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FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS CENTRO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - CPPEX IDENTIFICAÇÃO CURSO: EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA DISCIPLINA: TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO – TGD – FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS EMENTA Transtornos globais do desenvolvimento relacionados ao autismo e sua influência no processo aprendizagem e suas implicações nos aspectos do trabalho docente e da prática pedagógica com os alunos público alvo da Educação Especial; Autismo, Asperger e Kanner seus conceitos, definições e manifestações; Autismo Infantil, Autismo Atípico, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e transtorno invasivo sem outra especificação, Transtorno com Hipercinesia associada a Retardo Mental e a movimentos estereotipados e o Atendimento Educacional Especializado-AEE. RESUMO Esta disciplina pretende disponibilizar subsídios teóricos necessários à compreensão dos Transtornos Globais do Desenvolvimento – TGD, oportunizando e contribuindo para o desenvolvimento de práticas escolares e inclusivas a fim de propiciar superação das dificuldades iniciais e o desenvolvimento de competências sociocognitivas das pessoas com este transtorno. CONTEXTO HISTÓRICO DO AUTISMO OS PRIMEIROS ESTUDOS: LEO KANNER O termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por Bleuler, para designar a perda de contato com a realidade e consequente dificuldade ou impossibilidade de comunicação. Em 1943, o médico austríaco radicado nos Estados Unidos da América - Leo Kanner – observou onze crianças que passaram por sua consulta e escreveu o artigo: "Os transtornos autistas do contato afetivo" (1943). Com base nos aspectos que chamaram sua atenção, podemos dizer que ele identifica como traço fundamental do autismo a "incapacidade para relacionar-se normalmente com as pessoas e as situações”. (1943, p. 20). 1.2. OS PRIMEIROS ESTUDOS: HANS ASPERGER Poucos meses depois de Kanner, o médico vienense Hans Asperger descreveu os casos de várias crianças vistas e atendidas na Clínica Pediátrica Universitária de Viena. Asperger não conhecia o trabalho de Kanner e "descobriu" o autismo de modo independente. Publicou suas observações em 1944: "A Psicopatia autista na infância". As descrições do autismo feitas por Asperger foram publicadas em alemão, no pós-guerra, e não foram traduzidas para outra língua, o que provavelmente contribuiu para prolongar o período de desconhecimento a respeito de seus estudos, até a década de 80. Descrição de Leo Kanner sobre o autismo: 1-As relações sociais e afetivas: Desde o início há uma extrema solidão autista, algo que, na medida do possível, desconsidera, ignora ou impede a entrada de tudo o que chega à criança de fora. “O contato físico direto e os movimentos ou ruídos que ameaçam romper a solidão são tratados como se não estivessem ali, ou, não bastasse isso, são sentidos dolorosamente como uma interferência penosa” (KANNER, 1943). 2-A comunicação e a linguagem: L. Kanner descreveu a ausência de linguagem (mutismo) em algumas crianças, seu uso estranho nas que a possuem, a presença de ecolalia, a aparência de surdez em algum momento do desenvolvimento e a falta de emissões relevantes. 3-A relação com as mudanças no ambiente e a rotina: A conduta da criança "é governada por um desejo ansiosamente obsessivo por manter a igualdade, que ninguém, a não ser a própria criança, pode romper em raras ocasiões" (1943, p. 22). 4-Memória: Capacidade surpreendente de alguns em memorizar grande quantidade de material sem sentido ou efeito prático. 5-Hipersensibilidade a estímulos: Muitas crianças reagiam intensamente a certos ruídos e a alguns objetos. Também manifestavam problemas com a alimentação. Descrição de Hans Asperger sobre o autismo: 1-As relações sociais e afetivas: Asperger identificava como traço fundamental às limitações de suas relações sociais, considerando que toda a personalidade da criança está determinada por esta limitação. 2-A comunicação e a linguagem: Estranhas pautas expressivas e comunicativas, anomalias prosódicas e pragmáticas. As anomalias prosódicas são alterações das propriedades acústicas da fala - ritmo e entonação, constituindo uma fala estranha nesses aspectos. As anomalias pragmáticas dizem respeito a uma comunicação restrita a significados implícitos ou a serem inferidos. Do ponto de vista da comunicação receptiva, esta anomalia representa a dificuldade de compreender um chiste ou o sentido ambíguo de palavras ou expressões. 3-Pensamento: Compulsividade e caráter obsessivo de seus pensamentos. 