICO 
	Excisão da glândula 
Acesso: Incisão tanto no sentido vertical ou no horizontal depende do cirurgião e do tamanho da glândula, feito pele e subcutâneo 
É então visualizado o m. platisma então vamos divulsionar o mesmo, então é visto a glândula 
Divulsionar a mesma sem romper a capsula. 
Disseca a glândula mandíbula a salivar até achar o ducto da glândula, fazer dupla ligadura, afazer a secção entre eles e remover a glândula. 
Depois de diagnosticar operar logo que a operação fica mais fácil pois não é um processo crônico 
Rânula 
- não existe um ducto, são varias pequenas glândulas e vão liberando secreção por difusão 
- duas incisões elipiticas sobre a glândula e remover essa elipse de mucosa 
Na borda temos um tecido mucosa e existe esse tecido interno que tem esse tecido de granulação, 
Fazer uma sutura simples continua com a mucosa com esse tecido de granulação e da mucosa com esse tecido interno 
- esse tecido fixa exposto e cicatrizado por segunda intenção 
Cuidados pós operatórios 
Avaliaçãohistopatologia da glândula 
Uso de drenos – muito espaço morto, estravazamento 
Bandagens 
Complicações 
	Seroma 
	Infecção 
	Recidiva = quando não se remove por completo 
NEOPLASIAS DE CAVIDADE ORAL 
6% de tumores em cães 
Sinais: massa em cavidade oral, salivação, perda de peso, halitose, linfadenopatia 
Tipos histológicos: 
	Papiloma: frequente em animais jovens, esta relacionado a miolessupressão ou uma imunossupressão, com uma doença de base. Em geral quando se melhora o estado geral do paciente esse nódulos desaparecem. Quando foram múltiplos podem ser feitos crioterapia ou cirurgia convencional para ser recuperado e para facilitar a alimentação. 
	Quando aparece em animal idosos, eles aparecem bem agressivos e em pacientes adultos não é comum. E só vai acontecer em cavidade oral quando existe uma doença de base comprometendo MUITO o sistema imunológico. 
	Fibrossarcoma: 
	Melanoma: Doença frequente, muito agressiva e metastática, e invasiva localmente, tanto pra linfonodo e via hematogênica. Quando o tratamento é tardio o prognóstico é muito ruim. Margens amplas associada a crioterapia depois 
	Carcinoma espinocelular:
	Épulis acantomatoso: se ele não é tratado ele vai se modificando em características mais agressivas 
	Osteossarcoma
DIAGNÓSTICO 
Exame físico bem feito 
Radiofrafias de face e tórax/TC – há ou não invasão óssea e como vou realizar a ressecção 
Punção biópsia: massa e linfonodos e Biópsia 
TRATAMENTO 
Crioterapia: casos mais simples como adenomas e papilomas, acasos mais simples, benignas. 
Cirurgia: casos malignos, com margens amplas 
Mandibulectomia maxilectomia 
- rostrais, uni e bilaterais, centrais, caudal e hemi mandilectomia
Maxilectomia
- rostrais, hemi, central e caudal 
Épolis (hemeloblastoma) 
- a extensão vai depender do RX
- a língua fica pendendo, mas se o proprietário não se incomoda não tem porque mexer
Aumentar o tempo de vida e e dar mais conforto e bem estar. 
Radioterapia: única forma de tratamento em neoplasias não operáveis ou neoadjuvantes e adjuvantes pós cirurgias quando não se acalça as bordas desejadas
Quimioterapia – existe vacinas anti tumorais e são bem efetivas (EUA) 
PROGNÓSTICO 
Vai depender 
	Tipo histológico 
	Estadiamento 
	Primeiro tratamento
Prevenção: Higienização de cavidade oral, tratamento de lesões pré-neoplásicas 
CUIDADOS PÓS 
Remover sonda orotraqueal com balão parcialmente inflado para remoção de coágulos 
Remover gazes e coágulos 
Monitorar para obstrução de vias aéreas 
Monitorar dor 
Utilizar colar 
Alimentação oral de 8 a 12 após a cirurgia 
Hidratação por Fluido IV 
Oferecer água 12 após a cirurgia 
Alimentação por sondas se tiver necessidade 
Complicações 
Edemas 
Infecção 
Descência 
Hemorragia – Alimento com gelo 
Obstrução de vias aéras 
Pneumonia aspirativa 
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO 
Anatomia 
Esôfago: tubo muscular, revestido internamente por mucosa que une a faringe ao estômago 
 - porção cervical – revestido por adventícia 
 - porção torácia (hiato esofágico) – revestido por pleura (seroso) – ela desliza em relação as vizinhas 
 - porção abdominal – revestimento por peritônio 
LADO DIREITO: acesso da base do coração e esôfago mais caudal 
LADO ESQUERDO: esôfago caudal é mais fácil mais pode ser acessado pelos dois lados. Também acesso a parte cranial. 
