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Displasia do Desenvolvimento do Quadril

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Displasia do Desenvolvimento do 
Quadril 
Caroline Lea o 
Objetivo 01: Principais defeitos ósseos com foco em displasia do desenvolvimento do 
quadril. 
 
 Metatarso varo 
-É a deformidade congênita mais comum do pé, sendo mais comum no sexo 
masculino e possui relação genética. É em 2/3 dos casos bilateral, e pode estar 
associado à displasia congênita do quadril. Estão presentes metatarsos em adução, 
antepé em varo e retropé em neutro ou discreto varo. Presente desde o nascimento, 
mais notado entre os 3 meses e 1 ano de idade. 
Para avaliação, delimitamos o centro do calcanhar com uma linha reta, que 
normalmente cai entre o segundo ou terceiro dedo. No pé com os metatarsos em varo 
a linha cai no 4 ou 5 dedo, provocando na criança um caminhar em varo. 
Como tratamento, em 80% dos casos possui correção espontânea, já nos 
casos em que não há correção devido a gravidade devemos fazer o mesmo gesso 
utilizado para o pé torto congênito (troca a toda semana). Em crianças após os 2 anos 
de idade e sem correção pode haver calosidade devido ao atrito com sapatos, e estes 
casos podem ser operados. 
Classificação: 
-leve: linha traçada pelo calcâneo passa no 3° dedo 
-moderada: 4°dedo 
-grave: 4° e 5° dedo 
O PTC pode ser classificado em: 
1. Postural: não apresenta rigidez e reduz com facilidade; 
2. Idiopático: maioria – apresenta deformidades bem estruturadas; 
3. Teratológico: secundário a doenças de base, como mielomeningocele e 
artrogripose. 
Pé calcâneo valgo 
O pé calcâneo valgo é a deformidade postural mais frequente em recém-
nascidos, variando desde 30 a 50% do total das deformidades posturais. 
É caracterizada pela dorsiflexão e eversão do pé em relação à perna. Os 
tecidos moles no dorso e na face lateral do pé estão retraídos e limitam a flexão 
plantar e a inversão do mesmo. 
O pé calcâneo valgo é classificado em três graus, de acordo com a gravidade 
da deformidade: No grau I (leve), é possível fletir plantarmente e inverter o pé além da 
posição neutra passivamente. O grau II (moderado) é caracterizado quando é possível 
fletir plantarmente e inverter o pé até a posição neutra passivamente, porém, além da 
posição neutra, oferece resistência. No grau III (grave), a face dorsal do pé toca a face 
anterior da perna; neste caso é difícil fletir plantarmente e inverter o pé até a posição 
neutra. 
A causa provável é a má postura intra-uterina potencializada na primigrávida 
devido a esta possuir útero pequeno e hipertônico, além de músculos abdominais 
fortes. É importante distinguir as deformidades posturais e as malformações 
congênitas. As malformações congênitas são defeitos que se originam durante a 
organogênese, o período de formação dos órgãos, enquanto as deformidades 
posturais constituem o resultado da deformação secundária de um segmento do corpo 
humano normalmente formado. 
A incidência e o tratamento do pé calcâneo valgo recebem diversas opiniões 
em diferentes estudos. Tal fato se traduz em algum grau de insegurança do médico 
ortopedista que, por sua vez, produz inquietação e insegurança nos pais da criança em 
relação ao tipo de tratamento a ser instituído e a evolução da deformidade. 
Assim, os pais não raramente procuram diversas opiniões médicas sobre o 
mesmo problema. Na prática, não encontramos uniformidade de condutas em relação 
ao pé calcâneo valgo. 
 
 
Torcicolo congênito 
O torcicolo congênito é definido como uma contratura do músculo lateral do 
pescoço, que, em geral, se manifesta no período neonatal ou em lactentes jovens. Sua 
incidência é de 1:250 recém-nascidos. A etiologia é desconhecida, mas parece ter 
relação com as condições do parto, como apresentações cefálicas à posição 
intrauterina, que causariam deficiência de circulação no músculo. 
O diagnóstico é clínico e se dá pela observação da posição da cabeça virada e 
do nódulo que pode estar presente no pescoço. Com frequência, esse nódulo é notado 
entre 10 e 15 dias de vida e pode aumentar até os 2 meses, atingindo o tamanho de 3 
cm, quando, então, começa a regredir e pode desaparecer completamente até o final 
do primeiro ano. 