4-Comportamento e atitudes: Tendência a guiar-se de forma alheia às condições do meio. TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO O conceito de Transtornos Globais do Desenvolvimento surge no final dos anos 60, derivado especialmente dos trabalhos de M. Rutter e D. Cohen. Ele traduz a compreensão do autismo como um transtorno do desenvolvimento. O autismo é explicado e descrito como um conjunto de transtornos qualitativos de funções envolvidas no desenvolvimento humano. Esse modelo explicativo permitiu que o autismo não fosse mais classificado como psicose infantil, termo que acarretava um estigma para as famílias e para as próprias crianças com autismo. Além disso, o modelo permite uma compreensão adequada de outras manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento que, embora apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A compreensão dos transtornos classificados como TGD, a partir das funções envolvidas no desenvolvimento, aponta perspectivas de abordagem, tanto clínicas quanto educacionais, bastante inovadoras, além de contribuir para a compreensão dessas funções no desenvolvimento de todas as crianças. O Transtorno Global do Desenvolvimento não diz respeito apenas ao autismo. Sob essa classificação se descrevem diferentes transtornos que têm em comum as funções do desenvolvimento afetadas qualitativamente. São eles: • Síndrome de Rett; • Transtorno ou Síndrome de Asperger; • Transtorno Desintegrativo da Infância; • Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação; • Autismo. Síndrome de Rett: A síndrome de Rett é uma doença neurológica que afeta principalmente o sexo feminino (aproximadamente 1 em cada 10.000 a 15.000 meninas nascidas vivas), em todos os grupos étnicos. Clinicamente é caracterizada pela perda progressiva das funções neurológicas e motoras após um período de desenvolvimento aparentemente normal, que vai de 6 a 18 meses de idade. Após esta idade, as habilidades adquiridas (como fala, capacidade de andar e uso intencional das mãos) são perdidas gradativamente e surgem as estereotipias manuais (movimentos repetitivos e involuntários das mãos), que é característica marcante da doença. Apresentam desenvolvimento neuropsicomotor e se comportam como as outras crianças até por volta de um ano, quando começam a regredir: não pronunciam palavras já conhecidas, tornam-se introspectiva, desinteressada e perdem a habilidade de executar certos movimentos. Transtorno de Asperger: O indivíduo apresenta um desenvolvimento aparentemente normal, pelo menos durante os dois primeiros anos de vida. Após esse período, começa a perder as habilidades adquiridas (depois dos dois e antes dos dez anos de idade) em pelo menos duas das seguintes áreas: Linguagem expressiva ou receptiva; Habilidades sociais ou comportamento adaptativo; Controle intestinal; Jogos e habilidades motoras. Transtorno Invasivo do Comportamento sem Outra Especificação: Apresenta características de outras síndromes ou transtornos, porém o conjunto dos sintomas não é suficiente para fechar um diagnóstico: pode ter alguns comportamentos típicos do transtorno autista, entretanto, o conjunto dos sintomas não é suficiente para fechar o diagnóstico. DIFERENÇA ENTRE O DSM IV E O DSM V: DSM – Diagnosticandstatistical manualof mental disorderCID – classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados a saúde. A última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o chamado DSM-V, inclui algumas mudanças significativas para os critérios de diagnósticos para o autismo. Uma delas é agrupando vários transtornos anteriormente separados num grande grupo (como num grande guarda- chuva que abrigava todas essas especificações) em uma única denominação: Transtorno do Espectro Autista. . Definindo o DSM IV De acordo com o DSM VI, é um total de seis (ou mais) itens de uma lista de alterações qualitativas nas seguintes categorias: · Interações Sociais (pelo menos duas desse grupo) · Comunicação (pelo menos uma desse grupo) · Padrões de comportamento, interesses e atividades limitadas, repetitivas e estereotipias (pelo menos uma desse grupo). Definição o DSM –V O DSM-V, foi lançado em maio de 2013. O que antes era uma tríade de sintomas se transformou em uma díade e seus subgrupos, atendendo a critérios específicos: A. Os déficits sociais e de comunicação. B. Comportamentos repetitivos e restritivos Seguindo as inovações com relação às deficiências e focando nos aspectos próprios do universo autista, o Manual de Saúde Mental – DSM-5, altera a nomenclatura dos distúrbios do autismo, dentre eles o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, que unidos passam em um único diagnóstico, a chamar-se Transtornos do Espectro Autista – TEA. AUTISMO E LEGISLAÇÃO A Declaração de Salamanca propõe que “as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar [...]”, pois tais escolas “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” (UNESCO, 1994, P.8-9). Diante do panorama das políticas públicas encontradas em favor da educação da criança deficiente, em especial as com TEA que são o