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FAPAN-Faculdade de Paraíso do Norte Credenciado pela Portaria Nº 943 do MEC de Agosto de 2008. AUTISMO E SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL MARLI BISPO DOS SANTOS SÃO JOÃO DO CAIUÁ 2018 https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwje5sLgif3cAhWIEZAKHYo6BEwQjRx6BAgBEAU&url=https://pt-br.facebook.com/fapan.psodonorte/&psig=AOvVaw0Kpw8rTo0rgkpOuQpzl0ma&ust=1534903683018200 MARLI BISPO DOS SANTOS AUTISMO E SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Trabalho entregue á Faculdade de Paraiso do Norte, como requisito legal para a convalidação de competências para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do Curso de TGD Educação Especial com ênfase em transtornos globais de Desenvolvimento e Altas Habilidades, conforme Normas Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2 da LDB 9394/96. SÃO JOÃO DO CAIUÁ 2018 MARLI BISPO DOS SANTOS AUTISMO E SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Os Desafios e as Necessidades da Inclusão Relatório final, apresentada a Faculdade de Paraiso do Norte para obtenção do Curso de TGD Educação Especial com ênfase em transtornos globais de Desenvolvimento e Altas Habilidades. SÃO JOÃO DO CAIUÀ 2018 RESUMO O presente trabalho tratara dos desafios da inclusão com as crianças autista, inserir as crianças com deficiência na educação básica compreende um processo de “desagregação”, po trata da construção de uma sociedade inclusiva, compromissada com esse público. E não pode ser entendida como um processo paralelo ao contexto da educação comum. Ou seja, o grande desafio, nesse sentido, é garantir o acesso, permanência e aprendizagem dos alunos que apresentam especificidades sensoriais, cognitivas, físicas e psíquicas na escola de ensino. Desde sua definição por Kanner, em 1943, o autismo apresentou-se como um mundo distante, estranho e cheio de enigmas refere por um lado, ao próprio conceito de autismo e as causas, as explicações e a soluções para esse trágico desvio do desenvolvimento humano normal. Apesar de enorme quantidade de pesquisas realizadas durante mais de meio século, o autismo continua ocultando sua origem e grande parte de sua natureza apresentando desafios à intervenção educativa e terapêutica. Esta síndrome é diagnosticada entre as crianças de 2 a 3 anos de idade apresentando algumas características específicas, como dificuldade na fala e em expressar ideias e sentimentos, mal-estar em meio aos outros e pouco contato visual, além de padrões repetitivos e movimentos estereotipados, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás. Estes sinais e sintomas variam de leves, que podem até passar despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, que interferem muito no comportamento e na comunicação da criança. Palavras- Chaves: Autismo, Síndrome, Crianças, Idade, Sintomas. 1. INTRODUÇÃO O autismo é um transtorno emocional, produzido por fatores emocionais ou afetivos inadequados na relação da criança. Tais fatores dão lugar a que a personalidade da criança não possa constituir-se ou que se transtorne. Desse modo, mães e / pais incapazes de proporcionar o afeto necessário para a criação produzem uma alteração grave do desenvolvimento de criança que teriam sido proporcionalmente normais e que seguramente possui uma inteligência muito melhor do que parece, mas que não pode expressar por sua perturbação emocional e de relação. O emprego de uma terapia dinâmica de estabelecimento de laços emocionais saudáveis é a melhor maneira de ajudar a criança autista. A aprendizagem escolar orienta e estimula processos internos do desenvolvimento. Como enfatiza Vigotski (1988), a escola é um espaço privilegiado de acesso ao conhecimento, a forma culturais de perceber e estruturar a realidade. Assim o processo de escolarização é essencial, pois por meio dos saberes resultantes do trabalho educativo os homens aprendem a pensar, avaliar, sentir, compreender e explicar o mundo. Os resultados alcançados pelos alunos brasileiros nas avaliações nacionais e internacionais indicam que estes estão longe do nível de conhecimento esperado para sua série. Ainda há muito obstáculos com relação á escolarização; no curso dos alunos com dificuldades no estabelecimento de laços sociais e de relacionamento devido aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), o desafio é ainda maior. É comum a dificuldade em acolher ou mesmo a recusa em receber na escola alunos com problemas psicológicos, dificuldades o desenvolvimento da