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APOSTILA Educação Física na Perspectiva Interdisciplinar UNINA

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Educação Física na Perspectiva Interdisciplinar 
Autores: D.ra Maria Tereza Costa 
Revisão de Conteúdos: Esp. Irajá Luiz da Silva 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Maria Tereza Costa 
 
 
 
 
Educação física na perspectiva 
interdisciplinar 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
COSTA, Maria Tereza. 
Educação física na perspectiva interdisciplinar / Maria Tereza Costa. – 
Curitiba, 2018. 
40 p. 
Revisão de Conteúdos: Irajá Luiz da Silva. 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki. 
Material didático da disciplina de Educação física na perspectiva 
interdisciplinar – Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
 ISBN: 978-85-5475-244-6 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
Prezado (a) estudante: apresento aqui a disciplina Educação Física na 
Perspectiva Interdisciplinar, parte do curso de Pós-Graduação em Educação 
Física Escolar. Em nossa primeira aula abordaremos aspectos relacionados ao 
conceito de interdisciplinaridade enquanto abordagem metodológica que integra 
conceitos, teorias e fórmulas para a compreensão do objeto de estudo enquanto 
um fenômeno sistêmico. 
Nossa segunda aula apresenta as possibilidades da interdisciplinaridade 
a partir da disciplina de Educação Física e a inserção desta prática no currículo 
escolar, de forma a permitir o entendimento de um mesmo fato, a partir de 
diferentes olhares e diferentes enfoques teóricos, para a construção de 
diferentes saberes. 
Nosso terceiro encontro versa sobre a reflexão crítica e dialética 
necessária à prática da interdisciplinaridade, o que envolve repensar o Projeto 
Político-Pedagógico da escola, em toda a sua dimensão. 
O quarto e último encontro discute possibilidades do exercício da 
interdisciplinaridade no âmbito da escola e apresenta uma prática lúdica em que 
essa alternativa se consolida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 – Educação Física e Interdisciplinaridade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/f880ce2f9e4feb9154d9076db9ab19
26.jpg 
 
 
Apresentação da aula 1 
 
A primeira aula da disciplina “Educação Inclusiva na perspectiva 
interdisciplinar” irá apresentar o conceito de interdisciplinaridade e sua atuação 
na educação básica, de forma sistêmica, enquanto vetor de reflexão destinado 
ao repensar do processo educacional que ainda se apresenta, na escola, de 
forma fragmentada. 
A disciplina de Educação Física, enquanto componente curricular da 
educação básica, tem importante papel na formação dos estudantes, no sentido 
de sua participação em esportes de diferentes naturezas, jogos, danças, lutas, 
ginásticas e práticas diversas de aptidão física. 
Em seu percurso histórico, a Educação Física tem sua presença 
registrada a partir do final do século XVIII e início do século XIX, sendo 
trabalhada, no contexto escolar, como prática de ginástica, em função da grande 
preocupação com o corpo saudável, demonstrando assim a dualidade presente 
na sua concepção, ou seja, a priorização do trabalho, essencialmente, com o 
 
7 
 
corpo, resultado de uma filosofia que separava corpo e mente, alusão a 
Descartes, filósofo e matemático francês, criador do pensamento cartesiano, 
onde a essência do ser é o pensamento, a consciência do ser humano e sua 
capacidade de pensar, de raciocinar. 
 
Saiba Mais 
René Descartes (1596 – 1650) filósofo, físico e matemático 
francês, “considerado o pai da filosofia moderna”, cujo nome 
latino era Cartesius, que deu nome ao pensamento 
cartesiano. O racionalismo cartesiano é um pensamento 
estabelecido por Descartes em suas obras o “Discurso do 
Método” (1637) e “Meditações Metafísicas” (1641), onde 
expressa sua preocupação com o problema do 
conhecimento. [...] O Dualismo Cartesiano ou Dualismo 
Psicofísico (ou ainda Dicotomia Corpo-Consciência), é um 
conceito segundo o qual o ser humano é um ser duplo, 
composto de uma substância pensante e uma substância 
extensa. Isso porque o corpo é uma realidade física e 
fisiológica e, como tal, possui massa, extensão no espaço e 
movimento, como também desenvolve atividades de 
alimentação, digestão etc., sempre sujeito às leis 
deterministas da natureza, enquanto os fenômenos mentais 
não têm extensão nem localização no espaço. A mente 
realiza atividades de recordar, raciocinar, conhecer e querer, 
sem se submeter às leis físicas, mas são o lugar da 
liberdade. 
https://www.significados.com.br/cartesiano/ 
 
Ao longo dos tempos, esta concepção de Educação Física passou a sofrer 
várias influências pedagógicas, no sentido de fortalecer sua existência enquanto 
disciplina escolar e justificar sua presença no espaço educacional, o que levou 
estudiosos e pesquisadores da área se debruçarem sobre o tema, no sentido de 
desenvolver intensas reflexões a respeito da superação da dualidade 
corpo/mente e a fragmentação da própria disciplina. Campanholi; Palma (2008) 
registram, em suas pesquisas, que: 
 
A Educação Física, nosso foco maior de pesquisa, enfrenta uma 
grande dificuldade em legitimar-se enquanto área de conhecimento, 
pois vem a décadas sendo concebida cartesianamente; o que é 
decorrência de uma concepção de homem dual arrastada e mantida a 
séculos pelas sociedades. Nessa concepção a Educação Física 
consiste em ser apenas área de atividade, responsável pelo “corpo”, 
 
8 
 
pela carne, parte esta que, sob esta ótica, não tem participação alguma 
na tomada de consciência e produção do conhecimento humano 
(CAMPANHOLI; PALMA, 2008). 
Superando a divisão cartesiana entre corpo e mente, a Educação Física 
se insere, em sua dinâmica, no contexto escolar, como uma área que usufrui e 
produz conhecimentos, onde seus conteúdos têm relação com outras disciplinas, 
por meio do desenvolvimento de atividades, na forma interdisciplinar. Desta 
maneira, participa do processo educacional enquanto elucidação da realidade, 
uma vez que, tendo a capacidade de compreender esta mesma realidade, 
também age sobre ela. 
A interdisciplinaridade tem presença constante em espaços que discutem 
a educação contemporânea, uma vez que busca efetivar a integralidade entre 
os conhecimentos para que estes não sejam trabalhados de maneira isolada, 
estanques, como se não houvesse a menor possibilidade de entendê-los 
enquanto constituintesde um todo. Ultrapassar a visão cartesiana e fragmentada 
que leva ao reducionismo do conhecimento, para acessar uma concepção 
unitária do mesmo, permite compreender que as disciplinas contribuem, umas 
com as outras, para construir um processo de ensino e de aprendizagem que 
tenha como norte a visão de totalidade, por meio de uma trajetória que rompa 
com os limites e fronteiras (inexistentes) entre as disciplinas, formando um todo 
integrado. 
Para Dórea (2011), 
 
[...] há que se desenvolver uma nova metodologia de trabalho que 
implique diretamente na integração dos conhecimentos; no passar de 
uma concepção fragmentada para uma concepção unitária de 
conhecimento; no superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, 
considerando o estudo e a pesquisa, a partir, da contribuição das 
diversas ciências e um processo de ensino-aprendizagem centrado na 
visão de que aprendemos ao longo da vida (DÓREA, 2011). 
 Portanto, uma prática pedagógica desenvolvida de forma interdisciplinar 
vai muito além de apresentar a disciplina e atuar sobre os conteúdos que dela 
fazem parte. Compreende articular conhecimentos, desenvolver o saber, 
relacionar este novo conhecimento com aprendizagens prévias e com o 
cotidiano, percorrer diferentes caminhos, construídos por meio de diferentes 
olhares sobre o mesmo objeto, refletir sobre esses múltiplos olhares, praticar 
esse novo saber, para então, enquanto um movimento ininterrupto, uma vez que 
 
9 
 
o exercício do conhecimento é dinâmico, desenvolver teses convidativas de 
reflexões que permitam construir novos saberes a se efetivarem em importantes 
mudanças que resultam em novas atitudes a se consolidarem a partir de 
aprendizagens verdadeiramente significativas. 
 
