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1 OBSTETRÍCIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Doença Hemolítica Perinatal - Doença hemolítica perinatal (DHPN) = eritroblastose fetal → incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Essa incompatibilidade pode ser relacionado com o ABO, Rh (mais grave) e irregular (mais raro) - Fator Rh é responsável por 80% das doenças clinicamente identificáveis - Em 1968 → disseminação da imunoglobulina anti-Rh após o parto em gestantes “Rh negativo” para evitar complicações na próxima gravidez dela - Antes da medicação 16% dos fetos eram afetados → caindo para 0,2% (sendo muito importante) Sistema ABO: AB+ → receptor universal O– → doador universal ▪ Não é necessário exposição prévia da mãe, o corpo dela já produz naturalmente anti-A e anti-B; ▪ Incompatibilidade mais comum: até 30% das gestações → 2-5% dos fetos apresentam clínica de hemólise (geralmente branda). Sistema RH (Rhersus): → é o grande problema ▪ Rh positivo: antígeno D presente ▪ Rh negativo: antígeno D ausente Essa doença só pode ocorrer se a mãe tiver o tipo sanguíneo negativo e o bebê é positivo. Isso só ocorre se o pai tiver o tipo sanguíneo positivo 2 OBSTETRÍCIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Antígenos irregulares: ▪ Não pertencem ao sistema Rh ou ABO e são responsáveis por 2% dos casos de DHPN ▪ Geralmente os anticorpos são formados a partir de transfusão sanguínea prévia Não é fácil pesquisar antígenos irregulares, mas se precisar está disponível na rede pública de saúde! Quando vamos desconfiar que é esse tipo de incompatibilidade? Naquela mãe que recebeu sangue e naquela mãe que é grupo sanguíneo positivo, mas têm um coombs indireto positivo, então não tem como ela ser por incompatibilidade Rh Fisiopatologia: Fisiopatologia do sistema Rh: Na 1ª gravidez, tem a formação do anticorpo IgM, o qual não consegue alcançar a placenta. Mas depois de um tempo essa mãe começa a produzir anticorpo IgG (que faz uma memória definitiva contra o sistema Rh positivo), logo, o próximo bebê filho de pai + terá as hemácias destruídas fazendo anemia grave, complicações e causar morte. Na segunda gravidez o bebê: 3 OBSTETRÍCIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 - Hidropsia fetal → perda de líquido para o terceiro espaço com formação de derrame pleural, derrame pericárdico, ascite e edema cerebral Diagnóstico: Toda vez que chegar no pré-natal uma mulher de grupo sanguíneo negativo, deve-se perguntar a ela o grupo sanguíneo do pai. Se for positivo, pede-se o coombs indireto ▪ Coombs indireto → avalia o sangue da mãe ▪ Coombs direto → avalia o sangue do bebê ▪ Teste de coombs indireto → identifica no sangue materno anticorpos anti-Rh ou anticorpos contra antígenos irregulares o Teste positivo significa risco de doença hemolítica perinatal Pré-natal: ▪ GSRh materno (se negativo → GSRh paterno) ▪ Coombs indireto na primeira consulta de pré-natal → 28s repete → 32 → 36 → 40 semanas ▪ Se coombs indireto < ou = 1:8 (TÍTULAÇÃO BAIXA) → solicitado mensalmente até o parto ▪ Se coombs indireto > 1:8 → investigação de ANEMIA FETAL Quando vem positivo < ou = 1:8... o que fazer? Investigação de anemia fetal: - Doppler da artéria cerebral média fetal: 4 OBSTETRÍCIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 ▪ Iniciado a partir de 20-24 semanas ▪ Quando CI > 1:8 ▪ Se baseia no fato da anemia fetal leva a um estado hiperdinâmico em tecidos (cerebral) ▪ Avaliação do pico de velocidade sistólico da ACM Doppler da artéria cerebral média fetal: Tratamento: Conduta invasiva: - Cordocentese: ▪ Serve como teste padrão ouro para confirmação da anemia fetal ▪ Indicado só em casos de anemia fetal grave ▪ Coleta de amostra de sangue fetal → Se Ht < 30% ou Hb < 10g/dL ou feto hidrópico → indicado transfusão fetal intrauterina ▪ Se Ht > 30% não está indicado transfusão ▪ Transfusão através da veia umbilical ▪ Pode ser realizada a partir de 20 semanas de IG → cordão umbilical mais espesso ▪ Tipo sanguíneo transfundido: O negativo ▪ Objetivo: manter Ht entre 40 e 45% ▪ Após transfusão → acompanhamento fetal com cordocentese realizado entre 2-21 dias (Ht reduz 1% ao dia) ▪ Parto entre 37-38 semanas → se anemia leve! Imunoglobulina anti-Rh: ▪ Indicada após o parto em pacientes Rh negativos + coombs indireto negativo e recém-nascido Rh positivo → realizar até 72h após o parto ▪ Qualquer hemorragia durante a gestação ▪ Procedimentos invasivos durante a gestação ▪ Com 28ª semanas de IG (reduz risco de aloimunização de 2% para 0,1% até 40,0 semanas Profilaxia: DOSE: imunoglobulina anti-Rh, via IM, 300 mcg, dose única 5 OBSTETRÍCIA Rafaela Matos – 7º semestre – 2021.2 Imunoglobulina anti-Rh: ▪ Após administração com IG 28,0 semanas → teste de coombs indireto fica positivo (máximo de 1:4) Pergunta: Uma mãe rh – que na primeira gravidez o bebê era +, não tomou a vacina depois do parto, continuou com o mesmo marido e quer engravidar novamente, mas antes dela engravidar o coombs está super alto (1:64 ou 1:128...), chance enorme de complicação e óbito. O que eu faço com essa mãe? Digo para ela trocar de marido? Digo para ela desistir de ter mais filhos? Resposta: Não! Essa mãe pode ser encaminhada para a FIV e lá irão procurar um embrião com tipo sanguíneo negativo para ela engravidar. Resumo: Referências: - Gestação de alto risco (MS, 2010)
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