público alvo de nosso trabalho, no Brasil surge em 27 de dezembro de 2012 a lei no 12.764, que institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”, que foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Essa medida garante que os TEA passem a serem consideradas oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país, entre elas as de educação que favoreça a aprendizagem dessas crianças. Lei Berenice Piana (LEI No 12.764) Também conhecida como Lei Berenice Piana, a lei 12.764/2012, foi sancionada no dia 27 de dezembro de 2012, dispondo sobre a política nacional de proteção dos direitos da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A lei foi assim batizada, pois Berenice Piana ficou conhecida por ser mãe de uma criança autista, tendo auxiliado na criação da legislação por meio de uma proposta apresentada à Comissão de Direitos Humanos do Senado. O primeiro ponto a se destacar é que a lei equipara os portadores do TEA a deficientes, conforme regulamentação da lei, realizada pelo decreto 8.368/2014, aplicando-se a eles os direitos e obrigações previstos na Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como seu protocolo facultativo, além da legislação pertinente às pessoas com deficiência. LEI No 12.764, de 27 de dezembro de 2012, Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Ressalta-se que as pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos de quaisquer pessoas, incluídos aqueles previstos na legislação especial, atendidos sempre ao que está previsto na Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que é considerada uma norma constitucional. Em se tratando de criança, ainda há que se analisar o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90). O que diz a lei: Art. 1º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. Parágrafo único. Aplicam-se às pessoas com transtorno do espectro autista os direitos e obrigações previstos na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, e na legislação pertinente às pessoas com deficiência. Art. 2° É garantido à pessoa com transtorno do espectro autista o direito à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, respeitadas as suas especificidades. § 1o Ao Ministério da Saúde compete: I – promover a qualificação e a articulação das ações e dos serviços da Rede de Atenção à Saúde para assistência à saúde adequada das pessoas com transtorno do espectro autista, para garantir: a) o cuidado integral no âmbito da atenção básica, especializada e hospitalar; b) a ampliação e o fortalecimento da oferta de serviços de cuidados em saúde bucal das pessoas com espectro autista na atenção básica, especializada e hospitalar; c) a qualificação e o fortalecimento da rede de atenção psicossocial e da rede de cuidados de saúde da pessoa com deficiência no atendimento das pessoas com o transtorno do espectro autista, que envolva diagnóstico diferencial, estimulação precoce, habilitação, reabilitação e outros procedimentos definidos pelo projeto terapêutico singular; II – garantir a disponibilidade de medicamentos incorporados ao SUS necessários ao tratamento de pessoas com transtorno do espectro autista; III – apoiar e promover processos de educação permanente e de qualificação técnica dos profissionais da Rede de Atenção à Saúde quanto ao atendimento das pessoas com o transtorno do espectro autista; IV – apoiar pesquisas que visem ao aprimoramento da atenção à saúde e à melhoria da qualidade de vida das pessoas com transtorno do espectro autista; V – adotar diretrizes clínicas e terapêuticas com orientações referentes ao cuidado à saúde das pessoas com transtorno do espectro autista, observando suas especificidades de acessibilidade, de comunicação e atendimento. § 2º A atenção à saúde à pessoa com transtorno do espectro autista tomará como base a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF e a Classificação Internacional de Doenças – CID-10. Art. 3° É garantida proteção social à pessoa com transtorno do espectro autista em situações de vulnerabilidade ou risco social ou pessoal, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Art. 4° É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar o direito da pessoa com transtorno do espectro autista à educação, em sistema educacional inclusivo garantido a transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior. Percebe-se que a lei é expositiva, e traz com coerência todo o suporte necessário para prestar e garantir os direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista resta saber se tais disposições estão sendo efetivas no sentido de cumprirem o que se dispõe a fazer: garantir acesso aos direitos fundamentais da pessoa com deficiência, bem como incluí-lo na sociedade, sem qualquer tipo de descriminação por sua condição. ADAPTAÇÃO CURRICULAR E INCLUSÃO A partir dos anos 90, com a Res. 45/91 da Assembleia Geral da ONU, sob o