Para Refletir 
Será que a interdisciplinaridade vem sendo desenvolvida na 
Educação Básica e está contribuindo para a construção de 
aprendizagens significativas? 
 
 
 
 A assimilação de um novo conhecimento se dá quando uma nova 
informação entra em interação com outra já existente na estrutura cognitiva do 
indivíduo, se tornando significativa na medida em que se apresenta como 
relevante, ou seja, que realmente faz a diferença na vida da pessoa. 
 Para que uma nova informação seja relevante, torna-se fundamental 
entendermos que essa relevância diz respeito ao reconhecimento de sua 
importância e de seu valor, a partir de uma relação afetiva que estabelecemos 
com este novo objeto do conhecimento, uma relação positiva que exige a 
vinculação deste com um conhecimento prévio, que dê significado à estrutura 
cognitiva do sujeito aprendiz. Para Moreira (2010), 
 
Aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas 
simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com 
aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, não 
ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com 
qualquer ideia prévia, mas sim com algum conhecimento 
especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito 
que aprende [...]. É importante reiterar que a aprendizagem significativa 
se caracteriza pela interação entre conhecimentos prévios e 
conhecimentos novos, e que essa interação é não-literal e não-
arbitrária. Nesse processo, os novos conhecimentos adquirem 
significado para o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos 
significados ou maior estabilidade cognitiva (MOREIRA, 2010). 
 
 
 
 
10 
 
Ví deo 
Interdisciplinaridade – Atividades “Virando o Jogo”. 
https://www.youtube.com/watch?v=J002DKjEsMk 
 
 
 
Conforme o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 
interdisciplinaridade é algo “que estabelece relações entre duas ou mais 
disciplinas ou ramos de conhecimento” ou “que é comum a duas ou mais 
disciplinas”. Portanto, interdisciplinaridade é a integração entre duas ou mais 
disciplinas ou áreas do conhecimento para um fim comum. Refere-se a uma 
abordagem metodológica que integra conceitos, teorias e fórmulas para 
compreender o objeto de estudo como um fenômeno sistêmico. 
No sentido de compreender o termo “sistêmico” vamos encontrar que este 
diz respeito à “visão sistêmica”, enquanto capacidade de identificar ligações de 
fatos particulares do sistema como um todo, ou seja, conhecimento do todo, de 
modo a permitir a análise ou a interferência no mesmo. 
 
Importante 
Em suas pesquisas, leia a respeito da interdisciplinaridade e sua 
relação com áreas do conhecimento e com outros conteúdos. 
 
 
 
A inserção e discussão sobre interdisciplinaridade no Brasil teve a 
presença de dois grandes pesquisadores: Hilton Japiassu e Ivani Fazenda, os 
quais oferecem significativa e importante contribuição à discussão do tema, por 
meio de pesquisas, participações em eventos acadêmicos e publicações. 
Japiassu, em seus estudos sobre interdisciplinaridade, aponta a 
importância de esclarecer, primeiramente, o termo disciplinaridade, o que faz da 
seguinte forma: 
 
11 
 
[...] disciplinaridade significa a exploração científica especializada de 
determinado domínio homogêneo de estudo, isto é, o conjunto 
sistemático e organizado de conhecimentos que apresentam 
características próprias nos planos do ensino, da formação, dos 
métodos, e das matérias; esta exploração consiste em fazer surgir 
novos conhecimentos que substituem aos antigos (JAPIASSU, 1976). 
 
 
Em Japiassu encontramos o termo interdisciplinar referindo-se à conexão 
e às trocas teóricas e metodológicas com outras especialidades, permitindo um 
entrelaçamento de diferentes saberes disciplinares e uma nova concepção 
voltada aos conhecimentos concernentes à realidade. Assim sendo, 
interdisciplinaridade, no processo de ensino e aprendizagem da Educação 
Física, se dá de forma sistêmica, relacionada e pertinente à realidade, 
ultrapassando ações por meio de conceitos, teorias e práticas desvinculadas de 
outras disciplinas. 
 
Curiosidade 
Conforme Fazenda (1994), o movimento interdisciplinar 
surgiu na França e na Itália em meados da década de 1960, 
época em que surgiam movimentos estudantis que 
colocavam em discussão a necessidade de um novo estatuto 
para a universidade e para a escola (FAZENDA, 1994). 
 
Este movimento procurou ser representativo de um modelo de educação 
que trouxesse a interdisciplinaridade como: 
 Promotora de diálogos interdisciplinares, onde, os docentes buscam 
consolidar a relação existente entre as disciplinas, no sentido de construir 
uma educação que supere a concepção fragmentada, dando lugar à 
relação entre as partes, em um exercício de complementaridade. 
 Elucidação da realidade que, para ser verdadeiramente conhecida e 
exercitada, precisa ter reveladas suas características e seus mais 
importantes aspectos. 
 Produtora e fornecedora de conhecimentos em uma dimensão que supera 
a concepção fragmentada, em direção à concepção unitária de saberes. 
 
12 
 
 Eliminação de barreiras artificiais entre os conhecimentos produzidos 
histórica e socialmente, por meio de metodologias voltadas à integração 
dos mesmos. 
 Promoção de situações em que o estudante tenha acesso ao 
conhecimento por meio da junção deste com realidade concreta, no 
sentido de, ao apropriar-se de novos saberes, pode visualizar sua relação 
com a vida cotidiana e com o ambiente circundante, colocando-os em 
prática. 
 Materialização dos conhecimentos nas expressões de vida, o que 
permitirá, ao aluno, superar o comportamento próprio de um ser passivo, 
para a construção de um ser ativo e agente de sua própria educação. 
 Alcance de aprendizagens significativas por meio do entrelaçamento 
entre todas as áreas do conhecimento. Ausubel (1976), em sua 
abordagem sobre “aprendizagem significativa”, a coloca como sendo 
resultado da incorporação de novos conhecimentos a partir de 
conhecimentos adquiridos previamente. A ausência de um conhecimento 
que dê sentido ou significado ao que está sendo proposto, resultará em 
uma informação a ser armazenadade maneira isolada, mecânica, 
desvinculada de qualquer aprendizagem ou realidade concreta, correndo 
o risco de cair no esquecimento. 
 Articulação do conhecer, do saber, do fazer e do viver o cotidiano de 
maneira reflexiva e vinculada à realidade. 
 Experimentação de diferentes trajetos sociais, os quais ampliam, 
significativamente, as possibilidades de mobilização das pessoas e o 
compartilhar de diferentes informações e conhecimentos. 
 Superação da dicotomia entre ensino e pesquisa entendida como 
princípio educativo e possibilidade de aproximação entre a teoria e a 
prática. Desta forma, o ensino adquire uma nova configuração, ao deixar 
de transmitir conhecimentos para adentrar ao mundo ação-reflexão-ação. 
Presença do educador enquanto sujeito pesquisador e requisito 
fundamental no processo de formação de atores sociais. 
 
