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Doença Renal Crônica A DRC refere-se a muitas anormalidades clínicas que se agravam progressivamente à medida que a função renal diminui. Diabetes, hipertensão e glomerulopatias são as principais causas de doença renal crônica (DRC). Além disso: LUPUS, endocardite etc. Grande parte tem causa desconhecida. CLASSIFICAÇÃO DA DRC (DIRETRIZ KDIGO 2012) São classificadas com base na taxa de filtração glomerular (estádio G1, G2, G3a/b, G4 e G5), nos níveis de albuminúria (A1, A2 e A3) e em cores para classificar o risco de progressão: Verde: risco baixo Amarelo: risco moderadamente aumentado Laranja: risco alto Vermelho: risco muito alto COMO CLASSIFICAR A FUNÇÃO RENAL: • urina amostra: albumina e creatinina (faz relação albumina-creatinina) • sangue: creatinina Medir a taxa de filtração glomerular: medir na urina 24h a depuração de creatinina OU pela TFG estimada (TFGe) OBS: De onde vem a creatinina? Dos músculos (da creatina). Por isso que em homens a creatinina tende a ser maior. E em idosos menor (já que há perda de massa muscular) CONSEQUÊNCIA DA PERDA DE FUNÇÃO RENAL Na DRN, o rim tem tempo de sofrer adaptação. Por isso, muitas vezes a DRN só se manifesta quando está em estádios longos. PROGRESSÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA Ocorre uma inflamação renal, causada por distúrbio imune ou hemodinâmico, gerando fibrose. A nefropatia causa perda de néfrons (fibrosam), levando a hiperfiltração compensatória do rim, que também é lesiva e acaba quebrando a barreira glomerular de proteínas e piorando a cascata inflamatórias, lesionando ainda mais néfrons. MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO DO NÉFRON À INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA • Filtração glomerular • Sódio • Água • Potássio • Equilíbrio ácido-base • Cálcio e fósforo Em condições normais: → O rim filtra 170L/dia e perde menos de 1% do filtrado Em uma DRC avançada: → O rim filtra cerca de 16,7L/d e perde cerca de 8% do filtrado (uma vez que os néfrons remanescentes não são capazes de compensar os néfrons fibrosados, apesar de hiperfuncionantes) HEMODINÂMICA O processo de filtração ocorre nos glomérulos. A medida que os glomérulos filtram, o filtrado cai na cápsula de Bawman. Para aumentar a pressão no glomérulo e aumentar a filtração (pressão de filtração) é preciso fazer a vasoconstrição das arteríolas eferentes. OBS: paciente com DRC em uso de IECA: diminui a taxa de filtração glomerular já que diminui a constrição que seria causada pela angiotensina II (creatinina sanguínea aumenta). De início é negativo pois aumenta a creatinina, mas com a longo prazo é melhor devido menor pressão. BALANÇA DE SÓDIO Qualquer acúmulo de sódio ou água não é bem eliminado pelo rim em pacientes com DRN, expandindo o volume vascular, cursando com edema e aumento de PA. NA DRC: A capacidade de diluir urina é limitada pelo ritmo de FG diminuido já que os néfrons estão delimitados. E a capacidade de concentração também é limitado pelo alto RFG (remanescente de filtração glomerular) por néfron remanescente. Noctúria: urinando muito a noite Por que isso ocorre? Ao deitar-se, a perfusão renal fica melhor. Quando o rim está deficiente, o rim não consegue concentrar e acaba tendo que levantar várias vezes a noite pra urinar. METABOLISMO DE POTÁSSIO → FEK (fração de excreção de potássio) = 7 (néfron normal) → o FEK aumenta de 7 para 70% na DRC avançada (uma vez que os néfrons remanescentes se esforçam muito mais) porém, apesar dos néfrons que sobraram estarem trabalhando mais, o rim como um todo está eliminando menos, de forma que haja acúmulo sanguíneo. → O aumento de potássio no sangue só aparece em fases tardias da DRC > acúmulo no sangue e hiperpotassemia Hipercalemia é uma emergência médica, pois gera risco de arritmia e mortes súbitas. OBS: atentar para fármacos que agravam a hipercalemia, os IECA e BRA-II. PREÇO A PAGAR PELA MANUTENÇÃO DO BALANÇO DE