lema “Sociedade para Todos”, o que torna os países signatários desta Assembleia um país comprometido com a criação e implantação de uma proposta educacional inclusiva, o que no Brasil propicia a criação da proposta educacional Plano Decenal de Educação- 1993 a 2003 com o objetivo de promover a inclusão educacional e social de grupos considerados vulneráveis, marginalizados e minoritários como: deficientes, crianças de rua, ciganos, indígenas e todos que sofremexclusões parecidas nos processos educativos, além de uma série de documentos que compõem as Políticas Públicas Nacionais de Inclusão. As adaptações curriculares constituem em possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com deficiência. Não se trata de propor um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam na planificação pedagógica e as ações docentes fundamentadas nos critérios básicos que a define, ou seja: o que o aluno deve aprender; como e quando aprender; que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem e como e quando avaliar o aluno. As adaptações curriculares, propriamente ditas, são modificações do planejamento, objetivos, atividades e formas de avaliação, no currículo como um todo, ou em aspectos dele, para acomodar os alunos com deficiência. De modo geral, pode-se falar em dois tipos de adaptações curriculares, as chamadas adaptações de acessibilidade ao currículo e as adaptações pedagógicas (SME-RJ, 1996). As primeiras se referem à eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, sendo pré-requisito para que o aluno possa frequentar a escola regular com autonomia, participando das atividades acadêmicas propostas para os demais alunos. Estas incluem as “condições físicas, materiais e de comunicação”, como por exemplo, rampas de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes de LIBRAS e / ou capacitação do professor e demais colegas, transcrição de textos para Braille e outros recursos pedagógicos adaptados para deficientes visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral ou dificuldades de expressão oral, etc. Com isso torna-se fundamental que a intervenção do educador propicie um desenvolvimento em direção a uma aprendizagem significativa, pois se esta for uma experiência de sucesso, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz. Para que se alcance esse novo paradigma de adaptação alguns aspectos tornam-se fundamentais, entre eles a necessidade de se conhecer e tomar por base o potencial de aprendizagem que o aluno possui e os avanços que alcança em relação ao próprio desempenho, antes de compará-lo com outros alunos. COMO ADAPTAR? A adequação das dimensões e proposta curricular será executada de acordo com o nível em que o aluno se encontra, considerando o seu desenvolvimento cognitivo. Teoria da mente A teoria da mente tem sido conceituada como a capacidade para atribuir estados mentais a outras pessoas e, em função disso, ser capaz de predizer o seu próprio comportamento (Premack&Woodruff, 1978). Para Wellman (1990), essa capacidade se constitui no desenvolvimento de um sistema de inferências, incorporado de um conjunto de princípios ligados a um tipo de senso comum acerca de processos explicativos do comportamento humano. A premissa da teoria da mente nos casos de TEA é a de que a consequência da inabilidade nesta área é a dificuldade de pensar a respeito de pensamentos. Em função disso, esses indivíduos tornam-se particularmente centrados em sua própria posição, apresentando uma incapacidade marcante para o pensamento simbólico (Leon, Siqueira, Parente &Bosa, 2008). Nesse contexto, uma intervenção que privilegie a percepção visual e que tenha uma natureza concreta parece promissora (Roncero, 2001). Apoio visual Atualmente, são muitas as evidências científicas que mostram os benefícios do uso de estruturas visuais na educação de crianças autistas (Mesibov, Browder&Kirkland, 2002; Massey&Wheeler, 2000; Gomes & Souza, 2008). Isso porque facilitam a compreensão, auxiliam na aprendizagem e reduzem comportamentos inadequados e a distratibilidade, estimulando o foco e a atenção, além de fornecer ferramentas que permitem à criança utilizar suas habilidades em uma variedade de ambientes (Mesibov, 2005). A estratégia de apoio visual favorece o desenvolvimento da autonomia, sendo aplicada nas crianças de forma individualizada, acompanhada e avaliada segundo seu perfil de desenvolvimento. Segundo Bourgondien, Reichler, &Schopler (2003), os tipos de apoios visuais podem ser: objetos reais, fotos, pictogramas e palavras escritas. Considera-se que os usos dos objetos reais são os mais adequados como apoios visuais para crianças autistas não verbais ou que apresentam mais dificuldades linguísticas. Quanto aos apoios visuais com palavras escritas, são indicados para aqueles alfabetizados. Alguns materiais adaptados
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