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MODULO 6 Da invalidade do negócio jurídico A invalidade de um negócio jurídico abrange a nulidade e a anulabilidade do negócio. Os negócios jurídicos inválidos não produzem os efeitos esperados pelas partes. Sua classificação se dá de acordo com o grau de imperfeição verificado no negócio jurídico, tornando-o nulo ou anulável. 1 – Negócio jurídico inexistente, nulidade absoluta e nulidade relativa Importante se faz saber diferenciar negócio jurídico inexistente de negócio jurídico nulo e anulável. O negócio inexistente é aquele que falta algum elemento estrutural, como por exemplo a manifestação de vontade. O negócio não chega a se formar, nem produz efeitos, inexistindo, portanto. Por outro lado, o negócio será nulo ou anulável quando estiver eivado de algum vício, ou quando estiverem ausentes requisitos essenciais, porém estes produzem efeitos jurídicos, ao contrário dos negócios inexistentes. Além disso, a invalidade é sempre posterior à existência do negócio, pois só é válido ou inválido o que existe. 2 – Nulidade Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os seus efeitos esperados. Assim, o negócio jurídico será nulo quando ofender os preceitos de ordem pública, ou seja, aqueles que interessam à sociedade. 2.1 – Espécies de nulidades a) Nulidade absoluta Nesta espécie de nulidade, há um interesse social, além do individual, para que se prive o negócio de seus efeitos, em vista da ofensa a preceito de ordem pública, afetando a todos. Pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciado de ofício pelo juiz (art. 168, parágrafo único CC). b) Nulidade relativa Também denominada anulabilidade, atinge aqueles negócios que estão eivados de vícios que os tornem inválidos, mas que podem ser afastados ou sanados. c) Nulidade total É aquela que atinge a totalidade do negócio jurídico, não se salvando nada no negócio. d) Nulidade parcial Afeta parcialmente o negócio jurídico, sendo que a parte válida não será alcançada pela nulidade, se for separável (art. 184 CC). Baseia-se no princípio da conservação do ato ou negócio jurídico. e) Nulidade textual É aquela que vem expressa na lei. Ex: art. 548 CC f) Virtual ou implícita Não sendo expressa, pode ser deduzida de expressões utilizadas na lei, como por exemplo “não podem”, “não se admite”, outras. Ex: art. 1.521 CC 2.2 – Causas de nulidade (absoluta) Entabuladas no art. 166 CC, incisos I a VII, causam a nulidade do negócio: I – quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz (requisito de validade do negócio jurídico) II – objeto ilícito, impossível ou indeterminável (requisito de validade do negócio jurídico) III – motivo determinante ilícito, comum a ambas as partes IV – quando não revestir a forma prescrita em lei (requisito de validade do negócio jurídico) V - quando for preterida formalidade essencial para sua validade (requisito de validade do negócio jurídico) VI – quando fraudar a lei imperativa ( preceito de ordem pública) VII – quando a lei o declarar nulo ou proibir-lhe a prática 2.3 – Simulação É a declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Há um conluio entre os contratantes, que objetivam enganar terceiros ou fraudar a lei. A simulação é causa de nulidade do negócio jurídico (art. 167 CC). Pode ser absoluta, quando as partes não realizam efetivamente nenhum negócio, apenas fingem para criar aparências e prejudicar terceiros; pode ser relativa, quando as partes desejam realizar um negócio, mas realizam outro, prejudicial a terceiro ou em fraude à lei. Se a simulação for relativa, subsistirá o negócio dissimulado se este for válido na substância e na forma. As causas de simulação estão entabuladas no §1º, incisos I a III do art. 167 CC. OBS: resguardam-se os direitos dos terceiros de boa-fé. 3 - Anulabilidade (nulidade relativa) Ocorre quando a ofensa atinge somente o interesse particular das pessoas envolvidas, facultando-se a estas promover a anulação do ato. O negócio jurídico será anulável, porém será considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar no prazo legal. A anulabilidade visa à proteção do consentimento ou refere-se à incapacidade das partes. 3.1 – Causas de anulabilidade Entabuladas no art. 171 CC, incisos I e II: I – incapacidade relativa do agente II – por vício de consentimento ( erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão) e vício social (fraude contra credores). 