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Parasitologia - Leishmania

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parasitologia 3 
leishmania 
 
Objetivos 
• Descrever Leishmania spp. Quanto à estrutura, epidemiologia, ciclos de vida, patogenia, imunologia, 
síndromes clínicas, diagnóstico e profilaxia. 
• Discutir pólos hiperérgico e anérgico para leishmaniose, classificação das leishmanioses e relacionar 
com hanseníase e outras doenças. 
• Descrever o processo de fagocitose induzida para parasitos. 
• Descrever os principais vetores quanto à estrutura, epidemiologia e patogenia. 
 
Leishmania sp. 
• Os parasitos do gênero Leishmania são agentes de zoonoses 
que infectam eventualmente a espécie humana nas regiões 
tropicais e subtropicais 
• Determinam doenças do sistema fagocítico mononuclear 
• Leishmaníase cutânea ⇾ produzem lesões cutâneas, ulcerosas 
ou não, limitadas 
• Leishmaníase mucosa ⇾ aparecimento de lesões destrutivas 
nas mucosas do nariz, boca e faringe 
• Leishmaníase cutânea difusa ⇾ formas disseminadas, que se 
apresentam em indivíduos anérgicos ou em pacientes tratados 
de calazar 
• Leishmaníase visceral (calazar) ⇾ os parasitos apresentam 
tropismo pelo SFM do baço, fígado, MO e tecidos linfoides 
• Caracteriza-se por apresentar apenas duas formas durante seu 
ciclo vital: 
o amastigota ⇾ parasito intracelular em tecidos de 
hospedeiros vertebrados 
o promastigota ⇾ se desenvolve no tubo digestivo de hospedeiros invertebrados (flebotomíneos) 
• A multiplicação se dá por divisão binária 
 
CICLO BIOLÓGICO E FORMAS EVOLUTIVAS 
• Forma amastigota ⇾ infectante do hospedeiro vertebrado 
• Citossomo levemente achatado com contorno ovoide / núcleo ocupa metade ou dois terços do corpo 
celular / cinetoplasto (concentração de kDNA) de aspecto baciliforme / membrana celular unitária 
com microtúbulos / bolso flagelar (invaginação da membrana), onde se aloja o flagelo 
• Com a divisão binária, o número de parasitos vai crescendo no interior do macrófago parasitado e a 
grande quantidade rompe a célula hospedeira ⇾ flagelados liberados no meio intercelular para 
serem fagocitados por outros macrófagos e infectá-los 
• Quando o inseto vetor pica o indivíduo parasitado, retira com o sangue/linfa as leishmanias 
• As formas amastigotas tornam-se nitidamente flageladas ⇾ forma promastigota ⇾ hospedeiro 
invertebrado 
• Citossomo fusiforme / flagelo emerge da extremidade anterior / núcleo no terço médio / cinetoplasto 
mais anterior 
• A diferenciação em promastigota acontece algumas horas depois de semeadas 
 
• São as formas predominantes no intestino do inseto, pois é nessa fase que ocorre intensa atividade 
multiplicadora 
• O inseto, com o esforço para ingerir sangue, relaxa a musculatura ⇾ regurgitação de material 
aspirado, misturado com promastigotas ⇾ inoculação das formas infectantes no novo hospedeiro 
vertebrado 
• A infecção por leishmanias induz respostas imunitárias que são tanto do tipo humoral (anticorpos) 
como do tipo celular (hipersensibilidade) 
• A indução da resposta imunológica depende, em grande parte, do processamento do material 
antigênico e de sua adequada apresentação aos linfócitos, por células assessoras 
• Essa função cabe aos macrófagos ⇾ demonstrar a presença de antígenos de leishmanias 
• Reconhecimento pelos linfócitos ⇾ potencial duplo ⇾ (1) induz resposta imunológica linfocitária das 
céls T e B; (2) resposta imunológica por ativação dos macrófagos 
• Baixa capacidade curativa ⇾ defeito da cooperação macrófago-linfócito, induzida pelo parasitismo 
• Consequências da ativação ⇾ produção de metabólitos tóxicos (H2O2, O2-, O2, OH-) ⇾ fase amastigota 
é sensível a esses produtos 
 
HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS 
• Os insetos vetores ⇾ dípteros, pilosos, cor-de-palha ou castanho-
claros, atitude característica ao pousar 
• Lutzomyia ⇾ abrange a maioria das espécies e quase todas 
aquelas cujas fêmeas picam o homem ⇾ leishmaniose das 
Américas 
• Phlebotomus ⇾ estão todos os transmissores da África, Europa e 
Ásia 
 
Leishmaniose tegumentar americana 
• Causa: Leishmania braziliensis 
• Produção de lesões cutâneas de vários tipos e, muitas vezes, por lesões secundárias na região nasal 
ou na região bucofaringiana 
• Nas infecções simples, não se consegue demonstrar a presença de anticorpos pelo teste de 
imunofluorescência ⇾ revela a presença de anticorpos contra antígenos comuns a várias espécies e 
subespécies do Leishmania (reações cruzadas do gênero) 
• A imunidade celular manifesta-se mais tardiamente que a sorológica ⇾ importante no processo de 
cura ⇾ coincide com os sinais de regressão das lesões e diminuição dos parasitos 
 