Devido ao encurtamento muscular unilateral, a criança prefere dormir na 
posição virada. Essa posição constante da cabeça pode levar a um remodelamento nos 
ossos da face, alterando a forma da cabeça. 
O tratamento inicial é clínico, por meio de fisioterapia, com melhora de 95% 
das crianças antes do primeiro ano de vida. Os pais devem ser orientados e 
encorajados a participar, realizando os exercícios propostos, e a quantidade de sessões 
pode influenciar o tempo de resolução da doença. 
A intervenção cirúrgica pode ser necessária em crianças que continuam a ter 
limitação dos movimentos do pescoço, plagiocefalia significativa ou assimetria facial 
após 6 a 12 meses de idade. 
Plagiocefalia 
A plagiocefalia é uma deformidade da cabeça da criança, em geral transitória, 
que faz com que ela assuma uma aparência achatada. A plagiocefalia se desenvolve 
por um posicionamento vicioso da cabeça, mantido ou por um torcicolo congênito ou 
quando o crânio macio do bebê fica submetido a uma pressão constante ou repetida. 
Muitos bebês desenvolvem plagiocefalia quando ficam muito tempo dormindo ou 
sentado na mesma posição. Esta condição ocorre mais frequentemente 
em bebês prematuros cujos crânios são especialmente flexíveis. 
A plagiocefalia também pode se desenvolver por uma posição viciosa 
no útero, pela posição “assentada” do feto/bebê, por nascimentos múltiplos, por 
nascimento prematuro, por torcicolo congênito e por dormir numa mesma posição. 
A plagiocefalia congênita é uma malformação cerebral resultante de um 
ambiente intrauterino restritivo ou de um torcicolo congênito (um espasmo ou rigidez 
dos músculos do pescoço, ainda no útero) devido à manutenção prolongada de uma 
mesma posição (plagiocefalia posicional). 
A plagiocefalia é uma desordem tratável. O tratamento inclui exercícios 
especiais, variação da posição da cabeça durante o sono ou uso de órteses corretivas 
ou de moldagem. Os bebês com plagiocefalia normalmente respondem muito bem aos 
tratamentos não-invasivos, tais como as técnicas de reposicionamento, que os pais 
podem praticar em casa. Os pais devem alternar a direção da cabeça do bebê ao 
colocá-lo para dormir e evitar deixar o bebê por longos períodos em assentos, 
balanços, porta-bebês ou em outro lugar onde a cabeça fique imóvel por muito tempo. 
Luxação congênita do joelho 
A luxação congênita do joelho constitui deformidade rara: a tíbia desloca-se 
anteriormente ao fêmur. Essa patologia faz parte do grupo das deformidades de 
hiperextensão do joelho. Apresenta características clínicas e patológicas peculiares a 
cada caso. Esses detalhes devem ser considerados na escolha da correta classificação e 
na conduta específica de tratamento. 
http://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/1285653/torcicolo.htm
O deslocamento pode estar relacionado ao desequilíbrio muscular (se 
houver mielodisplasia ou artrogripose) ou à posição intrauterina. Deslocamento 
ipsolateral do quadril, muitas vezes, coexiste. 
Ao exame, a perna é estendida e não pode ser fletida mais do que uns 
poucos graus. 
Se o lactente, por outro lado, for normal, o tratamento deve ser instituído 
de imediato com movimentos passivos de flexão diários e uso de talas em flexão 
quase sempre resulta em joelho funcional. 
Displasia do quadril 
- O abrangente termo displasia de desenvolvimento do quadril (DDQ) 
descreve um espectro de distúrbios relacionados com o desenvolvimento anormal do 
quadril, que podem ocorrer em qualquer período, durante a vida fetal, infância ou 
adolescência. Uma mudança na terminologia de displasia congênita do quadril e 
luxação congênita do quadril para DDQ reflete mais adequadamente uma variedade de 
anormalidades do quadril, nas quais há um acetábulo raso, subluxação ou luxação. 