 
13 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Os principais problemas da educação física e suas relações 
com a realidade na/da educação infantil. Artigo que aborda 
relações entre os profissionais de Educação Física e 
docentes de outras áreas que atuam em sala, com as 
crianças. 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view
File/11248/10742 
 
Considerando todos estes aspectos que são fundamentais para o 
exercício da disciplina de Educação Física na interdisciplinaridade, nos 
apropriamos da abordagem de Zunino (2008), a saber: 
 
A Educação Física é uma das formas mais eficientes pela qual o 
indivíduo pode interagir e, também é uma ferramenta relevante para a 
aquisição e aprimoramento de novas habilidades motoras e 
psicomotoras, pois é uma prática pedagógica capaz não somente de 
promover a habilidade física como a aquisição de consciência e 
compreensão da realidade de forma democrática, humanizada e 
diversificada. 
 
Portanto, a disciplina de Educação Física, em sua relação com outras 
áreas do conhecimento, é capaz de superar a fragmentação entre teoria e prática 
ainda presente na ação docente, por meio da interdisciplinaridade. 
 
Converse Com Seus Colegas 
Na concepção de que a Educação Física pode ser uma das 
disciplinas promotoras de diálogos interdisciplinares, como 
esses diálogos podem acontecer? 
 
 
Para Fazenda, (2002) (...) o que caracteriza a atitude interdisciplinar é a 
ousadia da busca, da pesquisa: é a transformação da insegurança num exercício 
do pensar, num construir (FAZENDA, 2002), exercício este que depende da 
conscientização do educador sobre o que e como trabalhar em cada disciplina, 
 
14 
 
construindo relações possíveis e sustentáveis com outras áreas do 
conhecimento. 
 
Resumo da Aula 1 
 
Neste primeiro encontro abordamos aspectos referentes ao conceito de 
interdisciplinaridade relacionado à disciplina de Educação Física em sua relação 
com outras disciplinas, enquanto uma abordagem metodológica que passa a 
integrar conceitos, teorias e fórmulas imprescindíveis à compreensão do objeto 
de estudo enquanto um fenômeno sistêmico. Discutimos também o conceito de 
sistêmico em oposição a uma ação educacional fragmentada, isolada e o 
conceito de aprendizagem significativa. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Desenvolva uma aula de Educação Física para a Educação 
Infantil em que ações interdisciplinares estejam presentes. 
 
 
 
 
Aula 2 – Interdisciplinaridade e currículo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/f880ce2f9e4feb9154d9076db9ab19
26.jpg 
 
15 
 
Apresentação da aula 2 
 
Neste encontro, além de relembrar o significado de interdisciplinaridade, 
ela será abordada na dimensão do currículo. Também será trabalhada a 
interdisciplinaridade no âmbito das Leis de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, LDB nº. 5692/71 e LDB nº. 9394/96, dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
 
2.1 Educação Física e Interdisciplinaridade 
 
É importante relembrar que o conceito de interdisciplinaridade faz 
referência as relações que se estabelecem entre duas ou mais disciplinas ou 
ramos de conhecimento, na perspectiva de abordar o que lhe é comum de forma 
contextualizada, mas, ao mesmo tempo, relacionada. 
A interdisciplinaridade, então, nada mais é que a integração entre duas ou 
mais disciplinas ou áreas do conhecimento, destinada a um fim comum e a uma 
compreensão não fragmentada e sim baseada na totalidade de determinado 
fenômeno. Faz referência a uma abordagem metodológica que integra 
conceitos, teorias e fórmulas para compreender o objeto de estudo como um 
fenômeno sistêmico. Segundo Fazenda (2008), a interdisciplinaridade 
caracteriza-se por ser uma atitude de busca, de inclusão, de acordo e de sintonia 
diante do conhecimento. 
O conceito de interdisciplinaridade no Brasil consta das Leis de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional - Lei nº. 5692/71, Lei nº. 9394/96, dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e da Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). A partir do acesso a esses documentos, chega-se à compreensão do 
processo de ensino e aprendizagem como um processo sistêmico, e não como 
uma abordagem ou leitura estanque de conceitos e teorias. O sistêmico aqui é 
entendido como aquele que supera o paradigma cartesiano, que divide partes 
consideradas inseparáveis. 
 As disciplinas escolares muitas vezes se apresentam de forma fracionada, 
como se fossem constituídas de obstáculos que impedem sua inter-relação, não 
permitindo que o estudante tenha uma visão global do que foi trabalhado, e sim 
como se fizesse parte de um processo fragmentado e sem contextualização. 
 
16 
 
Gerhard (2012) dá significado a esta forma fracionada que a escola, muitas 
vezes, apresenta o conteúdo, ao esclarecer que: 
 
A fragmentação do conhecimento científico a ser ensinado manifesta-
se na separação das disciplinas na escola, e tem sido danosa para a 
educação. Até mesmo no contexto de uma dada disciplina o 
conhecimento é separado em diversos conteúdos relativamente 
estanques, que são apresentados de maneira desvinculada e 
desconexa. O resultado da fragmentação do conhecimento a ser 
ensinado é a perda de sentido, que se manifesta nos alunos como 
repúdio a determinadas disciplinas, demonstrando que eles não 
conseguem perceber as semelhanças e relações entre as diferentes 
áreas do conhecimento (GERHARD, 2012). 
 
 
 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. 
 
 
Art. 26, § 3º “A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: 
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; 
II – maior de trinta anos de idade; 
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado 
à prática da educação física; 
IV – amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044 de 21 de outubro de 1969; 
VI – que tenha prole. 
 
Na medida em que a LDB 9394/96 define a Educação Física como 
integrada à proposta pedagógica da escola, busca-se uma ação educacional em 
que um novo saber, a ser proposto, seja construído com base na superação da 
perspectiva do isolamento das diferentes áreas do conhecimento, de modo que 
as disciplinas sejam integradas, evidenciando um constante diálogo entre as 
diferentes áreas, rompendo as delimitações entre as disciplinas. Para tanto, se 
faz necessário um trabalho que se efetive na interrelação entre as disciplinas, 
visando a busca de uma concepção unitária de saberes, que são múltiplos, mas 
que se entrelaçam na “reciprocidade, respeito e valorização diante dos múltiplos 
conhecimentos” (Dórea, 2011). 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da 
educação básica apontam que a interdisciplinaridade é um dos elementos da 
 
17 
 
organização e desenvolvimento curricular, o qual deve se voltar à realidade dos 
sujeitos que se inserem, concretamente,na instituição escolar da educação 
básica, concepção esta que deve compor o Projeto Político Pedagógico (PPP) 
da instituição, bem como ser pauta presente em sua gestão. Outro ponto 
importante diz respeito à compreensão das características de todos os 
estudantes, sejam eles crianças, adolescentes, jovens ou adultos, o que nos leva 
a refletir a respeito das relações existentes entre vida, conhecimento, cultura, 
profissional do magistério, estudante, tempo, espaço e instituição escolar. As 
mesmas diretrizes curriculares apontam, em seu art. 3º, § 2º, que: 
 
[...] a educação contextualizada se efetiva, de modo sistemático e 
sustentável, nas instituições educativas, por meio de processos 
pedagógicos entre os profissionais e estudantes articulados nas áreas 
de conhecimento específico e/ou interdisciplinar e pedagógico, nas 
políticas, na gestão, nos fundamentos e nas teorias sociais e 
pedagógicas para a formação ampla e cidadã e para o aprendizado 
nos diferentes níveis, etapas e modalidades de educação básica 
(MEC/CEE, 2015). 
 
 Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica: 
diversidade e inclusão, é possível identificar a importância da existência de 
diálogo contextualizado entre as disciplinas e os conteúdos, o que permitirá, ao 
estudante, uma visão global do conhecimento. Esta diretriz indica a necessidade 
da promoção e da ampliação de debates reflexivos sobre a política curricular que 
orienta a organização da Educação Básica, no sentido de orientá-la para um 
sistema educacional que se desenvolva de forma articulada e integrada. Para 
Fazenda (2002), a interdisciplinaridade [...] não pretende a construção de uma 
superciência, mas uma mudança frente ao problema do conhecimento, uma 
substituição da concepção fragmentada para a unitária do ser humano 
(FAZENDA, 2002). 
 Pensar o currículo na concepção de um trabalho interdisciplinar permite 
pensar na maior interação entre os estudantes e professores, interação pautada 
pela experiência e pelo convívio grupal. Nesta dimensão, é necessário pensar a 
interdisciplinaridade como maneira de ver um mesmo fato a partir de diferentes 
olhares, o que exige repensar o currículo e a metodologia a ser utilizada. Para 
Veiga (1995), 
 
18 
 
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a 
sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a 
transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as 
formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação 
são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva 
do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito 
(VEIGA, 1995). 
 
Curiosidade 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 
9394/96, atualizada para o biênio 2017/2018. 
Art. 26 § 3o A educação física, integrada à proposta 
pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação infantil e do ensino fundamental [...] 
 
 
Integrada à proposta pedagógica da escola e enquanto parte do processo de 
ensino e de aprendizagem dos estudantes, a Educação Física tem a 
interdisciplinaridade compondo a dinâmica que visa trabalhar o entrelaçamento 
das disciplinas e dos conteúdos. 
 Assim sendo, o educador tem o currículo como possibilidade de 
incorporação de conteúdos diferenciados, entrelaçados em outras disciplinas, 
para que os estudantes vivenciem diferentes práticas que vão além da prática 
de esportes e de exercícios físicos. Em Jantsch e Bianchetti (1995), encontramos 
que: 
[...] a interdisciplinaridade necessária se dá “mediante o aprendizado 
social” e implica a “necessidade da teoria”, a “busca de uma construção 
teórica globalizante”, o “trabalho cooperativo de diferentes cientistas”, 
a “passagem entre as fronteiras”, mas sem destruir a “autonomia dos 
parceiros” e dos “respectivos campos que participam” (...) JANTSCH; 
BIANCHETTI (1995). 
 
 Portanto, a interdisciplinaridade na escola deve permear a busca pela 
convergência entre as disciplinas, visando projetos possíveis de serem 
desenvolvidos por meio de ações que cativem a todos e sustentem os 
conteúdos. Esta ação só se efetiva, enquanto proposta curricular, mediante 
pensar e refletir criticamente um projeto que, quando elaborado e colocado em 
prática, tenha a singularidade respeitada na coletividade. 
 
19 
 
 Pensar um currículo com características interdisciplinares é pensar na 
complexidade que envolve estes dois conceitos que estão presentes no Projeto 
Político Pedagógico (PPP) - interdisciplinaridade e currículo, uma vez que existe 
forte relação entre ambos. Para uma compreensão mais ampla, se faz 
necessária uma breve retomada a respeito do PPP. 
 O PPP é um documento a ser produzido por todas as escolas, conforme 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que deve ser discutido, 
elaborado e executado pela comunidade escolar, por meio de um trabalho 
coletivo. Da mesma forma, é um documento que gera responsabilidades a serem 
assumidas de forma coletiva e dinâmica, a fim de que os objetivos estabelecidos 
pela instituição sejam conquistados. Portanto, o PPP da escola não deve ser 
entendido como um documento estanque, a ser engavetado e/ou desenvolvido 
de forma fragmentada e isolada, mas sim como um documento guia para o 
grupo, a ser trabalhado de maneira dinâmica, flexível e, portanto, adaptável às 
necessidades de cada estudante. 
 Um bom PPP, construído pela comunidade escolar e sustentado por 
reflexões significativamente fundamentadas no exercício de práticas educativas 
voltadas ao social, se transforma em um instrumento que permite à escola 
ultrapassar o papel de transmissora de informação, para conquistar espaços de 
análises e proposições críticas, onde o estudante se aproprie do conhecimento 
elaborado e tenha a possibilidade de atribuir significados a objeto do 
conhecimento, transformando-o em ações concretas a serem utilizadas no 
cotidiano. Desta forma, é possível valorizar o trabalho coletivo e a expressão dos 
diferentes saberes que envolvem todos os conteúdos e todas as disciplinas, 
onde, no exercício da interdisciplinaridade, a Educação Física também tem seu 
compromisso social. 
 
Saiba Mais 
Projeto: é uma reunião de propostas que têm como objetivo 
a realização de uma ação. Assim, essa palavra traz a ideia 
de futuro, que tem como ponto de partida o presente; 
Político: esse termo se refere à função social das 
instituições de ensino. Seu significado está relacionado à 
possibilidade de fazer da escola um espaço emancipatório 
 
20 
 
que atua na formação de cidadãos ativos na construção da 
sociedade; Pedagógico: a palavra define o conjunto de 
métodos utilizados na educação para que cada sujeito se 
desenvolva de forma global. No documento, o termo faz 
menção a todos os projetos e atividades educacionais que 
são utilizados nos processos de ensino e aprendizagem. 
(https://www.somospar.com.br/saiba-o-que-e-o-projeto-
politico-pedagogico/) 
 
Portanto, a construção coletiva do PPP e sua execução, de forma 
interdisciplinar, representa uma maneira de ultrapassar o exercício de práticas 
individualizadas, bem como romper com a fragmentação entre as disciplinas e 
também entre os conteúdos da mesma disciplina, o que possibilita a construção 
e o desenvolvimento de propostas eficientes, ao ponto de gerar um novo 
significado para o trabalho pedagógico. 
 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os currículos se identificam 
na comunhão de princípios e valores que [...] orientam a LDB e as DCN. 
Portanto, a BNCC e os currículos se complementam para assegurar as 
aprendizagens definidas em cada etapa da Educação Básica, que se 
materializam a partir de um conjunto de decisões que se configuram em um 
currículo em ação. Essas aprendizagens, entendidas como essenciais, 
correspondem ao direito de todos os estudantes desta etapa educacional. 
 A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, em referência à EducaçãoFísica e na convergência com outras linguagens e outras disciplinas, conforme 
o MEC/2017, assim se apresenta: 
A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas 
corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, 
entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos 
sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história. 
Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no 
âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal 
de um segmento corporal ou de um corpo todo (MEC, 2017). 
 
 Dessa maneira, fica evidente o compromisso que a educação tem com a 
formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, 
física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. Para tanto, a BNCC apresenta 10 
competências específicas da Educação Física, conforme a seguir: 
 
21 
 
1.Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com 
a organização da vida coletiva e individual. 
2.Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as 
possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no 
processo de ampliação do acervo cultural nesse campo. 
3.Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas 
corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades 
laborais. 
4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e 
estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e 
discutir posturas consumistas e preconceituosas. 
5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos 
e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e 
aos seus participantes. 
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às 
diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam. 
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade 
cultural dos povos e grupos. 
8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o 
envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a 
promoção da saúde. 
9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo 
e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário. 
10.Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, 
danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando 
o trabalho coletivo e o protagonismo. 
 Conforme a BNCC, a organização interdisciplinar dos componentes 
curriculares permite fortalecer a competência pedagógica nas equipes escolares, 
no sentido da adoção de estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas 
em relação à gestão do ensino e da aprendizagem. 
 
22 
 
Amplie Seus Estudos 
 SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Para ampliar seus conhecimentos, pesquise a BNCC no que 
se refere à Educação Física (item 4.1.3) e suas práticas 
corporais, em suas diversas formas de codificação e 
significação social, entendidas como manifestações das 
possibilidades expressivas dos sujeitos. 
 
