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PÉ TORTO CONGÊNITO DEFINIÇÃO É a deformidade mais importante por sua freqüência e dificuldade de TTO, bem como pelos escassos conhecimentos sobre a sua etiologia. Caracteriza - se por equinismo acentuado do retropé e antepé,bem como cavo plantar acentuado. Costuma-se denominar o PTC de pé equinovaro congênito. Outros termos na literatura: equinovaro congênito, club foot, pé torto, talipe equinovaro, pé torto idiopático. PREDOMINÂNCIA No sexo masculino (2:1). Na população a incidência é de 1:1000 nascidos vivos. Os caucasianos têm duas vezes maiores incidência do que em orientais. 60% é unilateral. O padrão hereditário pode estar presente, sendo que gêmeos monozigotos tem 30% a mais e dizigotos 4%. Em parentes de 1º grau a possibilidade é 20 vezes maior do que na população geral e nos parentes de 2º grau é 6 vezes maior. ETIOLOGIA Ainda são desconhecidos as causas e os fatores que levam a desencadear o defeito, bem como quando ocorre o início do problema. Existem duas teorias: FATORES INTRÍNSECOS Alterações histológicas musculares Alterações neurológicas Parada de desenvolvimento Defeito embrionário Anomalias nas inserções tendinosas FATORES EXTRÍNSECOS Aumento da pressão intra-uterina Oligodrâmnios: também determinam uma pressão anormal sobre os pés, ocasionando o defeito. OBS: A idéia mais aceita é que o problema tenha base histológica com desenvolvimento nas fases iniciais do desenvolvimento embrionário. PATOLOGIA Todos os estudos demonstram que o astrágalo é a principal causa por ter um tamanho menor e ser desviado plantar e lateralmente. O tornozelo é normal, o calcâneo encontra-se eqüino e varo. Há um leve desvio medial e a articulação calcâneocubicóide está subluxada medialmente. O NAVICULAR SITUA-SE MEDIALMENTE E SUPERIORMENTE O PONTO BÁSICO DA ANATOMOPATOLOGIA DO PTC É A LUXAÇÃO TALONAVICULAR 22.1.5 Há uma retração muito acentuada das partes moles, principalmente a borda medial do pé e na região do calcâneo. Os ligamentos e cápsulas estão intensamente retraídos. Os tendões e músculos flexores também estão retraídos. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é fácil, pois o aspecto externo do pé é bem característico. As alterações que definem o PTC são: - Equinismo do retropé - Varismo acentuado do calcâneo - Varismo e supinação do antepé - Cavo plantar acentuado CLASSIFICAÇÃO Existem 3 formas de PTC 1. POSTURAL 2. IDIOPÁTICO 3. TERATOLÓGICA (SECUNDÁRIO) TRATAMENTO Há uma unanimidade em relação a época de início do TTO. Todos os estudos, indicam como período ideal os primeiros dias de vida, nos quais a elasticidade é grande e ainda não ocorrem grandes retrações. (1ª semana) OBJETIVOS 1. CORREÇÃO DE TODA AS AS DEFORMIDADES 2. OBTER ASPECTO ANATÔMICO NORMAL 3. PÉS FLEXÍVEIS COM MOBILIDADE NORMAL 4. PÉS INDOLORES DURANTE A MARCHA E A PRÁTICA DE ESPORTES 5. NÃO APRESENTAR RECIDIVA 6. PERMITIR O INÍCIO DA MARCHA NA IDADE NORMAL 7. DEAMBULAÇÃO SEM CLAUDICAÇÃO 8. USO DE CALÇADOS NORMAIS INDICAÇÕES PARA TTO CIRÚRGICO Pés resistentes ao TTO conservador com gessos, que apresentam deformidades resistentes às manipulações. Pés não tratados ou com TTO interrompidos em que notamos muita resistência à correção manipulada, ou pés muito rígidos Paciente com mielomeningocele, artrogripose ou outras patologias neuromusculares, que determinam pacientes rígidos e com grande incidência de recidiva. COMPLICAÇÕES TARDIAS Quelóide e retração cicatrical Varismo dos metatarsais Equinismo do retropé Necrose isquêmica Deformidade óssea Supercorreção TRATAMENTO DO PACIENTE RECIDIVADO É CONSIDERADA UMA COMPLICAÇÃO TARDIA TRATAMENTO INADEQUADO MAL ORIENTADO COM CIRURGIA INSUFICIENTE EXTENSIVA SUBOPERADOS NA MAIORIA DAS VEZES IATROGENIA