linguagem, atitudes e relacionamentos conflituosos. O conhecimento sobre as características e possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento desses alunos se constitui em uma forte barreira á operacionalização da politica nacional de educação inclusiva. Outro fator decisivo é que muitas vezes a inclusão é vista sob o paradigma da interação: Temos que ter uma classe de inclusão; o lugar deste aluno não é nesta escola, pois não dispomos de condições especiais de ensino; Temos que ter um professor que se encarregue destes alunos; Se termos um professor para apoiar o aluno, ai o professor da classe não precisa se preocupar com ele; Ele recebe atividades para desempenhar que são só dele ( FERRREIRA, 2005,p.143). Uma escola inclusiva, ou escolas de boa qualidade para todos, implicam a igualdade de oportunidades de aprender e de participar o currículo deve ser apropriado, segundo as necessidades de cada aluno. Para o autista é importante primeiramente fazer uma avaliação para conhecer quais as capacidades que cada aluno precisa alcançar, pois ele deve desenvolver competências fundamentais, motoras e acadêmicas. (CARVALHO, 2010; CUNHA, 2009). “O autismo requer do sistema educacional duas coisas importantes: diversidade e personalização.” (REVIERE, 2004, p.248) 2. TRASTORNOS GLOBAIS DE DESENVOLVIMENTO E POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA Discutir a educação de alunos com TGD implica em considerar que se trata de uma área de confluência entre educação e saúde, cuja articulação é garantida mediante o estabelecimento de ações de uma rede de profissionais da educação e de saúde que juntamente com a família em parceria e colaboração. A articulação entre a escola e os espaços de tratamento de saúde contribui para dar suporte as ações e adaptações necessárias à participação desses alunos na classe comum e, quando necessário, ao atendimento educacional especializado. A partir de 2008, o Ministério da Educação (MEC) passou a usar o termo Transtorno Global de Desenvolvimento para se referir aos alunos que apresentam alterações e prejuízos qualitativos nas interações sociais reciprocas e no desenvolvimento da linguagem e na comunicação, bem como repertorio restrito, estereotipado e repetitivo de interesses, motivações e atividades que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares. Estão incluídos nesse grupo os educandos com autismo, entre elas a Síndrome de Asperger e psicose infantil (BRASIL, 2008). Na versão revisada do Manual Diagnóstico e Estatística de Transtornos mentais, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria em 2000 (DSM IV-TR), o TGD é definido como o comprometimento grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: Habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades. Essa seção são: Transtorno Autista * Transtorno de Asperger * Transtorno de Rett * Transtorno Desintegrativo de Infância* Transtorno Global do Desenvolvimento Sem outra Especificação. Há diferenças, na forma de conceptualização utilizada pelo MEC e a versão do DSM-IV, a qual não considera a psicose com TGD. Todavia, há concordância de que eles afetam as interações sociais recíprocas, se manifestam nos primeiros cinco anos de vida e caracterizam-se por padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. 2.1 Autismo e o Desenvolvimento Social da Crianças As interações sociais são essenciais para o desenvolvimento humano onde se encontra as primeiras relações entre mãe e bebê. Desde sua definição por Kanner, em 1943 o autismo apresentou-se como um mundo distante, estranho e cheio de enigmas. Os enigmas referem-se por um lado, ao próprio conceito de autismo e as causas, as explicações e as soluções para esse trágico desvio de desenvolvimento humano normal. Apesar de enorme quantidade de pesquisas realizadas durante mais de meio século, o autismo continua ocultando sua origem e grande parte de sua natureza, apresentando desafios à intervenção educativa e terapêutica. Por outro lado quanto mais relacionar com as pessoas que apresenta esse estranho transtorno qualitativo do desenvolvimento, sentir e vivencia de opacidade, imprevisibilidade, impotência e fascinação difíceis de descrever e que acentuem ainda mais dessa vez na interação concreta e não só indivíduos autistas. Invariavelmente eles têm dificuldades de envolvimento social e de aquisição de habilidades de comunicação, a forma pela qual essas dificuldades se manifestam variam muito de pessoa para pessoa. Muitos indivíduos autistas não desenvolvem habilidades de linguagem