 As práticas corporais concedem, ao estudante, a possibilidade de acesso 
a uma amplitude de experiências e conhecimentos que, ao serem 
problematizados, evidenciam os diversos sentidos conferidos pelos grupos 
sociais às distintas manifestações da cultura corporal de movimento, dando a 
estes, importantes significados, quando apresentados como componentes da 
dimensão do conhecimento humano, na sua totalidade, e não de forma 
deslocada e fragmentada. O MEC (2017), ao referir-se às aulas de Educação 
Física na BNCC, assim se manifesta: 
Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno 
cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e 
contraditório. Desse modo, é possível assegurar aos alunos a 
(re)construção de um conjunto de conhecimentos que permitam 
ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos 
para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para 
apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em diversas 
finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma confiante 
e autoral na sociedade (BNCC, 2017). 
 
 
 Portanto, a interdisciplinaridade na escola deve permear a busca pela 
convergência entre as disciplinas, visando projetos possíveis de serem 
desenvolvidos por meio de ações que cativem a todos e sustentem os 
conteúdos. Ela só se efetiva, enquanto proposta curricular, mediante pensar e 
refletir criticamente um projeto que, quando elaborado e colocado em prática, 
tenha a singularidade de cada disciplina, respeitada na coletividade dos saberes 
e do conhecimento. 
 
 
 
 
23 
 
Resumo da Aula 2 
 
Nesta aula foi abordada a interdisciplinaridade sob o ponto de vista legal, 
discutindo a presença de sua concepção no currículo da disciplina de Educação 
Física e sua inserção prática no desenvolvimento das aulas, enquanto maneira 
de permitir a construção de conhecimentos por meio de diferentes saberes que 
compõem um todo. 
Atividade de Aprendizagem 
A BNCC, no item 4.1.3, propõe três elementos fundamentais 
comuns às práticas corporais. Pesquise quais elementos são 
esses, escolha um deles e proponha como pode ser 
desenvolvido na aula de Educação Física, atendendo a 
concepção interdisciplinar. 
 
 
Aula 3 – Interdisciplinaridade: reflexão crítica e dialética 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta aula será discutido sobre o exercício da interdisciplinaridade a partir 
de uma concepção crítica e dialética do Projeto Político-Pedagógico da escola, 
entendendo o processo de aprendizagem em uma concepção de conhecimento 
que ultrapasse a visão fragmentada para se apresentar enquanto totalidade, 
onde os fenômenos se consolidam na inter-relação entre eles. 
 
3.1 Interdisciplinaridade e currículo escolar 
 
Ao se abordar o termo “currículo” se faz necessário entender a sua não 
neutralidade na transmissão desinteressada do conhecimento, uma vez que a 
construção do termo se dá a partir de processos históricos e sociais que se 
bifurcam enquanto registro de carreira construída ao longo do tempo e a 
construção da carreira de um estudante, de forma concreta, organizada, 
sequencial e planejada, envolvendo os conteúdos que devem compor a trajetória 
estudantil, de forma a demonstrar o que deverá ser ensinado e aprendido. 
 
24 
 
O termo currículo deriva de “curriculum”, palavra latina que tem, como raiz, 
a palavra “cursus” que na Roma Antiga tinha, por definição, designar uma 
carreira construída, termo hoje identificado no “curriculum vitae”, documento 
destinado a registrar as informações pessoais, acadêmicas e profissionais, no 
sentido de apresentar as qualificações, competências, conhecimentos e 
habilidades de alguém no mercado de trabalho. 
O currículo escolar, no entanto, deve ser construído de forma a apresentar 
os conteúdos e as experiências de aprendizagens a serem vivenciadas pelos 
estudantes durante o processo de ensino e de aprendizagem, bem como a 
metodologia a ser utilizada nas diferentes etapas e níveis de ensino. 
O currículo escolar está implicado em relações de poder uma vez que 
transmite visões sociais particulares e interessadas. Conforme Silva e Moreira 
(2002), “O currículo não é um elemento transcendente e atemporal - ele tem uma 
história vinculada a formas específicas e contingentes de organização da 
sociedade e da educação” (SILVA; MOREIRA, 2002). Na sua não neutralidade, 
produz identidades individuais e sociais muito particulares, uma vez que envolve 
diferentes relações de poder, entre elas, inclusive aquelas que acontecem entre 
professores e estudantes e entre gestores e professores, nas suas diferentes 
manifestações. 
Para Freire (2003), educar é um ato político, que tem intencionalidade; 
educação nuncaé uma prática neutra. Para ele, a educação deve estar alocada 
sob uma dimensão ética, em que o homem é um ser de relações. Portanto, a 
neutralidade no processo de construção e desenvolvimento do currículo é 
inexistente, a partir do momento em que suas ações são baseadas na 
construção social do conhecimento, a qual se faz no sentido de privilegiar 
determinada cultura. Para Hornburg; Silva (2007), “A construção de um currículo 
é orientada por relações advindas de classes sociais (classe dominante/classe 
dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo a uma 
questão de conteúdos” (HORNBURG e SILVA, 2007). 
É preciso refletir sobre um currículo em constante movimento, que tem 
continuidade na sua elaboração, não sendo, portanto, estático e nem neutro. 
 
 
25 
 
Importante 
A reflexão crítica sobre a proposta curricular é indispensável, no 
sentido de detectar contradições e conflitos, permitir 
questionamentos a respeito do seu desenvolvimento e ser 
propulsora de um contexto interdisciplinar e emancipador. 
 
 
Um currículo que não se faz sozinho, mas na dinâmica das relações entre 
distintas disciplinas e diferentes conteúdos. A reflexão interdisciplinar permite 
ações que superam a fragmentação e a imobilidade de determinados conteúdos, 
os quais passam a ser trabalhados a partir de olhares diferentes, dinâmicos, 
ousados e centrados no desenvolvimento dos estudantes. Para superar o 
modelo conservador, fragmentado e estático, é importante questionar, em 
conjunto e de forma interdisciplinar: o que o estudante precisa e deve aprender? 
Em que momento? Como planejar a aula de forma interdisciplinar? 
Conforme Sacristán (2000): 
 
[...] conceber o currículo como um conjunto de atividades que visam 
transformar o mundo significa pensar em um currículo articulado a uma 
prática reflexiva e considerar ainda que nele interagem relações 
culturais e sociais. Destaca-se, então, que essas práxis não se referem 
tão somente a comportamentos didáticos da sala de aula 
(SACRISTÁN, 2000). 
 
 
Portanto, pensar o currículo escolar em toda a sua dimensão é crucial para 
o exercício da prática pedagógica, o que abre espaços para a discussão a 
respeito dos conhecimentos a serem ensinados e a maneira como devem ser 
trabalhados, fato que nos devolve a reflexão sobre práticas interdisciplinares 
envolvendo a Educação Física e outras disciplinas que compõem o PPP da 
escola. 
Assim sendo, precisamos refletir a respeito de: Quem são os estudantes 
que compõem o grupo ou os grupos com os quais estamos trabalhando? Como 
se dá o desenvolvimento e o processo de aprender desses estudantes? Como 
devemos preparar as atividades a serem desenvolvidas? Como pensar esses 
conteúdos e essas atividades de forma interdisciplinar? Que estratégias são 
mais eficientes? Que materiais ou equipamentos serão necessários? Como 
 
26 
 
avaliar? Como interpretar os resultados dessa avaliação? Como agir sobre os 
resultados? Como resignificar a prática quando esta se fizer necessária? 
 
Converse Com Seus Colegas 
Entre os objetivos propostos pela BNCC selecione, em 
conjunto com seus colegas e para serem desenvolvidos de 
forma interdisciplinar, aqueles que se harmonizam com as 
intenções educativas da escola e com a disciplina de 
Educação Física. 
 