3.2 – Distinção entre nulidade e anulabilidade A nulidade é decretada no interesse da própria coletividade, pois trata-se de matéria de ordem pública. Enquanto a anulabilidade é decretada no interesse privado (pessoa prejudicada), por conveniência das partes. A anulabilidade pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes, ou sanada pela confirmação. Quando a anulabilidade resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este autorizar posteriormente. Já a nulidade não pode ser sanada pela confirmação, nem suprida pelo juiz. A nulidade deve ser pronunciada de ofício pelo juiz, operando efeitos “ex tunc”, enquanto a anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício, necessitando ser alegada pela parte interessada, surtindo efeitos após declarada por sentença (efeitos “ex nunc”) . Na anulabilidade a natureza da sentença é desconstitutiva, pois o negócio até o momento da sentença continua produzindo efeitos. Na nulidade, a natureza da sentença é declaratória, pois o negócio é declarado nulo desde o início. A anulabilidade pode ser alegada pelos interessados (prejudicados), enquanto a nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, ou pelo MP. 4 – Conversão do negócio jurídico Consiste na conversão do negócio jurídico nulo em outro, de natureza diversa, desde que se possa inferir que a vontade das partes era realizar o negócio subjacente. Ex: uma venda simulada, que pode conter os requisitos de uma doação; um ato público nulo, que poderia ter os requisitos de uma escritura privada. Devem ser observados dois requisitos: Objetivo: necessidade de que o segundo negócio, em que se converteu o nulo, tenha por suporte os mesmos elementos fáticos. Subjetivo: intenção das partes de obter o efeito prático da conversão do negócio nulo. Exercício 1: Assinale a alternativa correta: A) A inobservância de algum dos requisitos acidentais de um negócio jurídico pode resultar em sua nulidade absoluta. B) A declaração da nulidade absoluta e a anulação (por nulidade relativa) dependem de manifestação da função Judiciária do Estado. C) A nulidade absoluta ou relativa pode ser declarada em um negócio jurídico independentemente da manifestação do Estado. D) A nulidade absoluta e relativa estão relacionadas com os requisitos essenciais do negócio jurídico. E) Nenhuma das anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Assinale a alternativa correta: A) A sentença decorrente de ação de nulidade absoluta é declaratória. B) A sentença decorrente de ação de nulidade relativa é constitutiva. C) Os efeitos da sentença declaratória são ex tunc e os da constitutiva são ex nunc. D) A nulidade relativa permite a ratificação do ato. E) Todas as alternativas estão corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Assinale a alternativa incorreta: A) A nulidade absoluta e a nulidade relativa podem ser arguidas por qualquer pessoa com interesse jurídico ou econômico no processo. B) A ratificação é a renúncia da parte em buscar a nulidade do negócio jurídico. C) A ratificação só é possível em se tratando de nulidade relativa. D) A ratificação pode ser expressa ou tácita. E) A ratificação é possível diante da nulidade relativa porque não fere interesse público. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentáriosExercício 4: Assinale a alternativa correta: A) A simulação leva à nulidade absoluta o negócio jurídico. B) A simulação é vício social que pode levar a nulidade relativa do negócio jurídico. C) A simulação de um negócio jurídico significa a sua inexistência. D) A simulação entre pessoas casadas não produz efeitos legais. E) Nenhuma das anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Assinale a alternativa correta: A) A nulidade da obrigação principal não implica na nulidade da obrigação acessória. B) A nulidade da obrigação principal implica na nulidade da obrigação acessória. C) A nulidade da obrigação acessória implica na nulidade da obrigação principal. D) A nulidade da obrigação principal e da acessória são interdependentes. E) Nenhuma das anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Assinale a alternativa correta: A) Uma das finalidades da observância da forma é garantir a autenticidade do negócio jurídico. B) A forma especial imposta ao negócio jurídico é sempre única e determinada pela lei. C) Nosso ordenamento jurídico não admite a forma verbal. D) Todo negócio jurídico é solene. E) A forma solene estabelecida em lei é a escritura pública. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Quanto à nulidade dos negócios jurídicos, assinale a alternativa verdadeira: A) Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os seus efeitos esperados. B) A nulidade relativa equivale à ofensa a preceitos de ordem pública. C) A nulidade absoluta só pode ser arguida pelo Juiz, nunca pela parte interessada. D) A nulidade absoluta é também denominada anulabilidade, e atinge aqueles negócios que estão eivados de vícios que os tornem inválidos, mas que podem ser afastados ou sanados. E) Todas a alternativas estão corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: É considerada uma das causas de nulidade do negócio jurídico: A) Quando celebrado por pessoa relativamente incapaz (requisito de validade do negócio jurídico). B) Objeto lícito, possível ou indeterminável (requisito de validade do negócio jurídico). C) Motivo determinante ilícito, comum a ambas as partes. D) Quando revestir a