- Displasia do quadril é um termo que denota umaanormalidade no tamanho, 
na morfologia, na orientação anatômica ou na organização da cabeça femoral, na 
cavidade acetabular ou em ambos. A displasia acetabular é caracterizada pelo 
acetábulo imaturo, com a cavidade rasa que pode acarretar a subluxação ou a luxação 
da cabeça femoral. 
- Na subluxação do quadril, a cabeça femoral está deslocada de sua posição 
anatômica normal, mas ainda mantém algum contato com a cavidade acetabular. Na 
luxação do quadril não ocorre nenhum contato entre a cabeça femoral e a cavidade 
acetabular. 
- Denominamos "quadril instável" aquela articulação que se apresenta 
reduzida, na posição anatômica, mas em que é possível provocarmos a subluxação, ou 
a luxação da articulação. 
- Luxação teratológica - É produzida nos primeiros meses da vida intrauterina 
e ao nascimento reconheceremos não só a luxação como existirão alterações 
morfológicas de tal grau que a redução da articulação será muito difícil, senão 
impossível. Aqui se incluem as luxações associadas à artrogripose, à síndrome de 
Larsen e à deficiência femoral proximal (com todas as suas variantes), as 
neuromusculares e as que ocorrem nas síndromes genéticas. Neste grupo 
praticamente só encontramos quadris luxados, sendo inexistentes os quadros de 
subluxação ou de instabilidade. 
- A displasia congênita do quadril é uma das doenças que acompanham a 
história da Medicina, tendo sido descrita por Hipócrates. Uma doença de difícil 
diagnóstico, de evolução inicial silenciosa e indolor e que, caso não diagnosticada e 
tratada, levará à evolução desastrosa. 
- Na 11ª semana de vida intrauterina, o quadril já está completamente 
formado. A cabeça do fêmur é mantida no acetábulo pela tensão superficial causada 
pelo líquido sinovial, que provoca uma força de retenção semelhante a uma ventosa. 
Tal fator demonstra por que é extremamente difícil luxar um quadril normal. O 
principal estímulo para a forma côncava do acetábulo é a presença da cabeça do fêmur 
esférica bem localizada e centrada no seu interior. 
- A Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ) é o termo que designa os 
diversos distúrbios articulares resultantes dos defeitos de formação da relação normal 
entre o acetábulo e a porção proximal do fêmur. Esse termo substituiu o 
anteriormente utilizado (luxação congênita do quadril), englobando de maneira 
adequada as variações observadas nessa condição, como instabilidade do quadril, 
displasia acetabular, subluxação e luxação propriamente dita. 
- A displasia por si só nem sempre acompanha instabilidade. Da mesma forma, 
em condições de hiperfrouxidão ligamentar, como síndrome de Down, síndrome de 
Ehlers-Danlos etc., não se observa DDQ. A frouxidão da cápsula pode trazer alguma 
instabilidade, sem luxação franca. 
- A DDQ pode ser típica ou teratogênica. Esta última está associada a outras 
malformações, como artrogripose e mielomeningocele. Nesses casos, a luxação, em 
geral, é mais acentuada, com o posicionamento da cabeça do fêmur muito proximal 
em relação ao acetábulo e de difícil redução com a manipulação. 
EPIDEMIOLOGIA 
- A incidência da DDQ é variável, dependendo de vários fatores, inclusive da 
localização geográfica. Aproximadamente um em cada 1.000 recém-nascidos poderá 
nascer com o quadril luxado e cerca de 10 em 1.000 com o quadril subluxado 
(instável). 
- O quadril esquerdo é o mais afetado (60%) e o quadril direito é o menos 
afetado (20%) nas situações de unilateralidade, sendo a bilateralidade menos 
frequente (20%). 
- Por razões desconhecidas, a DDQ afeta em menor frequência os indivíduos 
da raça negra e existe um acometimento maior nos italianos e descendentes, inclusive 
quando estudamos as populações que emigraram para outras regiões geográficas. 
FATORES DE RISCO 
- Os fatores de risco para a DDQ incluem: sexo feminino, raça branca, 
primiparidade, mãe jovem, apresentação pélvica ao nascimento, história familiar, 
oligohidrâmnio, recém-nascido com maiores peso e altura e com deformidades nos 
pés ou na coluna vertebral. 