LESÕES CUTÂNEAS E MUCOSAS 
• Macrófagos ⇾ aumentados, e quando repletos de parasitos, 
rompem-se e liberam amastigotas que vão infectar novas 
células 
• Na área tegumentar de ação parasitária: 
1. hiperplasia histiocitária 
2. edema e infiltração celular 
3. alterações vasculares 
4. hiperplasia do epitélio ⇾ pode ter hiperqueratose e 
formação de pérolas córneas 
• O processo fica patente 1 a 4 semanas após a picada infectante 
• Inicialmente ⇾ nódulo pequeno ou lesão de aspecto impetiginoso 
• A inflamação cutânea marcha para a necrose, formando uma úlcera, rasa ou profunda 
• Bordas salientes, enduradas, com os limites internos talhados a pique ou com as margens subminadas 
• Contaminação bacteriana ⇾ provoca acúmulo de neutrófilos, congestão vascular, maior destruição 
celular e formação de tecido de granulação 
• Fase ulcerativa ⇾ os parasitos ficam menos abundantes ⇾ por fim são encontrados com dificuldade 
na base endurada das margens 
 
• Lesões não-ulcerosas ⇾ epiderme espessada com acentuada acantose e proliferação de papilas 
dérmicas inflamadas 
• Tendência para a formação de metástases na mucosa nasal ⇾ propagação por via hematogênica 
• Nódulos circunscritos de infiltrados histiocitários com raros parasitos e tendência a ulceração na 
porção cartilaginosa do septo nasal 
 
SINTOMATOLOGIA 
• Período de incubação variável ⇾ geralmente, 2 a 3 meses 
• Lesão inicial ⇾ costumam ser do tipo pápulo-vesiculoso 
• Caracteres típicos da lesão leishmaniótica ⇾ ulceração crônica, indolor, de contornos regulares, com 
bordas salientes e talhadas a pique, pouco exsudativas e com fundo granuloso 
• Infecções bacterianas ⇾ aspecto purulento, com formação de crostas sob as quais fica retido o 
sequestro de pus 
• Localização ⇾ preferencialmente nas partes descobertas do corpo (picada) 
• Dentro de meses, pode apresentar disseminação hematogênica ou linfática ⇾ parasitos em novos 
locais 
• Lesão mucosa nasal ⇾ coriza crônica, obstrução nasal, progride para destruição ulcerativa, dor 
• Sintomas gerais que podem acompanhar o quadro ⇾ febre, mal-estar e anemia moderada 
• Diagnóstico diferencial ⇾ impetigo, sífilis, lepra, tuberculose cutânea e outros 
 
Leishmaniose visceral 
• Também chamada de calazar 
• Causa: Leishmania donavani 
• Vivem sob a forma amastigota nas células do SFM ⇾ céls de Kupffer (fígado), céls reticulares e 
macrófagos do baço, da MO e dos linfonodos 
• Os monócitos podem levar os amastigotas a todos os pontos do organismo 
• A hipertrofia e hiperplasia do sistema macrofágico das vísceras é a razão das espleno e 
hepatomegalias, bem como das alterações da MO 
• BAÇO ⇾ aumenta de volume, cápsula se espessa, polpa com predominância de macrófagos que 
provocam congestão do órgão, zonas de infarto podem ser observadas 
• FÍGADO ⇾ aumento de volume, friável, hipertrofia das céls de Kupffer, fazendo saliência nos sinusoides 
ou aglomerando nos espaços porta, cheios de leishmanias 
• MO ⇾ macrófagos parasitados substituem, pouco a pouco, o tecido hematopoético 
• LINFONODOS ⇾ ingurgitados e cheios de parasitos 
• Imunodepressão ⇾ fica reduzida a capacidade de resposta a outros antígenos e de resistência a 
outras doenças infecciosas 
• Anemia ⇾ pela superpopulação histiocitária dos órgãos hematopoéticos e vida média das hemácias 
diminuídas 
• Há leucopenia e plaquetopenia 
 
SINTOMATOLOGIA 
• Incubação variável ⇾ de 2 a 4 meses 
• No local da picada pode formar pequenonódulo endurecido como uma pápula, de cor pálida ou 
ligeiramente pigmentada ⇾ localizada preferencialmente no rosto 
• Começa de modo gradual 
• Adinamia, anorexia, palidez, ligeiro aumento do baço, febre (39,5-40º) 
• Febre é o sintoma mais notável ⇾ irregular ou remitente 
• Esplenomegalia é a segunda manifestação mais importante 
• Progressão da doença ⇾ anemia e tendência a hemorragias (epistaxes, gengivais, digestivas), 
petéquias, edema da pele, hiperpigmentação

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