A reflexão crítica a respeito da dinâmica da disciplina de Educação Física 
deve substanciar a construção e a prática do PPP, exercício este diretamente 
relacionado à gestão da escola, a qual se espera que seja uma gestão 
democrática, voltada à elaboração interdisciplinar de projetos didáticos, 
pensados para que o estudante usufrua dos seus conhecimentos prévios e 
interaja com aqueles pertencentes a outros conteúdos, outras disciplinas e 
outros grupos sociais. 
 
Para Refletir 
É fundamental estabelecer intensa análise e profunda 
reflexão teórica que permita romper com determinados 
paradigmas históricos, que foram incorporados ao longo do 
exercício docente. 
 
 
 
A disciplina de Educação Física na BNCC é componente curricular da área 
das Linguagens, cujo tema central compreende as práticas corporais em suas 
diferentes maneiras, onde estão presentes as manifestações expressivas e 
culturais produzidas ao longo da história. Essas práticas devem representar a 
dinamicidade da cultura, de maneira diversificada, pluridimensional e 
interdisciplinar, permitindo, aos estudantes, o acesso a um conjunto de 
conhecimentos que venham a contribuir com a ampliação de sua consciência, 
 
27 
 
no sentido do desenvolvimento e apropriação dos mesmos, a ponto de lhes 
viabilizar a utilização na sociedade, em distintos propósitos humanos, de forma 
confiante, autônoma e ética. 
Também é fundamental uma reflexão crítica, a ser feita por múltiplos olhares e 
de forma interdisciplinar, uma vez que a existência da própria 
interdisciplinaridade não será suficiente para a conquista da qualidade na 
educação. 
Para tanto e, entre outros requisitos, se faz necessário: 
 Boas relações no interior da escola; 
 Ações didáticas desenvolvidas de forma mais horizontal; 
 Valorização dos conhecimentos prévios dos estudantes; 
 Ações baseadas no diálogo, no coletivo e no reconhecimento do potencial 
de cada componente da estrutura escolar, envolvendo também os 
estudantes; 
 Formação continuada de todos os docentes; 
 Docentes e discentes enquanto agentes e sujeitos do processo. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia “Práticas Interdisciplinares na Escola”, organizada por 
Ivani Fazenda. Esta obra apresenta práticas docentes 
interdisciplinares variadas, da Pré-Escola à Pós-Graduação. 
Anuncia novas formas de analisar e pesquisar o fenômeno 
educativo e novas formas de escrever sobre Educação. 
 
 
Entender a Educação Física enquanto componente da área de 
Linguagens significa desenvolver atividades que possam contribuir com a 
construção do saber, por parte dos estudantes e a serem produzidos por estes, 
de acordo com os contextos em que a linguagem corporal se apresenta. 
Conforme Neira e Souza Júnior (2016), 
 
No contexto da unidade educacional, a BNCC pode inspirar docentes 
a selecionarem, dentre os objetivos arrolados, aqueles que se 
coadunam com as intenções educativas da escola, definidos 
 
28 
 
coletivamente e com a participação da comunidade. É notória a 
existência de indicações de atividades a serem realizadas, métodos 
adequados ou instrumentos de avaliação ideais. Isso significa que a 
BNCC, inversamente a tantas propostas curriculares estaduais e 
municipais, posiciona o coletivo docente como sujeito do processo, 
cabendo-lhe criar, inventar, recorrer à experiência própria e ao 
conhecimento dos alunos para organizar e desenvolver o trabalho 
pedagógico. Isso implica em reconstruir criticamente o patrimônio 
cultural disponível na comunidade, ampliando-o por meio de 
experiências elaboradas com essa finalidade. Em termos práticos, 
quais temas serão abordados, de que maneira e o que será feito para 
verificar se o processo ocorreu de forma satisfatória é fruto de uma 
decisão coletiva no interior de cada unidade educacional (NEIRA, M. 
G.; SOUZA JÚNIOR, 2016). 
 
 
Para que este propósito se efetive se faz necessária uma escola que tenha, 
como diretriz, uma gestão democrática, que privilegie a participação de todos os 
envolvidos no processo educacional, que construa e pratique seu PPP de modo 
coletivo a favor da formação de um estudante que tenha seus saberes 
sistematizados e seus conhecimentos aprofundados, resultando em uma 
qualificação que lhe permita, na sociedade, uma participação ética e cidadã. 
Essa meta, para se concretizar, depende, entre outros requisitos, do 
entrelaçamento de disciplinas e conteúdos por meio da interdisciplinaridade, 
sendo esta, a principal ferramenta para que se promova um ensino integrador, 
não fragmentado, que possa gerar um conhecimento verdadeiramente 
contextualizado, resguardadasas singularidades presentes em cada um dos 
componentes do PPP da escola. 
 
Amplie Seus Estudos 
 SUGESTÃO DE LEITURA 
Amplie seus conhecimentos sobre a BNCC no que se refere 
à Educação Física (item 4.1.3) e suas práticas corporais, em 
suas diversas formas de codificação e significação social, 
entendidas como manifestações das possibilidades 
expressivas dos sujeitos. 
 
 
Cabe ao educador fazer a diferença no exercício da ação pedagógica, 
selecionando conteúdos e práticas com significado para a vida do estudante e 
 
29 
 
sendo ponte entre este e o conhecimento, para a ocorrência de uma travessia 
segura e prazerosa. 
 
Resumo da Aula 
 
Neste encontro discutimos a interdisciplinaridade a partir da análise crítica 
e dialética da forma de organização do Projeto Político-Pedagógico da escola e 
do seu exercício prático, bem como a respeito da importância da participação de 
todos os envolvidos na construção deste processo que deverá ser participativo, 
dinâmico, contextualizado e democrático. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Com base no que foi apresentado nesta aula, elabore um 
texto em que você identifique, nas aulas de Educação Física, 
as contradições existentes, em comparação a uma proposta 
interdisciplinar que envolva uma das unidades temáticas 
propostas pela BNCC. 
 
 
 
Aula 4 – Educação Física e sua relação com outras áreas escolares 
 
Apresentação da aula 4 
 
O quarto e último encontro reafirma o aspecto legal da 
interdisciplinaridade e discute possibilidades do seu exercício no âmbito da 
escola, por meio da apresentação de uma prática lúdica em que essa alternativa 
se consolida. 
 
4.1. Educação física e a proposta curricular 
 
A LDB nº 9394/96, ao abordar sobre a Educação Física, busca estabelecer 
objetivos que, ao compor a proposta curricular, assumam a responsabilidade 
pela veiculação pedagógica de conteúdos culturais voltados às ciências 
 
30 
 
humanas, sociais e da saúde. O estabelecimento e a prática desses conteúdos 
pressupõem uma relação com conteúdo de outras áreas escolares, de forma 
interdisciplinar. 
Na BNCC, a Educação Física se apresenta na área de Linguagens, sendo 
o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas 
formas de codificação e significação social, [...] produzidas por diversos grupos 
sociais no decorrer da história. Nessa concepção, o movimento humano está 
sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-
temporal de um segmento corporal ou de um corpo todo” (BRASIL, 2017). 
A Educação Física oferece possibilidades de enriquecimento da 
experiência dos estudantes da Educação Básica, permitindo o acesso a um 
amplo universo cultural, o qual compreende saberes corporais, experiências 
estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas. 
 
Vocabula rio 
Agonista: adjetivo que deriva da língua latina, mas com 
raízes etimológicas no idioma grego. Na Grécia antiga, 
pessoa que se dedicava à ginástica para fortalecer o físico 
ou como preparação para o serviço militar; lutador. 
 