- A DDQ predomina no sexo feminino, de 6 a 8:1, sendo o lado esquerdo o 
mais afetado – 60%, fato que tem relação com a posição fetal mais comum: dorso 
lateral esquerdo; bilateralmente, o distúrbio apresenta-se em 20% dos casos. 
- A DDQ está associada a apresentação pélvica, gestação gemelar, 
oligodrâmnio, primogênitos, raça branca e história familiar positiva. Pode apresentar 
outras deformidades posicionais associadas, como metatarso varo, calcâneo valgo, 
contratura em extensão dos joelhos, torcicolo congênito e plagiocefalia. 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
- A causa da DDQ é desconhecida, mas acredita-se que certos fatores tais 
como sexo, ordem do nascimento, histórico familiar, posição intrauterina, tipo de 
parto, frouxidão articular e posicionamento pós-natal influenciam o risco de DDQ. Os 
fatores predisponentes associados à DDQ podem ser divididos em três amplas 
categorias: 
- Fatores fisiológicos, os quais incluem a secreção de hormônios maternos e o 
posicionamento intrauterino; 
- Fatores mecânicos, os quais envolvem a apresentação pélvica, fetos 
múltiplos, oligodrâmnio e tamanho grande do lactente (outros fatores mecânicos 
podem incluir manutenção contínua dos quadris em abdução e extensão, que irão 
causar uma luxação com o tempo); 
- Fatores genéticos, os quais ocorrem com uma incidência de DDQ mais alta 
em irmãos de lactentes acometidos e uma incidência ainda maior de recorrência se um 
irmão e um dos pais são acometidos. 
- Alguns especialistas categorizam a DDQ em dois grupos principais: 
 Idiopática, na qual o lactente é neurologicamente hígido. 
 Teratológica, que envolve um defeito neuromuscular, tal como artrogripos 
e ou mielodisplasia. As formas teratológicas geralmente ocorrem no útero e são bem 
menos comuns. 
- Configuração e relação das estruturas na displasiade desenvolvimento do 
quadril. 
1. Displasia acetabular – Esta é a forma mais leve da DDQ, na qual não há 
nem subluxação e nem luxação. Há um atraso no desenvolvimento acetabular 
evidenciado pela hipoplasia óssea do teto acetabular, que é oblíquo e raso, apesar de 
o teto cartilaginoso estar com parativamente hígido. A cabeça do fêmur permanece no 
acetábulo. 
2. Subluxação – A maior porcentagem de DDQ, a subluxação, implica a 
luxação incompleta do quadril e, às vezes, é considerada como um estado 
intermediário entre o desenvolvimento da displasia primária e a luxação completa. A 
cabeça do fêmur permanece em contato como acetábulo, mas uma distensão da 
cápsula e do ligamento redondo faz com que a cabeça do fêmur seja parcialmente 
deslocada. A pressão no teto cartilaginoso inibe a ossificação e produz um 
achatamento do alvéolo. 
3. Luxação – A cabeça do fêmur perde o contato com o acetábulo e é 
deslocada para trás e para cima sobre o aro fibrocartilaginoso. O ligamento redondo 
apresenta-se distendido e tenso. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Lactentes 
- Encurtamento do membro no lado acometido (sinal de Galeazzi); 
- Restrição da abdução do quadril no lado acometido; 
- Pregas glúteas desiguais (mais bem visualizadas com o lactente na posição 
prona); 
- Teste de Ortolani positivo (redução do quadril pela abdução); 
- Teste de Barlow positivo (luxação do quadril pela abdução). 
 Lactentes mais Velhos e Crianças 
- A perna acometida parece mais curta que a outra; 
- Mobilidade articular telescópica ou em pistão: Sente-se a cabeça do fêmur 
se mover para cima e para baixo nas nádegas ,quando firmemente estendida e 
empurrada primeiro em direção à cabeça da criança e, então, tracionada distalmente; 
- Sinal de Trendelenburg: Quando a criança fica de pé, primeiramente em um 
pé e então, no outro (segurando em uma cadeira, grade ou na mão de alguém), 
sustentando peso no quadril acometido, a pelve se inclina para baixo no lado normal 
em vez de se inclinar para cima, assim como o faria com uma estabilidade normal; 
- Proeminênciado trocânter maior aparecendo acima de uma linha que liga a 
espinha ilíaca anterosuperior à tuberosidade do ísquio; 
- Lordose acentuada: andar com passos curtos (luxação bilateral de quadril); 
- Marchas gingadas (luxações bilaterais). 