e apresentam deficiências na comunicação não verbal. Aqueles que conseguem adquirir a linguagem têm problemas de comunicação, porque a comunicação eficaz requer a capacidade de assumir a perspectiva dos outros, um dos principais déficits do autismo. A taxa de retardo mental no autismo foi considerada durante muito tempo como de cerca de 75%, e um artigo recente de revisão que resumiu pesquisas com dados de QI apresenta uma mediana de 70%. No entanto, estudos recentes apresentam estimativas mais baixas, em grande parte devido à inclusão de indivíduos com síndrome de Asperger e com Transtorno Global do Desenvolvimento. Os indivíduos autistas invariavelmente têm dificuldades de envolvimento social e de aquisição de habilidades de comunicação. No entanto, a forma pela qual essas dificuldades se manifestam variam muito de pessoa para pessoa. Muitos indivíduos autistas não desenvolvem habilidades de linguagem e apresentam deficiências na comunicação não verbal. Aqueles que conseguem adquirir a linguagem têm problemas de comunicação, porque a comunicação eficaz requer a capacidade de assumir a perspectiva dos outros, um dos principais déficits do autismo. A taxa de retardo mental no autismo foi considerada durante muito tempo como de cerca de 75%, e um artigo recente de revisão que resumiu pesquisas com dados de QI apresenta uma mediana de 70%. No entanto, estudos recentes apresentam estimativas mais baixas, em grande parte devido à inclusão de indivíduos com síndrome de Asperger e com Transtorno Global do Desenvolvimento não especificado, que tipicamente têm taxas mais baixas de retardo mental. À medida que criança autista acumula conhecimento e experiências tornou se evidente a necessidade tanto teórica como pratica, de considerar o transtorno da perspectiva do ciclo vital completo e não apenas como uma alteração “da criança”. Deve se levar em conta que a maioria das pessoas autistas requer atenção, supervisão e apoio durante toda vida. Atualmente não se “cura” o autismo, embora possa haver uma melhora significativa, Graças, sobretudo, ao trabalho paciente da educação. Então esse estranho e fascinante desvio do desenvolvimento que produz sequências para toda vida. 2.1.1 A Criança Autista e a inclusão escolar O paradigma da inclusão escolar se assemelha à inclusão social tem como objetivo a construção de uma escola acolhedora onde não existam critérios ou exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os alunos deve ser considerado com cuidado. A realização de uma educação efetiva depende de condições do ambiente que favoreçam a diversidade de possibilidades emanadas do processo inclusivo e a aquisição de saberes elaborados pelos homens. A sociedade busca repensar a escola e o seu conjunto natural e filosófico, que vem sendo, ao longo dos séculos, colocado em prática, esse ambiente “[...] deixa de ser a escola da homogeneidade e passa a ser a escola da heterogeneidade [...]” (MARTINS, 2006, p. 19). Nisto, um dos grandes desafios atuais é proporcionar uma educação para todos, sem distinções, além de assegurar um trabalho educativo organizado e adaptado para atender às Necessidades Educacionais Especiais (NEE) dos alunos. Nesse sentido, Borges (2005, p. 3, apud BORTOLOZZO 2007, p.15) afirma que, Um aluno tem necessidades educacionais especiais quando apresenta dificuldades maiores que o restante dos alunos da sua idade para aprender o que está sendo previsto no currículo, precisando, assim, de caminhos alternativos para alcançar este aprendizado Receber alunos com deficiência, mais especificamente, com transtornos globais do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas. Esse aspecto já é apontado pela Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASILIA/MEC, 2008) ao propor que a educação especial atue de forma articulada com o ensino comum, procurando atender as necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação. Este desafio tem sua base no princípio básico da inclusão escolar, que consiste em que as escolas reconheçam as diversas necessidades dos alunos e a elas respondam, assegurando-lhes uma educação de qualidade, que lhes proporcione aprendizagem por meio de currículo apropriado e promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros quesitos (MENDES, 2002). A luta educacional a favor dos alunos com autismo é constante e tem conseguido grandes feitos nos últimos anos, além deter aumentado os números de pesquisas na área e consequentemente informações sobre essa síndrome, no ano de 2012 foi sancionada a lei n° 12.764/12 – Institui Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Essa lei chama-se Berenice Piana, esse nome foi dado em homenagem a essa mãe que tem um filho autista e luta incansavelmente pelo direito de seu filho. Essa é a primeira lei que fala diretamente sobre os autistas e os considera deficientes. Parafraseando Cunha (2013), a lei afirma o ideário inclusivo, já visível na LDBEN n° 9.394/96, e avança ao destacar que a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais e que tem o direito de estudar em escolas regulares, tanto na educação básica quanto no ensino profissionalizante e, quando necessário, com o apoio de um mediador especializado. Ficam definidas, também, sanções aos gestores que recusarem a matricula do aluno com o espectro. 3. OS RECURSOS PESSOAIS E MATERIAIS As escolas especificam para crianças autistas só se justificam se cumprem esta três condições: 1. Um colegiadocomposto de especialistas em autismo e TGD, com autos níveis de destrezas na educação e tratamento de crianças que apresentam esses quadros. 2. Pequeno número de alunos por professor (normalmente, três e cinco). 3. Especialistas em audição e linguagem, eventualmente em psicomotricidade fisioterapia, e pessoal complementar de apoio. Nessas escolas que costumam ser e devem ser para muito poucos alunos é preciso assegurar um tratamento individualizado durante períodos longos de tempo. A perda das vantagens que podem ter os ambientes menos restritivos sói é aceitavam nos casos de crianças (geralmente de idade sociais muito baixas) que tem de adquirir em bloco capacidades e diretrizes que as crianças normais desenvolvem em contextos de aprendizagem incidental por meio de relações com adultos completamente individualizados, mais semelhantes á criação do que à educação formal. Não são apenas as escolas especificas que requerem recursos especiais para atender as crianças autistas. Quando a integração em escolas regulares ou a incorporação a escolas especiais, mas não especificas de autismo, não é acompanhada de recursos pessoais suficientes, o fracasso é muito provável. Pode se dizer com toda certeza que todas as crianças com autismo, independentemente de sua opção escolar, requerem atenção especificas e individualizadas a seus problemas de comunicação e de linguagem e a suas dificuldades de relação. Quase sempre é necessária à atenção de professores de apoio e de especialistas em audição e linguagem, com uma capacitação especifica em procedimentos de tratamento para crianças autistas e com TGD. Além disso, é imprescindível uma tarefa de apoio e estruturação, de coordenação dos sistemas de ajuda e educação por parte de um assessor se possível especializado na área. 3.1 A Importância da Escola para as Crianças Autistas A escolarização das crianças com autismo é um campo em construção marcado pelos diferentes modos de compreender essas crianças, seu desenvolvimento e as possibilidades educativas de cada abordagem. Contudo, sabe-se que, historicamente, escolarização dessas crianças ficou sob a responsabilidade das instituições especializadas de educação especial. O atendimento à criança com autismo nessas instituições baseava-se no modelo clínico médico no qual o trabalho educativo estava centrado na deficiência do aluno, visando a corrigir ou amenizar déficits, cristalizando a imagem da criança com autismo ao seu diagnóstico e determinando uma incapacidade de aprender e se desenvolver (VASQUES, 2003; CHIOTE, 2013). Incluir a criança com autismo vai além de colocá-la em uma escola comum, em uma sala regular; é preciso proporcionar a essa criança aprendizagens significativas, investindo em suas potencialidades, constituindo, assim, o sujeito como um ser que aprende, pensa, sente, participa de um grupo social e se desenvolve com ele e a partir dele, com toda sua singularidade. A educação das pessoas autistas e outros transtornos Profundos provavelmente exige mais recursos mais do que são necessários em qualquer outra alteração ou atraso evolutivo. Às vezes embora ocorram aquisições funcionais é um abrandamento dos traços autistas os progressos são muito lento por isso a importância de uma criança autista esta inserida na escola essa educação não pode ser compreendida apenas em termos econômicos, trata-se de uma realidade de um problema essencialmente qualitativo. A alienação autista do mundo humano é um desafio sério, pois o mundo não seria propriamente humano se aceitasse passivamente a existência de seres que, sendo humanos, são alheios. Na percepção de Vygostsky (1997), a influencia do meio