 
 
 
A BNCC, ao apresentar a Educação Física enquanto uma das áreas das 
Linguagens, exibe, nas práticas corporais, seis unidades temáticas a serem 
desenvolvidas durante o Ensino Fundamental, a saber: brincadeiras e jogos; 
danças; esportes; ginásticas (demonstração, condicionamento físico e 
conscientização corporal); lutas e práticas corporais de aventura. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Entre as unidades temáticas abordadas pela BNCC, a serem trabalhadas 
ao longo do Ensino Fundamental, está a unidade temática brincadeiras e jogos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://www.bhfazcultura.pbh.gov.br/sites/bhfazcultura.pbh.gov.br/files/%5Buid%5D/cck_i
mages/BRINQUEDOS%20E%20BRINCADEIRAS.jpg 
 
Brincadeiras e jogos compreendem uma unidade temática voltada a 
atividades voluntárias que são exercidas a partir de limites espaciais e temporais 
pré-determinados, os quais se caracterizam pela oportunidade que o estudante 
tem para desenvolver sua criatividade e autonomia, ao mesmo tempo em que 
desenvolve o respeito pelas regras criadas pelo grupo do qual é participante ou 
aquelas já consolidadas histórica e socialmente. Também corresponde ao ato de 
brincar, ao mesmo tempo em que aprecia seu próprio desempenho, podendo 
aprimorá-lo. 
As regras que norteiam os jogos e as brincadeiras que chegam até nós, 
vindos de diversos cantos do planeta, não são estáveis, motivo pelo qual, em 
diferentes lugares e tempos históricos, podem ser recriadas por distintos grupos 
culturais. De qualquer modo, muitos desses jogos e brincadeiras são difundidos, 
ultrapassando fronteiras físicas e temporais e se incorporando a diferentes 
costumes, conforme a cultura popular onde passam a ser exercidos. 
 
32 
 
O jogo e a brincadeira, muitas vezes, são utilizados pela escola, para 
atingir determinado objetivo da aprendizagem formal. Para a criança, ela está 
jogando ou brincando e nem percebe que está alicerçando a aprendizagem de 
algum conteúdo. Vygotsky (1987) aborda que é por meio do brinquedo, que a 
criança aprende a agir em uma esfera cognitivista, sendo livre para determinar 
suas próprias ações, estimular sua curiosidade e autoconfiança, proporcionando 
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção 
(VYGOTSKY, 1987). 
O brincar e o jogar têm importantes contribuições no contexto 
educacional, uma vez que interferem, por meio de atividades lúdicas, nas 
dimensões cognitivas e afetivas do sujeito. 
 
Vocabula rio 
Lúdico: 1) Relativo a jogo ou divertimento; 2) Que serve para 
divertir ou dar prazer. 
 
 
 
 
Em se tratando do desenvolvimento de habilidades que são básicas para 
o processo de aprender, o brincar e a brincadeira são fundamentais, uma vez 
que por meio dessas práticas o cérebro tem a oportunidade de desencadear 
determinadas atitudes, como resposta aos desafios que lhes foram propostos. 
Ao brincar e ao jogar, enquanto atividades lúdicas, a criança cruza aspectos 
motores, afetivos, sociais e culturais, entrelaçando novas dimensões que 
abrangem o simbolismo, o viver socialmente, a interação com outras pessoas, a 
obediência às regras, a organização, a capacidade de compreensão e o 
desenvolvimento intelectual, entre outros aspectos. 
Conforme a BNCC (2017), 
 
[...] as brincadeiras e os jogos têm valor em si e precisam ser 
organizados para ser estudados. São igualmente relevantes os jogos 
e as brincadeiras presentes na memória dos povos indígenas e das 
comunidades tradicionais, que trazem consigo formas de conviver, 
oportunizando o reconhecimento de seus valores e formas de viver em 
 
33 
 
diferentes contextos ambientais e socioculturais brasileiros (MEC, 
2017). 
 
 
Pensar a prática da Educação Física por meio do lúdico requer uma 
mudança de concepção no que diz respeito ao desenvolvimento do currículo de 
forma interdisciplinar, uma vez que exige novas maneiras de ensinar, novas 
maneiras de aprender, novas ações pedagógicas e novas posturas 
educacionais. 
Costa e Martins (2015) argumentam: 
 
É pensar que a utilização de jogos e brincadeiras na educação prevê 
uma parceria envolvendo a escola, a família e o estudante, priorizando 
um trabalho que abrace o contexto escolar e o contexto familiar, em 
um processo de mediação constante que permita também aos pais 
acompanhar o desenvolvimento de seus filhos (COSTA; MARTINS, 
205). 
 
Portanto, a ludicidade e a interdisciplinaridade se articulam no sentido de 
envolver o epistemológico e o pedagógico, buscando eliminar as barreiras entre 
as disciplinas e os profissionais que as desenvolvem. Assim sendo, a partir do 
jogo, a ação pedagógica lúdica interdisciplinar procura valorizar a criatividade, a 
sensibilidade, a atenção, a organização, a ordem e a afetividade por meio de 
vivências que se utilizam da ação do pensamento e da linguagem. 
O jogo Kalah, também conhecidopor Mancala, será aqui apresentado 
com o objetivo de explorar algumas possibilidades interdisciplinares. É um jogo 
de tabuleiro jogado em várias partes do mundo, também conhecido como jogos 
de semeadura ou jogos de contagem e captura. Este jogo faz parte da cultura de 
diferentes partes do mundo: África, Sul da Ásia, América, Oceania, Brasil e 
Europa. Segundo Kishimoto (1993), 
 
[...] os africanos escravizados misturavam-se ao cotidiano do período 
colonial brasileiro. Sobre os jogos de Mancala há várias versões para 
suas origens, mas, a maioria delas citam seu surgimento na África 
especialmente na Etiópia e no Egito por volta de 2000 a.C. sendo 
jogado pelos faraós e encerrados em suas tumbas quando estes 
morriam (KISHIMOTO, 1993). 
 
 
Kalah ou Mancala é um jogo de tabuleiro também conhecido como jogo 
da semeadura, o qual tem um importante papel em muitas sociedades 
africanas. Lino de Macedo (2000) apresenta duas versões que constam dos 
 
34 
 
registros históricos sobre o Jogo Mancala. Uma das versões é asiática e 
apresenta o jogo na sua forma mais simples, jogado por mulheres e crianças. A 
outra versão diz respeito a uma forma de jogar mais complexa, jogada pelos 
homens africanos, de uma maneira que parece mais complexa que o jogo de 
xadrez. 
Ainda, conforme Macedo (2000), segundo os árabes, a palavra Mancala 
significa ‘mover’, e as Mancalas são jogos de semeadura e colheita, 
notadamente relacionadas às atividades de plantio (MACEDO, 2000). 
Com a escravização de povos africanos, o jogo Mancala foi levado da África para 
as Américas e, desta forma, para o Brasil, obtendo diferentes nomes e tendo sido 
jogado, predominantemente, na região nordeste do país. 
Kallah ou Mancala - é um jogo que favorece o desenvolvimento de competências 
fundamentais para a matemática: desafios, desenvolvimento do raciocínio, 
estratégias, busca de soluções, memorização, exercício da antecipação, entre 
outras. 
Seu uso nas turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental contribui 
para o desenvolvimento de noções de quantidade, sequência, operações 
básicas, noção de direita e esquerda etc. 
Na Educação das Relações Étnico-Raciais, [...] na busca de relações 
étnicas e sociais positivas para a construção de uma nação verdadeiramente 
democrática, inclusive em atenção à Lei nº. 10.639/2003, onde ela altera 
a LDB no 9.394/96, para incluir, no currículo oficial da Rede de Ensino, a 
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras 
providências. 
 