Outros achados clínicos são: 
1. Dobras cutâneas assimétricas da coxa e poplíteas (sinal de Peter-Bade); 
2. Assimetria das dobras inguinais; 
3. Assimetria das pregas glúteas; 
4. Encurtamento aparente do fêmur (sinal de Galeazzi) 
5. Limitação da abdução (sinal de Hart) – sinal mais confiável após os 3 meses 
de idade; 
6. Frouxidão em extensão do quadril e joelho (o normal é até os 3 meses, em 
uma contratura em 15 a 20° de flexão); 
7. Se a DDQ não for diagnosticada e tratada, as repercussões clínicas afetarão 
a deambulação, que terá claudicação devido à diferença do comprimento dos 
membros inferiores e fraqueza do músculo glúteo médio (teste de Trendelenburg 
positivo) e rotação externa do membro quando há acometimento bilateral 
(hiperlordose e marcha anserina). 
DIAGNÓSTICO 
- O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, para que o 
tratamento seja menos agressivo e tenha maior chance de sucesso. Desde que 
realizado antes do 3º mês de vida, o tratamento atingirá alta porcentagem de êxito. 
- O médico deverá perceber alguma assimetria dos membros inferiores, 
assimetria de pregas cutâneas, dificuldade em abduzir os membros inferiores, excesso 
da rotação externa destes, desproporção da bacia ou encurtamento aparente dos 
membros inferiores em relação ao tronco. Os pais da criança são geralmente os 
primeiros a verificar tais fatos. 
- Os exames mais importantes, que são realizados de rotina em todos os 
recém-nascidos, são os testes de Barlow e de Ortolani. Ambos devem ser realizados 
em um quadril de cada vez. 
- É importante lembrar que só se conseguem realizar esses testes até os Três 
meses; após esse período, a chance de algum deles ser positivo é muito pequena, 
mesmo que exista displasia ou luxação. 
 
 Objetivo 02: Testes de Ortolani e de Barlow 
 
- A situação ideal é o exame no berçário, ou nos primeiros dias de vida. 
Obviamente caracterizamos a história, os fatores de risco e os antecedentes, para a 
elaboração do diagnóstico. 
- O diagnóstico precoce pode ser considerado como relativamente simples 
seguro e que proporciona um tratamento geralmente eficaz. Resultados obtidos com o 
diagnóstico precoce e classificados como bons e excelentes são referidos tanto na área 
ortopédica como na área pediátrica. O tratamento precoce proporciona níveis de, 
aproximadamente, 96% bons resultados. 
- O exame do quadril do recém-nascido deverá, portanto, ser rotineiro e 
enfatizado ainda no berçário e, também, no seguimento ambulatorial da criança, nas 
primeiras semanas e meses de vida. No recém-nascido e nos bebês o diagnóstico da 
DDQ é eminentemente clínico e realizado com as manobras de Ortolani e de Barlow. 
Estes testes tomarão muito pouco tempo na rotina do exame físico do recém-nascido. 
SINAL DE ORTOLANI 
 - O sinal de Ortolani é um teste de redução do quadril, ou seja, quando um 
recém-nascido com a articulação coxofemoral luxada é examinado, a cabeça femoral é 
reduzida no acetábulo com a manobra, assim sendo demonstrada a luxação. 
- A manobra é realizada com a criança em decúbito dorsal com os quadris e os 
joelhos em posição de flexão de 90°, com as coxas em adução e com rotação interna 
leves. Examinamos um dos quadris de cada vez, com o outro bem estabilizado, em 
posição de leve abdução. 
- Ao efetuarmos um movimento de abdução dos quadris, podendo ser 
acompanhado por uma leve rotação externa das coxas, poderemos ter a sensação de 
um "ressalto" na articulação patológica (às vezes poderemos ter até uma sensação 
audível desse "ressalto"). O sinal é dito, então, Ortolani positivo. 
- A manobra de Ortolani não deverá ser executada com esforço e, sim, com 
delicadeza e com a criança perfeitamente calma, pois é uma redução do quadril 
luxado. Uma criança que está chorando muito, agitada, dificultará e atrapalhará 
sobremaneira a realização e a conclusão do exame. 