cultural, em uma sociedade como a nossa, com caráter homogeneizador, coloca a questão dos modelos padronizados ideias como referência ao que é considerado “normal”. O próprio uso de ferramentas ou instrumentos disponibilizados no ambiente pressupõe que existe o padrão psicofisiologico normal, partindo do principio da destreza das mãos, dos órgãos, dos sentidos, das percepções, do processamento das informações no cérebro e da emissão de respostas consideradas apropriadas como indispensáveis para o desenvolvimento psicológico-cultural. Nesse âmbito, o defeito conduz e produz dificuldades para o desenvolvimento cultural das pessoas com deficiência ou transtornos aos padrões culturais dominantes, produzidos pela sociedade. 3.2 O Espectro Autista e Suas Dimensões O conceito de espectro autista pode ajudar a compreender que quando se fala de autismo e de outro transtornos globais. O rotulo “autismo” parece remeter a um conjunto bastante heterogêneo de individualidades cujos níveis evolutivos, necessidades educativas e terapêuticas e perspectivas vitais são bastante diferentes. A ideia de considerar o autismo como um “continuo”, mais do que como uma categoria que defina um modo de “ser”, ajuda a compreender que, apesar das importantes diferenças que existem entre diferentes pessoas, todas elas apresentam alterações , em maior ou menor grau em uma serie de aspectos ou “dimensões”, cuja afecção se produz sempre nos casos de transtornos profundos do desenvolvimento. “A natureza e a expressão concreta das alterações, que as pessoas como espectro autista apresentam nessas “dimensões” sempre alteradas”, dependem de seis fatores principais: 1. A associação ou não do autismo como atraso mental mais ou menos grave. 2. A gravidade do transtorno que apresentam. 3. A idade momento evolutivo da pessoa autista. 4. O sexo: o transtorno autista afeta com menos frequência, porem com maior gravidade de alteração, as mulheres do que os homens. 5. A adequação e a eficiência dos tratamentos utilizados e das experiências de aprendizagem. 6. O compromisso e o apoio da família. Os sintomas específicos que as pessoas com autismo apresentam ou os traços autistas associados a outros quadros dependem esses seis fatores, alguns que não são independentes entre si, mas que não podem ser reduzidos completamente uns aos outros. A ideia de um “espectro autista” teve sua origem em um pesquisa realizada por Lorna Wing e Judith Gould (1979), cujo objetivo era conhecer o número e as características de crianças e jovens menores de 15 anos que apresentavam algum tipo de deficiência importante nas capacidades de relação social. O resultado dessa pesquisa foi a descoberta de que a prevalência de déficits sociais graves eram mais de quatro vezes superior ao do transtorno autista, e também que em todas as crianças com esses déficits concorriam os principais sintomas do espectro autista: transtornos da relação, da capacidades de ficção e de jogo simbólico, das capacidades linguísticas e comunicativas e de flexibilidade mental e comportamental. A presença desses traços eram tanto mais provável quanto menor era QI das crianças estudadas. O resultado da pesquisa de Wing e Gould (1979) que tem enormes consequências praticas: os traços do espectro autista não se produzem apenas em pessoas com transtorno global do desenvolvimento , mas em outro cujo desenvolvimento é afetado por diferentes causas: atrasos de origem metabólica ou genética, epilepsias da primeira infância que são acompanhadas de atraso mental ( como a síndrome de West), alterações associadas a quadros de incapacidade sensorial , etc. Tal observação tem uma importância muito grande, pois as alterações sintomáticas são as que definem essencialmente as estratégias de tratamento mas do que os rótulos psiquiátricos, neurobiológicos e psicológicos com que se definem os quadros. Lorna Wing (1988) diferenciou quatro principais dimensões de variação do espectro autista: 1. transtorno nas capacidades de reconhecimento social. 2. Nas capacidades de imaginação e compreensão social. 3. Nas destrezas de imaginação e compreensão social. 