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Resenha Critica: Educação para competitividade ou cidadania social? escrito por Fernanda A. Da Fonseca Sobral.

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RESENHA CRÍTICA: “Educação para competitividade ou cidadania social?” escrito por Fernanda A. Da Fonseca Sobral.
Fernanda A. Da Fonseca Sobral teve a sua obra “Educação para competitividade ou cidadania social?” publicada pela revista São Paulo em Perspectivas, entre os meses de jan/março de 2000. Sua obra aborda as formas que a educação tem sido vista atualmente é o resultado de constantes mudanças históricas, a educação é vista como uma ferramenta essencial para a integralização do ser humano ao convívio social. O principal objetivo da obra de Sobral é a discussão das concepções refletidas na política educacional brasileira na década de 90, também será abordado as transformações da sociedade brasileira, como competitividade e cidadania social. 
Para o leitor entender melhor a mudança histórica das visões sobre a educação, Sobral começa a sua obra apresentando as relações entre a educação e a sociedade brasileira. Nas décadas passadas e até os dias atuais a educação ainda é vista como forma de “empoderamento” de um indivíduo, pois a educação possui a capacidade de transformar como uma sociedade te observa. Na década de 50 a educação era considerada uma ferramenta de mobilidade social, pois além de gerar a formação acadêmica de um indivíduo, a educação dava “status” e isso culminava na ascensão do indivíduo na hierarquia da época, esse período é visto no Brasil, por Florestan Fernandes (1972) como uma passagem da ordem social para uma ordem competitiva, mesmo a educação tendo esse papel decorativo, ela também era vista como forma de mobilidade social. Na década de 60, há dos estudos econômicos serem inseridos na educação, conceitos como capital humano, produtividade, taxa de retorno, custo da educação e a concepção de educação como mercadoria são exemplos de estudos econômicos que eram realizados na época, essa visão coloca a educação como ferramenta essencial para preparar o indivíduo para o mercado de trabalho e assim evoluir a sua renda e crescer economicamente o país. Nesse mesmo período, o mundo estava se consolidando como um sistema capitalista monopolista e contraposição ao sistema socialista. No Brasil esse período ficou marcado pela necessidade de o Estado interferir na economia do país, houve a industrialização das estruturas produtivas, levando em conta o exemplo de outros países, fica evidenciado que a modernização do Brasil aconteceu para inserir o país no mercado de trabalho internacional. Esse modelo industrial apresentou baixas taxas de crescimento, e por isso em 1968 começou uma fase de expansão denominado “milagre econômico brasileiro”, onde política educacional tinha o objetivo de melhorar a rentabilidade dos investimentos educacionais, essa política gerou diversas reformas onde a maioria se baseava na preparação do indivíduo para o mercado de trabalho, mesmo que a mão de obra estivesse sendo preparada as políticas visavam também a racionalização das atividades nas universidades com o intuito de promover maior eficiência sobre as análises econômicas da educação. A criação da pós-graduação no Brasil é o ponto inicial das atividades racionalizadas nas universidades é o resultado de uma política estatal que visava a modernização do ensino superior, o papel da universidade era qualificar os indivíduos, produzir conhecimento científico e tecnológico para permitir a expansão industrial brasileira. Já na década de 70 o papel da educação é ainda mais importante para o desenvolvimento econômico e ferramenta principal para a construção da cidadania, a educação levava ao indivíduo o acesso ao ensino público e gratuito como uma forma de participação nas diferentes formas de poder, significando uma sociedade mais autônoma. Já na década de 90, a educação passa a ser considerada uma promotora da competitividade, o novo contexto mundial é marcado pela globalização e pela menor interferência do Estado na economia, o que estimula ainda mais a competitividade pelo emprego, a globalização da uma maior abertura para o país se integrar ao mercado de trabalho mundial, a competitividade gera pesquisadores de universidades melhores, melhores funcionários e melhores tecnologias para o aprimoramento da economia do país. A competitividade contribui para o desenvolvimento da sociedade, na década de 70 a educação era vista como algo importante para o crescimento econômico, já na década de 90 esse pensamento evolui e a educação, ciência e tecnologia agora são consideradas importantes para o desenvolvimento econômico. Dessa forma, Sobral conclui a sua fala dizendo que a educação é importante para o país enquanto ela desempenha o papel de competividade, e que a educação também possui o papel de diminuir as desigualdades sociais, promover a cidadania social, e dessa forma o desenvolvimento é obtido através da competitividade entre as pessoas, das empresas e dos países. 