- Entre os três e os seis meses de idade, a redução do quadril de uma criança 
acordada poderá ser difícil; por isto, nesta faixa etária não é comum encontrarmos 
crianças com o sinal de Ortolani positivo. Portanto, neste grupo, a manobra de 
Ortolani perde o seu valor diagnóstico. 
SINAL DE BARLOW 
- O sinal de Barlow é exatamente o oposto, ou seja, é uma manobra 
provocativa da luxação de um quadril instável. O teste de Barlow determinará o 
potencial para a luxação do quadril examinado. A coxa do paciente é mantida em 
ângulo reto com o tronco, em posição de adução; força será exercida pelo joelho da 
criança em direção vertical ao quadril, em um esforço para deslocar a cabeça femoral 
do interior do acetábulo. O examinador procura um sinal de "pistonagem" no quadril 
em exame, que poderá ou não ser acompanhado por "ressalto". 
- Se o quadril é reduzido pela manobra de Ortolani, a cabeça femoral ficará 
perfeitamente alojada na cavidade acetabular; entretanto, com a flexão do quadril e 
levando-se a coxa para a posição de adução, a cabeça femoral luxa, podendo ser 
deslocada posteriormente em relação ao acetábulo, caracterizando, então, o quadril 
instável. 
- No teste de Barlow, a parte superior do fêmur é mantida entre os dedos 
indicador e médio e sobre o trocanter maior, e o polegar na região inguinal. A cabeça 
femoral poderá ser alavancada para dentro e para fora da articulação, confirmando a 
instabilidade. 
 
Um outro sinal tardio é o de Galeazzi ou de Allis: com a criança deitada e com 
os joelhos fletidos, eles não estarão na mesma altura, denotando já a diferença de 
comprimento entre os membros inferiores. Evidentemente este sinal será mais claro 
nos casos unilaterais. 
 
Objetivo 03: Principais patologias osteomusculares da infância. 
 
- LEGG-CALVÉ-PERTHES 
- Essa doença é causada por um fornecimento de sangue insuficiente para a 
parte superior da placa de crescimento do fêmur, perto da articulação do quadril. 
- A doença Legg-Calvé-Perthes é uma osteocondrose, que é um grupo de 
distúrbios da placa de crescimento dos ossos que ocorre quando a criança está 
crescendo rapidamente. Os médicos não sabem o que causa a osteocondrose, porém 
os distúrbios parecem ser de fato um mal de família. 
- A doença de Legg-Calvé-Perthes se desenvolve mais comumente em 
meninos entre os cinco e dez anos de idade. A doença, em geral, afeta somente uma 
perna. Cerca de 10% das crianças têm um pai ou mãe que teve a doença. Ela é causada 
por um fornecimento de sangue insuficiente para a parte superior da placa de 
crescimento do fêmur, perto da articulação do quadril. 
- O fornecimento de sangue insuficiente faz com que ocorra a necrose e o 
colapso da extremidade do fêmur (necrose avascular ou osteonecrose). A causa desse 
fornecimento de sangue insuficiente na doença de Legg-Calvé-Perthes é desconhecida. 
Outros problemas também podem causar a interrupção do fornecimento de sangue 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-nas-crian%C3%A7as
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/osteonecrose/osteonecrose
para as placas de crescimento. Esses problemas incluem anemia falciforme e o 
consumo de corticosteroides. Contudo, danos ao quadril decorrentes dessas e deoutras causas conhecidas não são considerados doença de Legg-Calvé-Perthes. 
- Trata-se de necrose avascular autolimitada da epífise femoral proximal do 
fêmur, que acomete o esqueleto imaturo, entre os 4 e 12 anos (mais comum dos 4 aos 
8), e é idiopática. A incidência é maior no sexo masculino, com relação de 4 a 5:1. A 
causa é desconhecida e pode ser multifatorial, sendo a principal teoria a vascular, 
relacionada com deficiência das proteínas C e S, que levaria à formação de 
microêmbolos e a consequente infarto da cabeça do fêmur. 