forma prescrita em lei (requisito de validade do negócio jurídico). E) Nenhuma das anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: Segundo o Código Civil, a validade do negócio jurídico requer: I. agente capaz. II. objeto lícito, possível, determinado ou determinável. III. forma prescrita ou não defesa em lei. Considerando as assertivas acima: A) apenas I é correta. B) apenas III é correta. C) apenas I e II são corretas. D) apenas I e III são corretas. E) I, II e III são corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 10: Quanto à prova testemunhal, assinale a alternativa incorreta: A) As testemunhas podem ser instrumentárias ou judiciárias. B) Os menores de dezesseis anos não podem ser admitidos como testemunhas. C) Os irmãos de qualquer uma das partes litigantes não podem ser admitidos como testemunhas. D) Há pessoas que não podem ser testemunhas por causa de compromisso profissional, de guardar sigilo. E) Tios e sobrinhos podem ser admitidos como testemunhas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 11: Com relação às espécies de nulidade assinale a alternativa correta: A) Nulidade total é aquela que atinge a totalidade do negócio jurídico, não se salvando nada no negócio. B) Nulidade implícita é aquela que vem expressamente na lei. C) Nulidade parcial é aquela que, não sendo expressa, pode ser deduzida de expressões utilizadas na lei, como por exemplo, "não podem", "não se admite", dentre outras. D) Nulidade relativa é também denominada anulabilidade condicional objetiva e atinge aqueles negócios que estão manchados de vícios que os tornem inválidos, e que não podem ser afastados ou sanados. E) A nulidade absoluta só existe se for também virtual parcial. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 12: A confissão não pode ser: A) Judicial. B) Extrajudicial. C) Espontânea. D) Revogável. E) Presumida. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 13: A presunção, como meio de prova: A) é sempre absoluta. B) é absoluta quando se refere à paternidade do filho havido na constância do casamento. C) é absoluta, mas admite prova em sentido contrário. D) pode ser relativa, quando admite prova em sentido contrário, e absoluta, quando é irrefragável. E) Nenhuma das anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 14: Uma decisão com fulcro no resultado de um exame de DNA e certa decisão fundada na recusa do réu a se submeter ao exame de DNA basearam-se, respectivamente, em provas: A) documental e pericial. B) pericial e documental. C) pericial e por presunção. D) testemunhal e pericial. E) pericial e testemunhal. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 15: Assinale a alternativa incorreta: A) A forma especial é aquela exigida pela lei como requisito de validade de certos negócios jurídicos. B) A forma especial admite a pluralidade de formas. C) Caso o negócio reclame forma especial, a mesma deve ser observada sob pena de nulidade relativa. D) Caso a forma não seja prescrita em lei, deve ser adotada forma não defesa pelo ordenamento jurídico. E) A forma é um dos elementos essenciais do negócio jurídico. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 16: Assinale, quanto aos documentos, a afirmativa incorreta: A) Documentos públicos são elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções. B) Certidões, traslados e instrumentos elaborados por autoridade pública são documentos públicos. C) Documentos particulares são aqueles elaborados por pessoas naturais ou jurídicas, através de seus representantes. D) Documentos não são instrumentos (públicos ou particulares); instrumentos são espécies de documentos. E) Cartas e telegramas são sempre documentos públicos. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 17: Sobre a teoria das nulidades, é errado afirmar: A) Negócio nulo pode ser objeto de conversão, a fim de surja um novo negócio válido e eficaz B) São nulos os negócios em que a lei proíbe sua prática sem cominar sanção . C) Em regra é de quatro anos o prazo para pleitear-se a nulidade absoluta do negócio jurídico. D) Negócio anulável admite ratificação tácita. E) Todas as alternativas estão corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 18: Assinale a alternativa que não for correspondente a simulação: A) É a declaração falsa, enganosa, da vontade, visando apresentar negócio jurídico diverso do efetivamente desejado. B) No caso da simulação relativa, subsistirá o negócio dessimulado se este for válido na substância e na forma. C) Quando as partes não realizam nenhum negócio, apenas fingem para criar aparências e prejudicar terceiros podemos dizer que se trata de simulação absoluta. D) A simulação é causa de nulidade do negócio jurídico. E) Terceiros de boa-fé ou de má-fé não terão seus direitos resguardados quando verificarmos a existência de simulação. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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