POTÁSSIO NA IRC: → Inflexibilidade no processamento do potássio (não consegue lidar com cargas adicionais de K+) → Agravamento da hipercalemia com: o Retentores de K o Inibidores da ECA o Bloqueadores do receptor da angiotensina II → Em estágios avançados (Fase 5): o Hiperpotassemia persistente ACIDOSE O rim participa da eliminação dos ácidos orgânicos e regenera o bicarbonato. Quando há perda de massa renal (néfrons), ocorre o acúmulo dos ácidos orgânicos levando a acidose. Quando o RFG (ritmo de filtração glomerular) do rim chega a 30% ou menos, há perda da excreção total de ácido devido a perda da excreção de amônio (a excreção de amônio que é comprometida, fazendo com que a excreção total de ácido seja comprometida) levando a ACIDOSE. NH3 (AMÔNIA)+ H+ = NH4 (AMÔNIO) -//- CONSEQUÊNCIA: HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO • O rim é responsável pela ativação da vitamina D. Com o comprometimento da massa renal, há diminuição da ativação da vitamina D. • A vitamina D promove a absorção de cálcio do intestino. Dessa forma, haverá diminuição de cálcio no sangue. • Baixa de cálcio no sangue ativa as glândulas paratireoides a produzirem o paratormônio (PTH). • O PTH tem 2 locais de ação: o Osso: joga fosfato de cálcio na circulação na tentativa de tamponar o cálcio faltante. Com o tempo, isso degenera o osso. o Rim: tenta promover a excreção de fósforo (P) no rim (fosfatúria); tenta promover a reabsorção de cálcio (Ca++); estimula produção de vitamina D > HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO Intoxicação por vit D = causa hipercalcemia Hipercalcemia pode levar a doenças neurológicas e renais graves. DIAGNÓSTICO DE DRC CREATININA VS. RFG Creatinina = aumenta no sangue a medida que diminui a TFG (calculada baseada na creatinina ou mede pela urina 24h) RFG Independente de qual exame pedido, faça o acompanhamento do paciente. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS GERAIS: o Náuseas, vômitos, anorexia, emagrecimento, astenia DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS: o hiponatremia, hipercalemia. Acidose metabólica DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS: o anemia (principalmente pela deficiência de eritropoetina [EPO] que é produzida pelos rins) OBS: EPO responsável pela maturação dos eritrócitos o sangramento o infecções DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS o Anorexia, náusea, vômito, hálito urêmico, esofagite, gastrite, úlcera péptica DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES - PRINCIPAL CAUSA DE MORTE EM PACIENTES COM DRC o HAS/HVE, ICC, coronariopatia o edema agudo de pulmão o pericardite urêmica ECG DA HIPERPOTASSEMIA (fases avançadas da DRC) DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS o alterações do sono, irritabilidade o Convulsões, coma urêmico DISTÚRBIOS DERMATOLÓGICOS o Palidez, prurido DOENÇA ÓSSEA NA DRC Osteodistrofia renal – termo somente para biópsia QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL NA DOENÇA ÓSSEA: o Dor óssea, fraturas, deformidades o Hemograma: Ca baixo, P alto, PTH alto, Fosfatase Alcalina elevada Quadro Radiológico Hiperparatireoidismo secundário: o reabsorção óssea o reabsorção subperiostal falanges médias mãos o lesão em “sal e pimenta” crânio o Calcificação metastática Falange média super absorvida – preferência por falange EXAMES LABORATORIAIS Exames básicos que podem estar alterados na DRC: o Ureia / creatinina (estarão elevados)/ Na (baixo)/K(alto)/ Ca (baixo)/P (alto) – o Hemograma completo – para ver se tem anemia, evidência de infecção etc. o US rins – podem estar diminuídos o Clearance de creatinina INDICAÇÕES DIALÍTICAS ABSOLUTAS o pericardite o edema agudo de pulmão o encefalopatia e/ou neuropatia urêmica avançada o sangramento clinicamente significante o hipertensão severa não responsiva ao tratamento o náusea e vômito persistentes o hipercalemia/acidose refratárias
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