- Outras teorias incluem trauma, conceito de criança com “predisposição” à 
doença, de acordo com distúrbios do crescimento e desenvolvimento (como atraso na 
idade óssea em relação à idade cronológica verificado nos pacientes), hiperatividade 
ou déficit de atenção, hereditariedade, fatores ambientais, sequela de sinovite, 
influência genética, fatores nutricionais, anormalidades de coagulação e fumantes 
passivos. 
QUADRO CLÍNICO 
- O paciente apresenta-se com dor no quadril, na região inguinal e/ou no 
joelho, neste último por irradiação do nervo obturatório. Todo paciente pediátrico 
com queixa no joelho deve ter o quadril investigado. 
- Geralmente, acomete o sexo masculino (4 vezes mais frequente do que o 
sexo feminino); a bilateralidade está presente em 10 a 12% dos casos (sobretudo em 
fases distintas de evolução). 
- Pode haver limitação da amplitude de movimento do quadril e claudicação, 
com frequência, unilateral, tendo cerca de 10% de bilateralidade. Sintomas: dor 
inguinal ou na face anterior da coxa, ou dor referida no joelho. Sinais: claudicação e 
limitação da abdução e rotação interna do quadril. 
- A faixa etária acometida é de 2 a 12 anos, predominantemente, entre 4 a 8 
anos. Nos casos crônicos, pode haver fraqueza do músculo glúteo médio, com sinal de 
Trendelenburg positivo. Os diagnósticos diferenciais incluem anemia falciforme e 
outras hemoglobinopatias, uso de corticosteroides por tempo prolongado, após 
luxação traumática do quadril, tratamento de DDQ, sinovite transitória, pioartrite, 
artrite reumática. Quando bilateral, deve-se pensar em displasias epifisárias, 
hipotireoidismo e anemias hemolíticas. 
São sinais clínicos de pior prognóstico: 
1. Dor à mobilização e contratura em adução; 
2. Idade > 8 anos; 
3. Sexo feminino; 
4. Obesidade. 
A doença, como já mencionado, é autolimitada, e sua história natural é 
dividida em 4 estágios: 
1. Necrose: fase dolorosa; à radiografia, apresenta-se com aumento da 
densidade da epífise; 
2. Fragmentação: período de vulnerabilidade mecânica da cabeça femoral, no 
qual o osso desvitalizado é gradualmente substituído por um osso novo 
(radiotransparente) e fica suscetível a deformidades causadas pela descarga de peso e 
pela pressão excêntrica do labrum acetabular. À radiografia, essa fase apresenta o 
sinal “do crescente”, ou de Caffey: uma fratura do osso subcondral; 
3. Reossificação: quando a densidade retorna ao normal, e é possível observar 
as alterações na forma da cabeça; 
4. Remodelamento ou residual ou sequela: pode apresentar vários padrões de 
deformidade. 
EPIFISIÓLISE PROXIMAL DO FÊMUR 
- Epifisiólise do quadril é afecção caracterizada pelo aumento da espessura, e 
conseqüente enfraquecimento, da placa de crescimento proximal do fêmur no nível da 
cama da hipertrófica. O estresse mecânico, aplicado à placa fisária enfraquecida, 
facilita o escorregamento da epífise em relação ao colo femoral (epifisiolistese). 
- Na terapêutica atual preconiza-se a fusão da placa epifisária (epifisiodese) 
mediante a fixação in situ com um único parafuso canulado, tanto nos pré-
deslizamentos como nos escorregamentos leves e moderados. Nos casos graves a 
indicação de osteotomias corretivas é motivo de polêmica devido ao grande número 
de complicações resultantes 
- Embora a doença ocorra na adolescência, o escorregamento acarreta 
alteração mecânica em articulação de carga, e isto pode desencadear, no futuro, a 
osteoartrose degenerativa do quadril, daí a necessidade de estabelecer precocemente 
o diagnóstico e instituir tratamento adequado. 
- Também chamada de deslizamento, escorregamento, descolamento do 
fêmur proximal ou coxa vara do adolescente, é um dos distúrbios mais comuns que 
afetam o quadril durante a adolescência (geralmente dos 9 aos 16 anos). 