4. Nos padrõesrepetitivos de atividade. Refere-se também a outras funções psicológicas, como a linguagem, a resposta a estímulos sensoriais, a coordenação motora e as capacidades cognitivas. E pela importância do conceito de espectro autista, desenvolveu se um conjunto mais amplo de doze dimensões que se alternam sistematicamente nos quadros de autismo e em todos aquele que envolvem espectro autista. Para cada dimensão, estabelecem quatro níveis: O primeiro é que caracteriza as pessoas com um transtorno significativo, um quadro mais grave, níveis genitivos mais baixos e frequentemente crianças menores. E os casos que não receberam um tratamento adequado. O quarto nível é característico dos transtornos menos graves e define de modo muito característico pessoas que apresentam a síndrome de Asperger. As doze dimensões que diferencia são: 1. Transtornos qualitativos da relação social. 2. Transtornos da capacidade de referencia conjunta (ação, atenção e preocupação conjuntas). 3. Transtornos das capacidades intersubjetivas e metalistas. 4. Transtornos das funções comunicativas. 5. Transtornos qualitativos da linguagem expressiva. 6. Transtornos qualitativos da linguagem compreensiva. 7. Transtornos das competências de antecipação. 8. Transtornos da flexibilidade mental e comportamental. 9. Transtornos do sentido da atividade própria. 10. Transtornos da imaginação e das capacidades de ficção. 11. Transtornos da imitação. 12. Transtornos da suspensão (da capacidade de criar significantes). Deve-se assinalar que embora exista uma alta correlação entre os níveis das pessoas autista nas diferentes dimensões, essa correlação não é, de modo algum, perfeita. Assim a pessoa X pode estar no nível três da primeira dimensão, no 2 da segunda, no 3 da terceira, etc. A descrição do nível em que se situa uma pessoa com espectro autista em cada dimensão constitui um julgamento sistemático , muito útil para definir seu quadro e estabelecer uma ideia inicial do proposito e das estratégias com que uma pessoa deve ser tratada. 3.3 Transtornos Qualitativos da Linguagem Receptiva No transtorno autista é na síndrome de Asperger, sempre há anomalias e deficiências na compreensão da linguagem. Frequentemente, as crianças que apresentam os transtornos específicos mais sérios do desenvolvimento da linguagem receptiva, ou o déficit semântico pragmático) tem sintomas tão acentuados, especificamente na fase critica de aquisição da linguagem, entre 1 ano e meio e 5 anos aproximadamente, que sua síndrome se revela muito mais difícil do que apresentam as crianças com autismo. Como ocorre nas outras dimensões, porem, as dificuldades e as anomalias de compreensão são muito vereáveis: há autistas que nunca respondem a interação verbal ou, nos casos mais sérios, comportam-se coo se não ouvissem. Frequentemente, isso se da no inicio do quadro quando as suspeitas de surdez ocorrem 40% dos casos. 4. CONCLUÃO/ CONSIDERAÇÃO FINAL Portanto pode se dizer que o autismo é fascinante, pois é um desafio e uma motivação das pessoas, fundamental como seres humanos. As necessidades de compreender os outros, compartilhar mundos mentais e se relacionar são muito própria da humanidade. Por isso o isolamento desconectado das crianças autistas é tão estranho e ao mesmo tempo fascinante. O autista requer atenção, carinho, para que tenha uma relação significativa e que seja estabelecida com quem se aproxima. Somos nós que temos que nos adaptar ao seu mundo e a sua linguagem, aprendendo com eles o quanto é especial o mundo em que eles vivem. E por fim, as práticas pedagógicas devem estar ser constantemente avaliadas, para que possam ser definidas a partir do aprendizado de cada um, considerando suas especificidades. A família, ao se deparar com o diagnóstico de TEA, tende a buscar e coletar mais informações sobre o diagnóstico estabelecido. Entende-se que, quanto mais cedo à criança for diagnosticada e iniciar o tratamento, maiores serão as possibilidades de desenvolvimento dentro de suas capacidades físicas e mentais REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSM IV: manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais. 4 ed.rev. Porto Alegre, 2002. __________. (1991). Autismo. Hacia la explicación del enigma. Madri: Alianza Editorial. BARBOSA, V. L. B.Por uma educação inclusiva. Paraíba: Manufatura, 2006 CUNHA, E. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de Ensinar ideias e práticas pedagógicas. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2013. GOMES, C. G. S.; MENDES, E. G. Escolarização Inclusiva de Alunos com Autismo na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte.In: Revista Brasileira de Educação Especial, Universidade Estadual Paulista. v.16, 3, pp.375-396,2010 SCHIAVON, D. N.; PEDRO, K. M.; ZANATA, E. M..O processo educativo de alunos com deficiência: a importância da participação familiar. IV Congresso Nacional de Educação especial, São Carlos, 2010.
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