Sobre as concepções de educação para ensino fundamental, que é considerada prioritária para o governo, foi criada o Fundef (Fundo de Manutenção de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), que se trata de um fundo contábil direcionado para o ensino fundamental, esse fundo teve início no Pará e seu principal objetivo era promover a justiça social, o Fundef possui a meta de garantir o aumento da média salarial do país. Os documentos governamentais deixam em evidencia como é importante a melhora no ensino fundamental para a promoção de justiça social, como citado anteriormente. A educação inicial é considerada como o ponto inicial para o desenvolvimento cientifico e econômico de um país, mas essa associação de educação, economia e ciência é mais abordado no ensino médio, um dos maiores problemas do ensino médio é a identidade do ensino, que se oscila entre propedêutico e formação profissional. Entre as finalidades básicas do ensino médio está a preparação inicial para o mercado de trabalho, refletindo a competitividade que foi falada anteriormente, mesmo com a competitividade a cidadania não é abandonada, existem as duas grades curriculares. E com isso, Sobral diz que as concepções voltadas para o ensino fundamental são de caráter social, para gerar a cidadania, mas também para gerar a competitividade entre os estudantes, e já o ensino médio possui suas concepções voltadas a economia, também levando em consideração e competividade entre os estudantes, porém o contexto social não é esquecido. 
Além do ensino fundamental e ensino médio, Sobral aponta as concepções da política educacional voltada para o ensino superior. Na década de 90, as políticas educacionais para o ensino superior têm sofrido mudanças, a proposta de mudança para o ensino superior está ligada a associação de pesquisa e ensino, a avaliação de um ensino superior é possível através dos objetivos, metas e prioridades das instituições que oferecem o ensino superior, dessa forma, o conhecimento dentro das universidades muitas vezes está vinculado ao mercado de trabalho, sendo um ensino para a “economia do saber”. Os países mais desenvolvidos necessitam do aumento do conhecimento cientifico e tecnológico da população, conhecimentos que são essenciais para os meios industriais, o conhecimento sobre o mercado de trabalho é algo de extrema importância para a competividade internacional entre as empresas e os países, e por isso as empresas estão pedindo cada vez mais funcionários capacitados. A busca pela competitividade é razão emergencial para resolver problemas e atender as demandas comerciais. 
O novo modo de produção de conhecimento gera mudanças no ensino superior, pois antes as disciplinas eram mais acadêmicas e não focavam na utilidade econômica , com o novo modo de produção de conhecimento a educação no ensino superior desenvolve simultaneamente pesquisas acadêmicas com pesquisas para desenvolver a tecnologia, só que com o passar dos anos cada vez mais as universidades focam em desenvolver formas de tecnologias do que com o conhecimento, as transformações da globalização estão modificando as unidades de ensino, vinculando o conhecimento a economia. Contudoo que foi palestrado, A autora Fernanda A. Da Fonseca Sobral conclui a sua fala propondo que é necessário um modelo de desenvolvimento científico tecnológico que combine desenvolvimento intelectual (cientifico) com o desenvolvimento tecnológico que deve ser impulsionado pelo intelecto aprendido anteriormente e não pela demanda do mercado de trabalho, a demanda do mercado de trabalho diminui a qualidade do intelecto. As ideias de concepção muda de acordo com as décadas passam, a educação está sendo pensada para a competividade e não para adquirir conhecimento, o novo modo de conhecimento que busca a inovação de tecnologias não podem substituir o modelo de conhecimento que existia anteriormente, o modelo de gerar conhecimento intelectual. Para Sobral, a visão utilitária, visão economia não pode excluir a visão intelectual. 
Portanto, analisando tudo o que foi exposto por Sobral, fica claro que a educação sempre teve um papel importante no desenvolvimento, desde muito antes que a 50 a educação era uma forma de desenvolvimento pessoal, elevava o indivíduo a uma classe superior, transformava a sociedade e a forma de visão das pessoas. O que fica bem explicado na obra e concordo com a visão da autora, é que nas décadas atuais o Estado tem utilizado a educação como ferramenta essencial para o desenvolvimento econômico, a educação está sendo um mercado de conhecimento, onde desde o ensino fundamental e até o ensino superior são aplicadas práticas de competitividade para desenvolver algo, a competitividade sempre foi a forma mais marcante de um grupo querer se preparar melhor, as empresas estão muito competitivas, atrás de funcionários bem treinados, gerando estudantes que competem entre si e excluindo o ambiente construtor do intelecto. Nas universidades de ensino superior o estudante tem acesso a conteúdo que irão melhorar de alguma forma o mercado de trabalho atual e as tecnologias, a cada década que passa as universidades abandonam mais os conteúdos científicos e focam nos conteúdos tecnológicos, conteúdos que de alguma forma gere algum tipo de melhora na condição financeira do país, não são todas as universidades que tratam o conhecimento dessa forma, mas a maioria trata o conhecimento como mercadoria, utilizando a lei da oferta e da procura, colocando em suas grades curriculares o que o mercado necessita, ofertando mão de obra qualificada para as empresas.
 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 SOBRAL, Fernanda A. Da Fonseca, “Educação para competitividade ou cidadania social?”, 2000, revista São Paulo Em Perspectivas