- Durante o período do estirão, ocorre o enfraquecimento da placa de 
crescimento (fise - ao nível da camada hipertrófica da placa de crescimento proximal 
do fêmur), e o colo do fêmur desloca-se em direção anterossuperior em relação à 
epífise. Essa alteração parece acometer todas as placas de crescimento dos ossos 
longos, porém somente no fêmur proximal a fise é inclinada e sujeita às forças de 
cisalhamento do peso do corpo. 
- A epifisiólise predomina no sexo masculino (2M/1 Feminino) dos 10 aos 16 
anos e, no sexo feminino, dos 9 aos 15 anos. Manifesta-se mais em meninos da raça 
negra, sendo o lado esquerdo mais acometido. Pode ser bilateral em 25 a 50% e 
associa-se a distúrbios endocrinológicos, como hipotireoidismo, resistência periférica à 
insulina, pan-hipopituitarismo, hipogonadismo, obesidade, ao biótipo obeso com 
genitália hipodesenvolvida (Fröhlich), que é o mais comum, e também ao biótipo alto e 
magro (Mikulicz). 
- A etiologia permanece desconhecida, mas várias teorias tentam explicar a 
causa; as mais aceitas são: disfunções hormonais, traumática, por hereditariedade, 
anatômica (excessiva retroversão do colo) e inflamatória. Trata-se de uma doença da 
placa de crescimento, mais precisamente, na camada hipertrófica da placa. A 
prevalência varia muito, dependendo da região estudada, mas considera-se que ocorra 
em 2 adolescentes por 100.000 indivíduos. 
QUADRO CLÍNICO 
- O quadro clínico da epifisiólise é caracterizado por dor no joelho, que se 
deve à irradiação pelo nervo obturatório, além de dor no quadril/na virilha. A dor é 
insidiosa, geralmente, e com episódios de agudização, acompanhada de marcha 
claudicante com rotação externa do membro acometido. 
- Dependendo da gravidade, o paciente pode ser incapaz de apoiar o membro 
afetado. É comum apresentar, durante o exame físico, a perda da rotação interna à 
medida que o quadril é flexionado. A flexão é limitada, e o quadril tende a rodar 
externamente, caracterizando o sinal de Drehmann. A epifisiólise pode apresentar-se 
de forma aguda, crônica ou crônica agudizada, sendo o padrão crônico o mais comum. 
1. Aguda: até 3 semanas; nesses casos, o quadro clínico apresenta-se de 
maneira abrupta, geralmente provocada por algum trauma ou esforço; 
2. Crônica: mais comum, acima de 3 semanas, já apresentando sinais 
radiográficos de remodelamento no colo do fêmur; 
3. Crônica agudizada: dor e claudicação de início insidioso, com súbita 
exacerbação dos sintomas. 
SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL 
- Sinovite Transitória do Quadril é um problema inflamatório, autolimitado e 
não específico, que envolve a articulação do quadril - localizada entre a bacia e a coxa. 
Como o próprio nome diz, é transitório e se cura espontaneamente. 
Sinais: 
 A criança está mancando ou não consegue apoiar o membro inferior no 
solo. 
 Sente dor localizada na face anterior (na parte da frente) do quadril e da 
coxa, podendo atingir o joelho. 
 Frequentemente a doença ocorre durante ou após um quadro viral. 
Porém, algumas vezes, a dor no quadril aparece antes. 
 Algumas doenças alérgicas também podem desencadear um processo 
inflamatório nas articulações, semelhantes à sinovite transitória. 
 Geralmente a movimentação do quadril é acompanhada de dor. 
- Trata-se de causa mais comum de dor no quadril na população pediátrica, de 
curso autolimitado e etiologia desconhecida, porém associada a algum processo 
infeccioso recente, reações alérgicas e traumas. 
- Atinge indivíduos de 3 a 12 anos – meninos mais do que meninas, na 
proporção de 2:1. Setenta por cento doscasos estão relacionados à infecção viral ou 
bacteriana de vias áreas superiores, otites ou gastrintestinais. Apresentam-se em bom 
estado geral, alguns casos com febre baixa, marcha antálgica e dor moderada no 
quadril acometido. 
- A mobilidade articular pode estar limitada, principalmente a abdução e a 
rotação interna, e a criança tende a manter o quadril discretamente em flexão e 
rotação externa. É um diagnóstico de exclusão, devendo ser afastadas outras causas, 
como pioartrite, doença de Perthes, epifisiólise etc.

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