A camada mais resistência é muscular e submucosa, se não entra na sutura ela pode estar comprometida 
Esfíncter mais importante: cardia (passagem entre esôfago e estomago) 
 
Estômago
- se está vazio não é palpável, o baço é palpável o rim E é palpável em gatos, a maior parte das áreas mesogastrica e hipogástrica é composto de alças intestinais, o cólon é palpável quanto tem conteúdo. Em femeas os cornos uterinos podem ser palpáveis quando conteúdo 
- Figado em lado direito quando saudável não é palpável, alças intestinais e V.U podem ser palpáveis 
Vascularização: são variáveis da aorta e a. ciliaca e são drenados para a v. cava abdominal cranial 
Curvatura maior do estômago – a. gastroepiploica e pela gástrica curta 
Curvatura menor – a. gástrica e v. gástrica 
Composto por região glandular 
Cão: 400 a 700 ml e 3L animal grande 
Gato: 300 a 350 ml 
Glandulas
Gastrica própria (ácidos e enzimas) 
Cardicas (serosa) 
Pilóricas (muco e gastrina) 
Fixação
	- Cárdia e esôfago 
	- Piloro, duodeno e fígado 
	- Omento maior (curvatura maior estômago) 
	- Omento menor (cárdia e piloro) 
Camadas
	- Serosa 
	- Muscular: longitudinal, obliqua externa e obliqua interna submucosa 
	- Submucosa 
	- Mucosa: glandular 
Pré – operatório e anestesia 
Jejum 12 a 24 horas adulto e 8 horas filhote 
Corrigir desequilíbrios hidroeletrolíticos e acido-básicos (alcalose, hipocloremia e hipocalemia) 
Esôfago torácico: anestesia inalatória com ventilação mecânica (tempo inspiratório 1 e ½ segundos e taxa respiratória 6 a 10 movimentos/minuto) 
Estômago: uso de anticolinérgicos na anestesia para reduzir a secreção gástrica (atropina ou glicopirrolato e preferencialmente anestesia inalatória 
Antibióticos: na indução e de 2 a 3 horas após (principalmente se houver extravasamento e se imunossuprimidos) 
ESOFAGITE 
Tratamento 
Corpo estranho já crônico > tratar precocemente 
Cimetidina 
Ranitidina 
Omeprazol 
Metocloramida (procinético) 
Cisaprida (procinético)
Sucralfato – se for resistente 
- continua no pós 
Antibióticos 
CORPO ESTRANHO
Objetos que causam obstrução parcial ou completa do esôfago, estômago ou intestino 
Podem ser qualquer tipo de objetos: tecidos, bolinhas,a gulhas, anzóis, agulhas, ossos 
Esôfago: locais mais frequentes entrada torácica, base do coração e caudal (próximo ao diafragma) 
Cuidado com perfuração 
Pressão excessiva pode levar a necrose 
Predisposição 
	Cães: raças pequenas e menos de 3 anos 
	Gatos: CE lineares e agulhas 
Históricos ou sinais: Disfagia, Regurgitação, Naúsea, Salivação, Mímica de vômito, Inapetência, Inquietação, Depressão, Desidratação, Angústia Respiratória, Distensão abdominal, Vômito, Anorexia, Acúmulo de gás e líquido proximal ao corpo estranho intestinal, Dor abdominal 
Diagnóstico 
Palpação em esôfago cervical e alças 
Sons pulmonares anormais: pneumonia aspirativa 
Sialorréia 
Dor a deglutição, dor abdominal 
Desidratação 
Alças plissadas 
Exames complementares 
RX simples ou contrastada 
Objeto radiopaco 
Dilatação esofágica 
Pneumonia 
Distorção da traqueia 
Alças com gás ou pregueamento de alças (CE LINEAR) 
Endoscopia > esôfago e estômago: pode as vezes ser o tratamento 
US: objetos que não são radiopacos 
TC OU RM

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