Importante 
Lei 10.639/03 e o ensino da história e cultura afro-brasileira e 
africana. Esta Lei versa sobre o ensino da história e cultura afro-
brasileira e africana, ressalta a importância da cultura negra na 
formação da sociedade brasileira. 
 
 
 
35 
 
A Lei 10.639/03, ao apresentar novas diretrizes curriculares para o estudo 
da história e cultura afro-brasileira e africana, indica a importância de que os 
professores salientem, em suas atividades pedagógicas, a cultura afro-brasileira 
como formadora da sociedade brasileira, onde os negros são considerados 
sujeitos históricos. Neste sentido, é fundamental valorizar o pensamento e as 
ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, os quais contribuíram e 
contribuem, significativamente, com nossa cultura, seja na música, na culinária, 
na dança, no teatro e nas religiões de matrizes africanas. O contido na Lei 
10.639/2003 pode ser trabalhado, de forma interdisciplinar, em todas as áreas 
do conhecimento. 
Da mesma forma, o jogo Jogo Kalah ou Mancala pode ser utilizado, de 
forma interdisciplinar, em Língua Portuguesa, Arte, História e Geografia, entre 
outras. 
Parafraseando Câmara e Santos, de acordo com os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN’s) da Educação de Jovens e Adultos (EJA), os 
jogos têm a possibilidade de favorecer a criatividade que aflora na elaboração 
de estratégias a serem utilizadas na resolução de problemas que exigem o 
encontro de soluções vivas e imediatas, estimulando o planejamento das ações 
e permitem o desenvolvimento de uma atitude positiva perante os erros, uma vez 
que as situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de forma 
natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas. 
 
Ví deo 
Jogo Kalah ou Mancala 
https://www.youtube.com/watch?v=zYiXGWqb3YY 
 
 
 
Costa e Martins (2015) apresentam as regras para jogar Kalah ou 
Mancala: 
[...] jogado por duas pessoas, uma em frente à outra, com um tabuleiro 
colocado longitudinalmente, entre elas. O território de cada jogador é 
formado pelas seis casas da fileira à sua frente, acrescido do Kalah à 
direita (somente utilizado pelo proprietário). Para iniciar o jogo, são 
distribuídas três (03) sementes em cada espaço, com exceção dos 
kalahs. Os jogadores decidem quem inicia o jogo e se alternam para 
 
36 
 
jogar, distribuindo as sementes da casa escolhida. Cada jogador, na 
sua vez, pode partir de qualquer casa de sua fileira. Pega todas as 
sementes que estão na casa escolhida, colocando-as, uma a uma em 
cada espaço seguinte, na direção da esquerda para a direita (anti-
horário). Sempre há capturas de sementes, sendo a forma de capturar 
diferente, dependendo do jogo em questão, sempre procurando 
acumular sementes em seu Kalah. Todas as vezes que o jogador 
passa pelo seu Kalah, deposita ali uma semente, que passa a 
pertencer apenas a ele. Ao passar pelo Kalah do adversário, o jogador 
não coloca sementes e continua a distribuição nas casas da fileira do 
adversário. Se a última semente cair na sua casa, jogará de novo. 
Quando a última semente da casa que está sendo distribuída, cair em 
uma casa vazia da própria fileira, o jogador poderá pegar todas as 
sementes que estão na casa da frente, na fileira adversária diretamente 
oposta à sua, e colocá-la no seu Kalah. Quando a última semente 
distribuída for colocada no seu próprio Kalah, o jogador poderá jogar 
de novo, escolhendo uma nova casa (da sua própria fileira) para 
esvaziar. O jogo termina quando um dos jogadores, na sua vez, não 
tiver nenhuma semente para distribuir. Os jogadores comparam seus 
Kalahs e vence aquele que tem o maior número de semente em seu 
Kalah (as sementes restantes no tabuleiro não entram na contagem). 
[...] Material: um tabuleiro retangular com duas filas, seis casas e, nas 
extremidades, duas casas, uma para cada participante, a qual 
denomina-se Kalah. Pode ser feito de E.V.A., caixa de ovos, madeira, 
pratinhos de isopor, garrafas pet, tampas de maionese ou buracos 
cavados na terra ou na areia. 36 peças: sementes, grãos, pedras, 
tampinhas de garrafa, moedas, bolinhas... Por meio do jogo Kalah, são 
trabalhados, com as crianças, entre outros, os seguintes aspectos: 
Atenção; Capacidade de antecipação; Contagem matemática; 
Desenvolvimento de estratégias; Grandezas matemáticas (maior que, 
menor que, igual, diferente, correspondência um a um); Habilidades 
quantitativas de julgamento para controlar as sementes a cada jogada; 
Ideia aditiva e subtrativa; Observação; Raciocínio dedutivo; Raciocínio 
indutivo (COSTA; MARTINS, 2015). 
 
Pesquise 
Busque regras diferentes para jogar Kalah ou Mancala, bem 
como outras possibilidades de trabalhar este jogo de forma 
interdisciplinar, envolvendo outras disciplinas e/ou outros 
conteúdos. 
 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia “Mancala - o Jogo africano no ensino da Matemática”. 
Autores: Cunha Jr., Henrique; Pereira e Rinaldo Pevidor. 
Curitiba/PR: Editora Appris, 2016. 
 
 
37 
 
Como nos assevera Fazenda: “Que a sala de aula seja um ambiente em 
que o autoritarismo seja trocado pela livre expressão da atitude interdisciplinar. 
(Fazenda, 1994). 
 
 
Resumo da Aula 
 
Neste encontro foram abordados aspectos relacionados à disciplina de 
Educação Física na BNCC, enquanto parte da área das linguagens, e a 
possibilidade do exercício da interdisciplinaridade a ser desenvolvida na unidade 
temática “brincadeirase jogos”, por meio da apresentação do jogo Kalah ou 
Mancala. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Desenvolva uma aula de Educação Física para o Ensino 
Fundamental em que ações interdisciplinares estejam 
presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Resumo da disciplina 
 
A disciplina Educação Física na Perspectiva Interdisciplinar prioriza 
discutir as conexões existentes entre os diferentes conteúdos trabalhados na 
educação básica, por meio de uma abordagem interdisciplinar que ressalte a 
importância de um ensino integrado, que ultrapasse a barreira de conhecimentos 
estanques e fragmentados. A reflexão aqui proposta sugere a veiculação de 
conteúdos de maneira global, incorporados às aprendizagens prévias e 
diretamente relacionados à prática cotidiana de cada estudante. Desta maneira, 
é possível desenvolver um trabalho pedagógico de forma interdisciplinar, 
enquanto importante instrumento para o ensino de qualquer conteúdo de forma 
integrada a outras disciplinas e a outros conteúdos, de maneira contextualizada 
e dinâmica. 
Sendo assim, a disciplina de Educação Física foi apresentada na prática 
do currículo escolar enquanto maneira de construir um entendimento a partir de 
diferentes olhares e compreensões de um mesmo fato, o que resulta na 
construção de diferentes saberes. 
Para tanto, se faz necessário um olhar crítico, reflexivo e dialético para o 
Projeto Político-Pedagógico da escola em toda a sua dimensão, uma vez que 
ele tem, por base, um currículo que se faz na sua não neutralidade e na 
representação de forças, precisando, portanto, ser superado. 
Um currículo mais aberto, flexível, vivo, dinâmico e contemporâneo se faz 
na medida em que ocorram possibilidades de entrelaçamento entre as 
disciplinas e os conteúdos, o que pode acontecer por meio de jogos e 
brincadeiras enquanto parte de uma das temáticas da Educação Física, 
conforme a Base Nacional Comum Curricular e demais documentos legais a ela 
concernentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Referências 
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Brasília: Ministério da Educação, 2017. 
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